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[Copaíba 005]
Óleo essencial: Copaifera reticulata
Composto: β-cariofileno, β-elemeno, trans-α-Bergamoteno, α-Humuleno + (E)
-β-farneseno, β-selineno, α-Selineno, α-bisaboleno, α-bulneseno, b-Bisaboleno,
β-sesquifelandreno e γ-bisaboleno
Título: Effects of Copaiba Oil Topical Administration on Oral Wound Healing
"Efeitos da administração tópica de óleo de copaíba na cicatrização de feridas orais"
Autor: Wagner VP, Webber LP, Ortiz L, Rados PV, Meurer L, Lameira OA, Lima RR,
Martins MD.
Journal: Phytotherapy Research
Vol (Issue): 31 (8)
Ano: 2017
DOI: 10.1002 / ptr.5845
TAGs: Copaifera reticulata; cicatrização; úlceras orais; modelo animal; fitoterapia;
oleorresinas; β-cariofileno; uso tópico; in vivo; corticosteróide; administração tópica;
feridas bucais; inflamação; tratamento tópico; extrato de Copaifera reticulata; copaíba;
anti-inflamatório; placebo; ferida oral; boca; língua; reepitelização; efeitos colaterais;
corticoide; perda de peso; análise histológica; odontologia.
Sobre o artigo:
As úlceras orais são uma queixa comum na prática clínica odontológica e podem
causar dor leve à intensa, podendo também prejudicar a vida do paciente, como a
alimentação, agravando negativamente sua qualidade de vida e dificultando seu
processo de recuperação.
Vários protocolos usando medicamentos tópicos e sistêmicos foram testados com o
objetivo principal de acelerar o processo de cicatrização de feridas e aliviar os
sintomas.
Os corticosteróides têm sido amplamente prescritos pelos clínicos, com base em sua
eficácia clínica para doenças inflamatórias, no entanto, mesmo usadas por
administração tópica podem levar a efeitos adversos sistêmicos.
O uso de extratos vegetais apresenta-se como alternativa segura e eficaz neste
contexto, uma vez que as plantas medicinais apresentam propriedades cicatrizantes
devido à sua grande variedade de constituintes como alcalóides, óleos essenciais,
flavonóides, entre outros, tornando-se um importante alvo para uso na prática clínica.
A árvore nativa de Copaifera, popularmente conhecida como Copaíba, tem sido
amplamente utilizada por nativos da América Latina há séculos como agente de cura,
onde a Copaifera reticulata está entre as espécies mais comuns e possui efeitos
anti-inflamatórios e antibacterianos. As oleorresinas de copaíba são caracterizadas por
seu conteúdo terpênico, sendo o β-cariofileno o composto majoritário mais comum.
Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos clínicos e histopatológicos do
tratamento tópico com óleo de copaíba (Copaifera Reticulata) na cicatrização de feridas
orais em modelo animal e compará-lo com o tratamento com corticosteróides tópicos.
Os efeitos do extrato tópico de óleo de copaíba e do corticosteroide tópico foram
avaliados na cicatrização oral de feridas em modelos in vivo examinando 96
camundongos. Úlceras traumáticas foram causadas no dorso da língua usando uma
ferramenta de punção de 3 mm.
Os animais foram divididos em:
● Grupo controle - GC (sem tratamento, apenas manuseio diário);
● Grupo Corticosteróide - GCE (tratamento tópico com propionato de clobetasol
0,05% desenvolvido por uma farmácia de manipulação);
● Grupo Placebo — GP (tratamento tópico com veículo - sem extrato de copaíba);
● Grupo de óleo de copaíba — GOC (tratamento tópico com extrato de Copaifera
reticulata).
Resultados:
1. Análise de peso
Os pesquisadores observaram que mudanças de peso, perda e ganho, ocorreram ao
longo do experimento. As mudanças de peso foram semelhantes nos diferentes grupos
experimentais nos dias 3 e 5, entretanto, no dia 10, o GCE perdeu mais peso do que o
CG e o GP, e no dia 14, o GCE também perdeu mais peso do que o GC.
A análise intragrupo revelou mudanças diferentes em todos os grupos ao longo do
tempo, com exceção do GCE que apresentou mudanças de peso semelhantes entre
todos os dias experimentais.
Como observado, os animais do GCE apresentaram maior perda de peso em relação
aos demais grupos, provavelmente ocasionada ou pela ingestão de parte do
medicamento aplicado na língua ou pela difusão na corrente sanguínea da parte
absorvida.
A perda de peso do grupo de corticosteróides é um dos efeitos colaterais do uso
desses medicamentos, assim como também foram observados outros efeitos, como
perda de massa muscular, que poderia ser atribuído ao uso dessas drogas em longo
prazo como efeitos secundários à perda de peso.
2. Análise clínica
No dia 3, todos os animais experimentaram uma porcentagem semelhante de
cicatrização de feridas, de cerca de 60%, apesar das diferentes modalidades de
tratamento.
Figura 1A: Avaliação clínica da porcentagem de cicatrização de feridas (%) de grupos
experimentais em diferentes momentos de avaliação (dias). A análise estatística não revelou
diferenças significativas entre os grupos em cada momento de avaliação.
No dia 5, esse padrão foi mantido, e nenhuma diferença significativa foi observada
entre os grupos. No dia 10, todos os animais alcançaram 100% de reparo da ferida,
apesar disso, na análise de 14 dias, um animal do GCE apresentou ferida aberta.
Em todos os grupos, os dias 7 e 8 foram os mais relevantes para o fechamento da
ferida, com apenas alguns animais apresentando lesões ulceradas após esse dia.
Contudo, um animal do GCE terminou a análise de acompanhamento de 14 dias com
uma ferida aberta.
GP e GOC não diferiram do GC quanto ao tempo de fechamento da ferida, entretanto,
o CGE apresentou um processo significativamente mais lento de fechamento da ferida
em comparação com o GC.
Esse resultado alarmante ressalta que os corticosteróides podem não ser indicados
para tratar úlceras orais uma vez que além dos efeitos adversos observados na análise
de peso, essa modalidade de tratamento atrasou o processo de reparo.
3. Análise histopatológica
No dia 3, todos os grupos apresentaram características histopatológicas semelhantes,
como mostra a figura 2.
Figura 2: Aspectos histológicos dos diferentes grupos experimentais durante a análise de
acompanhamento.
Foi observada migração discreta ou nenhuma migração de células epiteliais em direção
ao centro da ferida, e, um infiltrado inflamatório crônico intenso e difuso também foi
observado. No dia 5, observou-se ligeiro progresso no processo de cicatrização da
ferida em relação ao processo de reepitelização.
Poucos animais em cada grupo exibiram uma migração mais pronunciada de células
epiteliais, entretanto, todos os animais de todos os grupos ainda apresentavam algum
grau de tecido conjuntivo exposto. O aspecto do infiltrado inflamatório, por outro lado,
permaneceu quase inalterado em comparação com o dia 3.
Células inflamatórias crônicas e difusas ainda estavam presentes na área da ferida em
todos os animais, mas um aumento na neovascularização e a proliferação de
fibroblastos foram observados.
No dia 14, o padrão histopatológico das feridas era extremamente semelhante ao dia
10, entretanto, dois animais do GCE apresentavam infiltrado inflamatório crônico e um
animal apresentava discreta faixa de tecido conjuntivo exposto, compatível com a ferida
aberta observada na análise clínica.
Os efeitos anti-inflamatórios / imunossupressores são o principal mecanismo de ação
dos corticosteróides. Portanto, seria de se esperar uma redução da resposta
inflamatória nos animais tratados com Clobetasol. No entanto, esse efeito supressor,
quando muito intenso, pode aumentar o risco de infecções.
A boca representa um ambiente extremamente rico em microorganismos, como
bactérias e fungos, mesmo em condições normais. Em situações de imunossupressão,
o desequilíbrio no potencial de resposta do hospedeiro pode trazer vantagens para a
proliferação de microrganismos oportunistas.
O infiltrado inflamatório mais intenso e agudo observado em alguns animais do GCE
podem estar associado a infecções secundárias na área da ferida, e esse fato poderia
explicar o processo de fechamento da ferida mais lento observado na análise clínica.
Um ponto importante foi que nenhum efeito adverso foi observado após a
administração de copaíba, ao contrário do uso de Clobetasol.
Contudo, os pesquisadores sugerem que a concentração do extrato possa ser
apontada como uma possível causa para a ineficácia do óleo de copaíba na
cicatrização de feridas aqui observada.
Além de que os efeitos antiinflamatórios da copaíba parecem ser potencializados pela
administração sistêmica, assim, a via de administração escolhida também pode ter
contribuído para a falta de eficácia.
Na prática:
Apesar de não obter resultados muito significativos, os pesquisadores conseguiram
compreender que o uso de corticosteróides em feridas orais não necessariamente é
uma boa opção de tratamento, e essa conclusão foi baseada nos efeitos colaterais,
como alteração de peso e um retardamento da cicatrização da ferida em comparação
com os outros grupos analisados.
Porém, um ponto importante foi que nenhum efeito adverso foi observado após a
administração de copaíba, diferentemente do uso do corticosteróide.
Ainda assim, existem várias outras evidências que mostram a copaíba auxiliando na
cicatrização de feridas na pele. Mas que tal fazer um teste?
Você pode colocar 1 gota de óleo de copaíba em feridas bucais, uma vez ao dia,
durante 10 dias e me dizer se a cicatrização foi realmente mais rápida e com menos
utilização de medicamentos.

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  • 1. [Copaíba 005] Óleo essencial: Copaifera reticulata Composto: β-cariofileno, β-elemeno, trans-α-Bergamoteno, α-Humuleno + (E) -β-farneseno, β-selineno, α-Selineno, α-bisaboleno, α-bulneseno, b-Bisaboleno, β-sesquifelandreno e γ-bisaboleno Título: Effects of Copaiba Oil Topical Administration on Oral Wound Healing "Efeitos da administração tópica de óleo de copaíba na cicatrização de feridas orais" Autor: Wagner VP, Webber LP, Ortiz L, Rados PV, Meurer L, Lameira OA, Lima RR, Martins MD. Journal: Phytotherapy Research Vol (Issue): 31 (8) Ano: 2017 DOI: 10.1002 / ptr.5845 TAGs: Copaifera reticulata; cicatrização; úlceras orais; modelo animal; fitoterapia; oleorresinas; β-cariofileno; uso tópico; in vivo; corticosteróide; administração tópica; feridas bucais; inflamação; tratamento tópico; extrato de Copaifera reticulata; copaíba; anti-inflamatório; placebo; ferida oral; boca; língua; reepitelização; efeitos colaterais; corticoide; perda de peso; análise histológica; odontologia. Sobre o artigo: As úlceras orais são uma queixa comum na prática clínica odontológica e podem causar dor leve à intensa, podendo também prejudicar a vida do paciente, como a alimentação, agravando negativamente sua qualidade de vida e dificultando seu processo de recuperação.
  • 2. Vários protocolos usando medicamentos tópicos e sistêmicos foram testados com o objetivo principal de acelerar o processo de cicatrização de feridas e aliviar os sintomas. Os corticosteróides têm sido amplamente prescritos pelos clínicos, com base em sua eficácia clínica para doenças inflamatórias, no entanto, mesmo usadas por administração tópica podem levar a efeitos adversos sistêmicos. O uso de extratos vegetais apresenta-se como alternativa segura e eficaz neste contexto, uma vez que as plantas medicinais apresentam propriedades cicatrizantes devido à sua grande variedade de constituintes como alcalóides, óleos essenciais, flavonóides, entre outros, tornando-se um importante alvo para uso na prática clínica. A árvore nativa de Copaifera, popularmente conhecida como Copaíba, tem sido amplamente utilizada por nativos da América Latina há séculos como agente de cura, onde a Copaifera reticulata está entre as espécies mais comuns e possui efeitos anti-inflamatórios e antibacterianos. As oleorresinas de copaíba são caracterizadas por seu conteúdo terpênico, sendo o β-cariofileno o composto majoritário mais comum. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos clínicos e histopatológicos do tratamento tópico com óleo de copaíba (Copaifera Reticulata) na cicatrização de feridas orais em modelo animal e compará-lo com o tratamento com corticosteróides tópicos. Os efeitos do extrato tópico de óleo de copaíba e do corticosteroide tópico foram avaliados na cicatrização oral de feridas em modelos in vivo examinando 96 camundongos. Úlceras traumáticas foram causadas no dorso da língua usando uma ferramenta de punção de 3 mm. Os animais foram divididos em: ● Grupo controle - GC (sem tratamento, apenas manuseio diário); ● Grupo Corticosteróide - GCE (tratamento tópico com propionato de clobetasol 0,05% desenvolvido por uma farmácia de manipulação); ● Grupo Placebo — GP (tratamento tópico com veículo - sem extrato de copaíba);
  • 3. ● Grupo de óleo de copaíba — GOC (tratamento tópico com extrato de Copaifera reticulata). Resultados: 1. Análise de peso Os pesquisadores observaram que mudanças de peso, perda e ganho, ocorreram ao longo do experimento. As mudanças de peso foram semelhantes nos diferentes grupos experimentais nos dias 3 e 5, entretanto, no dia 10, o GCE perdeu mais peso do que o CG e o GP, e no dia 14, o GCE também perdeu mais peso do que o GC. A análise intragrupo revelou mudanças diferentes em todos os grupos ao longo do tempo, com exceção do GCE que apresentou mudanças de peso semelhantes entre todos os dias experimentais. Como observado, os animais do GCE apresentaram maior perda de peso em relação aos demais grupos, provavelmente ocasionada ou pela ingestão de parte do medicamento aplicado na língua ou pela difusão na corrente sanguínea da parte absorvida. A perda de peso do grupo de corticosteróides é um dos efeitos colaterais do uso desses medicamentos, assim como também foram observados outros efeitos, como perda de massa muscular, que poderia ser atribuído ao uso dessas drogas em longo prazo como efeitos secundários à perda de peso. 2. Análise clínica No dia 3, todos os animais experimentaram uma porcentagem semelhante de cicatrização de feridas, de cerca de 60%, apesar das diferentes modalidades de tratamento.
  • 4. Figura 1A: Avaliação clínica da porcentagem de cicatrização de feridas (%) de grupos experimentais em diferentes momentos de avaliação (dias). A análise estatística não revelou diferenças significativas entre os grupos em cada momento de avaliação. No dia 5, esse padrão foi mantido, e nenhuma diferença significativa foi observada entre os grupos. No dia 10, todos os animais alcançaram 100% de reparo da ferida, apesar disso, na análise de 14 dias, um animal do GCE apresentou ferida aberta. Em todos os grupos, os dias 7 e 8 foram os mais relevantes para o fechamento da ferida, com apenas alguns animais apresentando lesões ulceradas após esse dia. Contudo, um animal do GCE terminou a análise de acompanhamento de 14 dias com uma ferida aberta. GP e GOC não diferiram do GC quanto ao tempo de fechamento da ferida, entretanto, o CGE apresentou um processo significativamente mais lento de fechamento da ferida em comparação com o GC. Esse resultado alarmante ressalta que os corticosteróides podem não ser indicados para tratar úlceras orais uma vez que além dos efeitos adversos observados na análise de peso, essa modalidade de tratamento atrasou o processo de reparo. 3. Análise histopatológica
  • 5. No dia 3, todos os grupos apresentaram características histopatológicas semelhantes, como mostra a figura 2. Figura 2: Aspectos histológicos dos diferentes grupos experimentais durante a análise de acompanhamento. Foi observada migração discreta ou nenhuma migração de células epiteliais em direção ao centro da ferida, e, um infiltrado inflamatório crônico intenso e difuso também foi observado. No dia 5, observou-se ligeiro progresso no processo de cicatrização da ferida em relação ao processo de reepitelização. Poucos animais em cada grupo exibiram uma migração mais pronunciada de células epiteliais, entretanto, todos os animais de todos os grupos ainda apresentavam algum grau de tecido conjuntivo exposto. O aspecto do infiltrado inflamatório, por outro lado, permaneceu quase inalterado em comparação com o dia 3. Células inflamatórias crônicas e difusas ainda estavam presentes na área da ferida em todos os animais, mas um aumento na neovascularização e a proliferação de fibroblastos foram observados.
  • 6. No dia 14, o padrão histopatológico das feridas era extremamente semelhante ao dia 10, entretanto, dois animais do GCE apresentavam infiltrado inflamatório crônico e um animal apresentava discreta faixa de tecido conjuntivo exposto, compatível com a ferida aberta observada na análise clínica. Os efeitos anti-inflamatórios / imunossupressores são o principal mecanismo de ação dos corticosteróides. Portanto, seria de se esperar uma redução da resposta inflamatória nos animais tratados com Clobetasol. No entanto, esse efeito supressor, quando muito intenso, pode aumentar o risco de infecções. A boca representa um ambiente extremamente rico em microorganismos, como bactérias e fungos, mesmo em condições normais. Em situações de imunossupressão, o desequilíbrio no potencial de resposta do hospedeiro pode trazer vantagens para a proliferação de microrganismos oportunistas. O infiltrado inflamatório mais intenso e agudo observado em alguns animais do GCE podem estar associado a infecções secundárias na área da ferida, e esse fato poderia explicar o processo de fechamento da ferida mais lento observado na análise clínica. Um ponto importante foi que nenhum efeito adverso foi observado após a administração de copaíba, ao contrário do uso de Clobetasol. Contudo, os pesquisadores sugerem que a concentração do extrato possa ser apontada como uma possível causa para a ineficácia do óleo de copaíba na cicatrização de feridas aqui observada. Além de que os efeitos antiinflamatórios da copaíba parecem ser potencializados pela administração sistêmica, assim, a via de administração escolhida também pode ter contribuído para a falta de eficácia. Na prática: Apesar de não obter resultados muito significativos, os pesquisadores conseguiram compreender que o uso de corticosteróides em feridas orais não necessariamente é uma boa opção de tratamento, e essa conclusão foi baseada nos efeitos colaterais,
  • 7. como alteração de peso e um retardamento da cicatrização da ferida em comparação com os outros grupos analisados. Porém, um ponto importante foi que nenhum efeito adverso foi observado após a administração de copaíba, diferentemente do uso do corticosteróide. Ainda assim, existem várias outras evidências que mostram a copaíba auxiliando na cicatrização de feridas na pele. Mas que tal fazer um teste? Você pode colocar 1 gota de óleo de copaíba em feridas bucais, uma vez ao dia, durante 10 dias e me dizer se a cicatrização foi realmente mais rápida e com menos utilização de medicamentos.