PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
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1. [Piper nigrum 009]
Óleo Essencial: pimenta preta, coentro, cominho, cravo, canela;
Composto: Não demonstrado
Título: Evaluation of antioxidant potential of essential oils of some commonly used
Indian spices in in vitro models and in food supplements enriched with omega-6 and
omega-3 fatty acids
“Avaliação do potencial antioxidante de óleos essenciais de algumas especiarias
indianas comumente usadas em modelos in vitro e em suplementos alimentares
enriquecidos com ácidos graxos ômega-6 e ômega-3”
Autor: Anwesa Bag & Rabi Ranjan Chattopadhyay
Journal: Environmental Science and Pollution Research
Vol/Issue: 25
Ano: 2017
DOI: 10.1007/s11356-017-0420-5
TAGS: potencial antioxidante; in vitro; suplementos alimentares; ácidos graxos
insaturados; ômega-6; ômega-3; pimenta preta; cravo; canela; coentro; cominho;
oxidação lipídica; deterioração da qualidade dos alimentos; sabor; odor; indústria de
alimentos; qualidade nutricional; alimentação; lipídios; fonte de energia; óleo de soja;
óleo de girassol; óleos enriquecidos com ácidos graxos ômega-3; óleo de peixe; óleo
de linhaça; oxidação; alto grau de insaturação; conservantes antioxidante; antioxidante
natural; radicais DPPH; armazenamento de alimentos; atividade peroxidativa anti-
lipídica; quelação de metais de transição; radiação UV; oxigênio; íons metálicos de
transição; cobre; ferro; temperaturas elevadas.
Sobre o artigo
A oxidação lipídica é uma das causas mais importantes de deterioração e na
qualidade dos alimentos, pois a oxidação de ácidos graxos insaturados nos alimentos
não apenas produz sabores e odores indesejados, mas também pode diminuir a
qualidade nutricional e a segurança alimentar pela formação de produtos de reação
secundária.
Dois ácidos graxos essenciais poliinsaturados importantes em alimentos contendo
lipídios são os ácidos graxos ômega-6 e ômega-3. Os ácidos graxos: ômega-6 e
ômega-3 são necessários em nossa dieta porque são importantes componentes
estruturais da membrana celular, servem como precursores dos mediadores lipídicos
bioativos e fornecendo uma fonte de energia.
2. Mas, de certa forma, o ácido graxo ômega-6 tende a funcionar em oposição ao
ômega-3, isso ocorre porque o ômega-6 são pró-inflamatórios em certas doenças
(artrite, diabetes, câncer, doenças cardiovasculares), também podendo aumentar o
potencial de coágulos sanguíneos; enquanto que o ômega-3 é anti-inflamatório e,
portanto, possui a capacidade de suprimir doenças inflamatórias e reduzir o potencial
de coágulos sanguíneos.
Portanto, um equilíbrio (proporção) adequado na dieta entre os ácidos graxos ômega-6
e o ômega-3 é um fator importante para a saúde. E para equilibrar a proporção atual
entre os ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 em nossa dieta nos últimos anos, houve
um aumento na adição de óleo de peixe (enriquecido com ácidos graxos ômega-3) nos
alimentos. Mas os óleos enriquecidos com ácidos graxos ômega-6 (óleo de soja, óleo
de girassol) e os óleos enriquecidos com ácidos graxos ômega-3 (óleo de peixe, óleo
de linhaça) são altamente propensos à oxidação devido ao alto grau de insaturação
em sua estrutura molecular.
Portanto, a inovação estratégica deve continuar a facilitar a concentração e
estabilização de suplementos alimentares (óleos essenciais contendo ácidos graxos)
enriquecidos com ômega-6 e ômega-3. Pois a incorporação de antioxidantes,
especialmente de origem vegetal, é um dos métodos mais importantes para retardar a
oxidação lipídica nos alimentos.
Os óleos essenciais de especiarias e ervas ganharam importância nos últimos anos
como uma alternativa promissora aos conservantes antioxidantes sintéticos de
alimentos devido à sua propriedade antioxidante.
Os óleos essenciais selecionados utilizados nesse estudo (pimenta preta, canela,
cravo, coentro e cominho) foram submetidos à investigação da sua eficácia
antioxidante in vitro usando os métodos de eliminação de radicais DPPH e métodos
quelantes de íons Fe2 +, bem como seu potencial de estabilização da oxidação
lipídica em suplementos alimentares enriquecidos com ácidos graxos ômega-6 (óleo
de soja) e ácidos graxos ômega-3 (óleo de peixe).
Resultados:
Todos os óleos essenciais de teste mostraram graus variados de atividade de
eliminação de radicais DPPH dependentes da concentração de OE.
Com base nos valores de IC50 (50% de inibição ou eliminação de um composto), a
atividade de eliminação de radicais dos óleos essenciais de teste estava na seguinte
ordem decrescente: cravo > coentro > BHT > canela > cominho > α-tocoferol >
pimenta preta.
Os resultados indicam que a capacidade de doação de hidrogênio dos óleos de cravo
e coentro é maior que os antioxidantes padrões de referência, BHT e α-tocoferol, bem
como outros óleos essenciais testados.
3. Em seguida, para avaliar os efeitos dos óleos essenciais de teste no retardamento da
oxidação lipídica dos ácidos graxos ômega-6/ômega-3 em suplementos alimentares,
dois sistemas modelo: (i) mistura de óleo de soja-óleo de peixe e (ii) mistura de óleo
de 10% em sistemas de emulsão de água – foram usados.
Para avaliar os efeitos dos óleos essenciais no teste de oxidação primária em dois
sistemas de modelos lipídicos armazenados a 60 °C por 15 dias, o valor de peróxido
(VP) em diferentes intervalos (0, 3, 6, 9, 12 e 15 dias) foi analisado.
Portanto, os cientistas observaram que no dia zero de armazenamento não houve
diferença significativa no valor de peróxido entre as amostras com e sem óleos
essenciais. Porém, do dia 3 ao dia 15 do armazenamento de aquecimento, houve uma
diferença significativa nos valores de peróxido entre as amostras controle e as tratadas
nos dois sistemas lipídicos, exceto as amostras tratadas com óleo de pimenta do
reino.
As porcentagens de inibição do valor de peróxido na mistura de óleo a granel no final
do período de armazenamento (15º dia) em relação ao seu valor de controle, testando
óleos essenciais de pimenta preta, canela, cravo, coentro e cominho, bem como
antioxidantes padrões de referência α-tocoferol e BHT foram 4,35, 27,70, 43,76, 36,21,
18,76, 24,26 e 28,87%, respectivamente. Esses valores em sistemas de emulsão de
óleo em água foram 8,47, 21,46, 37,04, 30,48, 12,44, 17,13 e 22,79%,
respectivamente.
Com o tempo, o produto de oxidação primária (hidroperóxidos) se decompõe
gradualmente; isso resultará na redução da VP e na formação de aldeídos voláteis,
responsáveis pelo odor e sabor rançosos, que normalmente são medidos usando o
teste de p-anisidina (p-AV).
Observou-se que, embora no 1º dia (dia 0) de armazenamento, não houve diferenças
significativas na p-AV entre as amostras com e sem antioxidantes, tanto no sistemas
modelo lipídico; do dia 3 até o final do período de armazenamento (dia 15), houve uma
diferença significativa no p-AV.
As porcentagens de inibição no p-AV na mistura de óleo a granel pelos óleos de
pimenta preta, canela, cravo, coentro e cominho, bem como os antioxidantes padrões
de referência α-tocoferol e BHT foram 8,40, 28,74, 46,51, 38,79, 14,74, 23,65 e
30,75%, respectivamente. Porém, em sistemas de emulsão de óleo em água, esses
valores foram 5,54, 22,82, 42,81, 37,37, 10,17, 18,24 e 25,57%.
O terceiro indicador oxidativo importante da oxidação lipídica é o valor TOTOX,
considerado a avaliação mais importante na determinação do ranço do óleo, porque a
combinação do valor de oxidação primária (VP) e do valor de oxidação secundária (p-
AV) fornece uma boa indicação do ranço geral ou da qualidade. O valor TOTOX para
um óleo é calculado como o nível de p-anisidina mais duas vezes o nível de peróxido,
isto é, TOTOX = p-AV + (2 × PV).
4. Os resultados mostraram que a redução no valor TOTOX no óleo a granel no final do
período de armazenamento em relação ao valor de controle pelos óleos de pimenta
preta, canela, cravo, coentro e cominho, além dos antioxidantes padrões de referência
α-tocoferol e BHT, foi de 11,88, 28,27, 45,02, 37,39, 16,87, 23,98 e 29,74%,
respectivamente, e esses valores nas emulsões de óleo em água foram 6,83, 22,21,
40,22, 34,27, 11,19, 17,74 e 24,32%, respectivamente. Além disso, verificaram-se que
os valores TOTOX dos compostos de teste no óleo a granel eram mais baixos em
comparação aos valores TOTOX nas emulsões de óleo em água.
Com base nos valores de VP e p-AV e TOTOX , a atividade peroxidativa anti-lipídica
dos óleos essenciais de teste e dos antioxidantes padrão de referência estava na
seguinte ordem decrescente: cravo > coentro > BHT > canela > α-tocoferol > cominho
> pimenta preta.
É bem reconhecido que os íons de metais de transição podem estimular a peroxidação
lipídica participando da geração de espécies iniciantes e acelerando a peroxidação,
decompondo os hidroperóxidos lipídicos em outros componentes capazes de abstrair
o hidrogênio e perpetuando a cadeia de reação da peroxidação lipídica. Assim, um dos
possíveis mecanismos da atividade peroxidativa anti-lipídica dos antioxidantes é a
quelação de metais de transição.
O método de formação do complexo Férrico (Fe2+) é normalmente usado para a
determinação da atividade quelante de ferro, que pode formar quantitativamente
complexos com o íon Fe2+. Na presença de outros agentes quelantes, a formação do
complexo é interrompida, resultando em uma diminuição da cor vermelha do
complexo. A medição da taxa de redução de cores, portanto, permite estimar a
atividade quelante do quelante coexistente.
Pôde-se observar que os óleos essenciais de teste exibiam graus variáveis da dose de
atividade quelante de íons Fe2 +. A ordem da atividade quelante foi EDTA > cravo >
coentro > BHT > α-tocoferol > canela> cominho > pimenta preta.
O maior potencial quelante de íons Fe2+ dos óleos de cravo e coentro em
comparação com os conservantes antioxidantes padrão BHT e α-tocoferol é de grande
interesse potencial na indústria de alimentos, porque os íons metálicos de transição,
catalisando a decomposição de hidroperóxidos, levam à formação de substâncias
secundárias e produtos de oxidação responsáveis pela formação de sabores que são
a principal fonte de degradação de produtos alimentícios.
Assim, os óleos de cravo e coentro exibiram forte atividade peroxidativa anti-lipídica
em suplementos alimentares enriquecidos com ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 em
relação a outros óleos essenciais testados, que podem ser devido à sua forte
eliminação de radicais e propriedades quelantes de íons Fe2 +.
5. Na prática:
A descoberta desse estudo está relacionada à qualidade dos alimentos e sua
proporção equilibrada em suplementos alimentares enriquecidos com ácidos graxos
ômega-6 e ômega-3. Portanto, os cientistas descobriram que os óleos testados têm
um forte potencial peroxidativo anti-lipídico – que podem ser devido à sua forte
eliminação de radicais e propriedades quelantes de íons ferro – principalmente para os
óleos de cravo e coentro, que podem então ser usados como antioxidantes naturais
pela indústria de alimentos.
Explicando o gráfico: Atividade quelante de ferro de óleos essenciais de teste e
antioxidantes padrão de referência. O eixo Y (vertical) refere-se à porcentagem de atividade
quelante do ferro, que está em função das concentrações (µg/ml) de OE de pimenta preta,
canela, cravo, coentro, cominho, antioxidantes padrões BHT e α-tocoferol, além do EDTA.
Podemos observar que as concentrações de todos os componentes mostraram atividade
quelantes do íon de ferro dependentes da dose. A ordem da atividade quelante foi EDTA >
cravo > coentro > BHT > α-tocoferol > canela> cominho > pimenta preta.