O documento discute um estudo clínico randomizado que comparou a revascularização completa versus somente da artéria culpável em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnível do ST com doença arterial coronariana multivascular. O estudo encontrou uma redução significativa de 55% no desfecho primário composito de morte, reinfarto ou insuficiência cardíaca na estratégia de revascularização completa.
1. Clube de revista
Cardiologia
IHB-DF
Thiago Henrique de Deus e Silva
R2 em Cardiologia pelo Instituto Hospital de Base do Distrito Federal
Orientador: Alexandre José Aguiar Andrade
Maio de 2021
3. Considerações iniciais:
Sabe-se que o padrão ouro para IAMCSST é o tratamento percutâneo, que
deverá ser realizado em tempo hábil.
Em até 30-50% dos paciente submetidos ao CATE, na vigência de um infarto
agudo com supra de ST, existem mais de uma artéria com comprometimento
significativo.
O estudo tem como foco, a elucidação de qual a melhor estratégia a ser
utilizada, se a revascularização da artéria culpada pelo evento, ou se os
pacientes se beneficiariam em realizar a revascularização completa, de todas
as lesões significativas.
4. Métodos do estudo:
É um estudo multicêntrico britânico, randomizado. N 296 pacientes.
Critério para inserção no estudo: IAMCSST com menos de 12 horas de
evolução.
Os pacientes com mais de uma coronária doente, com obstrução> 50% ->
Randomizados em dois grupos
Grupo 1 -> Revascularização completa/ Grupo 2 -> Tratamento somente de
coronária responsável pelo IAMCSST. A randomização era guiada pela pela
localização do infarto (anterior / não anterior) e início dos sintomas (# 3 h
ou> 3 h).
Os pacientes foram acompanhados por pelo menos UM ano após ATC.
ATC -> Sempre que possivel com stent farmacológico.
5. Métodos do estudo:
Endpoint primário:
Morte por todas as causas
Recorrência de IAM
Insuficiência cardíaca
Necessidade de nova revascularização, induzida por isquemia, em até 12 meses.
6. 850 P-PCI patients
screened
554 patients not included
Single vessel disease 368
No assent 37
Shock / too unwell 12 / 7
Not suitable PCI: N-IRA/LMS 25
Not STEMI 25
Operator decision 19
N-IRA CTO only 14
Previous Q wave MI 10
CABG 10
Presentation > 12 hours 9
Stent thrombosis 1
N-IRA <2mm 5
Miscellaneous/not known 12
Randomised (during IRA PCI)
MVD
NIRA >70% single view / >50% two views
STEMI alert
Inclusion criteria met = YES
DAPT ASSENTED
ANGIO
NO
Excluded
YES
Treating the IRA only complete revascularisation
7.
8.
9. CMR Substudy
3±2d
N=105
CMR Substudy
3±2d
N=98
MPS 6±2 weeks
N=101
MPS 6±2 weeks
N=104
Of 150 ITT
Loss to follow-up
n=11
8 No consent
2 withdrew
1 no contact
Of 146 ITT
Loss to follow-
up n=8
6 No consent
2 withdrew
MACE at 12 months
139 included in intention to treat
analysis
MACE at 12 months
138 included in intention to treat
analysis
CMR 9-12
months
CMR 9-12
months
150 complete (IRA and N-IRA)
Treatment received:
139 Complete revascularization
8 IRA only
3 IRA only and referral for CABG
146 IRA Only
Treatment received :
139 IRA only
7 complete revascularization
Randomised (during IRA PCI)
MVD
>70% single view / >50% two views
YES
Stratified
Anterior/ non-anterior
<3hours>
CONSENT
13. Positive Features of CvLPRIT
Trial completed
Randomisation prior to
completing IRA
High % lesions > 70%
Strict definition of recurrent MI
Stratification for site infarct
and time to P-PCI
Contemporary trial
(high % radial/DES)
Independent CTU
Independent funding
MPS and CMR sub-studies
Limitations of CvLPRIT
Small study
Combined end point
Reduction across all endpoints
Open label study
No FFR /IVUS for severity
Loss to follow up
14. Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
1. Critérios primários
A designação para os tratamentos foi randomizada?
SIM
Todos os pacientes admitidos no estudo foram adequadamente contados e atribuídos à
conclusão? SIM
O seguimento foi completo?
Não . No grupo onde se tratou apenas a coronária culpada, 8 pacientes perderam o follow-up.
Já no grupo e revascularização completa, 11 pacientes.
A análise seguiu o princípio da intenção de tratar?
Sim
Os resultados do estudo são válidos?
15. Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
1. Critérios secundários:
A condição cega foi contemplada?
Não.
Os grupos comparados eram similares no início do estudo?
Sim.
Além da intervenção experimental do estudo, os grupos comparados foram
tratados igualmente?
Não. No grupo que tratou-se somente a lesão alvo, houve maior uso de aspiração
de microtrombo. (Hoje em dia, não mais indicado, pelo aumento de risco de AVC)
Diferenças relacionadas ao procedimento em si -> Mas sem comprometimento da
segurança do doente.
Os resultados do estudo são válidos?
16. Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
Qual a dimensão do efeito do tratamento?
A revascularização completa, quando comparada a revascularização da coronária
culpada, diminui a chance do endpoint primário. houve redução significativa
(55%) no desfecho primário (10% versus 21%; HR 0,45; p = 0,009) nos pacientes
submetidos à revascularização completa. A redução absoluta, foi de 11%.
NNT-> 8,9
Qual a precisão da estimativa do efeito do tratamento?
Intervalo de confiança: Relativamente largo -> Beneficio aparente (16 a 76%)
As significâncias clínica e estatística foram consideradas?
Sim
Quais são os resultados?
17. Critérios para avaliação crítica de um
artigo sobre terapia
Os resultados podem ser aplicados aos meus pacientes?
Sim
Todos os objetivos clinicamente relevantes foram considerados?
Sim. Com a ressalva que o estudo é pequeno.
Os benefícios do tratamento superam os riscos potenciais e os custos?
Sim.
Como incorporar os resultados na prática clínica?
25. Considerações finais:
Apesar dos achados dos últimos ensaios clínicos, ainda não há uma resposta
definitiva a respeito do melhor tratamento da DAC multivascular no contexto de
IAMCSSST e ICPp.
Diversas particularidades devem ser consideradas na decisão sobre qual o melhor
momento para abordagem das estenoses em artérias não culpadas, entre elas,
características clínicas do paciente, angiográficas da lesão culpada e das artérias
não relacionadas.
As vantagens e desvantagens de cada estratégia de intervenção também devem
ser consideradas.
A revascularização completa pode ser benéfica por permitir o rápido
restabelecimento do fluxo sanguíneo, aumentando a área de miocárdio viável e
levando à melhora da fração de ejeção ventricular esquerda. Além disso, está
relacionada à redução de complicações vasculares pela menor necessidade de
punções e à diminuição do tempo de internação hospitalar, promovendo aumento
de custo-efetividade.