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DeClaraJornal do Agrupamento Escolas Clara de Resende
nº15JULHO2018
Maria Ribeiro, nº19, 6ºE
Maria Carlota, 7ºano
2
DeClara, nº 15 julho de 2018
EDITORIAL
RESPOSTAS AOS DESAFIOS
AS NOSSAS ESCOLHAS ...
SUGESTÕES DO MÊS
O QUE ACONTECEU ...
DESAFIOS DO MÊS
Editorial
“A educação é a arma mais poderosa que
podemos usar para mudar o mundo!
Devemos promover a coragem onde há
medo, promover o acordo onde existe
conflito, e inspirar esperança onde há
desespero. Uma boa cabeça e um bom
coração formam sempre uma combinação
formidável!”
Nelson Mandela
Cá estamos com o último jornal do ano letivo
2017-2018. O DeClara é, mais uma vez, fruto de
um trabalho coletivo, feito por toda a
Comunidade Educativa. É um Jornal plural que
disponibiliza as suas páginas para voz a todos
aqueles que têm coisas a dizer: alunos,
professores, encarregados de educação/pais e
funcionários. E, mais uma vez, a oportunidade
foi aproveitada por quem tinha algo a partilhar
connosco!
O final deste ano letivo tem sido muito difícil
para todos! Desejo que rapidamente tudo se
resolva e permita o merecido descanso da
comunidade educativa!
A alunos e professores que terminam agora
uma etapa das suas vidas e saem da escola,
desejo as maiores felicidades. Aos que ficam e
aos que entram desejo também que sejam
muito felizes!
Gostei muito de trabalhar com todos vocês.
Boas férias!
Isabel Santos Pereira
Agrupamento Clara de Resende
O QUE ESCREVEM OS PROFESSORES
É BOM SABER ...
TRABALHOS DOS ALUNOS
APECR ESCREVEU...
3
DeClara, nº 15 julho de 2018
É BOM SABER ...
Sabias que?
RENÉ DESCARTES, Criou a geometria
analítica no século XVII. Responsável por
representar os números naquele gráfico com
eixos x e y, batizado de cartesiano em sua
homenagem. A geometria analítica
revolucionou a matemática, tornando mais
fácil “enxergar” relações entre números e
compreender conceitos abstratos. Descartes
morreu de pneumonia no castelo da rainha
Cristina da Suécia, que o contratou como
professor de filosofia.
RESPOSTAS AOS DESAFIOS
DE JUNHO
Resposta ao desafio de Matemática
mês de junho
(A) 56 CUBOS
RESPOSTA ENIGMA POLICIAL DO MÊS
JUNHO
Mistérios em aberto - Nº7
Quem é o principal suspeito das
agressões?
A segunda vitima afirma que foi agredida,
desmaiou, e só acordou com a chegada da
polícia. No entanto, se os agentes tiveram
de forçar a porta porque a vitima
desmaiada estava encostada à mesma, o
agressor não teria conseguido sair do
quarto. Logo, a segunda vitima estava a
mentir.
CURIOSIDADES DE VERÃO
A temperatura mais alta de sempre registada
foi de 56,7 ºC a 10 de Julho de 1913 no Vale da
morte (Estados Unidos da América)
O primeiro fato de banho feminino foi criado
em meados de 1800 e tinha mangas compridas
de lã.
4
DeClara, nº 15 julho de 2018
DESAFIOS DO MÊS
Problema do mês de julho
Enigma policial do mês julho 2018
Mistérios em aberto - Nº 8
Armas ao Sol
O detetive Gusmão decidiu desafiar o seu neto
Constantino, que queria muito ser detetive quando
crescesse, e propôs-lhe um enigma. Chamou-o ao seu
escritório e disse-lhe:
- Vou dar-te um problema policial para resolver. Se
conseguires, aprenderás um pouco sobre a história
da medicina forense.
- Boa! – disse Constantino, que tirou o bloco de
apontamentos do bolso. -Dá-me as pistas.
- Tudo isto se passou numa aldeia chinesa, há muitos
séculos, durante uma seca terrível que sugou toda a
água dos poços. Um corpo foi encontrado esventrado
no campo, e os habitantes da aldeia pediram ajuda a
um velho sábio para descobrir quem era o assassino.
Depois de afastar as moscas e os insetos que se
reuniram à vota do cadáver, o velho sábio analisou a
ferida e concluiu que a vitima tinha sido atacada com
uma foice: nessa altura, e apesar de quase não haver
água, os camponeses viviam sobretudo à base da
agricultura e todos tinham foices que usavam para
trabalhar nos campos. A seguir o velho sábio pediu a
todos os homens da aldeia que se reunissem na
praça principal, com as suas foices. Finalmente pediu-
lhes que as pusessem no chão, com o punho
enterrado na areia e a lamina ao ar, ao sol abrasador
da tarde. Ao final de algumas horas, o velho sábio
conseguiu indicar que era o assassino. Como?
O constantino pensou por momentos e a
seguir deu a resposta correta.
Que resposta deu o Constantino?
O Rui escreveu vários números utilizando
apenas os algarismos 0 e 1. A soma destes
números é 2013. Observou-se que é impossível
obter a mesma soma com um menor número de
parcelas deste tipo. Quantos números foram
escritos pelo Rui?
2 3 4 5 204
resposta ao problema do mês :3
(0001,1001, 1011)
Desafio de Matemática
5
AS NOSSAS ESCOLHAS ...
DeClara, nº 15 julho de 2018
IMAGEM MÊS DE JULHO 2018
Ponto de partida. Destinos. Caminhos que se cruzam…
Secas do mês
Atenção: Estas anedotas são extremamente secas. Mesmo
muito secas! As mais secas que já alguma vez ouviste!
Qual é o elemento químico mais abundante nas
discostecas?
-É o TUNGS! TUNGS!ténio.
O que acontece quando os bandidos caem ao
mar?
-Uma onda de crimes.
Estão dois dicionários a discutir, vira-se um:
-Tu não te metas comigo! Olha que eu sei karaté,
judo, jiu-jítsu, aikido e uma data de outras
palavras em japonês.
Francisco Manta Rodrigues, 8ºB
6
SUGESTÕES DO MÊS
SUGESTÕES DO MÊS -
FILME
DeClara, nº 15 julho de 2018
A Verdadeira História do Capitão Gancho
Lembras-te do capitão Gancho? Achas que sabes
tudo sobre ele? O crocodilo, o relógio, o
gancho…nada disso!
Antes de ser o pirata mais procurado do império,
o capitão Gancho, filho ilegítimo de um rei,
tornou-se mais tarde um jovem marinheiro
humilde (quem diria), corajoso e que nunca
desistia dos seus sonhos.
Mas, o que o fez transformar-se no pirata que
ouviste falar?
Para saber, tens de ler a sua verdadeira história,
que é ainda mais fantástica do que a que
conhecíamos!
Boas férias!
Francisca Vareta 6ºA
2º Ciclo: “A verdadeira história do
Capitão Gancho”, de P.D. Baccalario
SUGESTÕES DO MÊS -
LEITURA
Década de 1950. Florence Green, uma viúva
culta e educada, chega à pacata cidade de
Hardborough, no litoral da Inglaterra, e
decide abrir uma livraria. Porém, contra
todas as expectativas, esta sua atitude vai
incomodar a vida da comunidade local, muito
conservadora e fechada sobre si mesmo.
Mas, ao dar-se conta da resistência da
população, Florence decide lutar contra
todas as adversidades, mostrando a todos de
que forma os livros podem abrir portas para
o mundo…
Esta é a versão cinematográfica da obra
homónima da autoria de Penelope Fitzgerald.
O elenco conta com Emily Mortimer, Bill
Nighy, Patricia Clarkson e Hunter Tremayne,
entre muitos outros.
Sugestão Biblioteca Escolar
Título original:
The Bookshop
De: Isabel Coixet
Com:
Emily Mortimer,
Bill Nighy,
Patricia Clarkson
Género: Drama
Outros dados:
ESP/GB/ALE,
2017, Cores, 113
min.
Filme do mês julho 2018 : “A Livraria”
7
DeClara, nº 15 julho de 2018
.
Esta história é narrada por Mestre João, físico e astrólogo
português, que regressou velho e doente a Portugal após ter
passado muitos anos no Oriente. A ação passa-se numa nau
da frota de Pedro Álvares Cabral, em 1501, onde foi recolhido
um náufrago inconsciente chamado Manuel, perto do Cabo
da Boa esperança, numa viagem de regresso a Portugal. Na
nau, Manuel conta uma história, na qual narra os
acontecimentos que o levaram ao naufrágio que o deixou
inconsciente. Durante esta história, o protagonista recorre a
analepses, onde conta ocorrências da sua adolescência, como
sonhos em que o seu pai estava a ser morto no mar pelo
Adamastor, sendo no final salvo pelo seu filho, que vence a
Avantesma (o Adamastor) numa luta, deixando o monstro
sedento de vingança. Quando o seu pai regressa a casa e
conta à família a sua odisseia, Manuel fica aterrorizado,
devido à semelhança entre o seu sonho e a história do pai.
Pouco tempo depois, Manuel é chamado para uma viagem ao
Brasil, seguida por uma viagem ao Oriente, que o leva a um
inevitável encontro com o Adamastor, que fará tudo para se
vingar de Manuel.
Gostarias de conhecer a história com maior pormenor? Ler o
livro é a melhor opção!
Francisco Manta Rodrigues, 8ºB
Sugestão de leitura Autónoma Ensino
Secundário
Como na noite em que Walter Dias visitou a filha, de novo os seus
passos se detêm no patamar, descalça-se rente à parede com a
agilidade duma sombra, prepara-se para subir a escada, e eu não
posso dissuadi-lo nem detê-lo, pela simples razão de que desejo que
atinja rapidamente o último degrau, abra a porta sem bater e entre
pelo limiar apertado, sem dizer uma palavra. E foi assim que
aconteceu. Ainda o tempo de reconstruir esses gestos não tinha
decorrido, e já ele se encontrava a meio do soalho segurando os
sapatos com uma das mãos. Chovia nessa noite distante de Inverno
sobre a planície de areia, e o ruído da água nas telhas protegia-nos
dos outros e do mundo como uma cortina cerrada que nenhuma
força humana poderia rasgar. De outro modo, Walter não teria
subido nem teria entrado no interior do quarto.
Biblioteca Escolar
3º Ciclo: “Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor”, de Manuel António Pina
TRABALHOS DOS ALUNOS
10º ANO
VIAJAR…
A partir da afirmação seguinte, os alunos de quatro
turmas do 10ºano, redigiram os seguintes textos
expositivos sobre a importância da aventura na vida
do ser humano e as experiências e as aprendizagens
que as viagens possibilitam ao ser humano.
Alma de viajante
Pleno século XXI, 8 biliões de pessoas, 197 países,
milhões de anos de História marcada por grandes
guerras, avanços nas civilizações, evolução de
espécies, conflitos religiosos, avanços tecnológicos,
sociais e médicos, invenções, descobertas,
descobrimentos de terras, criação de costumes e
práticas, partilha de conhecimentos, estudos
científicos, construção de marcos importantes,
acontecimentos geológicos marcantes e tudo isto no
nosso pequeno planeta.
De facto, a compilação da magnífica História da Terra
e do mundo atual num só livro aumentaria
exponencialmente a perceção da humanidade sobre
a História, mas apenas para aqueles que para além da
extensão e pormenorizada leitura que fariam, se
arriscariam a mergulhar de cabeça e destemidamente
numa complexidade de histórias das quais nunca
mais sairiam iguais; e talvez seja esse o objetivo, o
molde, aperfeiçoamento e elevação intelectual do
Homem a um nível semelhante à perfeição, que iria
colocar Os Lusíadas ao nível de uma mera história de
dormir que se conta aos mais jovens (e é de notar a
magnitude da obra camoniana).
Mas será que a leitura deste livro seria suficiente para
se poder dizer que o leitor conhece o Mundo?
Certamente que não. Poderia saber a imensidão dos
mercados tradicionais indianos, mas conseguiria
descrever ao pormenor a riqueza da cor das
especiarias? A maneira como o cheiro a açafrão se
mistura com o cheiro adocicado da canela? O rasto
do perfume deixado pelas mulheres que nas ruas
francesas passeiam atarefadamente em direção às
padarias típicas? Seria possível descrever a maneira
como os olhos de uma criança africana brilhariam ao
terem o seu brinquedo de sonho? Tal como foi
referido, as respostas a estas perguntas é não.
O mundo é, efetivamente, um imenso livro, mas um
livro ao qual a leitura não chega, ficando aquém da
realidade. É necessário viajar, fazendo-o com uma
mente aberta e de coração vazio, para que o regresso
a casa se faça apenas quando nos apercebemos que
nos encontramos completos, repletos de memórias,
experiências e aprendizagens. Talvez esse dito
regresso nunca aconteça. Afinal, um verdadeiro
viajante começa de alma vazia, mas nunca a enche,
há sempre mais um cheiro a sentir ou um sabor a
provar.
Ana Luísa Linda
10º A – nº1
8
DeClara, nº 15 julho de 2018
TRABALHOS DOS
ALUNOS – 10º ANO
“O mundo é um imenso livro do qual aqueles
que nunca saem de casa apenas leem uma
página.”
Agostinho de Hipona
Viajar… Viajar é algo simples, pois simplesmente é
uma arte, mas é uma porta que se abre para
conhecer o mundo que nos rodeia, é um salto num
trampolim cujo destino é uma cultura e uma forma
de viver diferentes. Viajar é, também, uma aventura
num local que nos é desconhecido.
Já que se falou em aventura, é apenas lógico explorar
agora esse tema. A aventura é algo necessário ao ser
humano, é algo que torna uma vida numa vida bem
vivida, pois o sentimento de se embarcar numa
aventura e a adrenalina que daí resulta é algo que o
ser humano necessita, o acelerar do coração, aquele
sentimento de se ser completo mesmo num lugar
desconhecido rodeado apenas da natureza e do
silêncio, a aventura pode consistir em ser-se
completo sendo apenas o mesmo.
Contudo, por vezes, para se encontrar esses
ambientes onde o ser humano se preenche pela
felicidade que da aventura resulta, é necessário
viajar. E viajar é algo único, é a arte de se conhecer
novos mundos detidos no mesmo mundo, de
conhecer novos planetas sem abandonar o nosso.
Viajar permite conhecer novas culturas, realidades e
pessoas, permite confraternizar e aprender com
essas pessoas, acima de tudo, dá um sentimento de
que se está em casa quando a sua casa se encontra,
por vezes, a milhares de quilómetros de distância.
Conclui-se com esta exposição, dizendo que tanto
viajar como o sentimento de aventura são dois
prazeres inigualáveis na vida do ser humano.
Rafael Luís Castro
10º A – nº 25
Malas, bilhetes, hotéis são tudo conceitos que se
associam à palavra viagem. Mas não haverá mais do
que isso? Mais do que meros bens materiais?
Atualmente viajar tem-se revelado algo acessível,
fácil e muito desejável. Mas viajar não é só a
atividade lúdica convencionalmente associada a esta
ação, viajar é aprender!
Assim, uma viagem engloba o respeito pelos outros e
pelos lugares que visitamos, engloba a aprendizagem
de novos costumes e culturas. Viajar ensina a como
ultrapassar fronteiras sem as quebrar. Viver num
mundo onde não saímos da nossa zona de conforto,
onde não adicionamos viagens à nossa vida, é como
viver num mundo sem magia, um mundo de rotinas e
sempre igual.
Conhecer o desconhecido, aventurar-se pelo mundo
fora é algo que cria não só vivências a nível cultural,
mas a nível espiritual. Ter a capacidade de deixar o
espírito desta deslocação, curta ou longa, nos
envolver, permite uma nova noção de vida. Nem tudo
o que se julga ou se adquire por verdade universal é
de facto algo legítimo. Viajar é o passaporte para as
respostas que sentados em casa não se conseguem
obter.
Os Descobrimentos, por exemplo, época de
novidades e muitas perguntas. Perguntas estas que
apenas obtiveram resposta quando os navegadores
portugueses se convenceram que eram capazes de
viajar e que eram capazes de ultrapassar as barreiras
humanas. Estas viagens trouxeram-lhes
conhecimento sobre o mundo exterior que até à
altura não sabiam nem da sua existência.
Concluindo, viajar não consiste em passear, mas sim
em evoluir como pessoas.
Mariana Pinheiro
10º B – nº 24
9
DeClara, nº 15 julho de 2018
A aventura é parte essencial da vida do ser humano,
independentemente da sua idade e personalidade.
Muitas vezes as pessoas não querem ser
aventureiras, pois consideram que já são muito
velhas ou que não gostam de sair, porém, sair e viajar
é extremamente importante. Viajar permite ao ser
humano aprender mais sobre os outros e as suas
culturas e assim, além de se ficar mais sábio, torna-se
também mais tolerante e com uma mente mais
aberta. Também permite que as pessoas convivam e
conheçam outras o que, nunca se sabe, pode mudar
as suas vidas para sempre.
Assim, o ser humano é sociável por natureza e é bom
comunicar e partilhar experiências com os outros,
ainda mais se for alguém de uma outra cultura com a
qual se possa aprender.
Citando Agostinho de Hipona, “O mundo é um
imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa
apenas leem uma página.”, ou seja, há muito mais do
mundo para além daquilo que o rodeia e é
importante arriscar e aventurar-se por novas
experiências. Nunca ninguém lê apenas a primeira
página de um livro e o põe de lado, então porquê
fazer isso com a sua vida? Os seres humanos que
arriscam e se aventuram são sempre mais felizes (até
porque estar fechado em casa não é bom para
ninguém).
Em conclusão, é importante viajar e arriscar na vida,
pois isso contribuirá para a sua saúde mental, bem
como cultura e forma de ver os outros países e o seu
papel no mundo.
Margarida Rodrigues
10º F – Nº14
Agostinho de Hipona partilha da opinião que “O
mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca
saem de casa apenas leem uma página.” Que
argumentos serão necessários para justificar esta
opinião?
Evidentemente, a vida dá a todas as pessoas
inúmeras oportunidades de vivências e experiências
que podem ou não aproveitar, de acordo com as suas
vontades. Por vezes, muitos dão desculpas para não
aproveitarem a única vida que o Mundo lhes deu,
como por exemplo, a falta de dinheiro para viajar, no
entanto, não é preciso deslocar-se para as Bahamas
para colecionar boas vivências. Uma viagem pode ser
feita em dez minutos, a um sítio diferente da cidade
que quem viaja desconhece. A um sítio desconhecido
e inspirador que poderá vir a proporcionar a alguém
momentos únicos e inesquecíveis, por exemplo, a
uma praia perto de casa. Por muito insignificante que
possa parecer, nada garante que não valha a pena
essa viagem e que não seja uma vivência a ler no
livro, tudo depende da disposição de cada um e de
quem é acompanhado.
Viver, viajar, experimentar são três caminhos para a
felicidade. São três conceitos muito presentes no
livro do Mundo em que cada um tem inúmeras
oportunidades para as concretizar. Quem não as
aproveita e fica em casa, desperdiça as belas histórias
que o livro proporciona.
Em suma, todos deviam sair de casa, aventurar-se,
colecionar momentos, porque isso não só constrói o
carácter de uma pessoa como proporciona a sua
felicidade. Aproveitar o que é dado de boa vontade
nunca é demais.
Maria Francisca Monteiro
10º G – Nº17
(Professora de Português Elisabete Moreira)
Boas Férias e Boas Viagens!
10
DeClara, nº 15 julho de 2018
TRABALHOS DOS ALUNOS
10ºANO
DESPERTEM O GOSTO PELA POESIA ...
TEXTOS DE APRECIAÇÃO CRÍTICA SOBRE A
LEITURA DE POEMAS DAS “RIMAS” DE LUÍS DE
CAMÕES
Esparsa
sua ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m’espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado:
Assi que, só para mim
anda o mundo concertado.
CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido,
revisto e prefaciado por
Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p.
102) (1.ª ed.:1595)
A Esparsa “Os bons vi sempre passar” é um pequeno
poema de Luís de Camões escrito na medida velha e
constituído por uma só estrofe. Enquadra-se no tema
do desconcerto do mundo, aproveitando assim o
poeta, neste curto desabafo para, num tom
melancólico e nostálgico, refletir sobre a ironia e a
ingratidão do nosso mundo.
Mais do que qualquer outro, este foi o que mais me
fascinou de toda a sua obra, não pela complexidade
das formas nem das belíssimas e formidáveis, às
vezes aterrorizadoras, figuras de estilo ou pelas
inúmeras mensagens veiculadas, mas sim devido à
sua simplicidade: maravilhou-me a verdade implícita
e sobretudo a sua universalidade escondida por trás
de uma máscara de simpreza.
Se houvesse uma entrada no dicionário para “O
mundo humano”, esta seria a definição que eu lá
colocaria, como se dez versos rotulassem, de uma vez
só, todo o sentimento, tudo quanto houvesse.
André Ribeiro
10º A – nº 2
11
DeClara, nº 15 julho de 2018
Amor é um fogo que arde sem se ver,
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido,
revisto e prefaciado por
Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p.
119) (1.ª ed.:1595)
Este poema faz parte da lírica clássica do autor Luís
de Camões, a medida nova. Neste poema, Camões
procurou conceituar a natureza contraditória do
amor. Não é um tema novo tanto é que já na
Antiguidade, o amor era visto como uma espécie de
cegueira, uma doença da razão, uma enfermidade de
consequências, às vezes, devastadoras.
A meu ver, este poema foi muito bem conseguido /
concretizado, uma vez que o poeta procurou analisar
o sentimento amoroso racionalmente, por meio de
uma operação de fundo intelectual, racional,
valendo-se de raciocínios próximos da lógica formal.
No entanto, como o amor é um sentimento subjetivo,
vago, imensurável, Camões acabou por concluir pela
ineficácia da sua análise, desembocando no paradoxo
do último verso. O sentir e o pensar são movimentos
antagónicos.
Creio que o sentir deseja e o pensar limita e, como o
poeta não podia separar aquilo que sentia daquilo
que pensava, o resultado, na prática textual, só podia
ser o acúmulo de contradições e paradoxos.
Concluímos assim que o amor é algo inexplicável,
poderoso, subjetivo… Um enigma aos olhos de cada
um.
Carolina Brandão
10º A - nº 4
A lírica camoniana
Ao longo de poucas aulas, foram estudados alguns
poemas de Luís de Camões.
É verdade que Camões era um homem culto, mas os
temas dos seus poemas tornaram-se um pouco
repetitivos para quem conhecia tanto do mundo.
Nos seus poemas, o poeta refletiu sobre a sua vida
pessoal (um inferno, segundo o mesmo), sobre o
Amor – é a sua própria experiência amorosa, dando a
entender que foi uma má experiência e representou
com bonitas palavras a sua amada e a Natureza. O
tema do desconcerto e da mudança foi um dos que
mais inquietou Camões.
O meu soneto preferido, de todos os estudados, é
“Amor é um fogo que arde sem se ver,”. É um poema
rico em metáforas e cheio de contradições com
sentido.
Camões, neste soneto, tentou definir o que é o Amor.
Sem dúvida que me identifiquei com as palavras do
poeta, como é que tanta gente sente o Amor sendo
este por si só um sentimento contraditório?
Francisca Oliveira
10ºB – nº 8
12
DeClara, nº 15 julho de 2018
Na lírica camoniana, o tema predominante é o amor
e, por isso, a minha escolha ser o poema “Amor é um
fogo que arde sem se ver,”.
Este poema tem a função de definir o que é o amor e
dessa maneira mostra a sua natureza contraditória
(“é um contentamento descontente, / é dor que
desatina sem doer.), a definição que o sujeito poético
dá ao amor é reforçada por uma anáfora onde é
repetido, no início de cada verso, o verbo “ser”.
Camões “fala” do amor de uma maneira em que
mostra às pessoas o tamanho sofrimento que o
mesmo traz, por isso e por muitas outras razões, na
última estrofe, chega à conclusão que não é fácil
defini-lo.
Apesar do sujeito poético admitir e mostrar a
dificuldade que teve ao definir o amor, eu penso que
o fez muito bem, pois conseguiu, de certo modo,
mostrar os dois lados do amor e conseguiu também
mostrar que não há uma definição, é algo que se
sente. É realmente um poema muito autêntico e
ousado visto que muitas pessoas tentam explicar o
que é o amor e só Camões o conseguiu fazer de uma
forma em que não diz muito, mas acaba por dizer o
que todos sentem.
É de facto fascinante ver o quanto o sujeito poético
foi expressivo e a facilidade que demonstrou, não a
definir o amor, mas sim a natureza contraditória dele.
É um poema muito bem conseguido e muito
inspirador, o que se reflete no seu sucesso.
Mariana Gomes
10º G – nº 20
13
DeClara, nº 15 julho de 2018
Endechas
A ũa cativa com quem andava d’amores
na Índia, chamada Bárbora
Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.
Ũa graça viva,
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha;
bem parece estranha,
mas bárbora não.
Presença serena
que a tormenta amansa;
nela enfim descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo,
e, pois nela vivo,
é força que viva.
CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido,
revisto e prefaciado por
Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (pp.
89-90) (1.ª ed.:1595)
O poema “Endechas”, de Luís de Camões, surge no
seu livro Rimas e retrata a paixão do poeta por uma
mulher indiana.
Camões inicia o poema com um trocadilho bastante
perspicaz ao dizer “Aquela cativa, / que me tem
cativo,” e continua o poema tecendo elogios à
“cativa”, comparando-a às flores e às estrelas. A
forma como o autor elogia os seus atributos físicos,
como o cabelo e pele escura, que seriam
considerados “feios” na Europa, é enternecedora. O
poeta remata este poema ao referir que “vive nela”,
algo que também considerei bastante belo.
Gostei muito deste poema, adorei a forma como
Camões declara o seu amor por uma mulher de cor
desavergonhadamente, algo que naquela altura seria
um escândalo. Além disso, as palavras e metáforas
usadas para a descrever são lindas e fazem-nos
perceber o amor que tem por ela. Camões demonstra
neste poema uma mentalidade à frente do seu
tempo, algo que considerei incrível.
Margarida Rodrigues
10º F – nº 14
14
DeClara, nº 15 julho de 2018
Tanto do meu estado me acho incerto,
Tanto de meu estado me acho incerto,
que em vivo ardor tremendo estou de frio;
sem causa, juntamente choro e rio,
o mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
da alma um fogo me sai, da vista um rio;
agora espero, agora desconfio,
agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando,
nũ’hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar ũ’ hora.
Se me pergunta alguém porque assi ando,
respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.
CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido e
prefaciado por
Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p.
118) (1.ª ed.:1595)
Luís de Camões escreveu inúmeras obras de grande
valor e o poema “Tanto do meu estado me acho
incerto,” salienta, uma vez mais, a qualidade da sua
escrita.
Nesta composição poética, o escritor dá
a conhecer a multiplicidade de sentimentos
contraditórios que o amor o faz experienciar. No
decorrer da leitura, vemos que o sujeito poético vive
num constante linear entre a alegria e a tristeza e,
apesar de todos os sentimentos descritos, o “eu”
lírico não encontra uma explicação concreta para
eles. Assim sendo, só a partir do último terceto é que
a origem da sua vulnerabilidade nos é revelada.
No verso “da alma um fogo me sai, da
vista um rio;”, através da metáfora, o escritor
apresenta perfeitamente os sentimentos
contraditórios que o amor o faz sentir: paixão e
sofrimento. O autor consegue ainda fazer--nos
imaginar o que está a passar, por exemplo, através do
verso “Estando em terra, chego ao Céu voando,”, o
que reflete a riqueza da sua escrita. Na chave de ouro
ficamos a saber que o poeta se encontra num estado
de ambiguidade desde que viu a sua amada.
Em suma, as grandes composições de
Camões permitem-nos, simultaneamente, imaginar
como este se sente e viver os sentimentos com ele.
Sofia Pinto,
10º G – nº 26
(Professora de Português: Elisabete Moreira)
Poesia…
As férias são um bom motivo para
descobrir a beleza e a
intemporalidade das suas palavras!
15
DeClara, nº 15 julho de 2018
16
Teresa Marramaque 11º Ano
DeClara, nº 15 julho de 2018
TRABALHOS DOS
ALUNOS – 11º ANO
TRABALHO 11ºano
Ação de Formação
A APECR dinamizou em conjunto com o IAFE
(Instituto da Empresa) uma ação de formação sobre
primeiros socorros. Esta ação destinada
prioritariamente aos assistentes operacionais, PEE e
professores iniciou-se no dia 11 de junho e teve
como objetivos principais a aquisição de
competências básicas no domínio dos primeiros
socorros. Sabemos que hoje em dia, o elevado
número de acidentes que ocorrem dentro das
escolas têm como principais 'atores' os alunos e é em
face destas situações que, quisemos dotar alguns dos
intervenientes da escola com conhecimentos
teóricos e práticos que lhes permitam atuar
convenientemente em caso de acidentes.
Sabemos que para muitos não foi fácil frequentar
esta ação em período pós-laboral.
A todos/as o nosso muito obrigado!
E o café oferecido pela APECR no intervalo....
Fátima Martins
Helena Tavares
Sónia Valente
17
O QUE ACONTECEU …
DeClara, nº 15 julho de 2018
18
APECR ESCREVEU...
DeClara, nº 15 julho de 2018
Quando chegamos ao mês de junho, milhares de
alunos/as de todo o país estão a terminar o ano
letivo. Sabemos que oficialmente essa data será a
31 de agosto, mas para muitos estudantes o facto
de as aulas terminarem e as notas serem afixadas
significa fim de etapa. Para outros, aqueles que têm
exames, essa fase terminará mais tarde.
Este ciclo de acontecimentos, para uns mais e para
outros menos tranquilo, foi irremediavelmente
comprometido pela greve dos professores. Muitos
poderão alegar que quando as aulas terminam os
estudantes já fizeram a sua autoavaliação e já
discutiram as notas com os seus professores/as,
pelo que, maioritariamente, saberão as notas que
lhes serão atribuídas. E os outros?
Neste role incluíram-se os estudantes que tiveram
exames, muitos dos quais começaram a realizar
provas sem saberem as notas. Que importa,
perguntam alguns, o que eles têm mesmo é que se
aplicar e realizarem as provas com cuidado e brio. É
certo, mas será que todos reagem de forma
tranquila à incerteza?
Aqui pelo meio temos todos os alunos/as que
pretendem mudar de escola. É um direito que lhes
assiste, mas como poderão fazê-lo sem conhecerem
as suas notas? Na prática é impossível!
Uns, cumprindo a sua parte ao longo do ano letivo,
conheceram as suas avaliações finais, pediram
transferência para a escola que pretendiam (se foi
esse o seu desejo) e foram de férias tranquilos.
Outros, muitíssimos ainda, continuam na incerteza,
comprometendo o seu futuro e obrigando as
famílias a alterarem planos.
Está certo? É justo? Certamente não!
O desenrolar dos acontecimentos leva-nos ainda a
prever dificuldades para o arranque do próximo ano
letivo. Algumas escolas, nas quais se incluiu a nossa,
fizeram matrículas condicionais, tentando organizar
o futuro. Outras nem por isso … Mais uma vez, está
certo? É justo? Certamente não!
A greve é um direito inalienável de qualquer
trabalhador/a mas os direitos de uns “cruzam-se”
com os direitos de outros e neste país democrático,
esta greve criou uma enorme desigualdade entre os
estudantes!
A quietude esperada nesta época do ano, que
permite retemperar forças e preparar o futuro, está
transformada em tumulto e confusão,
comprometendo esse mesmo futuro.
É urgente que os atores desta parte da nossa
história do ano 2018, professores e ministério da
educação, se entendam e cheguem a consensos,
possibilitando que o capítulo escolar do ano 2017-
2018 se encerre e seja escrito com um “final feliz”.
Apesar da conclusão do ano letivo não estar a
decorrer da melhor forma, ao longo do ano
aconteceram coisas boas que vale a pena salientar e
valorizar. Entre muitíssimas, recordamos que duas
alunas foram distinguidas com o prémio “Rumo à
Excelência”, o clube de teatro levou à cena “Sonho
de uma noite de verão”, alguns alunos de
secundário participaram no projeto da universidade
católica “Design Thinkers em (educ)ação”, outros no
“Innovation Challenge”, outros ainda na “Empresa”
da Junior Achivement e muitas histórias foram
contadas com o projeto “Formas e figuras – histórias
que se podem contar”.
Mais uma vez foi dada voz e visibilidade ao trabalho
dos alunos/as, professores/as, PEE e demais
intervenientes na vida da escola, através do jornal
DeClara.
Feitas as contas, está na altura de todos/as irmos de
férias, recuperar energias para voltarmos em
setembro, revigorados/as e cheios/as de energia.
Boas férias!
Helena Tavares
(presidente da APECR)
Bom dia a todos,
Porque as férias estão a chegar,
é tempo de interromper alguns
dos trabalhos e de fazer ouras
actividades, conforme o gosto
e possibilidades de cada um.
A leitura, a reflexão, a viagem,
a partilha de momentos únicos com a família,
amigos e desconhecidos, animais e a natureza são
algumas de muitas dessas actividades.
Deixo-vos dois textos para a vossa viagem. Não se
esqueçam de calçar sandálias de vento!
Boas Férias!
Ester Varzim
“IDADE
Para onde foi o tempo que passou?”
Este será porventura um dos maiores “clichés” que
já escutámos, mas nem por isso é menos verdadeiro.
Com efeito, passados os quarentas desta vida, já
bem adiantados os cinquentas, sessentas ou por aí
andando nessa autoestrada sempre
demasiadamente apressada da nossa idade, é ver
instalarem-se entre os grupos de amigos, as frases
aparentemente gastas. “Passou tudo tão
depressa...”. “Ainda ontem estávamos nos nossos
vintes…”. “Para onde foi a vida? Nem dei pelo tempo
passar…”.
Depois olhamos para os mais novos - filhos,
sobrinhos, afilhados, netos - e comentamos com a
nostalgia na ponta do olhar… “Fazem-nos velhos...”
A realidade é que o tempo faz das suas. E que
assusta, assusta. Cansamo-nos mais. Fazemos tudo
mais devagar. Levamos mais tempo para nos
recompormos. Nem sempre nos reconhecemos
quando nos olhamos ao espelho. A memória, a vista,
a audição deixam de comparecer a cem por cento
quando são convocadas. Aparecem as mazelas do
corpo. As cicatrizes na alma. Os quartos vazios no
coração. Enfim, uma coleção que pode impor um
certo respeito, se não pararmos para escutar o que a
nossa vida nos pede. Apenas um pouco de atenção
a cada minuto, um mimo de nós para nós a cada
momento.
E há tanto a fazer. Viver a vida. Mesmo se ela nos fez
sofrer demais. Especialmente se ela nos fez sofrer
assim. Sair, fazer o que adiámos. Mergulhar, pintar,
dizer o que há tanto tempo espera para ser dito.
Dormir, ler, escrever, fotografar a viagem que
sonhámos. Ouvir música, tocar um instrumento, ir
ao cinema, ao jardim, andar a pé, correr, jogar à
bola, andar de bicicleta, ficar em casa apenas porque
nos apetece ver o sol a entrar pela janela… tanta,
tanta coisa que ficou para fazer. Esquecer
convenções que nos tornam infelizes só para agradar
aos outros ou à imagem que pensamos que os
outros têm de nós. Mudar até de vida, se for preciso,
para que a vida se fortaleça.
E escusam de vir alguns com a história dos egoísmos,
das sustentabilidades, dos envelhecimentos ativos e
afins. Já demos tanto de nós. Já nada temos de
provar a ninguém, nem a nós mesmos. Chega!
Fizemos o que tínhamos de fazer durante décadas
para passar em todos os exames da vida. Agora é
chegado o merecido tempo do recreio. Com alegria e
sem justificações. A única coisa que deveremos
continuar a provar a cada dia é o nosso sentido de
Humanidade e de Solidariedade e esses, acredito,
também se enriqueceram com a vida.
Porque ter mais idade também nos dá essa
segurança de saber – ou pelo menos adivinhar em
boa parte - como é que a história continua. Afinal já
vivemos um bocado e sabemos quais as “alíneas”
que nos pode reservar. Já quase nada nos causa
admiração. E é preciso algo mesmo muito sério para
nos deixar atrapalhados.
E são poucas as coisas que nos metem realmente
medo. E essas, bem, com essas, pouco há a fazer,
infelizmente. Com as rugas e os cabelos brancos
vieram também as respostas que são precisas e que
encontrámos a duras penas no trabalho de uma
vida. Veio também mais compreensão para o
mistério que nos rodeia, maior ternura para quem
nos acompanha, uma grande empatia com o outro e
com o sofrimento alheio, um colo para cada
pequena falha de que nenhum de nós está livre e
um sentimento de humildade e gratidão muito
grandes perante o Mundo e o Universo.
( continua...)
19
O QUE ESCREVEM OS
PROFESSORES...
DeClara, nº 15 julho de 2018
Por isso não receemos. Não vale mesmo a pena ter
medo. Tê-lo para quê, afinal? De nada adianta. Há
tanta coisa que nos ultrapassa certamente. Não
temos controlo sobre tudo. E esse é também um dos
grandes ensinamentos do tempo maior.
Não digo que saibamos tudo. Naturalmente que não.
E os mais jovens têm muito para nos ensinar. Faz
parte da idade maior saber também acolhê-los e
incentivá-los nessa sua estrada.
Apenas que não precisamos de tentar parecer jovens
para ocuparmos o lugar a que temos direito, num
mundo que parece não saber lidar muito bem com
os extremos etários: os mais novos e os mais velhos.
Não faço também a apologia do desinteresse pelo
mundo, nem digo que não estejamos alerta perante
o que podemos mudar ou melhorar. Afirmo
precisamente o contrário. Apelo a que nos
consciencializemos do tanto que temos ainda a fazer
nesse mesmo mundo, mas numa vertente de
realização e expressão pessoais constantemente
proteladas pelo ritmo alucinante que insiste em
marcar as nossas vidas de trabalho. E que lutemos
com todas as nossas forças pelo direito urgente e
inadiável a esse tempo.
Porque é chegada a hora de viver a sério. Mesmo
que seja apenas um minuto de cada vez. Mesmo que
seja só um minuto. Mas que seja cada um deles o
mais precioso minuto que tivemos na vida.
Paula Coelho Pais
Lisboa, 16 de março de 2018”
----------------------------------------------------------------------
“Calçar sandálias de vento
Paul Claudel confessou que todos os dias agradecia a
Deus o facto de o poeta Arthur Rimbaud ter existido,
pois foi com esse guia inesperado que aprendeu a
quebrar a casca do visível.
Dos escritos de Rimbaud conservo duas imagens.
Uma é referente ao período em que o jovem poeta
alugou uma mansarda em Paris, numa rua sombria e
sem história. Contudo, teve sorte, pois, apesar disso,
a sua janela estreita dava para o jardim de uma
escola com árvores enormes. Há uma carta dessa
época na qual Rimbaud descreve o momento do
amanhecer em que «todos os pássaros iniciam o seu
cântico ao mesmo tempo». E fala, maravilhado,
como se de uma necessidade irrecusável se tratasse,
da vontade que então sentia de ficar a olhar o
mundo, a olhá-lo simplesmente, naquela ocasião em
que tudo parecia captado por uma hora indizível.
Outra imagem que me vem ao pensamento é
também uma carta, endereçada a Georges Izambard,
que representa um grito nómada: «Vamos, chapéu,
capote, os dois polegares nos bolsos e saiamos.
Avante, estrada.» A pessoa humana não é apenas o
que já é, mas é um poder ser, um ser a caminho, em
vias de, como se estivesse destinada até ao fim a
nascer. Por isso, ao lado dos nossos sapatos,
colocados tranquilamente no armário, temos de
guardar umas «sandálias de vento», pois são elas
que nos levam a compreender que a vida não se
cumpre nos mapas, mas no caminho e na viagem.”
José Tolentino de Mendonça, “O pequeno caminho
das grandes perguntas”, Quetzal Editores, Lisboa,
2017, p.152
20
DeClara, nº 15 julho de 2018
21
DeClara, nº 15 julho de 2018
…até setembro
Boas férias e…

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De clara 15 julho 2018

  • 1. DeClaraJornal do Agrupamento Escolas Clara de Resende nº15JULHO2018 Maria Ribeiro, nº19, 6ºE Maria Carlota, 7ºano
  • 2. 2 DeClara, nº 15 julho de 2018 EDITORIAL RESPOSTAS AOS DESAFIOS AS NOSSAS ESCOLHAS ... SUGESTÕES DO MÊS O QUE ACONTECEU ... DESAFIOS DO MÊS Editorial “A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo! Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero. Uma boa cabeça e um bom coração formam sempre uma combinação formidável!” Nelson Mandela Cá estamos com o último jornal do ano letivo 2017-2018. O DeClara é, mais uma vez, fruto de um trabalho coletivo, feito por toda a Comunidade Educativa. É um Jornal plural que disponibiliza as suas páginas para voz a todos aqueles que têm coisas a dizer: alunos, professores, encarregados de educação/pais e funcionários. E, mais uma vez, a oportunidade foi aproveitada por quem tinha algo a partilhar connosco! O final deste ano letivo tem sido muito difícil para todos! Desejo que rapidamente tudo se resolva e permita o merecido descanso da comunidade educativa! A alunos e professores que terminam agora uma etapa das suas vidas e saem da escola, desejo as maiores felicidades. Aos que ficam e aos que entram desejo também que sejam muito felizes! Gostei muito de trabalhar com todos vocês. Boas férias! Isabel Santos Pereira Agrupamento Clara de Resende O QUE ESCREVEM OS PROFESSORES É BOM SABER ... TRABALHOS DOS ALUNOS APECR ESCREVEU...
  • 3. 3 DeClara, nº 15 julho de 2018 É BOM SABER ... Sabias que? RENÉ DESCARTES, Criou a geometria analítica no século XVII. Responsável por representar os números naquele gráfico com eixos x e y, batizado de cartesiano em sua homenagem. A geometria analítica revolucionou a matemática, tornando mais fácil “enxergar” relações entre números e compreender conceitos abstratos. Descartes morreu de pneumonia no castelo da rainha Cristina da Suécia, que o contratou como professor de filosofia. RESPOSTAS AOS DESAFIOS DE JUNHO Resposta ao desafio de Matemática mês de junho (A) 56 CUBOS RESPOSTA ENIGMA POLICIAL DO MÊS JUNHO Mistérios em aberto - Nº7 Quem é o principal suspeito das agressões? A segunda vitima afirma que foi agredida, desmaiou, e só acordou com a chegada da polícia. No entanto, se os agentes tiveram de forçar a porta porque a vitima desmaiada estava encostada à mesma, o agressor não teria conseguido sair do quarto. Logo, a segunda vitima estava a mentir. CURIOSIDADES DE VERÃO A temperatura mais alta de sempre registada foi de 56,7 ºC a 10 de Julho de 1913 no Vale da morte (Estados Unidos da América) O primeiro fato de banho feminino foi criado em meados de 1800 e tinha mangas compridas de lã.
  • 4. 4 DeClara, nº 15 julho de 2018 DESAFIOS DO MÊS Problema do mês de julho Enigma policial do mês julho 2018 Mistérios em aberto - Nº 8 Armas ao Sol O detetive Gusmão decidiu desafiar o seu neto Constantino, que queria muito ser detetive quando crescesse, e propôs-lhe um enigma. Chamou-o ao seu escritório e disse-lhe: - Vou dar-te um problema policial para resolver. Se conseguires, aprenderás um pouco sobre a história da medicina forense. - Boa! – disse Constantino, que tirou o bloco de apontamentos do bolso. -Dá-me as pistas. - Tudo isto se passou numa aldeia chinesa, há muitos séculos, durante uma seca terrível que sugou toda a água dos poços. Um corpo foi encontrado esventrado no campo, e os habitantes da aldeia pediram ajuda a um velho sábio para descobrir quem era o assassino. Depois de afastar as moscas e os insetos que se reuniram à vota do cadáver, o velho sábio analisou a ferida e concluiu que a vitima tinha sido atacada com uma foice: nessa altura, e apesar de quase não haver água, os camponeses viviam sobretudo à base da agricultura e todos tinham foices que usavam para trabalhar nos campos. A seguir o velho sábio pediu a todos os homens da aldeia que se reunissem na praça principal, com as suas foices. Finalmente pediu- lhes que as pusessem no chão, com o punho enterrado na areia e a lamina ao ar, ao sol abrasador da tarde. Ao final de algumas horas, o velho sábio conseguiu indicar que era o assassino. Como? O constantino pensou por momentos e a seguir deu a resposta correta. Que resposta deu o Constantino? O Rui escreveu vários números utilizando apenas os algarismos 0 e 1. A soma destes números é 2013. Observou-se que é impossível obter a mesma soma com um menor número de parcelas deste tipo. Quantos números foram escritos pelo Rui? 2 3 4 5 204 resposta ao problema do mês :3 (0001,1001, 1011) Desafio de Matemática
  • 5. 5 AS NOSSAS ESCOLHAS ... DeClara, nº 15 julho de 2018 IMAGEM MÊS DE JULHO 2018 Ponto de partida. Destinos. Caminhos que se cruzam…
  • 6. Secas do mês Atenção: Estas anedotas são extremamente secas. Mesmo muito secas! As mais secas que já alguma vez ouviste! Qual é o elemento químico mais abundante nas discostecas? -É o TUNGS! TUNGS!ténio. O que acontece quando os bandidos caem ao mar? -Uma onda de crimes. Estão dois dicionários a discutir, vira-se um: -Tu não te metas comigo! Olha que eu sei karaté, judo, jiu-jítsu, aikido e uma data de outras palavras em japonês. Francisco Manta Rodrigues, 8ºB 6 SUGESTÕES DO MÊS SUGESTÕES DO MÊS - FILME DeClara, nº 15 julho de 2018 A Verdadeira História do Capitão Gancho Lembras-te do capitão Gancho? Achas que sabes tudo sobre ele? O crocodilo, o relógio, o gancho…nada disso! Antes de ser o pirata mais procurado do império, o capitão Gancho, filho ilegítimo de um rei, tornou-se mais tarde um jovem marinheiro humilde (quem diria), corajoso e que nunca desistia dos seus sonhos. Mas, o que o fez transformar-se no pirata que ouviste falar? Para saber, tens de ler a sua verdadeira história, que é ainda mais fantástica do que a que conhecíamos! Boas férias! Francisca Vareta 6ºA 2º Ciclo: “A verdadeira história do Capitão Gancho”, de P.D. Baccalario SUGESTÕES DO MÊS - LEITURA Década de 1950. Florence Green, uma viúva culta e educada, chega à pacata cidade de Hardborough, no litoral da Inglaterra, e decide abrir uma livraria. Porém, contra todas as expectativas, esta sua atitude vai incomodar a vida da comunidade local, muito conservadora e fechada sobre si mesmo. Mas, ao dar-se conta da resistência da população, Florence decide lutar contra todas as adversidades, mostrando a todos de que forma os livros podem abrir portas para o mundo… Esta é a versão cinematográfica da obra homónima da autoria de Penelope Fitzgerald. O elenco conta com Emily Mortimer, Bill Nighy, Patricia Clarkson e Hunter Tremayne, entre muitos outros. Sugestão Biblioteca Escolar Título original: The Bookshop De: Isabel Coixet Com: Emily Mortimer, Bill Nighy, Patricia Clarkson Género: Drama Outros dados: ESP/GB/ALE, 2017, Cores, 113 min. Filme do mês julho 2018 : “A Livraria”
  • 7. 7 DeClara, nº 15 julho de 2018 . Esta história é narrada por Mestre João, físico e astrólogo português, que regressou velho e doente a Portugal após ter passado muitos anos no Oriente. A ação passa-se numa nau da frota de Pedro Álvares Cabral, em 1501, onde foi recolhido um náufrago inconsciente chamado Manuel, perto do Cabo da Boa esperança, numa viagem de regresso a Portugal. Na nau, Manuel conta uma história, na qual narra os acontecimentos que o levaram ao naufrágio que o deixou inconsciente. Durante esta história, o protagonista recorre a analepses, onde conta ocorrências da sua adolescência, como sonhos em que o seu pai estava a ser morto no mar pelo Adamastor, sendo no final salvo pelo seu filho, que vence a Avantesma (o Adamastor) numa luta, deixando o monstro sedento de vingança. Quando o seu pai regressa a casa e conta à família a sua odisseia, Manuel fica aterrorizado, devido à semelhança entre o seu sonho e a história do pai. Pouco tempo depois, Manuel é chamado para uma viagem ao Brasil, seguida por uma viagem ao Oriente, que o leva a um inevitável encontro com o Adamastor, que fará tudo para se vingar de Manuel. Gostarias de conhecer a história com maior pormenor? Ler o livro é a melhor opção! Francisco Manta Rodrigues, 8ºB Sugestão de leitura Autónoma Ensino Secundário Como na noite em que Walter Dias visitou a filha, de novo os seus passos se detêm no patamar, descalça-se rente à parede com a agilidade duma sombra, prepara-se para subir a escada, e eu não posso dissuadi-lo nem detê-lo, pela simples razão de que desejo que atinja rapidamente o último degrau, abra a porta sem bater e entre pelo limiar apertado, sem dizer uma palavra. E foi assim que aconteceu. Ainda o tempo de reconstruir esses gestos não tinha decorrido, e já ele se encontrava a meio do soalho segurando os sapatos com uma das mãos. Chovia nessa noite distante de Inverno sobre a planície de areia, e o ruído da água nas telhas protegia-nos dos outros e do mundo como uma cortina cerrada que nenhuma força humana poderia rasgar. De outro modo, Walter não teria subido nem teria entrado no interior do quarto. Biblioteca Escolar 3º Ciclo: “Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor”, de Manuel António Pina
  • 8. TRABALHOS DOS ALUNOS 10º ANO VIAJAR… A partir da afirmação seguinte, os alunos de quatro turmas do 10ºano, redigiram os seguintes textos expositivos sobre a importância da aventura na vida do ser humano e as experiências e as aprendizagens que as viagens possibilitam ao ser humano. Alma de viajante Pleno século XXI, 8 biliões de pessoas, 197 países, milhões de anos de História marcada por grandes guerras, avanços nas civilizações, evolução de espécies, conflitos religiosos, avanços tecnológicos, sociais e médicos, invenções, descobertas, descobrimentos de terras, criação de costumes e práticas, partilha de conhecimentos, estudos científicos, construção de marcos importantes, acontecimentos geológicos marcantes e tudo isto no nosso pequeno planeta. De facto, a compilação da magnífica História da Terra e do mundo atual num só livro aumentaria exponencialmente a perceção da humanidade sobre a História, mas apenas para aqueles que para além da extensão e pormenorizada leitura que fariam, se arriscariam a mergulhar de cabeça e destemidamente numa complexidade de histórias das quais nunca mais sairiam iguais; e talvez seja esse o objetivo, o molde, aperfeiçoamento e elevação intelectual do Homem a um nível semelhante à perfeição, que iria colocar Os Lusíadas ao nível de uma mera história de dormir que se conta aos mais jovens (e é de notar a magnitude da obra camoniana). Mas será que a leitura deste livro seria suficiente para se poder dizer que o leitor conhece o Mundo? Certamente que não. Poderia saber a imensidão dos mercados tradicionais indianos, mas conseguiria descrever ao pormenor a riqueza da cor das especiarias? A maneira como o cheiro a açafrão se mistura com o cheiro adocicado da canela? O rasto do perfume deixado pelas mulheres que nas ruas francesas passeiam atarefadamente em direção às padarias típicas? Seria possível descrever a maneira como os olhos de uma criança africana brilhariam ao terem o seu brinquedo de sonho? Tal como foi referido, as respostas a estas perguntas é não. O mundo é, efetivamente, um imenso livro, mas um livro ao qual a leitura não chega, ficando aquém da realidade. É necessário viajar, fazendo-o com uma mente aberta e de coração vazio, para que o regresso a casa se faça apenas quando nos apercebemos que nos encontramos completos, repletos de memórias, experiências e aprendizagens. Talvez esse dito regresso nunca aconteça. Afinal, um verdadeiro viajante começa de alma vazia, mas nunca a enche, há sempre mais um cheiro a sentir ou um sabor a provar. Ana Luísa Linda 10º A – nº1 8 DeClara, nº 15 julho de 2018 TRABALHOS DOS ALUNOS – 10º ANO “O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa apenas leem uma página.” Agostinho de Hipona
  • 9. Viajar… Viajar é algo simples, pois simplesmente é uma arte, mas é uma porta que se abre para conhecer o mundo que nos rodeia, é um salto num trampolim cujo destino é uma cultura e uma forma de viver diferentes. Viajar é, também, uma aventura num local que nos é desconhecido. Já que se falou em aventura, é apenas lógico explorar agora esse tema. A aventura é algo necessário ao ser humano, é algo que torna uma vida numa vida bem vivida, pois o sentimento de se embarcar numa aventura e a adrenalina que daí resulta é algo que o ser humano necessita, o acelerar do coração, aquele sentimento de se ser completo mesmo num lugar desconhecido rodeado apenas da natureza e do silêncio, a aventura pode consistir em ser-se completo sendo apenas o mesmo. Contudo, por vezes, para se encontrar esses ambientes onde o ser humano se preenche pela felicidade que da aventura resulta, é necessário viajar. E viajar é algo único, é a arte de se conhecer novos mundos detidos no mesmo mundo, de conhecer novos planetas sem abandonar o nosso. Viajar permite conhecer novas culturas, realidades e pessoas, permite confraternizar e aprender com essas pessoas, acima de tudo, dá um sentimento de que se está em casa quando a sua casa se encontra, por vezes, a milhares de quilómetros de distância. Conclui-se com esta exposição, dizendo que tanto viajar como o sentimento de aventura são dois prazeres inigualáveis na vida do ser humano. Rafael Luís Castro 10º A – nº 25 Malas, bilhetes, hotéis são tudo conceitos que se associam à palavra viagem. Mas não haverá mais do que isso? Mais do que meros bens materiais? Atualmente viajar tem-se revelado algo acessível, fácil e muito desejável. Mas viajar não é só a atividade lúdica convencionalmente associada a esta ação, viajar é aprender! Assim, uma viagem engloba o respeito pelos outros e pelos lugares que visitamos, engloba a aprendizagem de novos costumes e culturas. Viajar ensina a como ultrapassar fronteiras sem as quebrar. Viver num mundo onde não saímos da nossa zona de conforto, onde não adicionamos viagens à nossa vida, é como viver num mundo sem magia, um mundo de rotinas e sempre igual. Conhecer o desconhecido, aventurar-se pelo mundo fora é algo que cria não só vivências a nível cultural, mas a nível espiritual. Ter a capacidade de deixar o espírito desta deslocação, curta ou longa, nos envolver, permite uma nova noção de vida. Nem tudo o que se julga ou se adquire por verdade universal é de facto algo legítimo. Viajar é o passaporte para as respostas que sentados em casa não se conseguem obter. Os Descobrimentos, por exemplo, época de novidades e muitas perguntas. Perguntas estas que apenas obtiveram resposta quando os navegadores portugueses se convenceram que eram capazes de viajar e que eram capazes de ultrapassar as barreiras humanas. Estas viagens trouxeram-lhes conhecimento sobre o mundo exterior que até à altura não sabiam nem da sua existência. Concluindo, viajar não consiste em passear, mas sim em evoluir como pessoas. Mariana Pinheiro 10º B – nº 24 9 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 10. A aventura é parte essencial da vida do ser humano, independentemente da sua idade e personalidade. Muitas vezes as pessoas não querem ser aventureiras, pois consideram que já são muito velhas ou que não gostam de sair, porém, sair e viajar é extremamente importante. Viajar permite ao ser humano aprender mais sobre os outros e as suas culturas e assim, além de se ficar mais sábio, torna-se também mais tolerante e com uma mente mais aberta. Também permite que as pessoas convivam e conheçam outras o que, nunca se sabe, pode mudar as suas vidas para sempre. Assim, o ser humano é sociável por natureza e é bom comunicar e partilhar experiências com os outros, ainda mais se for alguém de uma outra cultura com a qual se possa aprender. Citando Agostinho de Hipona, “O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa apenas leem uma página.”, ou seja, há muito mais do mundo para além daquilo que o rodeia e é importante arriscar e aventurar-se por novas experiências. Nunca ninguém lê apenas a primeira página de um livro e o põe de lado, então porquê fazer isso com a sua vida? Os seres humanos que arriscam e se aventuram são sempre mais felizes (até porque estar fechado em casa não é bom para ninguém). Em conclusão, é importante viajar e arriscar na vida, pois isso contribuirá para a sua saúde mental, bem como cultura e forma de ver os outros países e o seu papel no mundo. Margarida Rodrigues 10º F – Nº14 Agostinho de Hipona partilha da opinião que “O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa apenas leem uma página.” Que argumentos serão necessários para justificar esta opinião? Evidentemente, a vida dá a todas as pessoas inúmeras oportunidades de vivências e experiências que podem ou não aproveitar, de acordo com as suas vontades. Por vezes, muitos dão desculpas para não aproveitarem a única vida que o Mundo lhes deu, como por exemplo, a falta de dinheiro para viajar, no entanto, não é preciso deslocar-se para as Bahamas para colecionar boas vivências. Uma viagem pode ser feita em dez minutos, a um sítio diferente da cidade que quem viaja desconhece. A um sítio desconhecido e inspirador que poderá vir a proporcionar a alguém momentos únicos e inesquecíveis, por exemplo, a uma praia perto de casa. Por muito insignificante que possa parecer, nada garante que não valha a pena essa viagem e que não seja uma vivência a ler no livro, tudo depende da disposição de cada um e de quem é acompanhado. Viver, viajar, experimentar são três caminhos para a felicidade. São três conceitos muito presentes no livro do Mundo em que cada um tem inúmeras oportunidades para as concretizar. Quem não as aproveita e fica em casa, desperdiça as belas histórias que o livro proporciona. Em suma, todos deviam sair de casa, aventurar-se, colecionar momentos, porque isso não só constrói o carácter de uma pessoa como proporciona a sua felicidade. Aproveitar o que é dado de boa vontade nunca é demais. Maria Francisca Monteiro 10º G – Nº17 (Professora de Português Elisabete Moreira) Boas Férias e Boas Viagens! 10 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 11. TRABALHOS DOS ALUNOS 10ºANO DESPERTEM O GOSTO PELA POESIA ... TEXTOS DE APRECIAÇÃO CRÍTICA SOBRE A LEITURA DE POEMAS DAS “RIMAS” DE LUÍS DE CAMÕES Esparsa sua ao desconcerto do mundo Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e, para mais m’espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau, mas fui castigado: Assi que, só para mim anda o mundo concertado. CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p. 102) (1.ª ed.:1595) A Esparsa “Os bons vi sempre passar” é um pequeno poema de Luís de Camões escrito na medida velha e constituído por uma só estrofe. Enquadra-se no tema do desconcerto do mundo, aproveitando assim o poeta, neste curto desabafo para, num tom melancólico e nostálgico, refletir sobre a ironia e a ingratidão do nosso mundo. Mais do que qualquer outro, este foi o que mais me fascinou de toda a sua obra, não pela complexidade das formas nem das belíssimas e formidáveis, às vezes aterrorizadoras, figuras de estilo ou pelas inúmeras mensagens veiculadas, mas sim devido à sua simplicidade: maravilhou-me a verdade implícita e sobretudo a sua universalidade escondida por trás de uma máscara de simpreza. Se houvesse uma entrada no dicionário para “O mundo humano”, esta seria a definição que eu lá colocaria, como se dez versos rotulassem, de uma vez só, todo o sentimento, tudo quanto houvesse. André Ribeiro 10º A – nº 2 11 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 12. Amor é um fogo que arde sem se ver, Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p. 119) (1.ª ed.:1595) Este poema faz parte da lírica clássica do autor Luís de Camões, a medida nova. Neste poema, Camões procurou conceituar a natureza contraditória do amor. Não é um tema novo tanto é que já na Antiguidade, o amor era visto como uma espécie de cegueira, uma doença da razão, uma enfermidade de consequências, às vezes, devastadoras. A meu ver, este poema foi muito bem conseguido / concretizado, uma vez que o poeta procurou analisar o sentimento amoroso racionalmente, por meio de uma operação de fundo intelectual, racional, valendo-se de raciocínios próximos da lógica formal. No entanto, como o amor é um sentimento subjetivo, vago, imensurável, Camões acabou por concluir pela ineficácia da sua análise, desembocando no paradoxo do último verso. O sentir e o pensar são movimentos antagónicos. Creio que o sentir deseja e o pensar limita e, como o poeta não podia separar aquilo que sentia daquilo que pensava, o resultado, na prática textual, só podia ser o acúmulo de contradições e paradoxos. Concluímos assim que o amor é algo inexplicável, poderoso, subjetivo… Um enigma aos olhos de cada um. Carolina Brandão 10º A - nº 4 A lírica camoniana Ao longo de poucas aulas, foram estudados alguns poemas de Luís de Camões. É verdade que Camões era um homem culto, mas os temas dos seus poemas tornaram-se um pouco repetitivos para quem conhecia tanto do mundo. Nos seus poemas, o poeta refletiu sobre a sua vida pessoal (um inferno, segundo o mesmo), sobre o Amor – é a sua própria experiência amorosa, dando a entender que foi uma má experiência e representou com bonitas palavras a sua amada e a Natureza. O tema do desconcerto e da mudança foi um dos que mais inquietou Camões. O meu soneto preferido, de todos os estudados, é “Amor é um fogo que arde sem se ver,”. É um poema rico em metáforas e cheio de contradições com sentido. Camões, neste soneto, tentou definir o que é o Amor. Sem dúvida que me identifiquei com as palavras do poeta, como é que tanta gente sente o Amor sendo este por si só um sentimento contraditório? Francisca Oliveira 10ºB – nº 8 12 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 13. Na lírica camoniana, o tema predominante é o amor e, por isso, a minha escolha ser o poema “Amor é um fogo que arde sem se ver,”. Este poema tem a função de definir o que é o amor e dessa maneira mostra a sua natureza contraditória (“é um contentamento descontente, / é dor que desatina sem doer.), a definição que o sujeito poético dá ao amor é reforçada por uma anáfora onde é repetido, no início de cada verso, o verbo “ser”. Camões “fala” do amor de uma maneira em que mostra às pessoas o tamanho sofrimento que o mesmo traz, por isso e por muitas outras razões, na última estrofe, chega à conclusão que não é fácil defini-lo. Apesar do sujeito poético admitir e mostrar a dificuldade que teve ao definir o amor, eu penso que o fez muito bem, pois conseguiu, de certo modo, mostrar os dois lados do amor e conseguiu também mostrar que não há uma definição, é algo que se sente. É realmente um poema muito autêntico e ousado visto que muitas pessoas tentam explicar o que é o amor e só Camões o conseguiu fazer de uma forma em que não diz muito, mas acaba por dizer o que todos sentem. É de facto fascinante ver o quanto o sujeito poético foi expressivo e a facilidade que demonstrou, não a definir o amor, mas sim a natureza contraditória dele. É um poema muito bem conseguido e muito inspirador, o que se reflete no seu sucesso. Mariana Gomes 10º G – nº 20 13 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 14. Endechas A ũa cativa com quem andava d’amores na Índia, chamada Bárbora Aquela cativa, que me tem cativo, porque nela vivo já não quer que viva. Eu nunca vi rosa em suaves molhos, que para meus olhos fosse mais fermosa. Nem no campo flores, nem no céu estrelas, me parecem belas como os meus amores. Rosto singular, olhos sossegados, pretos e cansados, mas não de matar. Ũa graça viva, que neles lhe mora, para ser senhora de quem é cativa. Pretos os cabelos, onde o povo vão perde opinião que os louros são belos. Pretidão de Amor, tão doce a figura, que a neve lhe jura que trocara a cor. Leda mansidão que o siso acompanha; bem parece estranha, mas bárbora não. Presença serena que a tormenta amansa; nela enfim descansa toda a minha pena. Esta é a cativa que me tem cativo, e, pois nela vivo, é força que viva. CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (pp. 89-90) (1.ª ed.:1595) O poema “Endechas”, de Luís de Camões, surge no seu livro Rimas e retrata a paixão do poeta por uma mulher indiana. Camões inicia o poema com um trocadilho bastante perspicaz ao dizer “Aquela cativa, / que me tem cativo,” e continua o poema tecendo elogios à “cativa”, comparando-a às flores e às estrelas. A forma como o autor elogia os seus atributos físicos, como o cabelo e pele escura, que seriam considerados “feios” na Europa, é enternecedora. O poeta remata este poema ao referir que “vive nela”, algo que também considerei bastante belo. Gostei muito deste poema, adorei a forma como Camões declara o seu amor por uma mulher de cor desavergonhadamente, algo que naquela altura seria um escândalo. Além disso, as palavras e metáforas usadas para a descrever são lindas e fazem-nos perceber o amor que tem por ela. Camões demonstra neste poema uma mentalidade à frente do seu tempo, algo que considerei incrível. Margarida Rodrigues 10º F – nº 14 14 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 15. Tanto do meu estado me acho incerto, Tanto de meu estado me acho incerto, que em vivo ardor tremendo estou de frio; sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto, um desconcerto; da alma um fogo me sai, da vista um rio; agora espero, agora desconfio, agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando, nũ’hora acho mil anos, e é de jeito que em mil anos não posso achar ũ’ hora. Se me pergunta alguém porque assi ando, respondo que não sei; porém suspeito que só porque vos vi, minha Senhora. CAMÕES, Luís de. 1994. Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão). Coimbra: Almedina (p. 118) (1.ª ed.:1595) Luís de Camões escreveu inúmeras obras de grande valor e o poema “Tanto do meu estado me acho incerto,” salienta, uma vez mais, a qualidade da sua escrita. Nesta composição poética, o escritor dá a conhecer a multiplicidade de sentimentos contraditórios que o amor o faz experienciar. No decorrer da leitura, vemos que o sujeito poético vive num constante linear entre a alegria e a tristeza e, apesar de todos os sentimentos descritos, o “eu” lírico não encontra uma explicação concreta para eles. Assim sendo, só a partir do último terceto é que a origem da sua vulnerabilidade nos é revelada. No verso “da alma um fogo me sai, da vista um rio;”, através da metáfora, o escritor apresenta perfeitamente os sentimentos contraditórios que o amor o faz sentir: paixão e sofrimento. O autor consegue ainda fazer--nos imaginar o que está a passar, por exemplo, através do verso “Estando em terra, chego ao Céu voando,”, o que reflete a riqueza da sua escrita. Na chave de ouro ficamos a saber que o poeta se encontra num estado de ambiguidade desde que viu a sua amada. Em suma, as grandes composições de Camões permitem-nos, simultaneamente, imaginar como este se sente e viver os sentimentos com ele. Sofia Pinto, 10º G – nº 26 (Professora de Português: Elisabete Moreira) Poesia… As férias são um bom motivo para descobrir a beleza e a intemporalidade das suas palavras! 15 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 16. 16 Teresa Marramaque 11º Ano DeClara, nº 15 julho de 2018 TRABALHOS DOS ALUNOS – 11º ANO TRABALHO 11ºano
  • 17. Ação de Formação A APECR dinamizou em conjunto com o IAFE (Instituto da Empresa) uma ação de formação sobre primeiros socorros. Esta ação destinada prioritariamente aos assistentes operacionais, PEE e professores iniciou-se no dia 11 de junho e teve como objetivos principais a aquisição de competências básicas no domínio dos primeiros socorros. Sabemos que hoje em dia, o elevado número de acidentes que ocorrem dentro das escolas têm como principais 'atores' os alunos e é em face destas situações que, quisemos dotar alguns dos intervenientes da escola com conhecimentos teóricos e práticos que lhes permitam atuar convenientemente em caso de acidentes. Sabemos que para muitos não foi fácil frequentar esta ação em período pós-laboral. A todos/as o nosso muito obrigado! E o café oferecido pela APECR no intervalo.... Fátima Martins Helena Tavares Sónia Valente 17 O QUE ACONTECEU … DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 18. 18 APECR ESCREVEU... DeClara, nº 15 julho de 2018 Quando chegamos ao mês de junho, milhares de alunos/as de todo o país estão a terminar o ano letivo. Sabemos que oficialmente essa data será a 31 de agosto, mas para muitos estudantes o facto de as aulas terminarem e as notas serem afixadas significa fim de etapa. Para outros, aqueles que têm exames, essa fase terminará mais tarde. Este ciclo de acontecimentos, para uns mais e para outros menos tranquilo, foi irremediavelmente comprometido pela greve dos professores. Muitos poderão alegar que quando as aulas terminam os estudantes já fizeram a sua autoavaliação e já discutiram as notas com os seus professores/as, pelo que, maioritariamente, saberão as notas que lhes serão atribuídas. E os outros? Neste role incluíram-se os estudantes que tiveram exames, muitos dos quais começaram a realizar provas sem saberem as notas. Que importa, perguntam alguns, o que eles têm mesmo é que se aplicar e realizarem as provas com cuidado e brio. É certo, mas será que todos reagem de forma tranquila à incerteza? Aqui pelo meio temos todos os alunos/as que pretendem mudar de escola. É um direito que lhes assiste, mas como poderão fazê-lo sem conhecerem as suas notas? Na prática é impossível! Uns, cumprindo a sua parte ao longo do ano letivo, conheceram as suas avaliações finais, pediram transferência para a escola que pretendiam (se foi esse o seu desejo) e foram de férias tranquilos. Outros, muitíssimos ainda, continuam na incerteza, comprometendo o seu futuro e obrigando as famílias a alterarem planos. Está certo? É justo? Certamente não! O desenrolar dos acontecimentos leva-nos ainda a prever dificuldades para o arranque do próximo ano letivo. Algumas escolas, nas quais se incluiu a nossa, fizeram matrículas condicionais, tentando organizar o futuro. Outras nem por isso … Mais uma vez, está certo? É justo? Certamente não! A greve é um direito inalienável de qualquer trabalhador/a mas os direitos de uns “cruzam-se” com os direitos de outros e neste país democrático, esta greve criou uma enorme desigualdade entre os estudantes! A quietude esperada nesta época do ano, que permite retemperar forças e preparar o futuro, está transformada em tumulto e confusão, comprometendo esse mesmo futuro. É urgente que os atores desta parte da nossa história do ano 2018, professores e ministério da educação, se entendam e cheguem a consensos, possibilitando que o capítulo escolar do ano 2017- 2018 se encerre e seja escrito com um “final feliz”. Apesar da conclusão do ano letivo não estar a decorrer da melhor forma, ao longo do ano aconteceram coisas boas que vale a pena salientar e valorizar. Entre muitíssimas, recordamos que duas alunas foram distinguidas com o prémio “Rumo à Excelência”, o clube de teatro levou à cena “Sonho de uma noite de verão”, alguns alunos de secundário participaram no projeto da universidade católica “Design Thinkers em (educ)ação”, outros no “Innovation Challenge”, outros ainda na “Empresa” da Junior Achivement e muitas histórias foram contadas com o projeto “Formas e figuras – histórias que se podem contar”. Mais uma vez foi dada voz e visibilidade ao trabalho dos alunos/as, professores/as, PEE e demais intervenientes na vida da escola, através do jornal DeClara. Feitas as contas, está na altura de todos/as irmos de férias, recuperar energias para voltarmos em setembro, revigorados/as e cheios/as de energia. Boas férias! Helena Tavares (presidente da APECR)
  • 19. Bom dia a todos, Porque as férias estão a chegar, é tempo de interromper alguns dos trabalhos e de fazer ouras actividades, conforme o gosto e possibilidades de cada um. A leitura, a reflexão, a viagem, a partilha de momentos únicos com a família, amigos e desconhecidos, animais e a natureza são algumas de muitas dessas actividades. Deixo-vos dois textos para a vossa viagem. Não se esqueçam de calçar sandálias de vento! Boas Férias! Ester Varzim “IDADE Para onde foi o tempo que passou?” Este será porventura um dos maiores “clichés” que já escutámos, mas nem por isso é menos verdadeiro. Com efeito, passados os quarentas desta vida, já bem adiantados os cinquentas, sessentas ou por aí andando nessa autoestrada sempre demasiadamente apressada da nossa idade, é ver instalarem-se entre os grupos de amigos, as frases aparentemente gastas. “Passou tudo tão depressa...”. “Ainda ontem estávamos nos nossos vintes…”. “Para onde foi a vida? Nem dei pelo tempo passar…”. Depois olhamos para os mais novos - filhos, sobrinhos, afilhados, netos - e comentamos com a nostalgia na ponta do olhar… “Fazem-nos velhos...” A realidade é que o tempo faz das suas. E que assusta, assusta. Cansamo-nos mais. Fazemos tudo mais devagar. Levamos mais tempo para nos recompormos. Nem sempre nos reconhecemos quando nos olhamos ao espelho. A memória, a vista, a audição deixam de comparecer a cem por cento quando são convocadas. Aparecem as mazelas do corpo. As cicatrizes na alma. Os quartos vazios no coração. Enfim, uma coleção que pode impor um certo respeito, se não pararmos para escutar o que a nossa vida nos pede. Apenas um pouco de atenção a cada minuto, um mimo de nós para nós a cada momento. E há tanto a fazer. Viver a vida. Mesmo se ela nos fez sofrer demais. Especialmente se ela nos fez sofrer assim. Sair, fazer o que adiámos. Mergulhar, pintar, dizer o que há tanto tempo espera para ser dito. Dormir, ler, escrever, fotografar a viagem que sonhámos. Ouvir música, tocar um instrumento, ir ao cinema, ao jardim, andar a pé, correr, jogar à bola, andar de bicicleta, ficar em casa apenas porque nos apetece ver o sol a entrar pela janela… tanta, tanta coisa que ficou para fazer. Esquecer convenções que nos tornam infelizes só para agradar aos outros ou à imagem que pensamos que os outros têm de nós. Mudar até de vida, se for preciso, para que a vida se fortaleça. E escusam de vir alguns com a história dos egoísmos, das sustentabilidades, dos envelhecimentos ativos e afins. Já demos tanto de nós. Já nada temos de provar a ninguém, nem a nós mesmos. Chega! Fizemos o que tínhamos de fazer durante décadas para passar em todos os exames da vida. Agora é chegado o merecido tempo do recreio. Com alegria e sem justificações. A única coisa que deveremos continuar a provar a cada dia é o nosso sentido de Humanidade e de Solidariedade e esses, acredito, também se enriqueceram com a vida. Porque ter mais idade também nos dá essa segurança de saber – ou pelo menos adivinhar em boa parte - como é que a história continua. Afinal já vivemos um bocado e sabemos quais as “alíneas” que nos pode reservar. Já quase nada nos causa admiração. E é preciso algo mesmo muito sério para nos deixar atrapalhados. E são poucas as coisas que nos metem realmente medo. E essas, bem, com essas, pouco há a fazer, infelizmente. Com as rugas e os cabelos brancos vieram também as respostas que são precisas e que encontrámos a duras penas no trabalho de uma vida. Veio também mais compreensão para o mistério que nos rodeia, maior ternura para quem nos acompanha, uma grande empatia com o outro e com o sofrimento alheio, um colo para cada pequena falha de que nenhum de nós está livre e um sentimento de humildade e gratidão muito grandes perante o Mundo e o Universo. ( continua...) 19 O QUE ESCREVEM OS PROFESSORES... DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 20. Por isso não receemos. Não vale mesmo a pena ter medo. Tê-lo para quê, afinal? De nada adianta. Há tanta coisa que nos ultrapassa certamente. Não temos controlo sobre tudo. E esse é também um dos grandes ensinamentos do tempo maior. Não digo que saibamos tudo. Naturalmente que não. E os mais jovens têm muito para nos ensinar. Faz parte da idade maior saber também acolhê-los e incentivá-los nessa sua estrada. Apenas que não precisamos de tentar parecer jovens para ocuparmos o lugar a que temos direito, num mundo que parece não saber lidar muito bem com os extremos etários: os mais novos e os mais velhos. Não faço também a apologia do desinteresse pelo mundo, nem digo que não estejamos alerta perante o que podemos mudar ou melhorar. Afirmo precisamente o contrário. Apelo a que nos consciencializemos do tanto que temos ainda a fazer nesse mesmo mundo, mas numa vertente de realização e expressão pessoais constantemente proteladas pelo ritmo alucinante que insiste em marcar as nossas vidas de trabalho. E que lutemos com todas as nossas forças pelo direito urgente e inadiável a esse tempo. Porque é chegada a hora de viver a sério. Mesmo que seja apenas um minuto de cada vez. Mesmo que seja só um minuto. Mas que seja cada um deles o mais precioso minuto que tivemos na vida. Paula Coelho Pais Lisboa, 16 de março de 2018” ---------------------------------------------------------------------- “Calçar sandálias de vento Paul Claudel confessou que todos os dias agradecia a Deus o facto de o poeta Arthur Rimbaud ter existido, pois foi com esse guia inesperado que aprendeu a quebrar a casca do visível. Dos escritos de Rimbaud conservo duas imagens. Uma é referente ao período em que o jovem poeta alugou uma mansarda em Paris, numa rua sombria e sem história. Contudo, teve sorte, pois, apesar disso, a sua janela estreita dava para o jardim de uma escola com árvores enormes. Há uma carta dessa época na qual Rimbaud descreve o momento do amanhecer em que «todos os pássaros iniciam o seu cântico ao mesmo tempo». E fala, maravilhado, como se de uma necessidade irrecusável se tratasse, da vontade que então sentia de ficar a olhar o mundo, a olhá-lo simplesmente, naquela ocasião em que tudo parecia captado por uma hora indizível. Outra imagem que me vem ao pensamento é também uma carta, endereçada a Georges Izambard, que representa um grito nómada: «Vamos, chapéu, capote, os dois polegares nos bolsos e saiamos. Avante, estrada.» A pessoa humana não é apenas o que já é, mas é um poder ser, um ser a caminho, em vias de, como se estivesse destinada até ao fim a nascer. Por isso, ao lado dos nossos sapatos, colocados tranquilamente no armário, temos de guardar umas «sandálias de vento», pois são elas que nos levam a compreender que a vida não se cumpre nos mapas, mas no caminho e na viagem.” José Tolentino de Mendonça, “O pequeno caminho das grandes perguntas”, Quetzal Editores, Lisboa, 2017, p.152 20 DeClara, nº 15 julho de 2018
  • 21. 21 DeClara, nº 15 julho de 2018 …até setembro Boas férias e…