SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
[Copaíba 007]
Óleo essencial: Copaifera spp.
Composto: β-cariofileno
Título: Antimicrobial activity of copaiba oil: A review and a call for further research
"Atividade antimicrobiana do óleo de copaíba: uma revisão e um pedido de mais
pesquisas"
Autor: Tobouti PL, de Andrade Martins TC, Pereira TJ, Mussi MCM.
Journal: Biomed Pharmacother
Vol (Issue): 94
Ano: 2017
DOI: 10.1016/j.biopha.2017.07.092
TAGs: Atividade antibacteriana; atividade antifúngica; copaíba; Copaifera spp.;
β-cariofileno; revisão; analgésico; infecção; patógenos; sesquiterpeno; diterpeno;
Copaifera multijuga; S. mitis; S. constellatus; S. salivarius; S. mutans, S. sanguinis; S.
oralis; Escherichia coli; Pseudomonas aeruginosa; Copaifera officinalis; concentração
bactericida mínima; concentração inibitória mínima; Copaifera langsdorffii; Candida
albicans; C. parapsilosis; C. glabrata; C. krusei; C. tropicalis; Microsporum canis; M.
gypseum; Streptococcus spp; Staphylococcus spp; Pseudomonas spp; Paenibacillus
spp; P. gingivalis; Candida spp; E. coli; ácido copálico; in vitro; in natura.
Sobre o artigo:
De acordo com a classificação botânica, Copaíba pertence à família Leguminosae e
gênero Copaifera. Algumas árvores têm 400 anos, altura entre 25 e 40m, casca
aromática, madeira pesada, folhagem densa, flores pequenas, frutos secos e sementes
pretas e ovóides.
A casca é marrom escura, com superfície rugosa e aroma agradável, e o diâmetro do
tronco pode chegar a 80 centímetros. O óleo é amarelo-acastanhado e demonstrou
possuir propriedades anti-inflamatórias, curativas, analgésicas, antibacterianas,
antifúngicas e antitumorais.
As diferentes espécies de copaíba apresentam quantidades diferentes de substâncias
na composição do óleo, onde cerca de 80% são sesquiterpenos e 20% são diterpenos.
O óleo de copaíba é utilizado há mais de 390 anos, porém, considerando o tempo de
uso empírico, há um número escasso de publicações sobre suas atividades.
Este óleo essencial é uma fitomedicina já comprovadamente eficiente contra alguns
microorganismos. Porém, diferentemente de outros fitomedicamentos bem
estabelecidos, estudos antimicrobianos sobre o óleo de copaíba podem apresentar
algum viés devido à falta de padronização.
Portanto, esta revisão resume trabalhos recentes, de 2009 a 2016, sobre as atividades
antibacterianas e antifúngicas do óleo de copaíba, discute questões que afetam os
estudos sobre esse óleo e solicita mais estudos in vitro e clínicos.
Resultados:
1. Atividade antimicrobiana
1.1. Atividade antibacteriana
Segundo alguns pesquisadores, a atividade antibacteriana do óleo de copaíba parece
estar relacionada à combinação de sesquiterpenos e diterpenos, afetando a integridade
da parede celular bacteriana, e essa ação foi demonstrada em muitos patógenos,
incluindo bactérias gram-negativas e, principalmente, gram-positivas, como
Staphylococcus spp. e Streptococcus spp.
O óleo em gel de Copaifera multijuga demonstrou atividade antibacteriana contra S.
mitis, S. constellatus e S. salivarius isolados de pacientes e contra S. mitis, S. mutans,
S. sanguinis e S. oralis derivadas de amostras laboratoriais.
Este mesmo óleo, mas de uma fonte diferente, inibiu o crescimento de Escherichia coli,
S. aureus e Pseudomonas aeruginosa in vitro em concentração inibitória mínima (CIM)
de 1.56, 3.12 e 12.5%, respectivamente.
Além disso, Copaifera multijuga e o óleo de Copaifera officinalis também demonstraram
atividade bacteriana contra S. aureus em uma CIM e CBM de 0,3125 mg/mL e uma
CIM de 0,78 μl/mL a 10%, respectivamente.
Além disso, Copaifera officinalis foi bacteriostática (1,56 a 12,5%) contra isolados de
Paenibacillus spp., como P. alginolyticus, P. pabuli, P. azotofixans, P. borealis, P.
glucanolyticus, P. validus, P. thiaminolyticus, e P. larvae.
Curiosamente, o óleo essencial de Copaifera langsdorffii demonstrou melhor atividade
antimicrobiana do que o óleo-resina semelhante contra S. aureus, S. epidermidis e
duas cepas clínicas de cada espécie com a CIM mais alta de 249,7 mg/mL.
Além disso, o óleo de resina foi bacteriostático para S. mitis; Aggregatibacter
actinomycetemcomitans; e Porphyromonas gingivalis, em uma CIM variando de 0,5% a
4%.
Uma CIM superior a 4% foi encontrada para S. mutans, S. salivarius, Lactobacillus
casei, S. sanguinis, Prevotella nigrescens e Actinomyces naeslundii.
Além disso, o ácido copálico (diterpeno), extraído de Copaifera langsdorffii, demonstrou
atividade bacteriostática contra P. gingivalis nas primeiras 12 horas e atividade
bactericida entre 12-24 horas.
A bactéria Listeria monocytogenes demonstrou ser sensível a 10% desse óleo e, ainda,
emulsões nanoestruturadas à base de resina e óleo essencial desta espécie mostraram
melhorar as atividades antimicrobianas.
1.2. Atividade antifúngica
O óleo de Copaifera langsdorffii inibe o crescimento de Candida albicans, C.
parapsilosis, C. glabrata, C. krusei e C. tropicalis, em uma CIM entre 0,0001 e 249,7
mg/mL.
Os fungos Trichophyton mentagrophytes e T. rubrum foram inibidos em CIMs de 170
µg/mL e 1360 µg/mL, respectivamente. Contudo, os fungos Microsporum canis e M.
gypseum foram resistentes a esta espécie.
O óleo de resina de Copaifera multijuga (CIM entre 0,3 a 0,6 mg/mL) e o óleo essencial
(CIM entre 0,1 a 0,5 mg/mL) inibiram C. guilliermondii, C. tropicalis e C. parapsilosis.
Este óleo de resina foi eficaz também contra Aspergillus flavus, A. niger, A. tamari e A.
terreus em uma CIM entre 0,3 a 0,6 mg/mL e o óleo essencial inibido em uma CIM
entre 0,08 a 0,5 mg/mL.
Embora o óleo de Copaifera officinalis a 10% não tenha mostrado atividade
fungistática, foi demonstrado que ele inibiu a adesão de Candida em um bloco de
resina termopolimerizada, que imitava uma dentadura.
Alguns pesquisadores também demonstraram a inibição de Candida (C. parapsilosis e
C. Krusei) e T. rubrum, usando nanopartículas lipídicas sólidas contendo óleo de
copaíba.
2. Implicações e direções para pesquisas futuras
A ação antimicrobiana do óleo de copaíba contra bactérias e fungos (Fig. 1), como
Streptococcus spp, Staphylococcus spp, Pseudomonas spp, Paenibacillus spp, P.
gingivalis, Candida spp e E. coli demonstram grande potencial para medicina e
odontologia.
Porém, está claro que as publicações sobre os diferentes óleos de copaíba são
limitadas, uma vez que alguns dos estudos não indicaram a espécie arbórea, local ou
época de coleta, dificultando a padronização.
Figura 1: Sumário de todas as bactérias e fungos inibidos por diferentes árvores de copaíba.
No Brasil, existem 16 espécies de copaifera e seus óleos diferem não apenas em sua
composição química, mas podem até diferir dentro da mesma espécie dependendo da
região, e podem apresentar diferenças na atividade contra microrganismos.
Como visto nesta revisão de literatura, parte desse problema foi resolvido, pois todos
os trabalhos apontavam para a espécie de copaíba e alguns indicavam o local de
extração.
No entanto, a cromatografia gasosa deve ser realizada em todos os óleos para indicar
os compostos presentes, pois a falta de algumas dessas informações leva a muitas
incertezas quanto à autenticidade desses óleos.
Além disso, diferentes espécies de óleo de copaíba foram utilizadas em cada trabalho
analisado, em diferentes concentrações, diferentes microrganismos e com diferentes
metodologias, levando a resultados díspares.
Além disso, a falta de padronização da diluição da copaíba leva a resultados incertos,
por se tratar de um óleo e, por ser um material menos denso que a água, o óleo não
pode ser diluído diretamente em caldo, o que limita sua miscibilidade em meio teste;
portanto, um surfactante deve ser adicionado.
Mas, com o óleo e o caldo separados em uma mistura bifásica, os resultados podem
ser influenciados.
A maioria dos métodos utilizados para medir a CIM de uma substância antibacteriana
foi desenvolvida para agentes solúveis em água, utilizando diluição em caldo, no
entanto, um grupo de pesquisa demonstrou que o método mais adequado é a diluição
em ágar, que tem sido utilizada para testar óleos essenciais e substâncias insolúveis.
A difusão em disco e o teste de difusão em poço têm sido usados para evidenciar as
atividades antimicrobianas da copaíba, supondo que todos os componentes do óleo
tenham a mesma solubilidade, no entanto, alguns cientistas mostraram que nem todos
os componentes de um óleo fitoterápico (Melaleuca alternifolia) se difundem no ágar
durante o ensaio de difusão em disco e componentes como o hidrocarboneto não se
difundem, o que limita o uso desse método.
Um estudo anterior testou quatro diferentes substâncias para diluir o óleo de copaíba:
Tween 20, Tween 80, álcool (em diferentes concentrações) e DMSO (em diferentes
concentrações) e, em nossa experiência, o óleo é melhor solubilizado no Tween 80,
que mantém o óleo solubilizado homogeneamente na placa de ágar por um período
prolongado.
Porém, os pesquisadores devem estar atentos à mistura do óleo a 10%, e que o meio
contendo Tween 80 torna-se muito turvo em altas concentrações (100 μl/mL), com
aparência de leite. Portanto, a análise por espectrofotometria torna-se inviável.
O mecanismo de ação da copaíba é um campo que poderia ser amplamente estudado,
pois ainda é pouco explorado e muitas propriedades biológicas e físico-químicas do
óleo são desconhecidas.
Existem apenas dois trabalhos publicados que investigaram o mecanismo de ação da
copaíba em bactérias. Esses estudos usaram o óleo de copaíba, in natura, e
demonstraram a ruptura da parede celular de S. aureus e a remoção da camada S e
das proteínas da parede celular em Bacillus cereus.
Embora o componente principal seja β-cariofileno, outras substâncias, como ácido
copálico, ácido duro, ácido caurenóico, ácido polialítico e ácido ent-caurenóico,
demonstraram ter atividade antimicrobiana contra bactérias e fungos (Fig. 2).
Figura 2: Componentes presentes no óleo de copaíba e sua inibição contra bactérias e fungos.
É importante ressaltar que nem todos os testes antimicrobianos foram realizados com
os compostos isolados do óleo de copaíba, muitos estudos usaram essas substâncias
isoladas de outras plantas ou adquiriram os compostos comercialmente.
Isso reforça a necessidade de mais trabalhos com os componentes do óleo de copaíba
para esclarecer o mecanismo de ação em microrganismos, bem como a necessidade
de estudar a combinação entre os compostos que poderiam explicar a forte atividade
do óleo puro.
Diferente de outros óleos medicinais como o óleo de melaleuca, para os quais os
compostos estão presentes em proporção definitiva e bem estabelecida pelo Comitê
Científico de Produtos de Consumo (2004), o óleo de copaíba não possui parâmetro de
composição aprovado por comitê.
A falta de padronização do óleo de copaíba para cada espécie de Copaifera e até
mesmo entre as mesmas espécies dificulta o agrupamento dos trabalhos realizados e o
resultado adequado da atividade do óleo.
Na prática:
É impressionante! Você percebeu a quantidade de patógenos que as diferentes
espécies do gênero copaífera conseguiram inibir? Estou até agora perplexo!
No entanto, o estudo ainda sugere que mais estudos são necessários para determinar
seu mecanismo de ação, seus principais componentes químicos bioativos e ainda, uma
espécie de padronização dos estudos experimentais para facilitar a síntese de novos
dados científicos.
Diante da grande variabilidade antimicrobiana do gênero copaifera, não tenha dúvidas,
fale com seu ou sua aromaterapeuta, para que ele (a) possa lhe indicar o tratamento
mais seguro e direto para o seu caso!

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a [Copaíba 007].pdf

[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdfGotaConscincia
 
[Limão Siciliano 011].pdf
[Limão Siciliano 011].pdf[Limão Siciliano 011].pdf
[Limão Siciliano 011].pdfGotaConscincia
 
[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdfGotaConscincia
 
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...AcessoMacauba
 
[Limão Siciliano 007].pdf
[Limão Siciliano 007].pdf[Limão Siciliano 007].pdf
[Limão Siciliano 007].pdfGotaConscincia
 
Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...
Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...
Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...AcessoMacauba
 
AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...
AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...
AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...Heloiza da Silva
 
Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...
Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...
Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...AcessoMacauba
 
Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...
Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...
Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...AcessoMacauba
 
Processamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileiros
Processamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileirosProcessamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileiros
Processamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileirosAgricultura Sao Paulo
 

Semelhante a [Copaíba 007].pdf (20)

Orégano 007.pdf
Orégano 007.pdfOrégano 007.pdf
Orégano 007.pdf
 
[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 010].pdf
 
[Limão Siciliano 011].pdf
[Limão Siciliano 011].pdf[Limão Siciliano 011].pdf
[Limão Siciliano 011].pdf
 
[Olíbano 004].pdf
[Olíbano 004].pdf[Olíbano 004].pdf
[Olíbano 004].pdf
 
[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf
[Tea‌ ‌Tree‌ 008].pdf
 
[Copaíba 004].pdf
[Copaíba 004].pdf[Copaíba 004].pdf
[Copaíba 004].pdf
 
[Copaíba 004].pdf
[Copaíba 004].pdf[Copaíba 004].pdf
[Copaíba 004].pdf
 
[Olíbano 008].pdf
[Olíbano 008].pdf[Olíbano 008].pdf
[Olíbano 008].pdf
 
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
 
[Odonto 014].pdf
[Odonto 014].pdf[Odonto 014].pdf
[Odonto 014].pdf
 
Eucalipto
EucaliptoEucalipto
Eucalipto
 
[Limão Siciliano 007].pdf
[Limão Siciliano 007].pdf[Limão Siciliano 007].pdf
[Limão Siciliano 007].pdf
 
Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...
Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...
Processo de refino do óleo de polpa de macaúba propriedades de identidade e q...
 
009.pdf
009.pdf009.pdf
009.pdf
 
AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...
AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...
AvaliaçãO Preliminar Da Viabilidade De ProduçãO De Biodiesel A Partir De GrãO...
 
Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...
Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...
Efeito do aquecimento sobre acidez e oxidação em óleo de polpa de macaúba ang...
 
Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...
Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...
Avaliação da redução dos teores de acidez no óleo da polpa de macaúba (acroco...
 
Combate natural a ferrugem asiatica
Combate natural a ferrugem asiaticaCombate natural a ferrugem asiatica
Combate natural a ferrugem asiatica
 
Processamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileiros
Processamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileirosProcessamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileiros
Processamento e avaliações físico-químicas de azeites brasileiros
 
Biodiesel
BiodieselBiodiesel
Biodiesel
 

Mais de GotaConscincia (20)

inter. med. antif.
inter. med. antif.inter. med. antif.
inter. med. antif.
 
002.pdf
002.pdf002.pdf
002.pdf
 
001.pdf
001.pdf001.pdf
001.pdf
 
[Câncer Cervical 010].pdf
[Câncer Cervical 010].pdf[Câncer Cervical 010].pdf
[Câncer Cervical 010].pdf
 
Câncer Cervical (10).pdf
Câncer Cervical  (10).pdfCâncer Cervical  (10).pdf
Câncer Cervical (10).pdf
 
Câncer Cervical (9).pdf
Câncer Cervical  (9).pdfCâncer Cervical  (9).pdf
Câncer Cervical (9).pdf
 
Câncer Cervical (3).pdf
Câncer Cervical  (3).pdfCâncer Cervical  (3).pdf
Câncer Cervical (3).pdf
 
011.pdf
011.pdf011.pdf
011.pdf
 
[Odonto 031].pdf
[Odonto 031].pdf[Odonto 031].pdf
[Odonto 031].pdf
 
011.pdf
011.pdf011.pdf
011.pdf
 
007.pdf
007.pdf007.pdf
007.pdf
 
010.pdf
010.pdf010.pdf
010.pdf
 
[Cncr Ovário 009].pdf
[Cncr Ovário 009].pdf[Cncr Ovário 009].pdf
[Cncr Ovário 009].pdf
 
[Cncr Ovário 004].pdf
[Cncr Ovário 004].pdf[Cncr Ovário 004].pdf
[Cncr Ovário 004].pdf
 
[Cncr Ovário 011].pdf
[Cncr Ovário 011].pdf[Cncr Ovário 011].pdf
[Cncr Ovário 011].pdf
 
[Cncr Ovário 007].pdf
[Cncr Ovário 007].pdf[Cncr Ovário 007].pdf
[Cncr Ovário 007].pdf
 
[Gardnerella vaginalis 003].pdf
[Gardnerella vaginalis 003].pdf[Gardnerella vaginalis 003].pdf
[Gardnerella vaginalis 003].pdf
 
[Infecção urinária 001].pdf
[Infecção urinária 001].pdf[Infecção urinária 001].pdf
[Infecção urinária 001].pdf
 
[Melaleuca 006].pdf
[Melaleuca 006].pdf[Melaleuca 006].pdf
[Melaleuca 006].pdf
 
[Tea Tree 001]_.pdf
[Tea Tree 001]_.pdf[Tea Tree 001]_.pdf
[Tea Tree 001]_.pdf
 

Último

Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 

Último (20)

Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 

[Copaíba 007].pdf

  • 1. [Copaíba 007] Óleo essencial: Copaifera spp. Composto: β-cariofileno Título: Antimicrobial activity of copaiba oil: A review and a call for further research "Atividade antimicrobiana do óleo de copaíba: uma revisão e um pedido de mais pesquisas" Autor: Tobouti PL, de Andrade Martins TC, Pereira TJ, Mussi MCM. Journal: Biomed Pharmacother Vol (Issue): 94 Ano: 2017 DOI: 10.1016/j.biopha.2017.07.092 TAGs: Atividade antibacteriana; atividade antifúngica; copaíba; Copaifera spp.; β-cariofileno; revisão; analgésico; infecção; patógenos; sesquiterpeno; diterpeno; Copaifera multijuga; S. mitis; S. constellatus; S. salivarius; S. mutans, S. sanguinis; S. oralis; Escherichia coli; Pseudomonas aeruginosa; Copaifera officinalis; concentração bactericida mínima; concentração inibitória mínima; Copaifera langsdorffii; Candida albicans; C. parapsilosis; C. glabrata; C. krusei; C. tropicalis; Microsporum canis; M. gypseum; Streptococcus spp; Staphylococcus spp; Pseudomonas spp; Paenibacillus spp; P. gingivalis; Candida spp; E. coli; ácido copálico; in vitro; in natura. Sobre o artigo: De acordo com a classificação botânica, Copaíba pertence à família Leguminosae e gênero Copaifera. Algumas árvores têm 400 anos, altura entre 25 e 40m, casca aromática, madeira pesada, folhagem densa, flores pequenas, frutos secos e sementes pretas e ovóides.
  • 2. A casca é marrom escura, com superfície rugosa e aroma agradável, e o diâmetro do tronco pode chegar a 80 centímetros. O óleo é amarelo-acastanhado e demonstrou possuir propriedades anti-inflamatórias, curativas, analgésicas, antibacterianas, antifúngicas e antitumorais. As diferentes espécies de copaíba apresentam quantidades diferentes de substâncias na composição do óleo, onde cerca de 80% são sesquiterpenos e 20% são diterpenos. O óleo de copaíba é utilizado há mais de 390 anos, porém, considerando o tempo de uso empírico, há um número escasso de publicações sobre suas atividades. Este óleo essencial é uma fitomedicina já comprovadamente eficiente contra alguns microorganismos. Porém, diferentemente de outros fitomedicamentos bem estabelecidos, estudos antimicrobianos sobre o óleo de copaíba podem apresentar algum viés devido à falta de padronização. Portanto, esta revisão resume trabalhos recentes, de 2009 a 2016, sobre as atividades antibacterianas e antifúngicas do óleo de copaíba, discute questões que afetam os estudos sobre esse óleo e solicita mais estudos in vitro e clínicos. Resultados: 1. Atividade antimicrobiana 1.1. Atividade antibacteriana Segundo alguns pesquisadores, a atividade antibacteriana do óleo de copaíba parece estar relacionada à combinação de sesquiterpenos e diterpenos, afetando a integridade da parede celular bacteriana, e essa ação foi demonstrada em muitos patógenos, incluindo bactérias gram-negativas e, principalmente, gram-positivas, como Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. O óleo em gel de Copaifera multijuga demonstrou atividade antibacteriana contra S. mitis, S. constellatus e S. salivarius isolados de pacientes e contra S. mitis, S. mutans, S. sanguinis e S. oralis derivadas de amostras laboratoriais.
  • 3. Este mesmo óleo, mas de uma fonte diferente, inibiu o crescimento de Escherichia coli, S. aureus e Pseudomonas aeruginosa in vitro em concentração inibitória mínima (CIM) de 1.56, 3.12 e 12.5%, respectivamente. Além disso, Copaifera multijuga e o óleo de Copaifera officinalis também demonstraram atividade bacteriana contra S. aureus em uma CIM e CBM de 0,3125 mg/mL e uma CIM de 0,78 μl/mL a 10%, respectivamente. Além disso, Copaifera officinalis foi bacteriostática (1,56 a 12,5%) contra isolados de Paenibacillus spp., como P. alginolyticus, P. pabuli, P. azotofixans, P. borealis, P. glucanolyticus, P. validus, P. thiaminolyticus, e P. larvae. Curiosamente, o óleo essencial de Copaifera langsdorffii demonstrou melhor atividade antimicrobiana do que o óleo-resina semelhante contra S. aureus, S. epidermidis e duas cepas clínicas de cada espécie com a CIM mais alta de 249,7 mg/mL. Além disso, o óleo de resina foi bacteriostático para S. mitis; Aggregatibacter actinomycetemcomitans; e Porphyromonas gingivalis, em uma CIM variando de 0,5% a 4%. Uma CIM superior a 4% foi encontrada para S. mutans, S. salivarius, Lactobacillus casei, S. sanguinis, Prevotella nigrescens e Actinomyces naeslundii. Além disso, o ácido copálico (diterpeno), extraído de Copaifera langsdorffii, demonstrou atividade bacteriostática contra P. gingivalis nas primeiras 12 horas e atividade bactericida entre 12-24 horas. A bactéria Listeria monocytogenes demonstrou ser sensível a 10% desse óleo e, ainda, emulsões nanoestruturadas à base de resina e óleo essencial desta espécie mostraram melhorar as atividades antimicrobianas. 1.2. Atividade antifúngica O óleo de Copaifera langsdorffii inibe o crescimento de Candida albicans, C. parapsilosis, C. glabrata, C. krusei e C. tropicalis, em uma CIM entre 0,0001 e 249,7 mg/mL.
  • 4. Os fungos Trichophyton mentagrophytes e T. rubrum foram inibidos em CIMs de 170 µg/mL e 1360 µg/mL, respectivamente. Contudo, os fungos Microsporum canis e M. gypseum foram resistentes a esta espécie. O óleo de resina de Copaifera multijuga (CIM entre 0,3 a 0,6 mg/mL) e o óleo essencial (CIM entre 0,1 a 0,5 mg/mL) inibiram C. guilliermondii, C. tropicalis e C. parapsilosis. Este óleo de resina foi eficaz também contra Aspergillus flavus, A. niger, A. tamari e A. terreus em uma CIM entre 0,3 a 0,6 mg/mL e o óleo essencial inibido em uma CIM entre 0,08 a 0,5 mg/mL. Embora o óleo de Copaifera officinalis a 10% não tenha mostrado atividade fungistática, foi demonstrado que ele inibiu a adesão de Candida em um bloco de resina termopolimerizada, que imitava uma dentadura. Alguns pesquisadores também demonstraram a inibição de Candida (C. parapsilosis e C. Krusei) e T. rubrum, usando nanopartículas lipídicas sólidas contendo óleo de copaíba. 2. Implicações e direções para pesquisas futuras A ação antimicrobiana do óleo de copaíba contra bactérias e fungos (Fig. 1), como Streptococcus spp, Staphylococcus spp, Pseudomonas spp, Paenibacillus spp, P. gingivalis, Candida spp e E. coli demonstram grande potencial para medicina e odontologia. Porém, está claro que as publicações sobre os diferentes óleos de copaíba são limitadas, uma vez que alguns dos estudos não indicaram a espécie arbórea, local ou época de coleta, dificultando a padronização.
  • 5. Figura 1: Sumário de todas as bactérias e fungos inibidos por diferentes árvores de copaíba. No Brasil, existem 16 espécies de copaifera e seus óleos diferem não apenas em sua composição química, mas podem até diferir dentro da mesma espécie dependendo da região, e podem apresentar diferenças na atividade contra microrganismos. Como visto nesta revisão de literatura, parte desse problema foi resolvido, pois todos os trabalhos apontavam para a espécie de copaíba e alguns indicavam o local de extração. No entanto, a cromatografia gasosa deve ser realizada em todos os óleos para indicar os compostos presentes, pois a falta de algumas dessas informações leva a muitas incertezas quanto à autenticidade desses óleos. Além disso, diferentes espécies de óleo de copaíba foram utilizadas em cada trabalho analisado, em diferentes concentrações, diferentes microrganismos e com diferentes metodologias, levando a resultados díspares.
  • 6. Além disso, a falta de padronização da diluição da copaíba leva a resultados incertos, por se tratar de um óleo e, por ser um material menos denso que a água, o óleo não pode ser diluído diretamente em caldo, o que limita sua miscibilidade em meio teste; portanto, um surfactante deve ser adicionado. Mas, com o óleo e o caldo separados em uma mistura bifásica, os resultados podem ser influenciados. A maioria dos métodos utilizados para medir a CIM de uma substância antibacteriana foi desenvolvida para agentes solúveis em água, utilizando diluição em caldo, no entanto, um grupo de pesquisa demonstrou que o método mais adequado é a diluição em ágar, que tem sido utilizada para testar óleos essenciais e substâncias insolúveis. A difusão em disco e o teste de difusão em poço têm sido usados para evidenciar as atividades antimicrobianas da copaíba, supondo que todos os componentes do óleo tenham a mesma solubilidade, no entanto, alguns cientistas mostraram que nem todos os componentes de um óleo fitoterápico (Melaleuca alternifolia) se difundem no ágar durante o ensaio de difusão em disco e componentes como o hidrocarboneto não se difundem, o que limita o uso desse método. Um estudo anterior testou quatro diferentes substâncias para diluir o óleo de copaíba: Tween 20, Tween 80, álcool (em diferentes concentrações) e DMSO (em diferentes concentrações) e, em nossa experiência, o óleo é melhor solubilizado no Tween 80, que mantém o óleo solubilizado homogeneamente na placa de ágar por um período prolongado. Porém, os pesquisadores devem estar atentos à mistura do óleo a 10%, e que o meio contendo Tween 80 torna-se muito turvo em altas concentrações (100 μl/mL), com aparência de leite. Portanto, a análise por espectrofotometria torna-se inviável. O mecanismo de ação da copaíba é um campo que poderia ser amplamente estudado, pois ainda é pouco explorado e muitas propriedades biológicas e físico-químicas do óleo são desconhecidas.
  • 7. Existem apenas dois trabalhos publicados que investigaram o mecanismo de ação da copaíba em bactérias. Esses estudos usaram o óleo de copaíba, in natura, e demonstraram a ruptura da parede celular de S. aureus e a remoção da camada S e das proteínas da parede celular em Bacillus cereus. Embora o componente principal seja β-cariofileno, outras substâncias, como ácido copálico, ácido duro, ácido caurenóico, ácido polialítico e ácido ent-caurenóico, demonstraram ter atividade antimicrobiana contra bactérias e fungos (Fig. 2). Figura 2: Componentes presentes no óleo de copaíba e sua inibição contra bactérias e fungos.
  • 8. É importante ressaltar que nem todos os testes antimicrobianos foram realizados com os compostos isolados do óleo de copaíba, muitos estudos usaram essas substâncias isoladas de outras plantas ou adquiriram os compostos comercialmente. Isso reforça a necessidade de mais trabalhos com os componentes do óleo de copaíba para esclarecer o mecanismo de ação em microrganismos, bem como a necessidade de estudar a combinação entre os compostos que poderiam explicar a forte atividade do óleo puro. Diferente de outros óleos medicinais como o óleo de melaleuca, para os quais os compostos estão presentes em proporção definitiva e bem estabelecida pelo Comitê Científico de Produtos de Consumo (2004), o óleo de copaíba não possui parâmetro de composição aprovado por comitê. A falta de padronização do óleo de copaíba para cada espécie de Copaifera e até mesmo entre as mesmas espécies dificulta o agrupamento dos trabalhos realizados e o resultado adequado da atividade do óleo. Na prática: É impressionante! Você percebeu a quantidade de patógenos que as diferentes espécies do gênero copaífera conseguiram inibir? Estou até agora perplexo! No entanto, o estudo ainda sugere que mais estudos são necessários para determinar seu mecanismo de ação, seus principais componentes químicos bioativos e ainda, uma espécie de padronização dos estudos experimentais para facilitar a síntese de novos dados científicos. Diante da grande variabilidade antimicrobiana do gênero copaifera, não tenha dúvidas, fale com seu ou sua aromaterapeuta, para que ele (a) possa lhe indicar o tratamento mais seguro e direto para o seu caso!