1. [Hortelã 001]
Óleo essencial: Artemisia dracunculus, Inula graveolens, Lavandula officinalis,
Ocimum sanctum, Peltophorum dasyrachis, Foeniculum vulgare, Mentha spicata,
Mentha pulegium, Rosmarinus officinalis, Thymus serpyllum, Salvia potentillifolia,
Salvia fruticosa, Salvia lavandulaefolia, Salvia officinalis, Salvia officinalis purpurea,
Myrceugenia myricoides, Eugenia riedeliana, Salvia chionantha, Eucalyptus
camaldulensis, Ocimum canum, Mentha aquatica, Mentha arvensis, Mentha citrata,
Mentha gentilis, Mentha japonica, Mentha piperita, Mentha requienii, Mentha spicata,
Melaleuca alternifolia, Eupatorium ballotifolium, Teucrium polium, Salvia triloba, Salvia
lavandulifolia, Cymbopogon schoenanthus, Ajuga bracteosa, Pimpinella anisoides,
Hypericum undulatum, Laurus nobilis, Lavandula pedunculata, Malva sylvestris,
Melissa officinalis, Origanum ehrenbergii, Origanum syriacum.
Composto: Não demonstrado
Título: Óleos essenciais como inibidores da acetilcolinesterase
Autor: Stefânia P. de Souza; Simone S. Valverde; Raphael L.N.R. da Silva; Keila S.C.
Lima; Antônio L.S. Lima
Jornal: Revista Fitos
Vol (issue): 7 (4)
Ano: 2012
ISSN: 2446-4775
TAGs: Acetilcolina; acetilcolinesterase; Doença de Alzheimer; inibidor de AChE;
Laminaceae; monoterpenos; atividade inibitória; 1,8-cineol; a-pineno; sesquiterpenos;
atividade psicoativa; alcalóides; terpenos; revisão da literatura; Artemisia dracunculus;
Inula graveolens; Lavandula officinalis; Ocimum sanctum; Peltophorum dasyrachis;
Foeniculum vulgare; Mentha spicata; Mentha pulegium; Rosmarinus officinalis;
Thymus serpyllum; Salvia potentillifolia; Salvia fruticosa; Salvia lavandulaefolia; Salvia
officinalis; Salvia officinalis purpurea; Myrceugenia myricoides; Eugenia riedeliana;
Salvia chionantha; Eucalyptus camaldulensis; Ocimum canum; Mentha aquatica;
Mentha arvensis; Mentha citrata; Mentha gentilis; Mentha japonica; Mentha piperita;
Mentha requienii; Mentha spicata; Melaleuca alternifolia; Eupatorium ballotifolium;
Teucrium polium; Salvia triloba; Salvia lavandulifolia; Cymbopogon schoenanthus;
Ajuga bracteosa; Pimpinella anisoides; Hypericum undulatum; Laurus nobilis;
Lavandula pedunculata; Malva sylvestris; Melissa officinalis; Origanum ehrenbergii;
Origanum syriacum; impulsos elétricos; células nervosas; músculos voluntários e
involuntários; sistema nervoso periférico;musculaturas lisas e cardíaca; estimulação do
sistema nervoso parassimpático; sistema nervoso central; processos cognitivos;
memória; músculos esqueléticos; contração; atividade estimuladora; estimulação
colinérgica; doença de Alzheimer; desordem neurodegenerativa progressiva;
população idosa; demência; perda de memória; distúrbios de linguagem; disfunção
cognitiva; distúrbios comportamentais; depressão; agitação; psicose; neral; geranial;
revisão literária; concentração inibitória.
2. Sobre o artigo:
A acetilcolina (ACh) é encontrada em vertebrados e artrópodes e é um dos principais
compostos pelos quais os impulsos elétricos são conduzidos por células nervosas,
transmitidos para outras células nervosas ou para os músculos voluntários e
involuntários.
Dois tipos principais de receptores sensíveis à ACh são reconhecidos: muscarínicos e
nicotínicos. O primeiro é principalmente associado ao sistema nervoso periférico e as
musculaturas lisas e cardíacas. E seu efeito de ligação com a acetilcolina é
geralmente associado com a estimulação do sistema nervoso parassimpático.
Os receptores nicotínicos são encontrados no sistema nervoso central (SNC) e na
extremidade das placas motoras, que são as sinapses entre nervos e músculo
esquelético. No SNC, a estimulação da ACh nos receptores nicotínicos parece estar
associada com os processos cognitivos e de memória, enquanto que em músculos
esqueléticos provoca a contração.
A ACh é armazenada nos terminais nervosos em estruturas chamadas vesículas; O
conteúdo das vesículas é liberado a partir das terminações nervosas quando o
terminal do nervo é despolarizado, e a ACh liberada entra na sinapse e se liga ao
receptor.
A Ach que é liberada possui uma meia-vida curta devido à presença de grandes
quantidades da enzima acetilcolinesterase (AChE) que hidrolisa a ligação éster na
molécula ACh, levando à perda de sua atividade estimuladora. A inibição da AchE,
portanto, resulta em um prolongamento da existência e atividade da ACh.
Este conceito tem sido empregado na medicina para o tratamento de estados de
doença associados a níveis insuficientes de acetilcolina, e na toxicologia, para causar
intoxicação ou morte por meio da estimulação colinérgica em excesso.
A doença de Alzheimer (DA) é uma desordem neurodegenerativa progressiva que
afeta principalmente a população idosa e é considerada como responsável pela
maioria dos casos de demência em pessoas mais velhas.
Esta doença é caracterizada pela perda de memória e distúrbios de linguagem,
disfunção cognitiva e distúrbios comportamentais (depressão, agitação e psicose), que
progressivamente vão se tornando mais graves. Portanto, o déficit de acetilcolina é
uma característica neuroquímica dos pacientes diagnosticados com DA.
Usar inibidores da AChE para retardar a hidrólise catabólica da acetilcolina, visando
compensar essa deficiência em particular nos terminais sinápticos, tem sido sugerido
como um dos remédios mais diretos para o tratamento de DA.
Numerosos óleos essenciais têm demonstrado atividade de inibição contra AChE,
incluindo Narcissus poeticus, espécies de Melaleuca, Acorus calamus, Eucalyptus
camaldulensis, Marlierea racemosa, Cymbopogon schoenanthus, e diversos óleos da
família Lamiaceae.
3. Os constituintes identificados como inibidores da AChE incluídos nesses óleos são
conhecidos como monoterpenos (neral, geranial e linalol), sesquiterpenos (óxido de
cariofileno e turmerona) e alguns fenilpropanóides (eugenol).
Outros óleos essenciais e seus constituintes químicos têm sido investigados por seus
efeitos potenciais nos distúrbios cognitivos. Por exemplo, também é sabido que o
limoneno e o álcool perílico – componentes dos OEs de Citrus – melhoraram o
comprometimento da memória, o que é provavelmente devido à inibição da AChE
(observação in vitro).
Os resultados de estudos envolvendo a inibição da AChE por óleos essenciais é o
objetivo desta revisão literária, portanto, os autores listaram em tabela os óleos
essenciais usados por diversos autores, sua concentração inibitória (IC50) e as
moléculas isoladas.
Resultados:
Plantas Família
Inibição do
óleo (IC50)
Moléculas Isoladas
(IC50)
Referência
Artemisia
dracunculus
Asteraceae 0,058 mg/ml
1,8-cineol (0,015 mg/ml),
a-pineno (0,022mg/ml),
eugenol (0,48 mg/ml), a-
terpineol (1,3 mg/ml),
terpinen-4-ol (3,2 mg/ml).
Dohi et al.,
2009
Inula
graveolens
Asteraceae 0,27 mg/ml
Lavandula
officinalis
Laminaceae 0,82 mg/ml
Ocimum
sanctum
Laminaceae 1,6 mg/ml
Peltophorum
dasyrachis
Fabaceae 2,8 µg/ml
(S)-ar-turmerona (191,1
µM),
(S)-dihidro-ar-turmerona
(81,5 µM), verbenona
(163 µg/ml), carvacrol
(115 µg/ml), (E)-anetol
(5,9 µg/ml)
Fujiwara et al.,
2010
Foeniculum
vulgare
Apiaceae 252 µg/ml
Mata et al.,
2007 e
Miyazawa et
al., 1998
Mentha
spicata
Laminaceae 357 µg/ml
Mentha
pulegium
Laminaceae 324 µg/ml
Rosmarinus
officinalis
Laminaceae 69,8 µg/ml
Thymus
serpyllum
Laminaceae 190 µg/ml
Salvia
potentillifolia
Laminaceae > 200 µg/M α-pineno (81,7 µg/M)
Kivrak et al.,
2009
Salvia
fruticosa
Laminaceae 0,06 mg/ml
a-pineno (0,1 mg/ml), b-
pineno (0,2 mg/mL), 3-
careno (0,03 mg/ml), b-
cariofileno (0,03 mg/ml)
Savelev et al.,
2003 e 2004
Salvia
lavandulaefo
Laminaceae 0,12 mg/ml
4. lia
Salvia
officinalis
Laminaceae 0,08 mg/ml
Salvia
officinalis
purpurea
Laminaceae 0,24 mg/ml
Myrceugenia
myrcioides
Myrtaceae 21,88 µg/ml
Souza et al.,
2010
Eugenia
riedeliana
Myrtaceae 67,3 µg/ml
Salvia
chionanthus
Laminaceae
0,5 mg/ml inibe
56,7%
Tel et al., 2010
Eucalyptus
camaldulensi
s
Myrtaceae 18,98 µg/ml
Kiendrebeogo
et al., 2011
Ocimum
canum
Laminaceae 36,16 µg/ml
Mentha
aquatica
Laminaceae 27 µg/ml
(-)-pipetitona (136 µg/ml),
(+)-pulegona (136 µg/ml),
piperitenona (100 µg/ml),
viridiflorol (25 µg/ml),
elemol (34 µg/ml), 1,8-
cineol (41 µg/ml)
Miyazawa et
al., 1998
Mentha
arvensis
Laminaceae 49 µg/ml
Mentra
citrata
Laminaceae 38 µg/ml
Mentha
gentilis
Laminaceae 52 µg/ml
Mentha
japonica
Laminaceae 120 µg/ml
Mentha
piperita
Laminaceae 74 µg/ml
Mentha
requienii
Laminaceae 130 µg/ml
Mentha
spicata
Laminaceae 109 µg/ml
Melaleuca
alternifolia
Myrtaceae 51,2 µg/ml 1,8-cineol (49 µg/ml)
Miyazawa e
Yamafuji 2006
Eupatorium
ballotaefoliu
m
Asteraceae
inibição em
CCD
Albuquerque
et. al., 2010
Teucrium
polium
Laminaceae 0,55 mg/ml
Orhan e Aslan,
2009
Salvia triloba Laminaceae 0,71 mg/ml
Salvia
lavandulifolia
Laminaceae 0,31 mg/ml
Perry et al.,
2002
Cymbopogo
n
schoenanthu
s
Poaceae 0,26 mg/ml
Khandri et al.,
2008
Ajuga
bracteosa
Laminaceae 14 µM
Riaz et al.,
2007
Pimpinella
anisoides
Apiaceae 227,5 ug/ml
limoneno (225,9 µg/ml),
trans-anetol (134,7
µg/ml), sabineno (176,5
µg/ml)
Menichini et
al., 2009
Hypericum
undulatum
Hypericacea
e
0,5 mg/ml inibe
81,7%
Ferreira et al.,
2006
Laurus Lauraceae 0,5 mg/ml inibe
5. nobilis 56,1%
Lavandula
pedunculata
Laminaceae
0,5 mg/ml inibe
67,8%
Malva
silvestris
Malvaceae
0,5 mg/ml inibe
25%
Melissa
officinalis
Laminaceae
0,5 mg/ml inibe
53,1%
Origanum
ehrenbergii
Laminaceae 0,3 µg/ml
Loizzo et al.,
2009
Origanum
syriacum
Laminaceae 1,7 µg/ml
Na prática:
Os pesquisadores mostraram que muitos óleos essenciais têm apresentado atividade
inibitória da AChE e podem ser considerados para estudos posteriores envolvendo
principalmente a doença de Alzheimer.
Conforme descoberto por essa revisão, as espécies da família Lamiaceae são as mais
examinadas para esse contexto. E que, os monoterpenos encontrados nessas
espécies apresentam forte atividade inibitória quando testados isoladamente.