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Transcatheter Aortic-Valve Replacement with a
Self-Expanding Valve in Low-Risk Patients
Thiago Henrique de Deus
R2 em cardiologia pelo Instituto Hospital de Base do Distrito Federal
Sob orientação Dra Sandra Cobra
Setembro de 2021
Trabalho a ser discutido:
March 16, 2019
Considerações iniciais:
 A incidência da estenose aórtica aumenta de forma significativa com a idade,
a prevalência da estenose aórtica é de 0,2% entre 50-59 anos de idade, de
1,3% entre 60 e 69 anos de idade e chega a 4 % e 10%, nos grupos 70-79 e 80-
89 anos de idade.
 Patologia esta com taxas de mortalidade de até 50% em dois anos quando
sintomática, a estenose aórtica severa era tida como entidade de tratamento
primordialmente cirúrgico até o início do século 21.
 Com a publicação inicial da série de estudos PARTNER I-B demonstrando
redução no risco absoluto de mortalidade de 20% ao final de 12 meses com
TAVI em pacientes inoperáveis, tipo de benefício poucas vezes visto nos anais
de medicina, iniciou-se uma vasta corrida científica em torno destes
dispositivos.
Considerações iniciais (Cont.):
 Atualmente com mais de 100.000 próteses implantadas em todo o mundo, o
procedimento alcançou indicação classe I naqueles pacientes inoperáveis
(score STS >10) e IIa nos de alto risco cirúrgico nos consensos de valvopatia da
American Heart Association e da sociedade europeia de cardiologia.
 Haja vista o menor risco transoperatório de eventos como morte e AVC frente
ao tratamento cirúrgico tradicional com substituição valvar por prótese
biológica ou mecânica, não tardou para que começassem a brotar na
literatura estudos investigando o implante de TAVI em populações com perfil
de risco mais baixo (score STS moderado).
Considerações iniciais (Cont.):
 O estudo PARTNER IIa, publicado pelo New England Journal of Medicine, traz
resultados animadores para este grupo de pacientes (score STS 4-8) ao
demonstrar numa grande coorte (n=2039 pacientes) diminuição no risco
relativo de morte e/ou AVC ao final de 2 anos de 21% em favor do grupo TAVI
versus o tratamento cirúrgico tradicional.
 Nesse estudo, abordaremos a TAVI em pacientes de baixo risco – STS < 4,
comparando com abordagem cirúrgica tradicional.
Métodos:
 Este estudo foi um ensaio clínico multinacional, randomizado, de não
inferioridade, comparando a segurança e eficácia de TAVI versus cirurgia em
pacientes com estenose aórtica grave, em pacientes de baixo risco para
morte em 30 dias da cirurgia.
 Os pacientes foram inscritos em 86 centros na Austrália, Canadá, França,
Japão, Holanda, Nova Zelândia e Estados Unidos.
 A Medtronic financiou o estudo.
 Os pacientes elegíveis tinham estenose grave da válvula aórtica com anatomia
adequada para TAVI ou cirurgia e não mais do que um risco de morte previsto
de 3% aos 30 dias com cirurgia, conforme avaliado por membros do Heart
Team.
Métodos (cont.):
 Estenose aórtica foi definida como uma área da válvula aórtica de 1,0 cm2 ou
menos (ou índice de área da válvula aórtica de ≤0,6 cm2 por metro quadrado)
ou um gradiente médio de 40 mm Hg ou mais ou velocidade de pico da válvula
aórtica de 4,0 m/segundo ou mais avaliada por ecocardiografia transtorácica
realizada com o paciente em repouso.
 Para ser incluído no estudo, era necessária a ausência de doença mitral ou
tricúspide limitante, doença da válvula aórtica bicúspide e aqueles com
anatomia proibitiva para substituição da válvula aórtica transcateter;
calcificação da via de saída do VE. Os candidatos a valva mecânica também
foram excluídos.
 foram considerados anatomicamente inadequados para inclusão no estudo se
um ou mais critérios de adequação não foram atendidos.
Métodos (cont.):
 Numero de pacientes no estudo: 1468
 A randomização foi de 1:1 – levando em conta a área valvar e a necessidade
de cineangiocoronariografia.
 Os pacientes seriam avaliados 1, 6, 12, 18, e 24 meses após o procedimento.
 Todas as ecocardiografias foram validadas por um comitê externo. Os
pacientes também responderam a questionários, visando avaliar a qualidade
de vida – questionários esses que pontuariam de 0-100 pontos > 60 pontos =
NIHA I ou II. Aumentar 10 pontos -> melhora na qualidade de vida.
Métodos (cont.):
 O desfecho primário de segurança e eficácia foi um composto de morte por
qualquer causa ou AVC incapante até os 24 meses.
 A definição de AVC incapacitante, foi definida por uma pontuação na escala
de Rankin modificada de 2 ou mais (com pontuações variando de 0 [sem
sintomas] a 6 [morte]) em 90 dias e um aumento de pelo menos 1 ponto na
categoria da linha de base (prévia a cirurgia).
Métodos (cont.):
 Endpoint secundário de segurança:
- A taxa do composto de morte, acidente vascular cerebral incapacitante,
sangramento com risco de vida, complicações vasculares importantes, ou lesão renal
aguda - estágio II ou III em 30 dias
- Taxa de implantação de novo marcapasso permanente em 30 dias
- Taxa de endocardite de válvula protética em 1 ano
- Taxa de trombose da válvula protética em 1 ano
- Taxa de todos os acidentes vasculares cerebrais (incapacitante e não incapacitante)
em 1 ano
- Taxa de sangramento com risco de vida em 1 ano
- Taxa de disfunção relacionada à válvula que requer procedimento de repetição em 1
ano
Métodos (cont.):
 Endpoint secundário de efetividade:
 Taxa de disfunção relacionada à válvula, definida como estenose da válvula
protética moderada ou grave, ou regurgitação protética moderada ou grave
em 1 ano.
 Qualidade de vida avaliada pelo questionário de cardiomiopatia de Kansas
City (KCCQ) em 30 dias e 1 ano.
 A taxa de hospitalização repetida por doença da válvula aórtica em 1 ano.
 Avaliando efetividade do procedimento: local da implantação valvar, se foi
colocada apenas uma prótese, se ausência de incompatibilidade da prótese
com o paciente, gradiente médio da válvula aórtica inferior a 20 mmHg (ou
velocidade de pico < 3 m / seg) E ausência de regurgitação valvar protética
moderada ou grave.
Métodos (cont.):
 Endpoint secundário de efetividade (cont.):
 Avaliação ecocardiográfica: Gradiente aórtico médio em 1 ano/ Área efetiva
do orifício em 1 ano/ Grau de regurgitação protética total, peri e transvalvar
em 1 ano.
 Classificação funcional da New York Heart Association (NYHA) em 1 ano
 Qualidade de vida relacionada à saúde em 1 ano
Métodos (cont.):
 Este ensaio usou métodos estatísticos adaptativos Bayesianos para avaliar o
desfecho primário.
 Foi hipotetizado que TAVI seria não inferior à cirurgia em relação ao desfecho
primário com uma margem de não inferioridade de 6%.
 O tamanho estimado da amostra de 1200 pacientes foi selecionado com base
em uma incidência presumida de 15% de morte ou AVC incapacitante em 24
meses;
 A análise interina bayesiana deveria ser realizada 12 meses após o 850º
paciente foi submetido ao procedimento de estudo.
Métodos (cont.):
 Para pacientes que não completaram 24 meses de acompanhamento,
imputamos seu resultado de acordo com um modelo estatístico pré-
especificado, que foi baseado no último estado clínico conhecido do paciente.
(apenas 10% dos pacientes chegaram a um acompanhamento de dois anos)
 Uma análise de sensibilidade foi realizada para contabilizar os dados
ausentes, incluindo dados para os pacientes que foram perdidos no
acompanhamento ou aqueles que retiraram-se do estudo.
Métodos (cont.):
Resultados:
 De 28 de março de 2016 a 27 de novembro de 2018, a total de 1468 pacientes
foram submetidos à randomização; 734 foram atribuídos ao TAVI e 734 foram
atribuídos para a cirurgia.
 Após randomização: 12 pacientes no grupo TAVI não foram implantados. 53
pacientes no grupo cirurgia não foram implantados. Houve crossover de 3
pacientes primariamente designados para o grupo cirúrgico, que foram
submetidos a TAVI.
Resultados (cont.):
 Analise de endpoint primário:
 A incidência de morte ou AVC incapacitante aos 24 meses (o desfecho
primário) foi de 5,3% no Grupo TAVI e 6,7% no grupo de cirurgia (1,4 pontos
percentuais; 95% de credibilidade bayesiana intervalo para a diferença, −4,9 a
2,1; probabilidade posterior de não inferioridade,> 0,999)
 A incidência estimada de morte em 24 meses de qualquer causa foi de 4,5%
no grupo TAVI e 4,5% no grupo de cirurgia (diferença, 0 pontos percentuais;
intervalo de credibilidade de 95% para a diferença, -3,2 a 3,2)
 A incidência estimada de AVC incapacitante em 24 meses foi de 1,1% no TAVI
grupo e 3,5% no grupo de cirurgia (diferença, -2,3 pontos percentuais;
Intervalo de credibilidade de 95% para a diferença, −4,8 a −0,4).
Resultados (cont.):
 Análise do endopoint secundário de segurança: No final de 30 dias foi de 5,3%
no grupo TAVI e 10,7% no grupo cirurgia
 A incidência de morte por qualquer causa em 30 dias foi de 0,5% no grupo TAVI
e 1,3% no grupo de cirurgia;
 Nova fibrilação atrial em até 30 dias ocorreram em 7,7% dos pacientes no TAVI
grupo e em 35,4% no grupo de cirurgia (diferença, -27,7 pontos percentuais;
intervalo de credibilidade para a diferença, −31,8 a −23,6)
 Implante de marcapasso permanente ocorreu em 17,4% dos pacientes no
grupo TAVI e em 6,1% no grupo de cirurgia (diferença, 11,3 porcentagem
pontos; intervalo confiável para a diferença, 8,0 a 14,7)
Resultados (cont.):
Resultados (Cont.):
 Achados ecocardiográficos:
 Houve melhora da hemodinâmica da valva aórtica em ambos os grupos, desde
o início da intervenção.
 Os gradientes médios da valva aórtica foram menores em 12 meses no TAVI do
que no grupo de cirurgia; 9x12,3
 A área média efetiva do orifício foi maior no grupo TAVI, do que no grupo
cirurgia; 2,2x2,0
 Regurgitação aórtica moderado ou grave estavam presentes em 30 dias em
3,5% dos pacientes no grupo TAVR e em 0,5% no grupo cirurgia;
Resultados (cont.):
Discussão:
 TAVI com uma bioprótese supraanular autoexpansível foi associado a uma
menor incidência de acidente vascular cerebral incapacitante, lesão renal
aguda, eventos hemorrágicos, e fibrilação atrial do que a cirurgia, mas com
um maior incidência de regurgitação aórtica e necessidade de marcapasso
permanente.
 TAVI e cirurgia proporcionaram melhora funcional em 12 meses, mas o grupo
TAVI teve melhor recuperação em 30 dias, conforme indicado pela pontuação
KCCQ.
 A incidência estimada de 24 meses de morte por qualquer causa foi baixa
(4,5%) em ambos grupos, uma descoberta que reforçou o fato de que nosso
estudo incluiu pacientes mais saudáveis com doenças graves da válvula
aórtica. A Estimativa inicial era de 15%.
Discussão (cont.):
 Embora a incidência de AVC tenha sido semelhante nos dois grupos, AVC em 30
dias ocorreu com menos frequência no grupo TAVI e a incidência permaneceu
menor em 24 meses; essas descobertas são semelhantes às de ensaios
randomizados anteriores de TAVI envolvendo pacientes com risco cirúrgico
aumentado.
 Embora a hemodinâmica da válvula aórtica tenha melhorado
substancialmente desde o início em ambos os grupos; foram encontrados
gradientes da válvula aórtica mais baixos e maiores áreas valvar aórtica no
grupo TAVI, descobertas que estão provavelmente relacionados ao design
supraanular das biopróteses autoexpansíveis.
Discussão (cont.):
 Embora 22,1% dos pacientes do grupo de cirurgia tenham recebido próteses
pequenas (19 mm ou 21 mm), a média das áreas da válvula aórtica eram
grandes (2,0 cm2), e a incidência de estenose severa de prótese em 12 meses
- incompatibilidade (8,2%) foi menor do que em relatórios anteriores.
 Encontramos uma baixa incidência (<1%) de trombose da válvula, endocardite
ou necessidade de reintervenção da válvula aórtica – tanto com TAVI ou
cirúrgia.
Discussão (cont.):
 Nosso estudo tem várias limitações. A maior limitação importante é que este
análise pré-especificado provisória ocorreu quando 850 pacientes atingiram
12 meses de acompanhamento. O acompanhamento de 24 meses de toda a
coorte não foi alcançado.
 Conclusões definitivas sobre as vantagens e desvantagens do TAVI em
comparação com a cirurgia, aguardam a avaliação clínica de longo prazo e
acompanhamento ecocardiográfico, que é planejado para continuar por 10
anos para todos os pacientes.
 Foram excluídos pacientes com aorta bicúspide e aqueles que eram
candidatos a válvulas mecânicas.
 A bioprótese Evolut PRO de última geração foi utilizada em apenas 22,3% dos
pacientes que receberam TAVI.
Discussão (cont.):
 Em conclusão, em um estudo randomizado envolvendo pacientes com
estenose aórtica grave que estavam em baixo risco de morte por cirurgia, TAVI
com um bioprótese supraanular autoexpansível foi não inferior à substituição
cirúrgica da válvula aórtica com relação à morte por qualquer causa ou AVC
incapacitante aos 24 meses.
Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
1. Critérios primários
 A designação para os tratamentos foi randomizada?
Sim.
 Todos os pacientes admitidos no estudo foram adequadamente contados e
atribuídos à conclusão? O seguimento foi completo?
Não. Houveram perdas.
 A análise seguiu o princípio da intenção de tratar?
Sim
Os resultados do estudo são válidos?
Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
1. Critérios secundários:
 A condição cega foi contemplada?
Não.
 Os grupos comparados eram similares no início do estudo?
Sim.
 Além da intervenção experimental do estudo, os grupos comparados foram
tratados igualmente?
Sim. Seguindo guidelines atuais para tratamento das patologias de base e das
complicações inerentes ao procedimento cirúrgico.
Os resultados do estudo são válidos?
Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
 Qual a dimensão do efeito do tratamento?
Não inferioridade do tratamento com TAVI, em dois anos de seguimento, em
relação ao procedimento cirúrgico.
 Qual a precisão da estimativa do efeito do tratamento?
Houve tendência a superioridade da TAVI em relação ao desfecho primário.
-> 5,3% no Grupo TAVI e 6,7% no grupo de cirurgia (1,4 pontos percentuais)
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Sim
Quais são os resultados?
Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
 Os resultados podem ser aplicados aos meus pacientes?
Sim
 Todos os objetivos clinicamente relevantes foram considerados?
Sim
 Os benefícios do tratamento superam os riscos potenciais e os custos?
Sim, com a ressalva que é necessário acompanhamento a longo prazo, para
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TAVI com prótese autoexpansível reduz AVC em pacientes de baixo risco para estenose aórtica

  • 1. Transcatheter Aortic-Valve Replacement with a Self-Expanding Valve in Low-Risk Patients Thiago Henrique de Deus R2 em cardiologia pelo Instituto Hospital de Base do Distrito Federal Sob orientação Dra Sandra Cobra Setembro de 2021
  • 2. Trabalho a ser discutido: March 16, 2019
  • 3. Considerações iniciais:  A incidência da estenose aórtica aumenta de forma significativa com a idade, a prevalência da estenose aórtica é de 0,2% entre 50-59 anos de idade, de 1,3% entre 60 e 69 anos de idade e chega a 4 % e 10%, nos grupos 70-79 e 80- 89 anos de idade.  Patologia esta com taxas de mortalidade de até 50% em dois anos quando sintomática, a estenose aórtica severa era tida como entidade de tratamento primordialmente cirúrgico até o início do século 21.  Com a publicação inicial da série de estudos PARTNER I-B demonstrando redução no risco absoluto de mortalidade de 20% ao final de 12 meses com TAVI em pacientes inoperáveis, tipo de benefício poucas vezes visto nos anais de medicina, iniciou-se uma vasta corrida científica em torno destes dispositivos.
  • 4. Considerações iniciais (Cont.):  Atualmente com mais de 100.000 próteses implantadas em todo o mundo, o procedimento alcançou indicação classe I naqueles pacientes inoperáveis (score STS >10) e IIa nos de alto risco cirúrgico nos consensos de valvopatia da American Heart Association e da sociedade europeia de cardiologia.  Haja vista o menor risco transoperatório de eventos como morte e AVC frente ao tratamento cirúrgico tradicional com substituição valvar por prótese biológica ou mecânica, não tardou para que começassem a brotar na literatura estudos investigando o implante de TAVI em populações com perfil de risco mais baixo (score STS moderado).
  • 5. Considerações iniciais (Cont.):  O estudo PARTNER IIa, publicado pelo New England Journal of Medicine, traz resultados animadores para este grupo de pacientes (score STS 4-8) ao demonstrar numa grande coorte (n=2039 pacientes) diminuição no risco relativo de morte e/ou AVC ao final de 2 anos de 21% em favor do grupo TAVI versus o tratamento cirúrgico tradicional.  Nesse estudo, abordaremos a TAVI em pacientes de baixo risco – STS < 4, comparando com abordagem cirúrgica tradicional.
  • 6. Métodos:  Este estudo foi um ensaio clínico multinacional, randomizado, de não inferioridade, comparando a segurança e eficácia de TAVI versus cirurgia em pacientes com estenose aórtica grave, em pacientes de baixo risco para morte em 30 dias da cirurgia.  Os pacientes foram inscritos em 86 centros na Austrália, Canadá, França, Japão, Holanda, Nova Zelândia e Estados Unidos.  A Medtronic financiou o estudo.  Os pacientes elegíveis tinham estenose grave da válvula aórtica com anatomia adequada para TAVI ou cirurgia e não mais do que um risco de morte previsto de 3% aos 30 dias com cirurgia, conforme avaliado por membros do Heart Team.
  • 7. Métodos (cont.):  Estenose aórtica foi definida como uma área da válvula aórtica de 1,0 cm2 ou menos (ou índice de área da válvula aórtica de ≤0,6 cm2 por metro quadrado) ou um gradiente médio de 40 mm Hg ou mais ou velocidade de pico da válvula aórtica de 4,0 m/segundo ou mais avaliada por ecocardiografia transtorácica realizada com o paciente em repouso.  Para ser incluído no estudo, era necessária a ausência de doença mitral ou tricúspide limitante, doença da válvula aórtica bicúspide e aqueles com anatomia proibitiva para substituição da válvula aórtica transcateter; calcificação da via de saída do VE. Os candidatos a valva mecânica também foram excluídos.  foram considerados anatomicamente inadequados para inclusão no estudo se um ou mais critérios de adequação não foram atendidos.
  • 8. Métodos (cont.):  Numero de pacientes no estudo: 1468  A randomização foi de 1:1 – levando em conta a área valvar e a necessidade de cineangiocoronariografia.  Os pacientes seriam avaliados 1, 6, 12, 18, e 24 meses após o procedimento.  Todas as ecocardiografias foram validadas por um comitê externo. Os pacientes também responderam a questionários, visando avaliar a qualidade de vida – questionários esses que pontuariam de 0-100 pontos > 60 pontos = NIHA I ou II. Aumentar 10 pontos -> melhora na qualidade de vida.
  • 9. Métodos (cont.):  O desfecho primário de segurança e eficácia foi um composto de morte por qualquer causa ou AVC incapante até os 24 meses.  A definição de AVC incapacitante, foi definida por uma pontuação na escala de Rankin modificada de 2 ou mais (com pontuações variando de 0 [sem sintomas] a 6 [morte]) em 90 dias e um aumento de pelo menos 1 ponto na categoria da linha de base (prévia a cirurgia).
  • 10. Métodos (cont.):  Endpoint secundário de segurança: - A taxa do composto de morte, acidente vascular cerebral incapacitante, sangramento com risco de vida, complicações vasculares importantes, ou lesão renal aguda - estágio II ou III em 30 dias - Taxa de implantação de novo marcapasso permanente em 30 dias - Taxa de endocardite de válvula protética em 1 ano - Taxa de trombose da válvula protética em 1 ano - Taxa de todos os acidentes vasculares cerebrais (incapacitante e não incapacitante) em 1 ano - Taxa de sangramento com risco de vida em 1 ano - Taxa de disfunção relacionada à válvula que requer procedimento de repetição em 1 ano
  • 11. Métodos (cont.):  Endpoint secundário de efetividade:  Taxa de disfunção relacionada à válvula, definida como estenose da válvula protética moderada ou grave, ou regurgitação protética moderada ou grave em 1 ano.  Qualidade de vida avaliada pelo questionário de cardiomiopatia de Kansas City (KCCQ) em 30 dias e 1 ano.  A taxa de hospitalização repetida por doença da válvula aórtica em 1 ano.  Avaliando efetividade do procedimento: local da implantação valvar, se foi colocada apenas uma prótese, se ausência de incompatibilidade da prótese com o paciente, gradiente médio da válvula aórtica inferior a 20 mmHg (ou velocidade de pico < 3 m / seg) E ausência de regurgitação valvar protética moderada ou grave.
  • 12. Métodos (cont.):  Endpoint secundário de efetividade (cont.):  Avaliação ecocardiográfica: Gradiente aórtico médio em 1 ano/ Área efetiva do orifício em 1 ano/ Grau de regurgitação protética total, peri e transvalvar em 1 ano.  Classificação funcional da New York Heart Association (NYHA) em 1 ano  Qualidade de vida relacionada à saúde em 1 ano
  • 13. Métodos (cont.):  Este ensaio usou métodos estatísticos adaptativos Bayesianos para avaliar o desfecho primário.  Foi hipotetizado que TAVI seria não inferior à cirurgia em relação ao desfecho primário com uma margem de não inferioridade de 6%.  O tamanho estimado da amostra de 1200 pacientes foi selecionado com base em uma incidência presumida de 15% de morte ou AVC incapacitante em 24 meses;  A análise interina bayesiana deveria ser realizada 12 meses após o 850º paciente foi submetido ao procedimento de estudo.
  • 14. Métodos (cont.):  Para pacientes que não completaram 24 meses de acompanhamento, imputamos seu resultado de acordo com um modelo estatístico pré- especificado, que foi baseado no último estado clínico conhecido do paciente. (apenas 10% dos pacientes chegaram a um acompanhamento de dois anos)  Uma análise de sensibilidade foi realizada para contabilizar os dados ausentes, incluindo dados para os pacientes que foram perdidos no acompanhamento ou aqueles que retiraram-se do estudo.
  • 16. Resultados:  De 28 de março de 2016 a 27 de novembro de 2018, a total de 1468 pacientes foram submetidos à randomização; 734 foram atribuídos ao TAVI e 734 foram atribuídos para a cirurgia.  Após randomização: 12 pacientes no grupo TAVI não foram implantados. 53 pacientes no grupo cirurgia não foram implantados. Houve crossover de 3 pacientes primariamente designados para o grupo cirúrgico, que foram submetidos a TAVI.
  • 17. Resultados (cont.):  Analise de endpoint primário:  A incidência de morte ou AVC incapacitante aos 24 meses (o desfecho primário) foi de 5,3% no Grupo TAVI e 6,7% no grupo de cirurgia (1,4 pontos percentuais; 95% de credibilidade bayesiana intervalo para a diferença, −4,9 a 2,1; probabilidade posterior de não inferioridade,> 0,999)  A incidência estimada de morte em 24 meses de qualquer causa foi de 4,5% no grupo TAVI e 4,5% no grupo de cirurgia (diferença, 0 pontos percentuais; intervalo de credibilidade de 95% para a diferença, -3,2 a 3,2)  A incidência estimada de AVC incapacitante em 24 meses foi de 1,1% no TAVI grupo e 3,5% no grupo de cirurgia (diferença, -2,3 pontos percentuais; Intervalo de credibilidade de 95% para a diferença, −4,8 a −0,4).
  • 18. Resultados (cont.):  Análise do endopoint secundário de segurança: No final de 30 dias foi de 5,3% no grupo TAVI e 10,7% no grupo cirurgia  A incidência de morte por qualquer causa em 30 dias foi de 0,5% no grupo TAVI e 1,3% no grupo de cirurgia;  Nova fibrilação atrial em até 30 dias ocorreram em 7,7% dos pacientes no TAVI grupo e em 35,4% no grupo de cirurgia (diferença, -27,7 pontos percentuais; intervalo de credibilidade para a diferença, −31,8 a −23,6)  Implante de marcapasso permanente ocorreu em 17,4% dos pacientes no grupo TAVI e em 6,1% no grupo de cirurgia (diferença, 11,3 porcentagem pontos; intervalo confiável para a diferença, 8,0 a 14,7)
  • 20. Resultados (Cont.):  Achados ecocardiográficos:  Houve melhora da hemodinâmica da valva aórtica em ambos os grupos, desde o início da intervenção.  Os gradientes médios da valva aórtica foram menores em 12 meses no TAVI do que no grupo de cirurgia; 9x12,3  A área média efetiva do orifício foi maior no grupo TAVI, do que no grupo cirurgia; 2,2x2,0  Regurgitação aórtica moderado ou grave estavam presentes em 30 dias em 3,5% dos pacientes no grupo TAVR e em 0,5% no grupo cirurgia;
  • 22. Discussão:  TAVI com uma bioprótese supraanular autoexpansível foi associado a uma menor incidência de acidente vascular cerebral incapacitante, lesão renal aguda, eventos hemorrágicos, e fibrilação atrial do que a cirurgia, mas com um maior incidência de regurgitação aórtica e necessidade de marcapasso permanente.  TAVI e cirurgia proporcionaram melhora funcional em 12 meses, mas o grupo TAVI teve melhor recuperação em 30 dias, conforme indicado pela pontuação KCCQ.  A incidência estimada de 24 meses de morte por qualquer causa foi baixa (4,5%) em ambos grupos, uma descoberta que reforçou o fato de que nosso estudo incluiu pacientes mais saudáveis com doenças graves da válvula aórtica. A Estimativa inicial era de 15%.
  • 23. Discussão (cont.):  Embora a incidência de AVC tenha sido semelhante nos dois grupos, AVC em 30 dias ocorreu com menos frequência no grupo TAVI e a incidência permaneceu menor em 24 meses; essas descobertas são semelhantes às de ensaios randomizados anteriores de TAVI envolvendo pacientes com risco cirúrgico aumentado.  Embora a hemodinâmica da válvula aórtica tenha melhorado substancialmente desde o início em ambos os grupos; foram encontrados gradientes da válvula aórtica mais baixos e maiores áreas valvar aórtica no grupo TAVI, descobertas que estão provavelmente relacionados ao design supraanular das biopróteses autoexpansíveis.
  • 24. Discussão (cont.):  Embora 22,1% dos pacientes do grupo de cirurgia tenham recebido próteses pequenas (19 mm ou 21 mm), a média das áreas da válvula aórtica eram grandes (2,0 cm2), e a incidência de estenose severa de prótese em 12 meses - incompatibilidade (8,2%) foi menor do que em relatórios anteriores.  Encontramos uma baixa incidência (<1%) de trombose da válvula, endocardite ou necessidade de reintervenção da válvula aórtica – tanto com TAVI ou cirúrgia.
  • 25. Discussão (cont.):  Nosso estudo tem várias limitações. A maior limitação importante é que este análise pré-especificado provisória ocorreu quando 850 pacientes atingiram 12 meses de acompanhamento. O acompanhamento de 24 meses de toda a coorte não foi alcançado.  Conclusões definitivas sobre as vantagens e desvantagens do TAVI em comparação com a cirurgia, aguardam a avaliação clínica de longo prazo e acompanhamento ecocardiográfico, que é planejado para continuar por 10 anos para todos os pacientes.  Foram excluídos pacientes com aorta bicúspide e aqueles que eram candidatos a válvulas mecânicas.  A bioprótese Evolut PRO de última geração foi utilizada em apenas 22,3% dos pacientes que receberam TAVI.
  • 26. Discussão (cont.):  Em conclusão, em um estudo randomizado envolvendo pacientes com estenose aórtica grave que estavam em baixo risco de morte por cirurgia, TAVI com um bioprótese supraanular autoexpansível foi não inferior à substituição cirúrgica da válvula aórtica com relação à morte por qualquer causa ou AVC incapacitante aos 24 meses.
  • 27. Critérios para avaliação crítica de um artigo sobre terapia 1. Critérios primários  A designação para os tratamentos foi randomizada? Sim.  Todos os pacientes admitidos no estudo foram adequadamente contados e atribuídos à conclusão? O seguimento foi completo? Não. Houveram perdas.  A análise seguiu o princípio da intenção de tratar? Sim Os resultados do estudo são válidos?
  • 28. Critérios para avaliação crítica de um artigo sobre terapia 1. Critérios secundários:  A condição cega foi contemplada? Não.  Os grupos comparados eram similares no início do estudo? Sim.  Além da intervenção experimental do estudo, os grupos comparados foram tratados igualmente? Sim. Seguindo guidelines atuais para tratamento das patologias de base e das complicações inerentes ao procedimento cirúrgico. Os resultados do estudo são válidos?
  • 29. Critérios para avaliação crítica de um artigo sobre terapia  Qual a dimensão do efeito do tratamento? Não inferioridade do tratamento com TAVI, em dois anos de seguimento, em relação ao procedimento cirúrgico.  Qual a precisão da estimativa do efeito do tratamento? Houve tendência a superioridade da TAVI em relação ao desfecho primário. -> 5,3% no Grupo TAVI e 6,7% no grupo de cirurgia (1,4 pontos percentuais)  As significâncias clínica e estatística foram consideradas? Sim Quais são os resultados?
  • 30. Critérios para avaliação crítica de um artigo sobre terapia  Os resultados podem ser aplicados aos meus pacientes? Sim  Todos os objetivos clinicamente relevantes foram considerados? Sim  Os benefícios do tratamento superam os riscos potenciais e os custos? Sim, com a ressalva que é necessário acompanhamento a longo prazo, para avaliação da durabilidade das próteses valvares implantadas por TAVI. Como incorporar os resultados na prática clínica?