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RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de analisar a concepção estrutural e a
solução formal obtida na Residência Olga Bettega, de 1949, projeto desenvolvido
pelo arquiteto Joao Batista Vilanova Artigas em Curitiba. Levando em consideração
as fases de desenvolvimento do arquiteto como profissional, o grupo analisou e
chegou à conclusão que esse projeto residencial se encontra inserido na segunda
fase do arquiteto, quando ainda estava sob influencia dos princípios modernistas do
arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Com o interesse de realizar um estudo mais
aprofundado da obra, o grupo também analisou o programa de necessidades,
partido arquitetônico, os materiais empregados, entre outros aspectos, que fazem
dessa obra um marco muito importante do inicio da modernização da cidade de
Curitiba e também, a qualidade arquitetônica de Vilanova Artigas antes de se tornar
um grande influente da Arquitetura Paulista ou, o também chamado Brutalismo.
Palavras-chave: Vilanova Artigas, Arquitetura Moderna, Residência Olga Bettega
2
ABSTRACT
This work was developed with the purpose of analyzing the structural design and the formal
solution obtained at the Olga Bettega Residence, from 1949, a project developed by the
architect Joao Batista Vilanova Artigas in Curitiba. Taking into consideration the
developmental stages of the architect as a professional, the group analyzed and came to the
conclusion that this residential project is inserted in the second phase of the architect, while
still under the influence of the modernist principles of the Franco-Swiss architect Le
Corbusier. With the interest of carrying out a more in-depth study of the work, the group also
analyzed the needs program, the architectural party, the materials used, among other
aspects, which make this work a very important landmark of Curitiba's modernization and ,
the architectural quality of Vilanova Artigas before becoming a major influencer of the
Paulista Architecture or, the so-called Brutalism.
Keywords: Vilanova Artigas, Modern Architecture, Residence Olga Bettega
3
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Vilanova Artigas ...........................................................................................7
Figura 2: A FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1961), obra
máxima de Artigas.......................................................................................................8
Figura 3: Estádio do Morumbi .....................................................................................8
Figura 4: Vista da versão definitiva para a fachada frontal........................................10
Figura 5: Foto da Residência Olga Bettega em 2003................................................10
Figura 6: Lareira........................................................................................................11
Figura 7: Detalhes do projeto original para a lareira da casa Bettega.......................11
Figura 8: Desenho do arquiteto Vilanova Artigas – revelando sua habilidade em
formas helicoidais......................................................................................................12
Figura 9: Escada .......................................................................................................12
Figura 10: Planta do Subsolo ....................................................................................13
Figura 11: Planta Pavimento Térreo..........................................................................14
Figura 12: Planta do Pavimento Intermediário ..........................................................14
Figura 13: Cortes.......................................................................................................15
Figura 14: Elevação 01 .............................................................................................15
Figura 15: Elevação 02 .............................................................................................16
Figura 16: Elevação 03 .............................................................................................16
Figura 17: Elevação 04 .............................................................................................16
Figura 18: Terreno com sua conformação inicial.......................................................17
Figura 19: Terreno com sua conformação inicial, sinalizando a intervenção a ser feita
..................................................................................................................................17
Figura 20: Implantação..............................................................................................18
Figura 21: Setorização ..............................................................................................19
Figura 22: Organograma ...........................................................................................20
Figura 23: Circulação / Acessos................................................................................21
Figura 24: Lógica Estrutural ......................................................................................25
Figura 25: Planta estrutural pavimento térreo e superior ..........................................25
Figura 26: Segunda Casa do Arquiteto; Residência Czapski; Residência Olga
Bettega, respectivamente..........................................................................................27
Figura 27: Pergolado.................................................................................................28
Figura 28: Pergolado.................................................................................................28
4
Figura 29: Croqui 01..................................................................................................34
Figura 30: Croqui 02..................................................................................................34
Figura 31: Croqui 03..................................................................................................35
Figura 32: Croqui 04..................................................................................................35
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................6
1. CONTEXTO HISTÓRICO.....................................................................................7
2. AUTOR .................................................................................................................7
3. RESIDÊNCIA OLGA BETTEGA ...........................................................................9
4. PARTIDO ARQUITETÔNICO.............................................................................11
5. PLANTAS E ELEVAÇÕES .................................................................................13
6. PROGRAMA DE NECESSIDADES....................................................................18
7. SETORIZAÇÃO..................................................................................................18
8. ORGANOGRAMA E CIRCULAÇÃO...................................................................20
9. MATERIAIS EMPREGADOS..............................................................................21
10. ANÁLISE DA SOLUÇÃO ESTRUTURAL E EXPRESSÃO FORMAL..............24
11. ANÁLISE CONCLUSIVA DA OBRA................................................................29
CONCLUSÃO............................................................................................................31
REFERÊNCIAS.........................................................................................................32
ANEXOS ...................................................................................................................34
6
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como conteúdo o projeto residencial para o médico
João Luiz Bettega, construída pelo engenheiro-arquiteto João Batista Vilanova
Artigas, na capital do Paraná.
A obra leva como conceito os princípios da Arquitetura Moderna, contendo
fachada sem elementos escultóricos, panos de vidro, uso de pilotis e forma
geométrica da construção, fase em que o arquiteto se encontrava ainda influenciado
pelos paradigmas de Le Corbusier.
Após realizar a analise da obra, envolvendo seu partido arquitetônico,
programa de necessidades, uso dos materiais e, principalmente, a analise da
concepção estrutural e a solução formal da residência, verificamos o porquê que
Vilanova Artigas e um dos grandes expoentes da Arquitetura Moderna Brasileira
onde, ainda que seguindo as característica do Modernismo Europeu, soube projetar
com extrema qualidade e contextualidade esta casa, a ultima que restou de suas
residências em Curitiba.
7
1. CONTEXTO HISTÓRICO
A cidade de Paraná nos anos 50 teve significativos crescimentos, em que chegou
até a duplicar seu número de habitantes, assim tendo uma expansão econômica que
se podia notar em todos os cantos do Paraná. Na capital o aspecto da
monumentalidade arquitetônica era desejado, e assim adquirido em muitas
edificações.
Segundo Rachel de Queiroz (revista o cruzeiro, 1952) “Curitiba dá a impressão
de uma menina que cresceu demais e já não cabe na roupa”.
O projeto da residência Olga Bettega foi realizado em um período que ainda era
comum a burguesia se instalar em construções ecléticas, com fachadas cenógrafas
e aristocráticas, que, conforme Oliveira (p.54, 2008), chegava perto do colonial.
2. AUTOR
João Batista Vilanova Artigas foi um arquiteto, brasileiro e paranaense quando se
pensa nele logo se liga ao movimento arquitetônico conhecido como “Escola
Paulista”, pois lecionou e reformulou o curso de arquitetura da FAU, onde o projeto é
de sua própria autoria. Seu estilo arquitetônico é característico do Brutalismo dentro
do modernismo.
Figura 1: Vilanova Artigas
Fonte: Casa Vogue
1
, 2015
Conhecido por sua atuação política de esquerda e associação com o Partido
Comunista Brasileiro foi demitido da FAU em 1969 e exilou-se no Uruguai. Artigas
1
Disponível em < http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado-
de-vilanova-artigas.html>. Acesso em 30 de Out. 2017
8
voltou ao Brasil pouco tempo depois, mas só retornou à FAU depois da anistia e na
condição secundária de professor auxiliar, cargo que não era equivalente ao seu
valor.
Artigas morreu em 1985, projetou inúmeras obras famosas, e inspiradoras de
futuros arquitetos tais como; o Estádio do Morumbi e Edifício Louveira onde Artigas
mantinha seu ponto forte “espaços voltados ao público” independente de residencial
que geralmente é de uso privado ele alinhava ao uso público.
Figura 2: A FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1961), obra máxima de Artigas
Fonte: Site Vilanova Artigas
2
, 2017
Figura 3: Estádio do Morumbi
Fonte: Casa Vogue¹, 2015
2
Disponível em: <http://www.vilanovaartigas.com/cronologia/periodos/1940-1949>. Acesso em 30 de
Out. De 2017.
9
3. RESIDÊNCIA OLGA BETTEGA
Segundo a própria autora, essa residência só não foi mais ousada que a
segunda residência que o arquiteto fez para ele mesmo e sua família.
“[...] Pilotis, rampas, grandes vãos em concreto, e a nova
técnica indo ao limite de sua performance atritavam com o
que era usual e, principalmente com algumas intervenções no
modo de morar: sem telhado, fachada vazia, porta lateral,
alpendre, muito vidro [...] (OLIVEIRA, Giceli; p. 55, 2008).
O projeto também pode ser encontrado em muitos artigos acadêmicos e livros
com a data de 1953 – inclusive nos arquivos de projeto da FAU-USP -, no
entanto, o alvará de aprovação do projeto possui a data de 1949, e sua
construção concluída entre 1952-53. A residência passou por alguns anos
fechados, até ser adquirida pela arquiteta Giceli Portela de Oliveira, que realizou
uma operação de restauro, concluído em 2004 e atualmente abriga o uso misto
de Memorial do Arquiteto, espaço de atividades culturais e escritório da arquiteta
(FONTANI, Roberto; p. 306, 2014).
Atualmente, a residência é a ultima exemplar das obras residências de Artigas
em Curitiba. O imóvel foi tombado pelo patrimônio estadual e os Autos de
Tombamento (nº 06/99), encontrando-se arquivado junto à Secretaria de Estado
da Cultura (SEEC).
Para essa residência, Artigas desenhou mais de uma versão, onde quatro
desses estudos estão preservados na biblioteca da FAU-USP. Muitos dos
elementos utilizado na Residência Olga Bettega, como as rampas e os grandes
vãos em concreto. Devido a impossibilidade de impermeabilização da laje, o
arquiteto optou pelo uso das platibandas, utilizando telhas de fibrocimento pois
demandavam menor inclinação.
Na fachada, o arquiteto também realizou alguns estudos envolvendo o
dimensionamento das aberturas e seu dialogo interior x exterior; a utilização
dessa fachada lisa, de tonalidade vermelha, utilizando pilotis, vidros e esquadrias
de ferro – que assegura a permeabilidade visual, situa a obra na fase le
corbusiana de Artigas.
10
Figura 4: Vista da versão definitiva para a fachada frontal
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Figura 5: Foto da Residência Olga Bettega em 2003
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Outro marco notório na residência é a lareira, que só aparece em um estudo
do arquiteto, localizada entre dois ambientes e na região central da casa,
limitando os espaços da sala de jantar e estar; as presenças da lareira nos
projetos das casas de Artigas ainda são influência de sua fase wrigntiana e de
sua vivencia na casa paranaense (OLIVEIRA, Giceli, p. 85, 2008).
“A bugrada sempre soube construir muito bem [...] Mesmo em
São Paulo tem lareira nas residências. É justificável, é
11
correto, porque a lareira é muito interessante: serve para
fazer fogo dentro da casa no inverno, e no verão a chaminé é
que ventila a casa. Tira o ar quente pela chaminé da lareira e
a casa fica fresca. No Brasil, lareira dá muito certo, ajuda
bastante”. (OLIVEIRA, Giceli, p. 84, 2008 apud ARTIGAS, J.)
Figura 6: Lareira
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Figura 7: Detalhes do projeto original para a lareira da casa Bettega
Fonte: OLIVEIRA, 2008
PARTIDO ARQUITETÔNICO
Tendo em base os livros de Yves Bruand, “Arquitetura Contemporânea no
Brasil” (p.271-272, 2012), de Hugo Segawa, “Arquitetura do Brasil, 1900-1990” (p.
12
144-146, 1999), e outros artigos acadêmicos que constam nas referências
bibliográficas deste trabalho, verifica-se que o partido arquitetônico adotado na
Residência Olga Bettega de 1949 é justamente a visão política defendida pelo
arquiteto, que sempre esteve presente em seus projetos arquitetônicos,
representada nesta obra pela importância dada ao acesso ao quarto da empregada,
elemento mais escultórico, geométrico e artístico da residência.
“E a suíte da empregada tinha uma entrada independente e
recebia as benesses do sol, a sua construção apresentava
uma dignidade rara na arquitetura brasileira. Para se chegar à
suíte, subia-se pela escada em espiral. Ou seja: o elemento
arquitetônico mais complexo de toda a obra foi concebido
para ser usado pela empregada. Por tudo isso, entende-se
que as crenças políticas de Artigas se ajustavam ao projeto
arquitetônico. Não eram um mero palavrório. ” (OLIVEIRA,
Giceli, p. 69, 2008 apud DUDEQUE, 2001).
Figura 8: Desenho do arquiteto Vilanova Artigas – revelando sua habilidade em formas helicoidais
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Figura 9: Escada
Fonte: OLIVEIRA, 2008
13
4. PLANTAS E ELEVAÇÕES
A planta da residência é composta por uma malha ortogonal que revela o
pensamento de Artigas de configurar um espaço contínuo, onde as atividades
domésticas se desenvolvem sem isolamentos funcionais específicos.
No primeiro nível situam-se as áreas sociais (as salas), a cozinha, a copa, o lavabo,
e próximo ao hall de entrada uma pequena chapelaria. No segundo pavimento estão
os quartos, inclusive o da empregada, que ganha conotação especial pela
importância dada a escada.
Figura 10: Planta do Subsolo
Fonte: Fontani, 2004
14
Figura 11: Planta Pavimento Térreo
Fonte: Fontani, 2004
Figura 12: Planta do Pavimento Intermediário
Fonte: Fontani, 2004
15
Figura 13: Cortes
Fonte: Fontani, 2004
Figura 14: Elevação 01
Fonte: Fontani, 2004
16
Figura 15: Elevação 02
Fonte: Fontani, 2004
Figura 16: Elevação 03
Fonte: Fontani, 2004
Figura 17: Elevação 04
Fonte: Fontani, 2004
O terreno possui 18 m de frente por 40 de profundidade, totalizando 720 m²
de área com um considerável aclive de 6.50 metros, sendo o ponto mais baixo o
nível 102, a testada do terreno, e o ponto mais alto medindo 108.5m,
correspondente aos fundos, onde o arquiteto realizou dois platôs para a construção
da residência (OLIVEIRA, Giceli; p. 105, 2008).
17
Figura 18: Terreno com sua conformação inicial
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Figura 19: Terreno com sua conformação inicial, sinalizando a intervenção a ser feita
Fonte: OLIVEIRA, 2008
18
Figura 20: Implantação
Fonte: OLIVEIRA, 2008
5. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Giocondo Artigas – irmão de João Batista Vilanova Artigas, foi quem
apresentou o médico João Luiz Bettega, médico, seu colega, ao arquiteto. O
programa para a casa deveria abrigar uma família de três meninas, outro para os
três meninos e mais um para o casal. Além disso, João Luiz, médico da tuberculose,
atendia pacientes em casa, logo precisava de um consultório. Dessa maneira, a
casa foi assim composta: 1 quarto com banheiro (a suíte do casal); 1 quarto para as
meninas; 1 quarto para os meninos; 1 banheiro (para uso comum aos quartos dos
filhos); 1 consultório; Sala de estar e jantar com copa, para refeições diárias;
Cozinha; Quarto de empregada e Lavabo.
6. SETORIZAÇÃO
No pavimento térreo encontra-se toda área social e de serviço da residência,
como a sala de estar e de jantar, ambas são separadas sutilmente por uma lareira
ocasionando um fluxo entre os ambientes. Se tratando ainda desses ambientes, os
mesmos são compostos por panos de vidros que os separam do jardim lateral, que
19
aliados ao pé direito duplo na sala de estar proporcionam a sensação de amplitude e
conforto.
Ao mesmo tempo em que o pano de vidro separa o jardim, ele também o integra
com a paisagem e vistas no interior, devido a sua transparência e garante também a
iluminação natural no recinto durante o dia. O pavimento intermediário é
caracterizado pela única área de trabalho da residência, onde está o consultório do
proprietário, já o pavimento superior foi destinada a área intima e ao quarto da
empregada, que não possui ligação com a casa e seu acesso é independente.
A casa possui um jogo de níveis, permitindo que a mesma tenha dinâmica,
dando a escassa helicoidal e as rampas elementos arquitetônicos importantes no
projeto, fazendo a circulação ser integrada e possibilitando acessos aos ambientes
de maneiras diferentes.
Figura 21: Setorização
Fonte :ALVES
3
, 2014
3
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/GeovanaAlvesA/casa-bettega-villa-nova-artigas>. Acesso em 30 de
Out. de 2017
20
7. ORGANOGRAMA E CIRCULAÇÃO
A casa Bettega possui dois pavimentos, o térreo e o superior, ambos têm
áreas privadas e “comerciais”, o que é uma característica bem forte do Vilanova
Artigas, onde mesmo dentro do privado ele traz o uso público – resultado de suas
reflexões comunistas que correspondem a sua fase de maturidade de expressão
arquitetônica.
No pavimento térreo encontra-se a escada helicoidal, onde seu entorno é um
pátio que é o ponto de distribuição de fluxos da casa, no térreo este pátio tem
acesso a cozinha, que em seguida tem acesso a copa, sala de jantar e por último a
sala de estar, que dá acesso ao terraço, o mesmo é o ponto final de ligação entre
entrada e saída do uso público, pois no pavimento superior a escada helicoidal tem
acesso tanto a parte privada como, sanitário, quarto da empregada, dormitórios,
como ao consultório.
Desta maneira o uso comercial desta casa tem acesso ao pavimento superior
e térreo, porém, com passagens independentes que não invadem a circulação
privada.
Figura 22: Organograma
Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017
Vale ressaltar a importância que o arquiteto dá para o acesso ao quarto da
empregada, utilizando um simples elemento funcional de circulação como obra
escultórica de uma geometria perfeita circular e em estrutura autoportante,
atribuindo a essa escada seu discurso político e de inclusão dos trabalhadores e
valorizando os fundos da residência.
21
Figura 23: Circulação / Acessos
Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017. Base: Alves, 2014
8. MATERIAIS EMPREGADOS
Levando em consideração os princípios modernistas, os materiais empregados
na Residência Olga Bettega buscaram a economia. A escolha das telhas de
fibrocimento Brasilit, por exemplo, foi um material que se popularizou e foi
amplamente utilizado nesse período.
A residência recebeu uma intervenção no ano de 2003, onde o telhado foi
restaurado e algumas das telhas substituídas, sendo, conforme Oliveira (p. 76,
22
2008), o maior trabalho empenhado foi a desobstrução dos tubos de condução
vertical inseridos nos pilotis.
Figura 23: Telhado
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Os pisos da rampa externa são compostos de Petit Pavê com colarinho preto
e preenchimento branco - formam uma espécie de rua interna, que vai desde a
rampa que nasce no nível da garagem até se transformar em calçada, terminando
nos fundos da casa, que pode ser observado na planta abaixo, indicada em
vermelho.
Figura 24: Pisos planta pavimento térreo
Fonte: OLIVEIRA, 2008
No conjunto da rampa da frente ao terraço foram desenhados desenhos
orgânicos coloridos; nos fundos, abaixo do quarto da empregada, o desenho é uma
composição xadrez em preto e branco e, nos degraus de acesso a este quarto,
23
também o revestimento é em granitina, porém sem desenhos. No piso da sala de
estar externa, descendo até a rampa, o piso explora diversas curvas nas cores,
verde, amarelo, branco e preto.
Os pisos dos banheiros e da cozinha receberam granitina, sendo que o
desenho da cozinha parece retomar a composição dos azulejos que revestem suas
paredes, um quadriculado em diagonal com os mesmos tons de amarelo e tijolo.
Todas as outras dependências internas da casa receberam piso em madeira tipo
“parquet” em madeira bicolor, piso produzido pela família Bettega.
Figura 25: Vistas Internas da Sala de Estar
Fonte: MACHADO, 2008
As paredes da cozinha e dos banheiros receberam revestimento cerâmico
bisotado de 20cm x 20cm; as da copa tiveram sua alvenaria revestida com lambri de
pinheiro; nas demais paredes, foram aplicadas apenas 2 camadas de pintura, sendo
que, originalmente, em duas paredes da sala, foi utilizada a cor vermelha –
remetendo ao exterior. A parede sobre a lareira, foi revestida com uma película de
jacarandá sobre sua alvenaria; já na lareira, foi revestida com pedras de granito,
24
iguais às dos muros externos (OLIVEIRA, Giceli; p. 141-147, 2008). Referente aos
forros, verifica-se na cozinha e copa a laje dupla de concreto armado e nas salas,
dormitórios e banheiros e laje simples de concreto armado.
Figura 26: Materiais Empregados
Fonte: Araújo et al., 2014
9. ANÁLISE DA SOLUÇÃO ESTRUTURAL E EXPRESSÃO FORMAL
No texto de Artigas de 1967, “O Desenho”, fica claro a posição do arquiteto frente
as novas tecnologias, vendo nelas a possibilidade do profissional de ampliar seu
repertorio formal e seus meios de realização; a importância das novas tecnologias
construtivas e materiais de construção são indispensáveis para o desenvolvimento.
A Residência Olga Bettega confirma essas convicções do arquiteto,
apresentando uma nova forma de construir (materiais e técnicas construtivas),
realizando uma inovação formal e espacial, além de demonstrar para a sociedade
uma nova maneira de morar, onde “o espaço doméstico valoriza o coletivo em
harmonia e atrito com as instancias do individual, contrário à tendência da
arquitetura moderna mundial do pós-segunda guerra onde o indivíduo se fecha em
espaços privados” (OLIVEIRA, Giceli, p. 102-103, 2008).
O cálculo estrutural dessa residência foi realizado pelo próprio arquiteto, onde
a estrutura ora fica exposta, ora ficando submetida, utilizando pilares e vigas em
concreto; usufruindo, aperfeiçoando e experimentando a técnica moderna difundida
25
na época em que os pilotis representavam a liberdade na composição da planta, que
se tornou, enfim, independente da estrutura.
Figura 24: Lógica Estrutural
Fonte: Alves, 2014
Figura 25: Planta estrutural pavimento térreo e superior
26
Fonte: OLIVEIRA, 2008
O sistema construtivo deu-se a partir do projeto da estrutura de vigas, pilares
e lajes de concreto e vedações em alvenaria de tijolos e panos de vidro.
A partir da definição do platô e posicionamento da planta, a fundação a
residência foi realizada com vigas de baldrame com seção de 40 cm x 20 cm x 30
cm (AxLxP), além do contrapiso de 12 cm em concreto. No térreo, 27 pilares formam
a base do sistema estrutural principal: sendo 3 linhas de pilares no sentido
longitudinal da casa, contendo cada linha 9 pilotis de seção circular de 30 cm de
diâmetro, dois dos pilares (que permanecem com a mesma seção até a laje do
segundo pavimento, devido ao pé-direito duplo) foram destinados às descidas de
águas pluviais – detalhados pelo arquiteto e restaurados em 2003-. No pavimento
superior, os pilares continuam subindo, mas a maioria tem sua seção reduzida para
15 cm; o que demonstra a intenção de causar um efeito visual de desaparecimento
dos pilares, como que se uma caixa pousasse sobre os pilotis. Alguns deles, onde o
pé-direito é duplo e na parte das rampas que ligam ao pavimento superior,
continuam até a laje superior com a mesma seção, como já dito, participando
27
também da sensação proposta de continuidade e unidade espacial (OLIVEIRA,
Giceli; p. 113-114, 2008).
Conforme estudos da autora acima, para a sustentação da primeira laje
existem vigas que contornam todo o perímetro da casa, envolvendo todos os pilares
externos; já as vigas internas, sendo uma fileira interna dividida em dois eixos, com
seção de 20 cm de largura por 40 de altura. Há ainda as vigotas - que compõe as
lajes de caixão perdido de 10 cm de altura, com seção quadrada de 20 cm x 20 cm.
Já laje de cobertura é a menos espessa, com 12 cm de altura.
Esta viga perimetral evidente e revelada, Artigas aplicou-a também na sua
Segunda Casa e na residência Czapski, construídas em 1949, época em que
projetava a Residência Olga Bettega, que podem ser vistas nas figuras abaixo, onde
a viga está destacada em vermelho.
Figura 26: Segunda Casa do Arquiteto; Residência Czapski; Residência Olga Bettega,
respectivamente.
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Para realizar o pergolado, o arquiteto utilizou uma sequência de onze vigas
que nascem na viga lateral longitudinal, que apoiado em tubos metálicos sobre o
muro da divisa lateral direita do terreno. Este pergolado, em vigas de concreto,
marca a posição da porta da entrada lateral, produzindo sutilmente outro espaço
“coberto-aberto” de transição até o próximo acesso, os fundos da casa (OLIVEIRA,
Giceli; p. 123, 2008).
Assim como outros elementos, ainda nessa fase Vilanova Artigas carregava
consigo suas experiências wrightianas, expressa nessa residência como pergolado,
que também utilizou em sua Primeira Casa (1942), na Casa Rio Branco Paranhos
28
(1943), na Casa Rivadávia Mendonça (1944), na Casa Heitor de Almeida (1949) e
na Casa Nicliewicz (1978).
Figura 27: Pergolado
Fonte: OLIVEIRA, 2008
Figura 28: Pergolado
Fonte: OLIVEIRA, 2008
O arquiteto, assim como o fez para o projeto de sua Segunda Casa e para
outros posteriores à Residência Olga Bettega, projetou uma cobertura única que
protege e garante união da construção como um todo - o que evidencia uma atitude
de mudança quanto às organizações espaciais da planta - que até então separava
funções de serviço dos outros ambientes residenciais -. A solução apontada por
Artigas para uma cobertura plana atendendo aos princípios modernos, foi a
utilização de platibanda para não deixar visível o telhado, ainda que não fosse de
29
telha convencional, sendo o telhado agora composto por telhas em fibrocimento de
três águas com formato em “N”.
10.ANÁLISE CONCLUSIVA DA OBRA
Verifica-se que a obra se enquadra em um momento de transição do arquiteto
entre sua fase corbusiana – que foi sabiamente filtrada pelos arquitetos –
principalmente os cariocas – na produção de uma Arquitetura Moderna Brasileira,
que durou entre os anos de 1946 a 1955 e sua fase de maturidade, onde Artigas se
tornou o principal autor da vertente Brutalista.
Começou, assim, a “fase brutalista”, que em seguida influenciará as
obras realizadas pelos expoentes da chamada Escola Paulista. Nessa
fase ele conservou da primeira fase “a simplicidade do emprego dos
materiais”, e da segunda fase “uma estética baseada no uso das
técnicas contemporâneas” (Bruand, 1998: 295) [...] Essa fase é
caracterizada pelo uso do concreto aparente, com nítida rejeição da
tradicional leveza brasileira em prol de uma impressão de peso
(Bruand, 1998: 295), e uni volumetria de prismas puros (Sanvitto,
1994: 52) (SILVA, Samantha; p. 32, 2017).
Segundo Oliveira (2015), assim que formado, Artigas era fortemente
influenciado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright – que corresponde a sua primeira fase
-, posteriormente, assumiu influencia de Le Corbusier, que pode ser facilmente
notado em suas residências produzidas em Curitiba, e especialmente, na residência
para o médico Luiz Bettega, hoje denominada Casa Vilanova Artigas.
Outra autora que reafirma a inserção da residência na segunda fase do
arquiteto é Caroline Machado (p. 149, 2008 apud XAVIER, 1985), em sua tese de
dissertação de pós-graduação na UFPR, e cita os aspectos característicos da
corrente funcionalista, como por exemplo, o emprego do volume puro, a
transparência e a integração dos espaços, além da utilização de pilotis, preocupação
com a insolação.
A própria correção da data do projeto de 1953 para 1949 é de extrema
importância, conforme Fontani (p. 307, 2014), pois situa o projeto em um período
30
anterior a década de 1950, onde Artigas começa a dar inicio ás suas novas reflexões
críticas que iriam alterar a sua linguagem projetual.
31
CONCLUSÃO
Conforme apresentado nos trabalhos anteriores, João Batista Vilanova Artigas
até atingir seu período maduro – que pode ser expresso pelo seu conjunto de obras
de arquitetura brutalista, o arquiteto passou por um período de estudo e construções
que variavam entre a influência de Frank Lloyd Wright (primeira fase) e da
Arquitetura Carioca (segunda fase).
Na obra estudada, percebeu-se que o arquiteto seguiu os conceitos da
Arquitetura Moderna Brasileira, atribuindo estes conceitos ao clima local, com
paradigmas amplos, seja em sua técnica, na estética, etc.; e também que o mesmo
não se ateve a solucionar somente o programa proposta, mas também se propõem
a criar novas relações sociais dinâmicas.
A partir dos estudos dos autores acima, e com base nas características que a
residência apresenta na sua concepção formal, a obra de objeto de analise desse
trabalho não esta inclusa nos parâmetros da Escola Paulista de Arquitetura – no
caso, no Brutalismo -, visto que ela se apresenta em uma fase anterior ao período
de maturidade de concepção arquitetônica de João Batista Vilanova Artigas, que
pode ser exemplificado pelos projetos da Residência Taques Bittencourt (1959) e
Residência Edgar e Márcia Nicliewicz (1978).
32
REFERÊNCIAS
ARTIGAS, Laura. Memória: O legado de Vilanova Artigas. Disponível em:
<http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado-
de-vilanova-artigas.html>Acesso em outubro de 2017
ARTIGAS, Vilanova. Cronologia. Disponível em: <http://www.vilanovaartigas.
com/cronologia> Acesso em outubro de 2017
ARTIGAS, Rosa. Residência João Luiz Bettega, de Vilanova Artigas. A casa, os
livros, o calor e a memória. Disponível em: < http://www.vitruvius.
com.br/revistas/read/drops/12.047/4007>. Acesso em 31 de Out. 2017.
FONTANI, Roberto Tourinho. A Arquitetura de Vilanova Artigas no Paraná: os
projetos em Curitiba, Ponta Grossa e Caiobá (1942-1978). Disponível em: <
https://www.revistas.usp.br/posfau/article/download/110533/119570>. Acesso em 30
de Out. de 2017.
MACHADO, Caroline Barp Zanchet. O Tratamento de Aspectos de Conforto
Térmico em Residências do Período Modernista em Curitiba. Disponível em: <
http://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/15810/Caroline%20Zanchet%
20Machado_Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf?sequence=1>. Acesso em 30 de Out.
de 2017.
OLIVEIRA, Giceli Portela Cunico de. A Casa Bettega de Vilanova Artigas –
Desenhos e Conceitos. Dissertação de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo. São Paulo – SP, 2008.
OLIVEIRA, Giceli Portela Cunico de. João Batista Vilanova Artigas, Curitiba, 1915
-2015 – Exposição “Nos Pormenores um universo”. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/14.165/5675>. Acesso em
31 de Out. de 2017.
SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA – Coordenação do Patrimonio Cultural.
Residência João Luís Bettega. Disponível em: < http://www.patrimoniocultural
33
.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=232>. Acesso em 31 de Out.
de 2017.
SILVA, Samantha Palma da; BEDOLINI, Alessandra Castelo Branco. As Três Fases
de João Batista Vilanova Artigas. Disponível em: <
http://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/situs/article/view/535>. Acesso em
29 de Out. de 2017.
34
ANEXOS
Figura 29: Croqui 01
Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017
Figura 30: Croqui 02
Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017
35
Figura 31: Croqui 03
Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017
Figura 32: Croqui 04
Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017

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Arquitetura Moderna de Vilanova Artigas na Residência Olga Bettega

  • 1. 1 RESUMO Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de analisar a concepção estrutural e a solução formal obtida na Residência Olga Bettega, de 1949, projeto desenvolvido pelo arquiteto Joao Batista Vilanova Artigas em Curitiba. Levando em consideração as fases de desenvolvimento do arquiteto como profissional, o grupo analisou e chegou à conclusão que esse projeto residencial se encontra inserido na segunda fase do arquiteto, quando ainda estava sob influencia dos princípios modernistas do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Com o interesse de realizar um estudo mais aprofundado da obra, o grupo também analisou o programa de necessidades, partido arquitetônico, os materiais empregados, entre outros aspectos, que fazem dessa obra um marco muito importante do inicio da modernização da cidade de Curitiba e também, a qualidade arquitetônica de Vilanova Artigas antes de se tornar um grande influente da Arquitetura Paulista ou, o também chamado Brutalismo. Palavras-chave: Vilanova Artigas, Arquitetura Moderna, Residência Olga Bettega
  • 2. 2 ABSTRACT This work was developed with the purpose of analyzing the structural design and the formal solution obtained at the Olga Bettega Residence, from 1949, a project developed by the architect Joao Batista Vilanova Artigas in Curitiba. Taking into consideration the developmental stages of the architect as a professional, the group analyzed and came to the conclusion that this residential project is inserted in the second phase of the architect, while still under the influence of the modernist principles of the Franco-Swiss architect Le Corbusier. With the interest of carrying out a more in-depth study of the work, the group also analyzed the needs program, the architectural party, the materials used, among other aspects, which make this work a very important landmark of Curitiba's modernization and , the architectural quality of Vilanova Artigas before becoming a major influencer of the Paulista Architecture or, the so-called Brutalism. Keywords: Vilanova Artigas, Modern Architecture, Residence Olga Bettega
  • 3. 3 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Vilanova Artigas ...........................................................................................7 Figura 2: A FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1961), obra máxima de Artigas.......................................................................................................8 Figura 3: Estádio do Morumbi .....................................................................................8 Figura 4: Vista da versão definitiva para a fachada frontal........................................10 Figura 5: Foto da Residência Olga Bettega em 2003................................................10 Figura 6: Lareira........................................................................................................11 Figura 7: Detalhes do projeto original para a lareira da casa Bettega.......................11 Figura 8: Desenho do arquiteto Vilanova Artigas – revelando sua habilidade em formas helicoidais......................................................................................................12 Figura 9: Escada .......................................................................................................12 Figura 10: Planta do Subsolo ....................................................................................13 Figura 11: Planta Pavimento Térreo..........................................................................14 Figura 12: Planta do Pavimento Intermediário ..........................................................14 Figura 13: Cortes.......................................................................................................15 Figura 14: Elevação 01 .............................................................................................15 Figura 15: Elevação 02 .............................................................................................16 Figura 16: Elevação 03 .............................................................................................16 Figura 17: Elevação 04 .............................................................................................16 Figura 18: Terreno com sua conformação inicial.......................................................17 Figura 19: Terreno com sua conformação inicial, sinalizando a intervenção a ser feita ..................................................................................................................................17 Figura 20: Implantação..............................................................................................18 Figura 21: Setorização ..............................................................................................19 Figura 22: Organograma ...........................................................................................20 Figura 23: Circulação / Acessos................................................................................21 Figura 24: Lógica Estrutural ......................................................................................25 Figura 25: Planta estrutural pavimento térreo e superior ..........................................25 Figura 26: Segunda Casa do Arquiteto; Residência Czapski; Residência Olga Bettega, respectivamente..........................................................................................27 Figura 27: Pergolado.................................................................................................28 Figura 28: Pergolado.................................................................................................28
  • 4. 4 Figura 29: Croqui 01..................................................................................................34 Figura 30: Croqui 02..................................................................................................34 Figura 31: Croqui 03..................................................................................................35 Figura 32: Croqui 04..................................................................................................35
  • 5. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................6 1. CONTEXTO HISTÓRICO.....................................................................................7 2. AUTOR .................................................................................................................7 3. RESIDÊNCIA OLGA BETTEGA ...........................................................................9 4. PARTIDO ARQUITETÔNICO.............................................................................11 5. PLANTAS E ELEVAÇÕES .................................................................................13 6. PROGRAMA DE NECESSIDADES....................................................................18 7. SETORIZAÇÃO..................................................................................................18 8. ORGANOGRAMA E CIRCULAÇÃO...................................................................20 9. MATERIAIS EMPREGADOS..............................................................................21 10. ANÁLISE DA SOLUÇÃO ESTRUTURAL E EXPRESSÃO FORMAL..............24 11. ANÁLISE CONCLUSIVA DA OBRA................................................................29 CONCLUSÃO............................................................................................................31 REFERÊNCIAS.........................................................................................................32 ANEXOS ...................................................................................................................34
  • 6. 6 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como conteúdo o projeto residencial para o médico João Luiz Bettega, construída pelo engenheiro-arquiteto João Batista Vilanova Artigas, na capital do Paraná. A obra leva como conceito os princípios da Arquitetura Moderna, contendo fachada sem elementos escultóricos, panos de vidro, uso de pilotis e forma geométrica da construção, fase em que o arquiteto se encontrava ainda influenciado pelos paradigmas de Le Corbusier. Após realizar a analise da obra, envolvendo seu partido arquitetônico, programa de necessidades, uso dos materiais e, principalmente, a analise da concepção estrutural e a solução formal da residência, verificamos o porquê que Vilanova Artigas e um dos grandes expoentes da Arquitetura Moderna Brasileira onde, ainda que seguindo as característica do Modernismo Europeu, soube projetar com extrema qualidade e contextualidade esta casa, a ultima que restou de suas residências em Curitiba.
  • 7. 7 1. CONTEXTO HISTÓRICO A cidade de Paraná nos anos 50 teve significativos crescimentos, em que chegou até a duplicar seu número de habitantes, assim tendo uma expansão econômica que se podia notar em todos os cantos do Paraná. Na capital o aspecto da monumentalidade arquitetônica era desejado, e assim adquirido em muitas edificações. Segundo Rachel de Queiroz (revista o cruzeiro, 1952) “Curitiba dá a impressão de uma menina que cresceu demais e já não cabe na roupa”. O projeto da residência Olga Bettega foi realizado em um período que ainda era comum a burguesia se instalar em construções ecléticas, com fachadas cenógrafas e aristocráticas, que, conforme Oliveira (p.54, 2008), chegava perto do colonial. 2. AUTOR João Batista Vilanova Artigas foi um arquiteto, brasileiro e paranaense quando se pensa nele logo se liga ao movimento arquitetônico conhecido como “Escola Paulista”, pois lecionou e reformulou o curso de arquitetura da FAU, onde o projeto é de sua própria autoria. Seu estilo arquitetônico é característico do Brutalismo dentro do modernismo. Figura 1: Vilanova Artigas Fonte: Casa Vogue 1 , 2015 Conhecido por sua atuação política de esquerda e associação com o Partido Comunista Brasileiro foi demitido da FAU em 1969 e exilou-se no Uruguai. Artigas 1 Disponível em < http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado- de-vilanova-artigas.html>. Acesso em 30 de Out. 2017
  • 8. 8 voltou ao Brasil pouco tempo depois, mas só retornou à FAU depois da anistia e na condição secundária de professor auxiliar, cargo que não era equivalente ao seu valor. Artigas morreu em 1985, projetou inúmeras obras famosas, e inspiradoras de futuros arquitetos tais como; o Estádio do Morumbi e Edifício Louveira onde Artigas mantinha seu ponto forte “espaços voltados ao público” independente de residencial que geralmente é de uso privado ele alinhava ao uso público. Figura 2: A FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1961), obra máxima de Artigas Fonte: Site Vilanova Artigas 2 , 2017 Figura 3: Estádio do Morumbi Fonte: Casa Vogue¹, 2015 2 Disponível em: <http://www.vilanovaartigas.com/cronologia/periodos/1940-1949>. Acesso em 30 de Out. De 2017.
  • 9. 9 3. RESIDÊNCIA OLGA BETTEGA Segundo a própria autora, essa residência só não foi mais ousada que a segunda residência que o arquiteto fez para ele mesmo e sua família. “[...] Pilotis, rampas, grandes vãos em concreto, e a nova técnica indo ao limite de sua performance atritavam com o que era usual e, principalmente com algumas intervenções no modo de morar: sem telhado, fachada vazia, porta lateral, alpendre, muito vidro [...] (OLIVEIRA, Giceli; p. 55, 2008). O projeto também pode ser encontrado em muitos artigos acadêmicos e livros com a data de 1953 – inclusive nos arquivos de projeto da FAU-USP -, no entanto, o alvará de aprovação do projeto possui a data de 1949, e sua construção concluída entre 1952-53. A residência passou por alguns anos fechados, até ser adquirida pela arquiteta Giceli Portela de Oliveira, que realizou uma operação de restauro, concluído em 2004 e atualmente abriga o uso misto de Memorial do Arquiteto, espaço de atividades culturais e escritório da arquiteta (FONTANI, Roberto; p. 306, 2014). Atualmente, a residência é a ultima exemplar das obras residências de Artigas em Curitiba. O imóvel foi tombado pelo patrimônio estadual e os Autos de Tombamento (nº 06/99), encontrando-se arquivado junto à Secretaria de Estado da Cultura (SEEC). Para essa residência, Artigas desenhou mais de uma versão, onde quatro desses estudos estão preservados na biblioteca da FAU-USP. Muitos dos elementos utilizado na Residência Olga Bettega, como as rampas e os grandes vãos em concreto. Devido a impossibilidade de impermeabilização da laje, o arquiteto optou pelo uso das platibandas, utilizando telhas de fibrocimento pois demandavam menor inclinação. Na fachada, o arquiteto também realizou alguns estudos envolvendo o dimensionamento das aberturas e seu dialogo interior x exterior; a utilização dessa fachada lisa, de tonalidade vermelha, utilizando pilotis, vidros e esquadrias de ferro – que assegura a permeabilidade visual, situa a obra na fase le corbusiana de Artigas.
  • 10. 10 Figura 4: Vista da versão definitiva para a fachada frontal Fonte: OLIVEIRA, 2008 Figura 5: Foto da Residência Olga Bettega em 2003 Fonte: OLIVEIRA, 2008 Outro marco notório na residência é a lareira, que só aparece em um estudo do arquiteto, localizada entre dois ambientes e na região central da casa, limitando os espaços da sala de jantar e estar; as presenças da lareira nos projetos das casas de Artigas ainda são influência de sua fase wrigntiana e de sua vivencia na casa paranaense (OLIVEIRA, Giceli, p. 85, 2008). “A bugrada sempre soube construir muito bem [...] Mesmo em São Paulo tem lareira nas residências. É justificável, é
  • 11. 11 correto, porque a lareira é muito interessante: serve para fazer fogo dentro da casa no inverno, e no verão a chaminé é que ventila a casa. Tira o ar quente pela chaminé da lareira e a casa fica fresca. No Brasil, lareira dá muito certo, ajuda bastante”. (OLIVEIRA, Giceli, p. 84, 2008 apud ARTIGAS, J.) Figura 6: Lareira Fonte: OLIVEIRA, 2008 Figura 7: Detalhes do projeto original para a lareira da casa Bettega Fonte: OLIVEIRA, 2008 PARTIDO ARQUITETÔNICO Tendo em base os livros de Yves Bruand, “Arquitetura Contemporânea no Brasil” (p.271-272, 2012), de Hugo Segawa, “Arquitetura do Brasil, 1900-1990” (p.
  • 12. 12 144-146, 1999), e outros artigos acadêmicos que constam nas referências bibliográficas deste trabalho, verifica-se que o partido arquitetônico adotado na Residência Olga Bettega de 1949 é justamente a visão política defendida pelo arquiteto, que sempre esteve presente em seus projetos arquitetônicos, representada nesta obra pela importância dada ao acesso ao quarto da empregada, elemento mais escultórico, geométrico e artístico da residência. “E a suíte da empregada tinha uma entrada independente e recebia as benesses do sol, a sua construção apresentava uma dignidade rara na arquitetura brasileira. Para se chegar à suíte, subia-se pela escada em espiral. Ou seja: o elemento arquitetônico mais complexo de toda a obra foi concebido para ser usado pela empregada. Por tudo isso, entende-se que as crenças políticas de Artigas se ajustavam ao projeto arquitetônico. Não eram um mero palavrório. ” (OLIVEIRA, Giceli, p. 69, 2008 apud DUDEQUE, 2001). Figura 8: Desenho do arquiteto Vilanova Artigas – revelando sua habilidade em formas helicoidais Fonte: OLIVEIRA, 2008 Figura 9: Escada Fonte: OLIVEIRA, 2008
  • 13. 13 4. PLANTAS E ELEVAÇÕES A planta da residência é composta por uma malha ortogonal que revela o pensamento de Artigas de configurar um espaço contínuo, onde as atividades domésticas se desenvolvem sem isolamentos funcionais específicos. No primeiro nível situam-se as áreas sociais (as salas), a cozinha, a copa, o lavabo, e próximo ao hall de entrada uma pequena chapelaria. No segundo pavimento estão os quartos, inclusive o da empregada, que ganha conotação especial pela importância dada a escada. Figura 10: Planta do Subsolo Fonte: Fontani, 2004
  • 14. 14 Figura 11: Planta Pavimento Térreo Fonte: Fontani, 2004 Figura 12: Planta do Pavimento Intermediário Fonte: Fontani, 2004
  • 15. 15 Figura 13: Cortes Fonte: Fontani, 2004 Figura 14: Elevação 01 Fonte: Fontani, 2004
  • 16. 16 Figura 15: Elevação 02 Fonte: Fontani, 2004 Figura 16: Elevação 03 Fonte: Fontani, 2004 Figura 17: Elevação 04 Fonte: Fontani, 2004 O terreno possui 18 m de frente por 40 de profundidade, totalizando 720 m² de área com um considerável aclive de 6.50 metros, sendo o ponto mais baixo o nível 102, a testada do terreno, e o ponto mais alto medindo 108.5m, correspondente aos fundos, onde o arquiteto realizou dois platôs para a construção da residência (OLIVEIRA, Giceli; p. 105, 2008).
  • 17. 17 Figura 18: Terreno com sua conformação inicial Fonte: OLIVEIRA, 2008 Figura 19: Terreno com sua conformação inicial, sinalizando a intervenção a ser feita Fonte: OLIVEIRA, 2008
  • 18. 18 Figura 20: Implantação Fonte: OLIVEIRA, 2008 5. PROGRAMA DE NECESSIDADES Giocondo Artigas – irmão de João Batista Vilanova Artigas, foi quem apresentou o médico João Luiz Bettega, médico, seu colega, ao arquiteto. O programa para a casa deveria abrigar uma família de três meninas, outro para os três meninos e mais um para o casal. Além disso, João Luiz, médico da tuberculose, atendia pacientes em casa, logo precisava de um consultório. Dessa maneira, a casa foi assim composta: 1 quarto com banheiro (a suíte do casal); 1 quarto para as meninas; 1 quarto para os meninos; 1 banheiro (para uso comum aos quartos dos filhos); 1 consultório; Sala de estar e jantar com copa, para refeições diárias; Cozinha; Quarto de empregada e Lavabo. 6. SETORIZAÇÃO No pavimento térreo encontra-se toda área social e de serviço da residência, como a sala de estar e de jantar, ambas são separadas sutilmente por uma lareira ocasionando um fluxo entre os ambientes. Se tratando ainda desses ambientes, os mesmos são compostos por panos de vidros que os separam do jardim lateral, que
  • 19. 19 aliados ao pé direito duplo na sala de estar proporcionam a sensação de amplitude e conforto. Ao mesmo tempo em que o pano de vidro separa o jardim, ele também o integra com a paisagem e vistas no interior, devido a sua transparência e garante também a iluminação natural no recinto durante o dia. O pavimento intermediário é caracterizado pela única área de trabalho da residência, onde está o consultório do proprietário, já o pavimento superior foi destinada a área intima e ao quarto da empregada, que não possui ligação com a casa e seu acesso é independente. A casa possui um jogo de níveis, permitindo que a mesma tenha dinâmica, dando a escassa helicoidal e as rampas elementos arquitetônicos importantes no projeto, fazendo a circulação ser integrada e possibilitando acessos aos ambientes de maneiras diferentes. Figura 21: Setorização Fonte :ALVES 3 , 2014 3 Disponível em: <https://pt.slideshare.net/GeovanaAlvesA/casa-bettega-villa-nova-artigas>. Acesso em 30 de Out. de 2017
  • 20. 20 7. ORGANOGRAMA E CIRCULAÇÃO A casa Bettega possui dois pavimentos, o térreo e o superior, ambos têm áreas privadas e “comerciais”, o que é uma característica bem forte do Vilanova Artigas, onde mesmo dentro do privado ele traz o uso público – resultado de suas reflexões comunistas que correspondem a sua fase de maturidade de expressão arquitetônica. No pavimento térreo encontra-se a escada helicoidal, onde seu entorno é um pátio que é o ponto de distribuição de fluxos da casa, no térreo este pátio tem acesso a cozinha, que em seguida tem acesso a copa, sala de jantar e por último a sala de estar, que dá acesso ao terraço, o mesmo é o ponto final de ligação entre entrada e saída do uso público, pois no pavimento superior a escada helicoidal tem acesso tanto a parte privada como, sanitário, quarto da empregada, dormitórios, como ao consultório. Desta maneira o uso comercial desta casa tem acesso ao pavimento superior e térreo, porém, com passagens independentes que não invadem a circulação privada. Figura 22: Organograma Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017 Vale ressaltar a importância que o arquiteto dá para o acesso ao quarto da empregada, utilizando um simples elemento funcional de circulação como obra escultórica de uma geometria perfeita circular e em estrutura autoportante, atribuindo a essa escada seu discurso político e de inclusão dos trabalhadores e valorizando os fundos da residência.
  • 21. 21 Figura 23: Circulação / Acessos Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017. Base: Alves, 2014 8. MATERIAIS EMPREGADOS Levando em consideração os princípios modernistas, os materiais empregados na Residência Olga Bettega buscaram a economia. A escolha das telhas de fibrocimento Brasilit, por exemplo, foi um material que se popularizou e foi amplamente utilizado nesse período. A residência recebeu uma intervenção no ano de 2003, onde o telhado foi restaurado e algumas das telhas substituídas, sendo, conforme Oliveira (p. 76,
  • 22. 22 2008), o maior trabalho empenhado foi a desobstrução dos tubos de condução vertical inseridos nos pilotis. Figura 23: Telhado Fonte: OLIVEIRA, 2008 Os pisos da rampa externa são compostos de Petit Pavê com colarinho preto e preenchimento branco - formam uma espécie de rua interna, que vai desde a rampa que nasce no nível da garagem até se transformar em calçada, terminando nos fundos da casa, que pode ser observado na planta abaixo, indicada em vermelho. Figura 24: Pisos planta pavimento térreo Fonte: OLIVEIRA, 2008 No conjunto da rampa da frente ao terraço foram desenhados desenhos orgânicos coloridos; nos fundos, abaixo do quarto da empregada, o desenho é uma composição xadrez em preto e branco e, nos degraus de acesso a este quarto,
  • 23. 23 também o revestimento é em granitina, porém sem desenhos. No piso da sala de estar externa, descendo até a rampa, o piso explora diversas curvas nas cores, verde, amarelo, branco e preto. Os pisos dos banheiros e da cozinha receberam granitina, sendo que o desenho da cozinha parece retomar a composição dos azulejos que revestem suas paredes, um quadriculado em diagonal com os mesmos tons de amarelo e tijolo. Todas as outras dependências internas da casa receberam piso em madeira tipo “parquet” em madeira bicolor, piso produzido pela família Bettega. Figura 25: Vistas Internas da Sala de Estar Fonte: MACHADO, 2008 As paredes da cozinha e dos banheiros receberam revestimento cerâmico bisotado de 20cm x 20cm; as da copa tiveram sua alvenaria revestida com lambri de pinheiro; nas demais paredes, foram aplicadas apenas 2 camadas de pintura, sendo que, originalmente, em duas paredes da sala, foi utilizada a cor vermelha – remetendo ao exterior. A parede sobre a lareira, foi revestida com uma película de jacarandá sobre sua alvenaria; já na lareira, foi revestida com pedras de granito,
  • 24. 24 iguais às dos muros externos (OLIVEIRA, Giceli; p. 141-147, 2008). Referente aos forros, verifica-se na cozinha e copa a laje dupla de concreto armado e nas salas, dormitórios e banheiros e laje simples de concreto armado. Figura 26: Materiais Empregados Fonte: Araújo et al., 2014 9. ANÁLISE DA SOLUÇÃO ESTRUTURAL E EXPRESSÃO FORMAL No texto de Artigas de 1967, “O Desenho”, fica claro a posição do arquiteto frente as novas tecnologias, vendo nelas a possibilidade do profissional de ampliar seu repertorio formal e seus meios de realização; a importância das novas tecnologias construtivas e materiais de construção são indispensáveis para o desenvolvimento. A Residência Olga Bettega confirma essas convicções do arquiteto, apresentando uma nova forma de construir (materiais e técnicas construtivas), realizando uma inovação formal e espacial, além de demonstrar para a sociedade uma nova maneira de morar, onde “o espaço doméstico valoriza o coletivo em harmonia e atrito com as instancias do individual, contrário à tendência da arquitetura moderna mundial do pós-segunda guerra onde o indivíduo se fecha em espaços privados” (OLIVEIRA, Giceli, p. 102-103, 2008). O cálculo estrutural dessa residência foi realizado pelo próprio arquiteto, onde a estrutura ora fica exposta, ora ficando submetida, utilizando pilares e vigas em concreto; usufruindo, aperfeiçoando e experimentando a técnica moderna difundida
  • 25. 25 na época em que os pilotis representavam a liberdade na composição da planta, que se tornou, enfim, independente da estrutura. Figura 24: Lógica Estrutural Fonte: Alves, 2014 Figura 25: Planta estrutural pavimento térreo e superior
  • 26. 26 Fonte: OLIVEIRA, 2008 O sistema construtivo deu-se a partir do projeto da estrutura de vigas, pilares e lajes de concreto e vedações em alvenaria de tijolos e panos de vidro. A partir da definição do platô e posicionamento da planta, a fundação a residência foi realizada com vigas de baldrame com seção de 40 cm x 20 cm x 30 cm (AxLxP), além do contrapiso de 12 cm em concreto. No térreo, 27 pilares formam a base do sistema estrutural principal: sendo 3 linhas de pilares no sentido longitudinal da casa, contendo cada linha 9 pilotis de seção circular de 30 cm de diâmetro, dois dos pilares (que permanecem com a mesma seção até a laje do segundo pavimento, devido ao pé-direito duplo) foram destinados às descidas de águas pluviais – detalhados pelo arquiteto e restaurados em 2003-. No pavimento superior, os pilares continuam subindo, mas a maioria tem sua seção reduzida para 15 cm; o que demonstra a intenção de causar um efeito visual de desaparecimento dos pilares, como que se uma caixa pousasse sobre os pilotis. Alguns deles, onde o pé-direito é duplo e na parte das rampas que ligam ao pavimento superior, continuam até a laje superior com a mesma seção, como já dito, participando
  • 27. 27 também da sensação proposta de continuidade e unidade espacial (OLIVEIRA, Giceli; p. 113-114, 2008). Conforme estudos da autora acima, para a sustentação da primeira laje existem vigas que contornam todo o perímetro da casa, envolvendo todos os pilares externos; já as vigas internas, sendo uma fileira interna dividida em dois eixos, com seção de 20 cm de largura por 40 de altura. Há ainda as vigotas - que compõe as lajes de caixão perdido de 10 cm de altura, com seção quadrada de 20 cm x 20 cm. Já laje de cobertura é a menos espessa, com 12 cm de altura. Esta viga perimetral evidente e revelada, Artigas aplicou-a também na sua Segunda Casa e na residência Czapski, construídas em 1949, época em que projetava a Residência Olga Bettega, que podem ser vistas nas figuras abaixo, onde a viga está destacada em vermelho. Figura 26: Segunda Casa do Arquiteto; Residência Czapski; Residência Olga Bettega, respectivamente. Fonte: OLIVEIRA, 2008 Para realizar o pergolado, o arquiteto utilizou uma sequência de onze vigas que nascem na viga lateral longitudinal, que apoiado em tubos metálicos sobre o muro da divisa lateral direita do terreno. Este pergolado, em vigas de concreto, marca a posição da porta da entrada lateral, produzindo sutilmente outro espaço “coberto-aberto” de transição até o próximo acesso, os fundos da casa (OLIVEIRA, Giceli; p. 123, 2008). Assim como outros elementos, ainda nessa fase Vilanova Artigas carregava consigo suas experiências wrightianas, expressa nessa residência como pergolado, que também utilizou em sua Primeira Casa (1942), na Casa Rio Branco Paranhos
  • 28. 28 (1943), na Casa Rivadávia Mendonça (1944), na Casa Heitor de Almeida (1949) e na Casa Nicliewicz (1978). Figura 27: Pergolado Fonte: OLIVEIRA, 2008 Figura 28: Pergolado Fonte: OLIVEIRA, 2008 O arquiteto, assim como o fez para o projeto de sua Segunda Casa e para outros posteriores à Residência Olga Bettega, projetou uma cobertura única que protege e garante união da construção como um todo - o que evidencia uma atitude de mudança quanto às organizações espaciais da planta - que até então separava funções de serviço dos outros ambientes residenciais -. A solução apontada por Artigas para uma cobertura plana atendendo aos princípios modernos, foi a utilização de platibanda para não deixar visível o telhado, ainda que não fosse de
  • 29. 29 telha convencional, sendo o telhado agora composto por telhas em fibrocimento de três águas com formato em “N”. 10.ANÁLISE CONCLUSIVA DA OBRA Verifica-se que a obra se enquadra em um momento de transição do arquiteto entre sua fase corbusiana – que foi sabiamente filtrada pelos arquitetos – principalmente os cariocas – na produção de uma Arquitetura Moderna Brasileira, que durou entre os anos de 1946 a 1955 e sua fase de maturidade, onde Artigas se tornou o principal autor da vertente Brutalista. Começou, assim, a “fase brutalista”, que em seguida influenciará as obras realizadas pelos expoentes da chamada Escola Paulista. Nessa fase ele conservou da primeira fase “a simplicidade do emprego dos materiais”, e da segunda fase “uma estética baseada no uso das técnicas contemporâneas” (Bruand, 1998: 295) [...] Essa fase é caracterizada pelo uso do concreto aparente, com nítida rejeição da tradicional leveza brasileira em prol de uma impressão de peso (Bruand, 1998: 295), e uni volumetria de prismas puros (Sanvitto, 1994: 52) (SILVA, Samantha; p. 32, 2017). Segundo Oliveira (2015), assim que formado, Artigas era fortemente influenciado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright – que corresponde a sua primeira fase -, posteriormente, assumiu influencia de Le Corbusier, que pode ser facilmente notado em suas residências produzidas em Curitiba, e especialmente, na residência para o médico Luiz Bettega, hoje denominada Casa Vilanova Artigas. Outra autora que reafirma a inserção da residência na segunda fase do arquiteto é Caroline Machado (p. 149, 2008 apud XAVIER, 1985), em sua tese de dissertação de pós-graduação na UFPR, e cita os aspectos característicos da corrente funcionalista, como por exemplo, o emprego do volume puro, a transparência e a integração dos espaços, além da utilização de pilotis, preocupação com a insolação. A própria correção da data do projeto de 1953 para 1949 é de extrema importância, conforme Fontani (p. 307, 2014), pois situa o projeto em um período
  • 30. 30 anterior a década de 1950, onde Artigas começa a dar inicio ás suas novas reflexões críticas que iriam alterar a sua linguagem projetual.
  • 31. 31 CONCLUSÃO Conforme apresentado nos trabalhos anteriores, João Batista Vilanova Artigas até atingir seu período maduro – que pode ser expresso pelo seu conjunto de obras de arquitetura brutalista, o arquiteto passou por um período de estudo e construções que variavam entre a influência de Frank Lloyd Wright (primeira fase) e da Arquitetura Carioca (segunda fase). Na obra estudada, percebeu-se que o arquiteto seguiu os conceitos da Arquitetura Moderna Brasileira, atribuindo estes conceitos ao clima local, com paradigmas amplos, seja em sua técnica, na estética, etc.; e também que o mesmo não se ateve a solucionar somente o programa proposta, mas também se propõem a criar novas relações sociais dinâmicas. A partir dos estudos dos autores acima, e com base nas características que a residência apresenta na sua concepção formal, a obra de objeto de analise desse trabalho não esta inclusa nos parâmetros da Escola Paulista de Arquitetura – no caso, no Brutalismo -, visto que ela se apresenta em uma fase anterior ao período de maturidade de concepção arquitetônica de João Batista Vilanova Artigas, que pode ser exemplificado pelos projetos da Residência Taques Bittencourt (1959) e Residência Edgar e Márcia Nicliewicz (1978).
  • 32. 32 REFERÊNCIAS ARTIGAS, Laura. Memória: O legado de Vilanova Artigas. Disponível em: <http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado- de-vilanova-artigas.html>Acesso em outubro de 2017 ARTIGAS, Vilanova. Cronologia. Disponível em: <http://www.vilanovaartigas. com/cronologia> Acesso em outubro de 2017 ARTIGAS, Rosa. Residência João Luiz Bettega, de Vilanova Artigas. A casa, os livros, o calor e a memória. Disponível em: < http://www.vitruvius. com.br/revistas/read/drops/12.047/4007>. Acesso em 31 de Out. 2017. FONTANI, Roberto Tourinho. A Arquitetura de Vilanova Artigas no Paraná: os projetos em Curitiba, Ponta Grossa e Caiobá (1942-1978). Disponível em: < https://www.revistas.usp.br/posfau/article/download/110533/119570>. Acesso em 30 de Out. de 2017. MACHADO, Caroline Barp Zanchet. O Tratamento de Aspectos de Conforto Térmico em Residências do Período Modernista em Curitiba. Disponível em: < http://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/15810/Caroline%20Zanchet% 20Machado_Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf?sequence=1>. Acesso em 30 de Out. de 2017. OLIVEIRA, Giceli Portela Cunico de. A Casa Bettega de Vilanova Artigas – Desenhos e Conceitos. Dissertação de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo – SP, 2008. OLIVEIRA, Giceli Portela Cunico de. João Batista Vilanova Artigas, Curitiba, 1915 -2015 – Exposição “Nos Pormenores um universo”. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/14.165/5675>. Acesso em 31 de Out. de 2017. SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA – Coordenação do Patrimonio Cultural. Residência João Luís Bettega. Disponível em: < http://www.patrimoniocultural
  • 33. 33 .pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=232>. Acesso em 31 de Out. de 2017. SILVA, Samantha Palma da; BEDOLINI, Alessandra Castelo Branco. As Três Fases de João Batista Vilanova Artigas. Disponível em: < http://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/situs/article/view/535>. Acesso em 29 de Out. de 2017.
  • 34. 34 ANEXOS Figura 29: Croqui 01 Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017 Figura 30: Croqui 02 Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017
  • 35. 35 Figura 31: Croqui 03 Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017 Figura 32: Croqui 04 Fonte: Elaborado pelo Grupo, 2017