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[Interações medicamentosas - antifúngico 006]
Óleo Essencial: Schinus lentiscifolius
Composto: β-cariofileno, germacreno-D, biciclogermacreno, elemol, c-eudesmol, β-eudesmol,
α-eudesmol e α-pineno
Título: Antifungal mechanism of action of Schinus lentiscifolius Marchand essential oil and its
synergistic effect in vitro with terbinafine and ciclopirox against dermatophytes
“Mecanismo de ação antifúngica do óleo essencial de Schinus lentiscifolius Marchand e seu
efeito sinérgico in vitro com terbinafina e ciclopirox contra dermatófitos”.
Autor: Letıcia J. Danielli, Bruna Pippi, Jonathaline A. Duarte, Ana J. Maciel, William
Lopes,Michel M. Machado, Luis Flavio S. Oliveira, Marilene H. Vainstein, Mario L. Teixeira,
Sergio A. L. Bordignon, Alexandre M. Fuentefria, and Miriam A. Apel
Journal: Society, Journal of Pharmacy and Pharmacology
Vol/Issue: 70 (3)
Ano: 2018
DOI: 10.1111/jphp.12949
TAGS: Dermatofitose; tecidos queratinizados; abordagem multi-target; efeito antifúngico;
propriedades antiinflamatórias; antioxidante; micose cutânea; cicatrização de feridas;
inflamação; efeitos adversos; agentes quimiossensibilizadores; agentes antifúngicos; interação
medicamentosa; sinergia; Schinus lentiscifolius; aroeira; terbinafina; ciclopirox; b-cariofileno;
germacreno D; biciclogermacreno; elemol; c-eudesmol; b-eudesmol; a-eudesmol; a-pineno;
Candida albicans; Candida glabrata; Candida krusei; Candida parapsilosis; Candida tropicalis;
T. rubrum; Microsporum gypseum; M. canis; Trichophyton mentagrophytes; capacidade de
sequestrar radicais livres; não irritante; atividade seletiva; dano estrutural; tratamento tópico;
infecções superficiais por dermatófitos.
Sobre o artigo
A dermatofitose é um processo infeccioso causado por fungos filamentosos especializados em
invadir e infectar tecidos queratinizados em humanos e animais. Em geral, essas infecções são
superficiais, mas mesmo assim são consideradas de difícil controle.
A cura espontânea é altamente improvável e a terapia é considerada complexa, cara e de
longa duração, além de ser caracterizada por episódios recorrentes. Além disso, a
disponibilidade restrita do arsenal terapêutico associada ao tratamento prolongado e ao
desenvolvimento de resistência por microrganismos tornam esse tipo de infecção um problema
mundial.
Nesse contexto, vários estudos foram conduzidos para explorar novas substâncias ativas como
alternativa à terapia convencional ou sua complementação. Como uma abordagem multi-alvo, a
terapia combinada tem sido usada como estratégia devido à falta de novos antimicrobianos.
Além do efeito antifúngico, as substâncias que possuem propriedades anti-inflamatórias e
antioxidantes podem ser promissoras no tratamento da micose cutânea, onde a combinação
desses recursos pode ajudar significativamente a cicatrização das feridas causadas.
A combinação de antifúngicos convencionais com compostos naturais também pode minimizar
os efeitos adversos dessas drogas, tendo em vista a redução da dose necessária para obter o
mesmo efeito, além de poder contribuir para o tratamento de microrganismos resistentes.
Portanto, o desafio é a busca por novas substâncias capazes de complementar a terapia
convencional e atuar sinergicamente com os medicamentos disponíveis para maximizar seu
efeito ou reverter a resistência.
O uso de agentes quimiossensibilizadores a um patógeno tem se mostrado uma alternativa
promissora à falta de novos antimicrobianos e ao aumento da resistência à terapia antifúngica
convencional, embora sem adicionar efeitos tóxicos ou adversos.
Nesse contexto, estudos demonstraram que a quimiossensibilização de microrganismos por
óleos essenciais ou seus compostos isolados melhorou a eficácia dos agentes antifúngicos
comerciais.
Portanto, essas substâncias podem ser uma alternativa para serem usadas em combinação
com agentes antifúngicos, visto que estão associadas às atividades antimicrobianas,
anti-inflamatórias e antioxidantes.
A planta Schinus lentiscifolius é uma árvore pertencente à família Anacardiaceae, comumente
conhecida como aroeira, que possui atividades antimicrobianas, anticâncer, antioxidante,
repelente e inseticida.
Considerando os óleos essenciais como fonte de potenciais substâncias antimicrobianas, este
estudo avaliou as atividades antifúngica, antioxidante e antiquimiotática do óleo essencial de S.
lentiscifolius, bem como seu mecanismo de ação antifúngica e toxicidade. Além disso, foi
avaliado o efeito do óleo essencial em combinação com terbinafina e ciclopirox contra espécies
de dermatófitos.
Resultados:
● Composição química do óleo essencial
A análise química permitiu a identificação de 33 compostos, que representaram 96% do óleo
total. Entre os hidrocarbonetos sesquiterpênicos, β-cariofileno (10%), germacreno D (8%) e
biciclogermacreno (8%) foram identificados como os compostos predominantes.
Dentre as frações oxigenadas, elemol (10%) e três compostos da via eudesmane
predominaram: c-eudesmol (13%), β-eudesmol (10%) e α-eudesmol (9%). Apenas compostos
de hidrocarbonetos foram observados na fração monoterpênica, destacando-se o α-pineno
como constituinte primário (8%).
● Atividade antifúngica e mecanismo de ação
A triagem antifúngica mostrou inibição seletiva contra dermatófitos, não exibindo atividade
contra Candida albicans, Candida glabrata, Candida krusei, Candida parapsilosis e Candida
tropicalis na concentração testada (500 µg/ml).
De acordo com os valores das concentrações inibitórias mínimas (CIMs), o óleo inibiu o
crescimento de T. rubrum, Microsporum gypseum e M. canis nas concentrações de 125 e 250
µg/ml, enquanto o crescimento de Trichophyton mentagrophytes foi inibido em apenas 250
µg/ml.
Para terbinafina e ciclopirox (medicamentos padrões), os valores das CIMs variaram de 0,004 a
0,016 µg/ml e de 1 a 4 µg/ml, respectivamente.
Houve aumento de 2 a 8 vezes nos valores das CIMs do óleo por meio da adição de sorbitol
para todas as cepas, exceto T. mentagrophytes (TME43) e M. canis (MCA01). Da mesma
forma, houve alteração nos valores de CIM da anidulafungina na presença do protetor
osmótico.
A adição de ergosterol ao meio resultou em aumento de 2 a 3 vezes nos valores das CIMs do
óleo, o que foi em proporção direta ao aumento da concentração de esterol, com
concentrações inibitórias superiores a 500 µg/ml. Ainda, as concentrações de ergosterol
exógeno ≥ 50 µg/ml aumentaram a CIM da anfotericina B em 8 vezes (4 a 32 µg/ml).
Explicando o gráfico: Este gráfico representa o efeito de diferentes concentrações de ergosterol exógeno
(50 a 200 µg/ml) na concentração inibitória mínima de anfotericina B (■) e óleo essencial de Schinus
lentiscifolius (♦) contra Microsporum canis.
Podemos observar que as concentrações de ergosterol exógeno ≥ 50 µg/ml aumentaram a CIM da
anfotericina B em 8 vezes (4 a 32 µg/ml), como também, aumentaram as CIMs do óleo essencial de 2 a
3 vezes (500 µg/ml).
O ensaio de tempo de morte (“time-kill”) mostrou uma redução da viabilidade de T. rubrum e M.
canis tratados com o óleo, confirmando os resultados obtidos no teste de susceptibilidade. A
amostra apresentou efeito fungicida para as duas cepas, embora de forma dependente do
tempo.
Explicando o gráfico: Este gráfico representa a cinética da morte de dermatófitos na presença de óleo
essencial de Schinus lentiscifolius. O eixo Y (vertical) é representado pelos valores médios para
unidades formadores de colônia (UFC) / mL em função logarítmica (Log10) – ou seja, a quantidade de
colônias por mL; e o eixo (X) é relativo ao tempo para Trichophyton rubrum (a) e Microsporum canis (b)
em concentrações de 250 µg/ml (■) e 500 µg/ml (▲) de óleo essencial, além do tratamento de controle
(♦). Podemos observar uma redução drástica nas formações das colônias após 12h de tratamento,
chegando a seu nível basal (0) em até 24h de tratamento.
Os pesquisadores observaram que na concentração de 500 µg/ml o óleo apresentou efeito
fungicida após 12h de tratamento, no entanto, com a concentração de 250 µg/ml o mesmo
efeito foi obtido somente após 24h, e este efeito também foi observado para M. canis após 24
h.
O efeito das concentrações subinibitórias de ciclopirox, terbinafina e das combinações com
óleo também foi observado. Portanto, como referência, nas amostras de controle as células
miceliais apresentaram longas fitas de hifas com paredes celulares lisas e intactas (Figura 1a).
Em uma amostra de hifas tratada apenas com óleo, as alterações ultraestruturais indicaram
encolhimento e quebra da célula através da membrana plasmática – lise celular (Figura 1b e
Figura 1c). E, nenhuma alteração estrutural predominante foi observada nas hifas quando
tratadas com concentrações subinibitórias de ciclopirox e terbinafina (Figura 1d e Figura 1f).
Entretanto, quando os antifúngicos foram combinados com o óleo essencial, as mesmas
células apresentaram o estreitamento semelhante ao observado no tratamento apenas com
óleo (Figura 1e e Figura 1g).
Figura 1: Esta é uma imagem obtida através da microscopia eletrônica de varredura de hifas do fungo
Microsporum canis expostas ao tratamento. (a) Controle, (b) óleo essencial (125 µg/ml), óleo essencial
(250 µg/ml), (d) terbinafina (0,004 µg/ml), (e) combinação de óleo essencial e terbinafina (31,25 + 0,001
µg/ml), (f) ciclopirox (2 µg/ml) e (g) combinação de óleo essencial e ciclopirox (31,25 + 0,5 µg/ml).
Observe as alterações na morfologia das hifas, incluindo redução e quebra das hifas (setas) em
amostras tratadas com óleo.
● Ensaio Checkerboard
Os valores de FICI obtidos da combinação do óleo essencial com os antifúngicos indicaram
interações sinérgicas, aditivas e indiferentes, mas não o antagonismo.
Para as combinações geradas com terbinafina, os valores de FICI variaram de 0.375 a 1.0625
e o efeito sinérgico foi demonstrado em 62% das cepas. Já para as cepas de T.
mentagrophytes a combinação foi aditiva ou indiferente.
A associação entre o óleo e o ciclopirox mostrou um efeito sinérgico para apenas duas cepas
do gênero Microsporum, enquanto a aditividade foi observada como efeito predominante
presente em 62% das cepas (FICI 0,375 a 1,25); além disso, apenas uma cepa de T. rubrum
demonstrou interação indiferente a esta combinação.
● Atividades anti-quimiotática e antioxidantes
Em todas as concentrações testadas o óleo reduziu significativamente a migração para o
químico atraente, com a atividade inibitória variando de 52% a 97%.
A indometacina, utilizada como controle positivo, na concentração de 10 µg/ml apresentou
efeito significativamente menor que o do óleo nas concentrações de 1,25 a 10 µg/ml.
No ensaio antioxidante (DPPH) o óleo exibiu uma capacidade de sequestrar radicais livres de
12% a 38% em concentrações variando de 100 a 250 µg/ml. Já a rutina exibiu 96% de
atividade na concentração de 250 µg/ml.
O efeito do ensaio cinético do óleo na eliminação do radical DPPH mostrou uma atividade no
tempo de reação inicial (0 a 5 minutos) com uma diminuição subsequente em relação ao tempo
em todas as concentrações testadas, mas o resultado oposto foi observado para a rutina cuja
atividade sequestrante aumentou em relação ao tempo.
Explicando o gráfico: Este gráfico representa o comportamento cinético da eliminação do radical DPPH
por rutina (a) e óleo essencial de Schinus lentiscifolius (b). Onde as concentrações de (♦) 250 µg/ml, (–)
200 µg/ml, (▲) 150 µg/ml e (■) 100 µg/ml estão em função da atividade antioxidante (%) e do tempo
(minutos). Podemos observar que no gráfico (a) a rutina exibiu uma atividade antioxidante significativa na
concentração de 250 µg/ml e o óleo (b) exibiu uma capacidade de sequestrar radicais livres de 12% a
38% em concentrações variando de 100 a 250 µg/ml.
● Histopatologia
Os resultados da avaliação histopatológica não indicaram lesões microscópicas nos espécimes
tratados com o óleo, nas concentrações do antifúngico, bem como as combinações dos
mesmos. E, de acordo com a metodologia aplicada, todas as amostras testadas foram
classificadas como não irritantes.
Na prática:
Os pesquisadores demonstraram que o óleo essencial de aroeira apresentou atividade seletiva
contra dermatófitos e a avaliação do seu mecanismo de ação antifúngico indicou efeito na
parede e membrana celular do fungo, confirmado pelo dano estrutural observado nas hifas.
Os resultados da interação sinérgica obtida a partir da combinação com a terbinafina
(medicamento padrão) mostraram que o óleo essencial esteve envolvido na
quimiossensibilização da célula fúngica, resultando em melhora do efeito antifúngico.
Portanto, uma substância que apresenta propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e
antifúngicas tem a vantagem de promover alívio rápido dos sintomas da infecção e acelerar o
processo de cicatrização.
Ainda, a ausência de lesão epidérmica e potencial de irritação observada neste estudo indica
que esse óleo pode ser utilizado como alternativa à terapia convencional no tratamento tópico
de infecções superficiais por dermatófitos.

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Antifúngico natural sinérgico

  • 1. [Interações medicamentosas - antifúngico 006] Óleo Essencial: Schinus lentiscifolius Composto: β-cariofileno, germacreno-D, biciclogermacreno, elemol, c-eudesmol, β-eudesmol, α-eudesmol e α-pineno Título: Antifungal mechanism of action of Schinus lentiscifolius Marchand essential oil and its synergistic effect in vitro with terbinafine and ciclopirox against dermatophytes “Mecanismo de ação antifúngica do óleo essencial de Schinus lentiscifolius Marchand e seu efeito sinérgico in vitro com terbinafina e ciclopirox contra dermatófitos”. Autor: Letıcia J. Danielli, Bruna Pippi, Jonathaline A. Duarte, Ana J. Maciel, William Lopes,Michel M. Machado, Luis Flavio S. Oliveira, Marilene H. Vainstein, Mario L. Teixeira, Sergio A. L. Bordignon, Alexandre M. Fuentefria, and Miriam A. Apel Journal: Society, Journal of Pharmacy and Pharmacology Vol/Issue: 70 (3) Ano: 2018 DOI: 10.1111/jphp.12949 TAGS: Dermatofitose; tecidos queratinizados; abordagem multi-target; efeito antifúngico; propriedades antiinflamatórias; antioxidante; micose cutânea; cicatrização de feridas; inflamação; efeitos adversos; agentes quimiossensibilizadores; agentes antifúngicos; interação medicamentosa; sinergia; Schinus lentiscifolius; aroeira; terbinafina; ciclopirox; b-cariofileno; germacreno D; biciclogermacreno; elemol; c-eudesmol; b-eudesmol; a-eudesmol; a-pineno; Candida albicans; Candida glabrata; Candida krusei; Candida parapsilosis; Candida tropicalis; T. rubrum; Microsporum gypseum; M. canis; Trichophyton mentagrophytes; capacidade de sequestrar radicais livres; não irritante; atividade seletiva; dano estrutural; tratamento tópico; infecções superficiais por dermatófitos. Sobre o artigo A dermatofitose é um processo infeccioso causado por fungos filamentosos especializados em invadir e infectar tecidos queratinizados em humanos e animais. Em geral, essas infecções são superficiais, mas mesmo assim são consideradas de difícil controle. A cura espontânea é altamente improvável e a terapia é considerada complexa, cara e de longa duração, além de ser caracterizada por episódios recorrentes. Além disso, a disponibilidade restrita do arsenal terapêutico associada ao tratamento prolongado e ao desenvolvimento de resistência por microrganismos tornam esse tipo de infecção um problema mundial.
  • 2. Nesse contexto, vários estudos foram conduzidos para explorar novas substâncias ativas como alternativa à terapia convencional ou sua complementação. Como uma abordagem multi-alvo, a terapia combinada tem sido usada como estratégia devido à falta de novos antimicrobianos. Além do efeito antifúngico, as substâncias que possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes podem ser promissoras no tratamento da micose cutânea, onde a combinação desses recursos pode ajudar significativamente a cicatrização das feridas causadas. A combinação de antifúngicos convencionais com compostos naturais também pode minimizar os efeitos adversos dessas drogas, tendo em vista a redução da dose necessária para obter o mesmo efeito, além de poder contribuir para o tratamento de microrganismos resistentes. Portanto, o desafio é a busca por novas substâncias capazes de complementar a terapia convencional e atuar sinergicamente com os medicamentos disponíveis para maximizar seu efeito ou reverter a resistência. O uso de agentes quimiossensibilizadores a um patógeno tem se mostrado uma alternativa promissora à falta de novos antimicrobianos e ao aumento da resistência à terapia antifúngica convencional, embora sem adicionar efeitos tóxicos ou adversos. Nesse contexto, estudos demonstraram que a quimiossensibilização de microrganismos por óleos essenciais ou seus compostos isolados melhorou a eficácia dos agentes antifúngicos comerciais. Portanto, essas substâncias podem ser uma alternativa para serem usadas em combinação com agentes antifúngicos, visto que estão associadas às atividades antimicrobianas, anti-inflamatórias e antioxidantes. A planta Schinus lentiscifolius é uma árvore pertencente à família Anacardiaceae, comumente conhecida como aroeira, que possui atividades antimicrobianas, anticâncer, antioxidante, repelente e inseticida. Considerando os óleos essenciais como fonte de potenciais substâncias antimicrobianas, este estudo avaliou as atividades antifúngica, antioxidante e antiquimiotática do óleo essencial de S. lentiscifolius, bem como seu mecanismo de ação antifúngica e toxicidade. Além disso, foi avaliado o efeito do óleo essencial em combinação com terbinafina e ciclopirox contra espécies de dermatófitos. Resultados: ● Composição química do óleo essencial A análise química permitiu a identificação de 33 compostos, que representaram 96% do óleo total. Entre os hidrocarbonetos sesquiterpênicos, β-cariofileno (10%), germacreno D (8%) e biciclogermacreno (8%) foram identificados como os compostos predominantes. Dentre as frações oxigenadas, elemol (10%) e três compostos da via eudesmane predominaram: c-eudesmol (13%), β-eudesmol (10%) e α-eudesmol (9%). Apenas compostos
  • 3. de hidrocarbonetos foram observados na fração monoterpênica, destacando-se o α-pineno como constituinte primário (8%). ● Atividade antifúngica e mecanismo de ação A triagem antifúngica mostrou inibição seletiva contra dermatófitos, não exibindo atividade contra Candida albicans, Candida glabrata, Candida krusei, Candida parapsilosis e Candida tropicalis na concentração testada (500 µg/ml). De acordo com os valores das concentrações inibitórias mínimas (CIMs), o óleo inibiu o crescimento de T. rubrum, Microsporum gypseum e M. canis nas concentrações de 125 e 250 µg/ml, enquanto o crescimento de Trichophyton mentagrophytes foi inibido em apenas 250 µg/ml. Para terbinafina e ciclopirox (medicamentos padrões), os valores das CIMs variaram de 0,004 a 0,016 µg/ml e de 1 a 4 µg/ml, respectivamente. Houve aumento de 2 a 8 vezes nos valores das CIMs do óleo por meio da adição de sorbitol para todas as cepas, exceto T. mentagrophytes (TME43) e M. canis (MCA01). Da mesma forma, houve alteração nos valores de CIM da anidulafungina na presença do protetor osmótico. A adição de ergosterol ao meio resultou em aumento de 2 a 3 vezes nos valores das CIMs do óleo, o que foi em proporção direta ao aumento da concentração de esterol, com concentrações inibitórias superiores a 500 µg/ml. Ainda, as concentrações de ergosterol exógeno ≥ 50 µg/ml aumentaram a CIM da anfotericina B em 8 vezes (4 a 32 µg/ml). Explicando o gráfico: Este gráfico representa o efeito de diferentes concentrações de ergosterol exógeno (50 a 200 µg/ml) na concentração inibitória mínima de anfotericina B (■) e óleo essencial de Schinus lentiscifolius (♦) contra Microsporum canis.
  • 4. Podemos observar que as concentrações de ergosterol exógeno ≥ 50 µg/ml aumentaram a CIM da anfotericina B em 8 vezes (4 a 32 µg/ml), como também, aumentaram as CIMs do óleo essencial de 2 a 3 vezes (500 µg/ml). O ensaio de tempo de morte (“time-kill”) mostrou uma redução da viabilidade de T. rubrum e M. canis tratados com o óleo, confirmando os resultados obtidos no teste de susceptibilidade. A amostra apresentou efeito fungicida para as duas cepas, embora de forma dependente do tempo. Explicando o gráfico: Este gráfico representa a cinética da morte de dermatófitos na presença de óleo essencial de Schinus lentiscifolius. O eixo Y (vertical) é representado pelos valores médios para unidades formadores de colônia (UFC) / mL em função logarítmica (Log10) – ou seja, a quantidade de colônias por mL; e o eixo (X) é relativo ao tempo para Trichophyton rubrum (a) e Microsporum canis (b) em concentrações de 250 µg/ml (■) e 500 µg/ml (▲) de óleo essencial, além do tratamento de controle (♦). Podemos observar uma redução drástica nas formações das colônias após 12h de tratamento, chegando a seu nível basal (0) em até 24h de tratamento. Os pesquisadores observaram que na concentração de 500 µg/ml o óleo apresentou efeito fungicida após 12h de tratamento, no entanto, com a concentração de 250 µg/ml o mesmo efeito foi obtido somente após 24h, e este efeito também foi observado para M. canis após 24 h. O efeito das concentrações subinibitórias de ciclopirox, terbinafina e das combinações com óleo também foi observado. Portanto, como referência, nas amostras de controle as células miceliais apresentaram longas fitas de hifas com paredes celulares lisas e intactas (Figura 1a). Em uma amostra de hifas tratada apenas com óleo, as alterações ultraestruturais indicaram encolhimento e quebra da célula através da membrana plasmática – lise celular (Figura 1b e Figura 1c). E, nenhuma alteração estrutural predominante foi observada nas hifas quando tratadas com concentrações subinibitórias de ciclopirox e terbinafina (Figura 1d e Figura 1f).
  • 5. Entretanto, quando os antifúngicos foram combinados com o óleo essencial, as mesmas células apresentaram o estreitamento semelhante ao observado no tratamento apenas com óleo (Figura 1e e Figura 1g).
  • 6. Figura 1: Esta é uma imagem obtida através da microscopia eletrônica de varredura de hifas do fungo Microsporum canis expostas ao tratamento. (a) Controle, (b) óleo essencial (125 µg/ml), óleo essencial (250 µg/ml), (d) terbinafina (0,004 µg/ml), (e) combinação de óleo essencial e terbinafina (31,25 + 0,001 µg/ml), (f) ciclopirox (2 µg/ml) e (g) combinação de óleo essencial e ciclopirox (31,25 + 0,5 µg/ml). Observe as alterações na morfologia das hifas, incluindo redução e quebra das hifas (setas) em amostras tratadas com óleo. ● Ensaio Checkerboard Os valores de FICI obtidos da combinação do óleo essencial com os antifúngicos indicaram interações sinérgicas, aditivas e indiferentes, mas não o antagonismo. Para as combinações geradas com terbinafina, os valores de FICI variaram de 0.375 a 1.0625 e o efeito sinérgico foi demonstrado em 62% das cepas. Já para as cepas de T. mentagrophytes a combinação foi aditiva ou indiferente. A associação entre o óleo e o ciclopirox mostrou um efeito sinérgico para apenas duas cepas do gênero Microsporum, enquanto a aditividade foi observada como efeito predominante presente em 62% das cepas (FICI 0,375 a 1,25); além disso, apenas uma cepa de T. rubrum demonstrou interação indiferente a esta combinação. ● Atividades anti-quimiotática e antioxidantes Em todas as concentrações testadas o óleo reduziu significativamente a migração para o químico atraente, com a atividade inibitória variando de 52% a 97%. A indometacina, utilizada como controle positivo, na concentração de 10 µg/ml apresentou efeito significativamente menor que o do óleo nas concentrações de 1,25 a 10 µg/ml. No ensaio antioxidante (DPPH) o óleo exibiu uma capacidade de sequestrar radicais livres de 12% a 38% em concentrações variando de 100 a 250 µg/ml. Já a rutina exibiu 96% de atividade na concentração de 250 µg/ml. O efeito do ensaio cinético do óleo na eliminação do radical DPPH mostrou uma atividade no tempo de reação inicial (0 a 5 minutos) com uma diminuição subsequente em relação ao tempo em todas as concentrações testadas, mas o resultado oposto foi observado para a rutina cuja atividade sequestrante aumentou em relação ao tempo.
  • 7. Explicando o gráfico: Este gráfico representa o comportamento cinético da eliminação do radical DPPH por rutina (a) e óleo essencial de Schinus lentiscifolius (b). Onde as concentrações de (♦) 250 µg/ml, (–) 200 µg/ml, (▲) 150 µg/ml e (■) 100 µg/ml estão em função da atividade antioxidante (%) e do tempo (minutos). Podemos observar que no gráfico (a) a rutina exibiu uma atividade antioxidante significativa na concentração de 250 µg/ml e o óleo (b) exibiu uma capacidade de sequestrar radicais livres de 12% a 38% em concentrações variando de 100 a 250 µg/ml. ● Histopatologia Os resultados da avaliação histopatológica não indicaram lesões microscópicas nos espécimes tratados com o óleo, nas concentrações do antifúngico, bem como as combinações dos mesmos. E, de acordo com a metodologia aplicada, todas as amostras testadas foram classificadas como não irritantes. Na prática: Os pesquisadores demonstraram que o óleo essencial de aroeira apresentou atividade seletiva contra dermatófitos e a avaliação do seu mecanismo de ação antifúngico indicou efeito na parede e membrana celular do fungo, confirmado pelo dano estrutural observado nas hifas. Os resultados da interação sinérgica obtida a partir da combinação com a terbinafina (medicamento padrão) mostraram que o óleo essencial esteve envolvido na quimiossensibilização da célula fúngica, resultando em melhora do efeito antifúngico. Portanto, uma substância que apresenta propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antifúngicas tem a vantagem de promover alívio rápido dos sintomas da infecção e acelerar o processo de cicatrização. Ainda, a ausência de lesão epidérmica e potencial de irritação observada neste estudo indica que esse óleo pode ser utilizado como alternativa à terapia convencional no tratamento tópico de infecções superficiais por dermatófitos.