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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
ARQUITETURA E URBANISMO
IZIS FERREIRA PAIXÃO
KAIQUE SANTOS DE OLIVEIRA
MIRELI ALEXANDRE DA SILVA
NUBIA CORLETTO
THAMIRES CORREIA
RESENHA
SECRETARIAS DO ESTADO – RAMOS DE AZEVEDO
SANTO ANDRÉ – SP
2017
CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
ARQUITETURA E URBANISMO
Disciplina: História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo
Prof.: Enrique Staschower
Alunos: Izis Ferreira Paixão RA: 718682
Kaique Santos de Oliveira RA: 720720
Mireli Alexandre da Silva RA:718702
Núbia Corletto dos Anjos RA:
Thamires Correia RA: 718641
RESENHA
SECRETARIAS DO ESTADO – RAMOS DE AZEVEDO
SANTO ANDRÉ – SP
2017
RESENHA
SECRETARIAS DO ESTADO: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de
Ramos de Azevedo
Por Izis Ferreira Paixão, Kaique de Oliveira Santos, Mireli Alexandre da Silva, Núbia
Corletto dos Anjos e Thamires Correia, estudantes de Arquitetura e Urbanismo do
Centro Universitário Fundação Santo André
Francisco de Paula Ramos de Azevedo (08/12/1851 – 13/06/1928) mais
conhecido como Ramos de Azevedo, nasceu em São Paulo, falecendo no munícipio
de Guarujá, onde foi casado com Sra. Eugenia L. Ramos de Azevedo.
Iniciou seus estudos na Escola Militar do Rio de Janeiro (1869-72),
matriculando-se posteriormente na Universidade de Rela, Gand na Bélgica onde se
formou Engenheiro-Arquiteto no ano de 1878. Visconde de Parnaíba, seu grande
protetor, ofereceu os primeiros projetos importantes de sua carreira em sua capital
Campinas onde o mesmo considerava sua cidade natal, iniciando sua vida
profissional em 1883 concluindo a obra inacabada da Igreja Matriz (Revista do
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, v. 51, p. 491-492,1952).
Em 1886, retornou para a capital de São Paulo onde projetou e executou dois
projetos para o governo em estilo neorrenascentista, as primeiras obras do
arquiteto na cidade conhecidas como “As Secretarias do Estado”. Apesar do
arquiteto ter adquirido, no fim da vida, a apreço pela causa nacionalista das
pesquisas neocoloniais, suas obras mais importantes foram orientadas pela tradição
europeia beaux arts do estilo neoclássico e do ecletismo acadêmico, dando forma
material à chamada belle époque paulistana, onde sua arquitetura possuía traços
próprios, vistos como ecléticos, compatível ao apelo modernizador da época,
equiparado aos movimentos de Art Nouveau e Art Déco. Ramos de Azevedo
buscava harmonizar suas obras com os métodos e as matérias-primas acessíveis no
mundo industrial do século XIX, por isso os projetos arquitetônicos preponderavam a
funcionalidade. A utilização de alvenaria de tijolo armado caracteriza seus edifícios
públicos, institucionais e privados, enquanto suas obras residenciais destacavam-se
pela distribuição dos espaços, com maior rigor estilístico.
Entre os anos 1900 e 1917 foi vice-diretor da Escola Politécnica, adotando de
uma maneira permanente a diretoria em outubro de 1917, após o falecimento do
amigo Antônio Francisco de Paula Souza, que ocupava o cargo e que já havia
trabalhado nas obras do quartel da Luz em 1888. Permaneceu na diretoria da Escola
durante 36 anos, dedicando-se especialmente a aperfeiçoar, com o próprio dinheiro,
o laboratório tecnológico do local, hoje o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT
(São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
VITA, p. 13-15, 1988).
Foi também político, eleito senador estadual em São Paulo em junho de 1904,
embora tenha exercido a função por pouco mais de um ano. Em janeiro de 1934,
uma homenagem póstuma inaugurou o Monumento Ramos de Azevedo na Avenida
Tiradentes, em frente ao edifício da Pinacoteca do Estado – importante obra do
engenheiro-arquiteto. Em 1973, devido às obras do metrô, o monumento foi
transferido para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, onde
permanece, até hoje, na praça que leva o nome do arquiteto, próxima à Escola
Politécnica, instituição que ajudou a criar.
Em seu contexto histórico a atuação de Ramos de Azevedo coincide com um
período de grandes transformações arquitetônicas em São Paulo, a partir da
segunda metade do século XIX, fundamenta-se no desenvolvimento da economia
cafeeira, promovendo a criação de novas estradas de ferro, movimentando a
comercialização da cidade, aumentando o crescimento populacional e atraindo
europeus a região. Desenvolvendo assim os bairros do Brás, Bom Retiro e Mooca.
“[...] Mas o rápido crescimento populacional e a necessidade e semelhança
das modernas cidades europeias, saneadas e urbanizadas, exigem da
administração pública, a execução de obras de vulto. Nesse sentido
algumas áreas de várzea são aterradas, pontos de abastecimento de
alimentos (mercados) são construídos, o serviço de água e esgoto começa
a se implantar [...]” (BUENO, Siqueira, p. 20, 2015)
A partir da vinda do arquiteto para São Paulo, iniciam-se as mudanças
arquitetônicas, promovendo aos moradores salubridade, energia, alimentos uma
infraestrutura completa e mudanças principalmente nas residências, implantando o
zoneamento europeu, porém não totalmente fiel ao tradicional (CARVALHO,
Cristina; p. 13, 1996).
Segundo Lemos (1993, p.29-30), após reestabelecida a Capitania de São
Paulo, em 1766 o governador-general Morgado de Mateus instalou a sede de seu
governo no antigo colégio dos jesuítas, que passou a se chamar Palácio do
Governo, abrigando grande parte de seus departamentos administrativos. No
entanto, com o decorrer dos anos foram necessárias ampliações devido ao aumento
das repartições e funcionários, mas que eram limitadas devido o edifício colonial ter
sido construído às margens do Tamanduateí.
Para solucionar este problema, o presidente da Província João Teodoro
Xavier providenciou a construção do primeiro público desapropriando as residências
vizinhas ao Palácio da antiga Rua das Casinhas – atual Rua do Tesouro – até o
limite da antiga Rua do Rosário – atual XV de Novembro – cuja fachada do edifico
neoclássico inaugurado em 1877 criaria um diálogo com o conjunto arquitetônico
projetado por Ramos em uma localidade próxima, anos depois.
Conhecidos como “Secretarias do Estado”, os edifícios projetados por Ramos
de Azevedo para a Tesouraria da Fazenda, a Secretaria da Agricultura e a
Secretaria de Polícia, no pátio do Colégio – área envoltória da Praça da Sé, ambos
harmônicos nas relações entre volumes e espaços abertos, onde, conforme Lemos
(1993):
“[...] Ramos de Azevedo teve o privilégio único de expressar-se com toda a
autonomia, com possibilidade de materializar plenamente o seu ideário
estético reformulando um espaço urbano destinado à concentração de
edifícios da administração pública [...]”. (LEMOS, Carlos; p. 29, 1993).
Tratava-se, pois, assim, de uma intervenção no espaço urbano e histórico da
cidade, oriundo da época dos padres jesuítas, já programado pelos órgãos
administrativos, onde para a criação da praça cívica que articularia os três edifícios
neo-renascentistas e a ampliação do Palácio do Governo era necessário a
demolição da igreja1
conventual – que após uma tempestade teve o telhado e parte
1
Segundo site institucional do Pateo do Collegio (2017) a igreja veio a ser construída novamente
após o IV Centenário da Cidade de São Paulo, quando o governador Lucas Garcez promulgou a lei nº
2658 de 1954 transferindo a Companhia de Jesus o domínio pleno do terreno situado no Pátio do
Colégio, destinado à construção do Colégio e da Igreja, o primeiro viria a ser a “Casa de Anchieta”,
onde seria organizando o Museu Colonial, manutenção de cursos e atividades culturais e
conservação das relíquias remanescentes da construção anterior (parede de taipa, cripta). Ambas as
construções ficaram a cargo de Carlos Alberto Gomes de Cardim Filho, onde foi reconstruído com
rigorosa fidelidade arquitetônica do prédio terminado em 1681, utilizando de base a imagem
iconográfica dos remanescentes do antigo colégio dos jesuítas, pintada por Thomas Ender e duas
fotografias de Augusto Militão.
da nave destruída - , local este que ficou conhecido em alguns anos como Largo do
Palácio e ficando sob a responsabilidade do arquiteto somente a sua forma final.
Após a inauguração do edifício da Tesouraria do Fazenda em 1981, a obra
em estudo – Secretaria da Agricultura – foi projetada neste período da cidade em
expansão, entre os anos de 1892 e 1896, onde a arquitetura demonstrava o viver
paulistano da época, destacada pela sua qualidade artística, com técnicas que
mesclam o bico de pena a delicadas aquarelas (BUENO, Siqueira; p. 10. 2015).
Segundo Lemos (1993, p. 30) essas duas construções completariam a face sul do
Largo do Palácio, com linguagem erudita, imponentes e severas, atendiam
plenamente o receituário acadêmico.
Referente a setorização, o arquiteto toma a mesma direção adotada por
Guadet, a partir das três vertentes básicas: área intima, de serviço e social, tendo,
entre elas, uma rede de cômodos, devem estar conectados e próximos, e ainda
conter o formato retangular, com duas janelas e ser arejados e iluminados até o
meio dia.
O zoneamento é um aspecto muito presente nesta obra, tratando-se de um
edifício público, onde o hall configura-se de maneira essencial para a circulação da
secretaria. Verifica-se a hierarquia dos pavimentos, onde no térreo destinam-se as
áreas sociais e de serviço e no segundo pavimento a ocupação de pessoas de
cargos de extrema importância, com os gabinetes e salas de reuniões.
Assim como o edifício do Tesouro, o edifício da Secretaria da Agricultura foi
projetado como um bloco quase cubico, onde as fachadas mostram, por meio da
modenatura e aberturas, a organização do espaço interior. Composto de três
pavimentos até a década de 1950 – onde se acrescentou o ático – as salas
encontram-se dispostas ao redor de um hall central cuja cobertura é translucida. Os
elementos decorativos avançam com o pórtico em arcos, onde as colunas coríntias e
o frontão estabelecem a simetria da construção.
Segundo Carvalho (p. 136, 1956) referente aos materiais construtivos, o
arquiteto fez a utilização alvenaria de tijolos armada, acabamento em bossagem no
plinto, que também aparece no interior do hall, dando-lhe aspecto de pátio, e deste
se tem o acesso aos sanitários, escadas, salas e outros ambientes internos. No
segundo pavimento, essa função ficara a cargo de uma galeria, que dará acesso as
demais salas e a escada que leva ao terceiro andar, todas com guarda corpo com
arabescos típicos da época, em ferro contorcido, e acabamento do corrimão em
madeira de traços neoclassicistas; nota-se a presença de luminárias feita de ferro,
originárias da Austrália. Em todos os ambientes percebe-se o cuidado com os
detalhes, todos dotados de grande exuberância, exemplificado pelo trecho abaixo:
“[...] Ricamente decorado, a frente desse edifico apresenta um pavilhão
central mais elevado, como sua irmã a Tesouraria, ornado de seis colunas
de estilo coríntio. Três grandes arcadas guarnecidas de balões e
balaustradas constituem as aberturas centrais correspondentes ao salão
nobre da casa [...]“ (KUHL, Beatriz; p. 113 -114, 1998).
A mesma autora disserta em seu livro “Ramos de Azevedo”, de 1956, que os
materiais de construção e de acabamento utilizados nas Secretarias do Estado
dificilmente foram encontrados em São Paulo no final do século XIX, conforme
abaixo:
“[...] os materiais cerâmicos são básicos e, dentre eles, tijolos de vários tipos
serão empregados em paredes portantes, arcos, pisos, acabamentos, além
de ladrilhos, azulejos e telhas [...] nos revestimentos, colunas e
entablamentos, conjuntos escultóricos, guarda-corpos, escadarias e pisos, a
preferência por pedras nobres de procedência europeia, tais como
mármores de diversas cores, os arenitos e os granitos [...] “ (CARVALHO,
Maria; p. 136, 1956).
Esses materiais indicam as origens da arquitetura de Ramos de Azevedo e
também a sua qualidade, podendo-se citar também a cobertura do telhado em
estrutura de madeira e suas telhas de cerâmica, com exceção a cobertura do hall
em telhas de vidro e estrutura de ferro, de origem belga. Em sua decoração interior,
o edifício da Secretaria da Agricultura possui lambris, objetos em bronze, pinturas e
gessos e refinamentos como as obras da Fonderies du Val d’Osne, que era o
principal centro de fundição artística da França.
Em concordância com CARVALHO (1956), Eudes Campos escreve na sua
obra magistral "Arquitetura Paulistana sob o Império", descrevendo o edifico da
Secretaria da Agricultura:
“[...] Na época eram ambos considerados de estilo Renascença, mas
notava-se que a sede da Secretaria da Agricultura (1891-1896) se filiava à
escola alemã, em virtude de, sem dúvida, estarem as colunas de seu
antecorpo com o terço inferior diferenciado por uma ornamentação de forte
sabor maneirista. Na parte interna, o belo vestíbulo central da tesouraria, de
pé-direito duplo e iluminado por uma ampla claraboia, e os recintos
decorados com afrescos, dos quais se destacava o salão de honra, cuja
decoração original ainda permanece, faziam, conjuntamente com seu
admirável exterior, com que esse edifício representasse o marco inicial de
uma etapa muito promissora na concepção de prédios administrativos na
Capital [...]” (CAMPOS, Eudes; p.173 – 174, 1997)
Ramos de Azevedo preocupou-se no momento da elaboração do edifico em
projetá-lo de forma a representar a sua importância como instrumento público. Em
relação com o edifício do Tesouro, possui diferenças sutis que faz com que o
conjunto se torne uma unidade.
Em 1978, a Secretaria do Estado da Justiça ocupou ambas as Secretarias
construídas por Ramos de Azevedo, ocorrendo uma reforma de restauração
concluída em 1979, onde todo o equipamento original dos dois edifícios encontrava-
se bem preservado, como se pode verificar no recorte da Revista Memória Paulista
(anexo 1).
Para receber a Secretária da Justiça, ocorrerem algumas mudanças na
planta, onde houve a remoção de algumas paredes que configuravam salas
menores ao redor do pátio interno, e delas acessavam-se dois ou mais ambientes.
Esse tipo de configuração aconteceu muito na arquitetura neoclássica, que segundo
Goulart (2000), nos interiores dessas construções, as plantas eram organizadas em
torno do saguão, que funcionava como peça de recepção e de articulação vertical e
horizontal nas residências e edifícios civis do século XVIII.
Em 26 de setembro de 2013, a secretária da Justiça Eloisa de Sousa Arruda
assinou convênio com a organização Museu a Céu Aberto para revitalização dos
prédios centenários do Pátio do Colégio, incluindo o restauro das fachadas e dos
telhados, obras de acessibilidade e a elaboração de projetos de reparo das demais
áreas, que totalizam cerca de 5.600 m². O levantamento técnico dos dois prédios foi
feito com o auxílio da tecnologia de escaneamento em três dimensões, o que
garante maior precisão do estudo, sem necessidade de contato físico com
superfícies e objetos, o que poderia ocasionar danos à arquitetura.
Em visita, é possível observar no assoalho da biblioteca recortado,
evidenciando a passagem subterrânea que ligava os dois prédios, fechada em
meados do século XX por questões sanitárias. Nas paredes do Salão Nobre, anexo
ao gabinete do secretário, há retratos de autoridades da administração paulista –
todos pintados à mão. Em 22 de janeiro de 1987, por meio da Lei 5.553, o prédio nº
148 da Secretaria recebeu o nome do jurista “Palácio Ernesto Leme”, que entre
1964/65 ocupou o cargo de secretário da Justiça.
Além das transformações na estrutura, ocorreram mudanças nas pinturas dos
imóveis e paredes internas, que podem ser notadas atualmente por meio de
resquícios das pinturas originais deixadas nas paredes, portas ou ornamentos, para
a visibilidade da cronologia histórica do patrimônio, bem como para a execução de
possíveis restaurações, além da retirada da quadre metálica que separava o térreo
dos demais andares na claraboia – projeto original – por uma estrutura de vidro
laminado no lugar da grade metálica e recolocada a estrutura de ferro.
O conjunto arquitetônico da Secretaria da Justiça foi tombado pelo Decreto
Municipal nº 26.818, de 09 de setembro de 1988 através do
o CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural
e Ambiental da cidade de São Paulo), como integrante do acervo a ser preservado
no núcleo histórico do “Pateo do Collegio”, com preservação integral do bem
tombado: volumetria, características arquitetônicas externas e internas, sendo tão
somente admitidas intervenções pertinentes à conservação e restauro da edificação.
REFERÊNCIAS
BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira; REIS; Escritório Ramos de Azevedo - A
Arquitetura e a Cidade. Centro Cultural Correios, São Paulo – SP, 2015.
CAMPOS, Eudes; Arquitetura paulistana sob o Império - aspectos da formação
da cultura burguesa em São Paulo. Tese (Doutorado em Arquitetura) – FAU USP.
São Paulo. 4v. São Paulo – SP. Editora Digiprint, 1997
CAMPOS, Eudes; Nos caminhos da Luz, antigos palacetes da elite paulistana.
Anais do Museu Paulista: história e cultura material 13.1 (2005): 11-57. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-
47142005000100002&script=sci_arttext > Acesso em 30 mai. 2017
CARVALHO, Maria Cristina Wolff; Bem-morar em São Paulo, 1880-1910: Ramos
de Azevedo e os modelos europeus. Anais do Museu Paulista 4.1 (1996): 165-
200. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5340 4 >
Acesso em 30 mai. 2017
CARVALHO, Maria Cristina Wolff. Ramos de Azevedo. São Paulo – SP; Vol. 14.
Editora: Edusp, 1956.
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira; Ramos de Azevedo e o seu Escritório. São
Paulo – SP; Editora Pini, 1993.
CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural
e Ambiental da Cidade de São Paulo. Resolução 07/ CONPRESP/ 2015; Decreto
Municipal nº 26.818, de 09 de setembro de 1988. Disponível em: <
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/Re0715TPatiodoColegioPDF_1432144
845.pdf> Acesso em 5 de jun. 2017.
DIÁRIO POPULAR; Prédios Centenários vão ser abertos à visitação pública.
Edifício Sec. Do Estado da Justiça (Pátio do Colégio) – Ed. II, – Arquivo Histórico de
São Paulo.
KUHL, Beatriz Mugayar; Arquitetura do Ferro e a Arquitetura Ferroviária em São
Paulo – Reflexões sobre a sua Preservação. Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=dXBcjKgVWPwC&pg=PA113&lpg=PA113&d
q=materiais+utilizados+por+ramos+de+azevedo+%22secretarias%22&source=bl&ot
s=LffrXIOzXt&sig=HpanCJkcGBnxDg0Fv4nMh6PdI0g&hl=ptBR&sa=X&ved=0ahUKE
wjpiM6a-LjUAhXIEJAKHZ41DbEQ6AEISDAG#v=onepage&q&f=false> Acesso em
05 de jun. 2017.
MEMÓRIA PAULISTA; Excelente Conservação; Edifício Sec. Do Estado da Justiça
(Pátio do Colégio) – Ed. II, – Arquivo Histórico de São Paulo.
PATEO DO COLLEGIO – Jesuítas; Pateo do Collegio – Linha do Tempo. São
Paulo – SP. Disponível em: < https://www.pateodocollegio.com.br/cultura/pateo-do-
collegio-linha-do-tempo/ > Acesso em 30 mai. 2017
SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA; Linha do Tempo. São
Paulo – SP. Disponível em: <
http://www.justica.sp.gov.br/portal/site/SJDC/menuitem.
97e1bb36d9357408e345f391390f8ca0/?vgnextoid=c92bcc533f73e310VgnVCM1000
0093f0c80aRCRD >. Acesso em 30 mai. 2017
THEODORO, Janice; São Paulo de Ramos de Azevedo: da cidade colonial à
cidade romântica. Anais do Museu Paulista 4.1 (1996): 201-208. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v4n1/a16v4n1.pdf 3 >. Acesso em 31 mai. 2017
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo;
Catálogo de desenhos de arquitetura da Biblioteca da FAUUSP. São Paulo –
SP. VITAE - Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social, 1988.

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Arquitetura Neorrenascentista de Ramos de Azevedo

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ ARQUITETURA E URBANISMO IZIS FERREIRA PAIXÃO KAIQUE SANTOS DE OLIVEIRA MIRELI ALEXANDRE DA SILVA NUBIA CORLETTO THAMIRES CORREIA RESENHA SECRETARIAS DO ESTADO – RAMOS DE AZEVEDO SANTO ANDRÉ – SP 2017
  • 2. CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo Prof.: Enrique Staschower Alunos: Izis Ferreira Paixão RA: 718682 Kaique Santos de Oliveira RA: 720720 Mireli Alexandre da Silva RA:718702 Núbia Corletto dos Anjos RA: Thamires Correia RA: 718641 RESENHA SECRETARIAS DO ESTADO – RAMOS DE AZEVEDO SANTO ANDRÉ – SP 2017
  • 3. RESENHA SECRETARIAS DO ESTADO: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Ramos de Azevedo Por Izis Ferreira Paixão, Kaique de Oliveira Santos, Mireli Alexandre da Silva, Núbia Corletto dos Anjos e Thamires Correia, estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Fundação Santo André Francisco de Paula Ramos de Azevedo (08/12/1851 – 13/06/1928) mais conhecido como Ramos de Azevedo, nasceu em São Paulo, falecendo no munícipio de Guarujá, onde foi casado com Sra. Eugenia L. Ramos de Azevedo. Iniciou seus estudos na Escola Militar do Rio de Janeiro (1869-72), matriculando-se posteriormente na Universidade de Rela, Gand na Bélgica onde se formou Engenheiro-Arquiteto no ano de 1878. Visconde de Parnaíba, seu grande protetor, ofereceu os primeiros projetos importantes de sua carreira em sua capital Campinas onde o mesmo considerava sua cidade natal, iniciando sua vida profissional em 1883 concluindo a obra inacabada da Igreja Matriz (Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, v. 51, p. 491-492,1952). Em 1886, retornou para a capital de São Paulo onde projetou e executou dois projetos para o governo em estilo neorrenascentista, as primeiras obras do arquiteto na cidade conhecidas como “As Secretarias do Estado”. Apesar do arquiteto ter adquirido, no fim da vida, a apreço pela causa nacionalista das pesquisas neocoloniais, suas obras mais importantes foram orientadas pela tradição europeia beaux arts do estilo neoclássico e do ecletismo acadêmico, dando forma material à chamada belle époque paulistana, onde sua arquitetura possuía traços próprios, vistos como ecléticos, compatível ao apelo modernizador da época, equiparado aos movimentos de Art Nouveau e Art Déco. Ramos de Azevedo buscava harmonizar suas obras com os métodos e as matérias-primas acessíveis no mundo industrial do século XIX, por isso os projetos arquitetônicos preponderavam a funcionalidade. A utilização de alvenaria de tijolo armado caracteriza seus edifícios públicos, institucionais e privados, enquanto suas obras residenciais destacavam-se pela distribuição dos espaços, com maior rigor estilístico.
  • 4. Entre os anos 1900 e 1917 foi vice-diretor da Escola Politécnica, adotando de uma maneira permanente a diretoria em outubro de 1917, após o falecimento do amigo Antônio Francisco de Paula Souza, que ocupava o cargo e que já havia trabalhado nas obras do quartel da Luz em 1888. Permaneceu na diretoria da Escola durante 36 anos, dedicando-se especialmente a aperfeiçoar, com o próprio dinheiro, o laboratório tecnológico do local, hoje o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT (São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, VITA, p. 13-15, 1988). Foi também político, eleito senador estadual em São Paulo em junho de 1904, embora tenha exercido a função por pouco mais de um ano. Em janeiro de 1934, uma homenagem póstuma inaugurou o Monumento Ramos de Azevedo na Avenida Tiradentes, em frente ao edifício da Pinacoteca do Estado – importante obra do engenheiro-arquiteto. Em 1973, devido às obras do metrô, o monumento foi transferido para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, onde permanece, até hoje, na praça que leva o nome do arquiteto, próxima à Escola Politécnica, instituição que ajudou a criar. Em seu contexto histórico a atuação de Ramos de Azevedo coincide com um período de grandes transformações arquitetônicas em São Paulo, a partir da segunda metade do século XIX, fundamenta-se no desenvolvimento da economia cafeeira, promovendo a criação de novas estradas de ferro, movimentando a comercialização da cidade, aumentando o crescimento populacional e atraindo europeus a região. Desenvolvendo assim os bairros do Brás, Bom Retiro e Mooca. “[...] Mas o rápido crescimento populacional e a necessidade e semelhança das modernas cidades europeias, saneadas e urbanizadas, exigem da administração pública, a execução de obras de vulto. Nesse sentido algumas áreas de várzea são aterradas, pontos de abastecimento de alimentos (mercados) são construídos, o serviço de água e esgoto começa a se implantar [...]” (BUENO, Siqueira, p. 20, 2015) A partir da vinda do arquiteto para São Paulo, iniciam-se as mudanças arquitetônicas, promovendo aos moradores salubridade, energia, alimentos uma infraestrutura completa e mudanças principalmente nas residências, implantando o zoneamento europeu, porém não totalmente fiel ao tradicional (CARVALHO, Cristina; p. 13, 1996).
  • 5. Segundo Lemos (1993, p.29-30), após reestabelecida a Capitania de São Paulo, em 1766 o governador-general Morgado de Mateus instalou a sede de seu governo no antigo colégio dos jesuítas, que passou a se chamar Palácio do Governo, abrigando grande parte de seus departamentos administrativos. No entanto, com o decorrer dos anos foram necessárias ampliações devido ao aumento das repartições e funcionários, mas que eram limitadas devido o edifício colonial ter sido construído às margens do Tamanduateí. Para solucionar este problema, o presidente da Província João Teodoro Xavier providenciou a construção do primeiro público desapropriando as residências vizinhas ao Palácio da antiga Rua das Casinhas – atual Rua do Tesouro – até o limite da antiga Rua do Rosário – atual XV de Novembro – cuja fachada do edifico neoclássico inaugurado em 1877 criaria um diálogo com o conjunto arquitetônico projetado por Ramos em uma localidade próxima, anos depois. Conhecidos como “Secretarias do Estado”, os edifícios projetados por Ramos de Azevedo para a Tesouraria da Fazenda, a Secretaria da Agricultura e a Secretaria de Polícia, no pátio do Colégio – área envoltória da Praça da Sé, ambos harmônicos nas relações entre volumes e espaços abertos, onde, conforme Lemos (1993): “[...] Ramos de Azevedo teve o privilégio único de expressar-se com toda a autonomia, com possibilidade de materializar plenamente o seu ideário estético reformulando um espaço urbano destinado à concentração de edifícios da administração pública [...]”. (LEMOS, Carlos; p. 29, 1993). Tratava-se, pois, assim, de uma intervenção no espaço urbano e histórico da cidade, oriundo da época dos padres jesuítas, já programado pelos órgãos administrativos, onde para a criação da praça cívica que articularia os três edifícios neo-renascentistas e a ampliação do Palácio do Governo era necessário a demolição da igreja1 conventual – que após uma tempestade teve o telhado e parte 1 Segundo site institucional do Pateo do Collegio (2017) a igreja veio a ser construída novamente após o IV Centenário da Cidade de São Paulo, quando o governador Lucas Garcez promulgou a lei nº 2658 de 1954 transferindo a Companhia de Jesus o domínio pleno do terreno situado no Pátio do Colégio, destinado à construção do Colégio e da Igreja, o primeiro viria a ser a “Casa de Anchieta”, onde seria organizando o Museu Colonial, manutenção de cursos e atividades culturais e conservação das relíquias remanescentes da construção anterior (parede de taipa, cripta). Ambas as construções ficaram a cargo de Carlos Alberto Gomes de Cardim Filho, onde foi reconstruído com rigorosa fidelidade arquitetônica do prédio terminado em 1681, utilizando de base a imagem iconográfica dos remanescentes do antigo colégio dos jesuítas, pintada por Thomas Ender e duas fotografias de Augusto Militão.
  • 6. da nave destruída - , local este que ficou conhecido em alguns anos como Largo do Palácio e ficando sob a responsabilidade do arquiteto somente a sua forma final. Após a inauguração do edifício da Tesouraria do Fazenda em 1981, a obra em estudo – Secretaria da Agricultura – foi projetada neste período da cidade em expansão, entre os anos de 1892 e 1896, onde a arquitetura demonstrava o viver paulistano da época, destacada pela sua qualidade artística, com técnicas que mesclam o bico de pena a delicadas aquarelas (BUENO, Siqueira; p. 10. 2015). Segundo Lemos (1993, p. 30) essas duas construções completariam a face sul do Largo do Palácio, com linguagem erudita, imponentes e severas, atendiam plenamente o receituário acadêmico. Referente a setorização, o arquiteto toma a mesma direção adotada por Guadet, a partir das três vertentes básicas: área intima, de serviço e social, tendo, entre elas, uma rede de cômodos, devem estar conectados e próximos, e ainda conter o formato retangular, com duas janelas e ser arejados e iluminados até o meio dia. O zoneamento é um aspecto muito presente nesta obra, tratando-se de um edifício público, onde o hall configura-se de maneira essencial para a circulação da secretaria. Verifica-se a hierarquia dos pavimentos, onde no térreo destinam-se as áreas sociais e de serviço e no segundo pavimento a ocupação de pessoas de cargos de extrema importância, com os gabinetes e salas de reuniões. Assim como o edifício do Tesouro, o edifício da Secretaria da Agricultura foi projetado como um bloco quase cubico, onde as fachadas mostram, por meio da modenatura e aberturas, a organização do espaço interior. Composto de três pavimentos até a década de 1950 – onde se acrescentou o ático – as salas encontram-se dispostas ao redor de um hall central cuja cobertura é translucida. Os elementos decorativos avançam com o pórtico em arcos, onde as colunas coríntias e o frontão estabelecem a simetria da construção. Segundo Carvalho (p. 136, 1956) referente aos materiais construtivos, o arquiteto fez a utilização alvenaria de tijolos armada, acabamento em bossagem no plinto, que também aparece no interior do hall, dando-lhe aspecto de pátio, e deste se tem o acesso aos sanitários, escadas, salas e outros ambientes internos. No segundo pavimento, essa função ficara a cargo de uma galeria, que dará acesso as
  • 7. demais salas e a escada que leva ao terceiro andar, todas com guarda corpo com arabescos típicos da época, em ferro contorcido, e acabamento do corrimão em madeira de traços neoclassicistas; nota-se a presença de luminárias feita de ferro, originárias da Austrália. Em todos os ambientes percebe-se o cuidado com os detalhes, todos dotados de grande exuberância, exemplificado pelo trecho abaixo: “[...] Ricamente decorado, a frente desse edifico apresenta um pavilhão central mais elevado, como sua irmã a Tesouraria, ornado de seis colunas de estilo coríntio. Três grandes arcadas guarnecidas de balões e balaustradas constituem as aberturas centrais correspondentes ao salão nobre da casa [...]“ (KUHL, Beatriz; p. 113 -114, 1998). A mesma autora disserta em seu livro “Ramos de Azevedo”, de 1956, que os materiais de construção e de acabamento utilizados nas Secretarias do Estado dificilmente foram encontrados em São Paulo no final do século XIX, conforme abaixo: “[...] os materiais cerâmicos são básicos e, dentre eles, tijolos de vários tipos serão empregados em paredes portantes, arcos, pisos, acabamentos, além de ladrilhos, azulejos e telhas [...] nos revestimentos, colunas e entablamentos, conjuntos escultóricos, guarda-corpos, escadarias e pisos, a preferência por pedras nobres de procedência europeia, tais como mármores de diversas cores, os arenitos e os granitos [...] “ (CARVALHO, Maria; p. 136, 1956). Esses materiais indicam as origens da arquitetura de Ramos de Azevedo e também a sua qualidade, podendo-se citar também a cobertura do telhado em estrutura de madeira e suas telhas de cerâmica, com exceção a cobertura do hall em telhas de vidro e estrutura de ferro, de origem belga. Em sua decoração interior, o edifício da Secretaria da Agricultura possui lambris, objetos em bronze, pinturas e gessos e refinamentos como as obras da Fonderies du Val d’Osne, que era o principal centro de fundição artística da França. Em concordância com CARVALHO (1956), Eudes Campos escreve na sua obra magistral "Arquitetura Paulistana sob o Império", descrevendo o edifico da Secretaria da Agricultura: “[...] Na época eram ambos considerados de estilo Renascença, mas notava-se que a sede da Secretaria da Agricultura (1891-1896) se filiava à escola alemã, em virtude de, sem dúvida, estarem as colunas de seu antecorpo com o terço inferior diferenciado por uma ornamentação de forte sabor maneirista. Na parte interna, o belo vestíbulo central da tesouraria, de pé-direito duplo e iluminado por uma ampla claraboia, e os recintos decorados com afrescos, dos quais se destacava o salão de honra, cuja decoração original ainda permanece, faziam, conjuntamente com seu
  • 8. admirável exterior, com que esse edifício representasse o marco inicial de uma etapa muito promissora na concepção de prédios administrativos na Capital [...]” (CAMPOS, Eudes; p.173 – 174, 1997) Ramos de Azevedo preocupou-se no momento da elaboração do edifico em projetá-lo de forma a representar a sua importância como instrumento público. Em relação com o edifício do Tesouro, possui diferenças sutis que faz com que o conjunto se torne uma unidade. Em 1978, a Secretaria do Estado da Justiça ocupou ambas as Secretarias construídas por Ramos de Azevedo, ocorrendo uma reforma de restauração concluída em 1979, onde todo o equipamento original dos dois edifícios encontrava- se bem preservado, como se pode verificar no recorte da Revista Memória Paulista (anexo 1). Para receber a Secretária da Justiça, ocorrerem algumas mudanças na planta, onde houve a remoção de algumas paredes que configuravam salas menores ao redor do pátio interno, e delas acessavam-se dois ou mais ambientes. Esse tipo de configuração aconteceu muito na arquitetura neoclássica, que segundo Goulart (2000), nos interiores dessas construções, as plantas eram organizadas em torno do saguão, que funcionava como peça de recepção e de articulação vertical e horizontal nas residências e edifícios civis do século XVIII. Em 26 de setembro de 2013, a secretária da Justiça Eloisa de Sousa Arruda assinou convênio com a organização Museu a Céu Aberto para revitalização dos prédios centenários do Pátio do Colégio, incluindo o restauro das fachadas e dos telhados, obras de acessibilidade e a elaboração de projetos de reparo das demais áreas, que totalizam cerca de 5.600 m². O levantamento técnico dos dois prédios foi feito com o auxílio da tecnologia de escaneamento em três dimensões, o que garante maior precisão do estudo, sem necessidade de contato físico com superfícies e objetos, o que poderia ocasionar danos à arquitetura. Em visita, é possível observar no assoalho da biblioteca recortado, evidenciando a passagem subterrânea que ligava os dois prédios, fechada em meados do século XX por questões sanitárias. Nas paredes do Salão Nobre, anexo ao gabinete do secretário, há retratos de autoridades da administração paulista – todos pintados à mão. Em 22 de janeiro de 1987, por meio da Lei 5.553, o prédio nº
  • 9. 148 da Secretaria recebeu o nome do jurista “Palácio Ernesto Leme”, que entre 1964/65 ocupou o cargo de secretário da Justiça. Além das transformações na estrutura, ocorreram mudanças nas pinturas dos imóveis e paredes internas, que podem ser notadas atualmente por meio de resquícios das pinturas originais deixadas nas paredes, portas ou ornamentos, para a visibilidade da cronologia histórica do patrimônio, bem como para a execução de possíveis restaurações, além da retirada da quadre metálica que separava o térreo dos demais andares na claraboia – projeto original – por uma estrutura de vidro laminado no lugar da grade metálica e recolocada a estrutura de ferro. O conjunto arquitetônico da Secretaria da Justiça foi tombado pelo Decreto Municipal nº 26.818, de 09 de setembro de 1988 através do o CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo), como integrante do acervo a ser preservado no núcleo histórico do “Pateo do Collegio”, com preservação integral do bem tombado: volumetria, características arquitetônicas externas e internas, sendo tão somente admitidas intervenções pertinentes à conservação e restauro da edificação.
  • 10.
  • 11. REFERÊNCIAS BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira; REIS; Escritório Ramos de Azevedo - A Arquitetura e a Cidade. Centro Cultural Correios, São Paulo – SP, 2015. CAMPOS, Eudes; Arquitetura paulistana sob o Império - aspectos da formação da cultura burguesa em São Paulo. Tese (Doutorado em Arquitetura) – FAU USP. São Paulo. 4v. São Paulo – SP. Editora Digiprint, 1997 CAMPOS, Eudes; Nos caminhos da Luz, antigos palacetes da elite paulistana. Anais do Museu Paulista: história e cultura material 13.1 (2005): 11-57. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101- 47142005000100002&script=sci_arttext > Acesso em 30 mai. 2017 CARVALHO, Maria Cristina Wolff; Bem-morar em São Paulo, 1880-1910: Ramos de Azevedo e os modelos europeus. Anais do Museu Paulista 4.1 (1996): 165- 200. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5340 4 > Acesso em 30 mai. 2017 CARVALHO, Maria Cristina Wolff. Ramos de Azevedo. São Paulo – SP; Vol. 14. Editora: Edusp, 1956. LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira; Ramos de Azevedo e o seu Escritório. São Paulo – SP; Editora Pini, 1993. CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Resolução 07/ CONPRESP/ 2015; Decreto Municipal nº 26.818, de 09 de setembro de 1988. Disponível em: < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/Re0715TPatiodoColegioPDF_1432144 845.pdf> Acesso em 5 de jun. 2017. DIÁRIO POPULAR; Prédios Centenários vão ser abertos à visitação pública. Edifício Sec. Do Estado da Justiça (Pátio do Colégio) – Ed. II, – Arquivo Histórico de São Paulo. KUHL, Beatriz Mugayar; Arquitetura do Ferro e a Arquitetura Ferroviária em São Paulo – Reflexões sobre a sua Preservação. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=dXBcjKgVWPwC&pg=PA113&lpg=PA113&d q=materiais+utilizados+por+ramos+de+azevedo+%22secretarias%22&source=bl&ot s=LffrXIOzXt&sig=HpanCJkcGBnxDg0Fv4nMh6PdI0g&hl=ptBR&sa=X&ved=0ahUKE
  • 12. wjpiM6a-LjUAhXIEJAKHZ41DbEQ6AEISDAG#v=onepage&q&f=false> Acesso em 05 de jun. 2017. MEMÓRIA PAULISTA; Excelente Conservação; Edifício Sec. Do Estado da Justiça (Pátio do Colégio) – Ed. II, – Arquivo Histórico de São Paulo. PATEO DO COLLEGIO – Jesuítas; Pateo do Collegio – Linha do Tempo. São Paulo – SP. Disponível em: < https://www.pateodocollegio.com.br/cultura/pateo-do- collegio-linha-do-tempo/ > Acesso em 30 mai. 2017 SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA; Linha do Tempo. São Paulo – SP. Disponível em: < http://www.justica.sp.gov.br/portal/site/SJDC/menuitem. 97e1bb36d9357408e345f391390f8ca0/?vgnextoid=c92bcc533f73e310VgnVCM1000 0093f0c80aRCRD >. Acesso em 30 mai. 2017 THEODORO, Janice; São Paulo de Ramos de Azevedo: da cidade colonial à cidade romântica. Anais do Museu Paulista 4.1 (1996): 201-208. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v4n1/a16v4n1.pdf 3 >. Acesso em 31 mai. 2017 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Catálogo de desenhos de arquitetura da Biblioteca da FAUUSP. São Paulo – SP. VITAE - Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social, 1988.