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[Limão Siciliano 008]
Óleo essencial: Citrus limon
Composto: D-limoneno, β-pineno e γ-terpineno
Título: Citrus limon (Lemon) Phenomenon — A Review of the Chemistry,
Pharmacological Properties, Applications in the Modern Pharmaceutical, Food, and
Cosmetics Industries, and Biotechnological Studies
“Fenômeno de Citrus limon (limão) - uma revisão da química, propriedades
farmacológicas, aplicações nos setores farmacêuticos modernos, alimentícios,
indústrias cosméticas e estudos biotecnológicos”.
Autor: Marta Klimek-Szczykutowicz, Agnieszka Szopa e Halina Ekiert
Journal: Plants
Vol/Issue: 9 (1)
Ano: 2020
DOI:10.3390/plants9010119
Tags: Revisão; limão; D-limoneno; antioxidante; anti-inflamatório; atividade biológica;
antimicrobiano; anticancerígena; antiparasitária; aromaterapia; hipertensão; ansiedade;
reumatismo; menopausa; varizes; relaxante muscular; antirrugas; composição química;
cosméticos; fototoxicidade; estudos biotecnológicos; inflamação; fototoxicidade;
conservante natural; aromatizante natural; in vivo; in vitro; extrato metanólico; extrato
de acetona; suco de limão; pericarpo; antiobesidade; antienvelhecimento;
fotossensibilizante; anti-histamínico; aromaterapia; hepatoregenerativa; antifúngico;
cardioproteção; sistema nervoso central; sistema circulatório; pâncreas; fígado; lipídios;
peroxidação ação lipídica; câncer de mama; células tumorais; apoptose; citocina
inflamatória; limonóides; flavonóides; D-limoneno; glicosídeos; agente
quimiopreventivo; hesperidina; marcadores de inflamação crônica; limonina;
cicatrização; fibroblasto; colágeno; β-pineno; citral; Sarcoptes scabiei; enzimas
hepáticas; sistema digestivo; coagulação; ansiolítico; sistema esquelético; nomilina;
doenças metabólicas ósseas; vitamina C (ácido ascórbico); efeito alergênico; Citrus
limon.
Sobre o artigo:
Citrus limon é uma árvore perene da família Rutaceae, e sua principal matéria prima
são seus frutos comestíveis, principalmente o óleo essencial e o suco deles obtido. O
fruto de C. limon se destaca por possuir propriedades nutricionais conhecidas, mas
vale ressaltar que suas valiosas atividades biológicas são subestimadas na fitoterapia e
na cosmetologia modernas.
Atualmente, publicações científicas valiosas se concentram nas ações farmacológicas
cada vez mais amplas do extrato, suco e óleo essencial de C. limon, incluindo estudos
de atividades antibacteriana, antifúngica, antiinflamatória, anticâncer,
hepatoregenerativa e cardioprotetora.
O potencial farmacológico de C. limon é determinado por sua rica composição química
e o grupo mais importante de metabólitos secundários na fruta inclui flavonóides e
também outros compostos, como ácidos fenólicos, cumarinas, ácidos carboxílicos,
aminoácidos e vitaminas.
Os principais compostos do óleo essencial são os monoterpenóides, especialmente o
D-limoneno, que são a razão para a posição importante de C. limon nas indústrias de
alimentos e cosméticos.
Portanto, a presente revisão sistemática aborda trabalhos científicos e análises
aprofundadas das últimas investigações e promoções relacionadas à C. limon como
uma espécie de planta valiosa na farmácia, cosmetologia e na indústria de alimentos.
Resultados:
1. Atividade anticâncer
Um estudo mostrou que nanovesículas isoladas (20 µg/mL) inibiram a proliferação de
células cancerosas em diferentes linhagens de células tumorais, ao ativar uma morte
celular apoptótica mediada por TRAIL – uma citocina produzida e secretada pela
maioria das células normais do tecido.
Além disso, as nanovesículas de C. limon suprimiram o crescimento do tumor de
leucemia mielóide crônica in vivo, atingindo especificamente o local do tumor e
ativando processos celulares apoptóticos mediados por TRAIL.
Outro estudo mostrou que um extrato de metanol de sementes de limão induz apoptose
em células de adenocarcinoma de mama humano (MCF-7), levando à inibição da sua
proliferação.
Este extrato apresentou a maior inibição (29%) das células MCF-7 em um ensaio de
proliferação celular (MTT), em comparação aos extratos de acetato de etila, acetona e
metanol.
Os resultados sugerem que agliconas e glicosídeos dos limonóides e flavonóides
presentes no extrato metanol podem servir potencialmente como agentes
quimiopreventivos para o câncer de mama.
2. Atividade antioxidante
Foi demonstrado que a atividade antioxidante dos flavonóides de C. limon —
hesperidina — não foi apenas limitada à sua atividade de eliminação de radicais, mas
também aumentou as defesas celulares antioxidantes.
Estudos também mostraram uma redução na peroxidação lipídica em convulsões, no
qual o estado de mal epiléptico foi induzido pela pilocarpina em ratos adultos.
3. Atividade Antiinflamatória
Vários estudos in vitro e in vivo foram conduzidos para avaliar metabólitos de
hesperidina, ou seus derivados sintéticos, em sua eficácia na redução de alvos
inflamatórios, incluindo NF-κB, iNOS e COX-2, e os marcadores de inflamação crônica.
O óleo essencial de C. limon (30 ou 10 mg/kg) exibiu efeitos anti-inflamatórios em
camundongos sob teste de formalina, reduzindo a migração celular, a produção de
citocinas e o extravasamento de proteínas induzido por carragenina.
Esses efeitos também foram obtidos com quantidades semelhantes de D-limoneno
puro. Portanto, o efeito anti-inflamatório do óleo essencial de C. limon é provavelmente
devido à alta concentração de D-limoneno.
Ainda, pesquisadores demonstraram os efeitos protetores da limonina na lesão de
reperfusão de isquemia hepática induzida experimentalmente em ratos. O mecanismo
desses efeitos hepatoprotetores foi relacionado ao potencial antioxidante e
anti-inflamatório da limonina mediado pela regulação negativa da via de sinalização de
TLR (receptores do tipo Troll).
Em estudos com o óleo essencial administrado na dose de 10 mg/kg, o D-limoneno
induziu uma redução significativa nas pontuações inflamatórias intestinais, comparável
à induzida pelo ibuprofeno.
Os estudos documentaram que ratos alimentados com D-limoneno diminuíram
significativamente as concentrações séricas de TNF-α (marcador de inflamação) em
comparação com ratos com colite não tratados.
O efeito anti-inflamatório do D-limoneno também envolveu a inibição da translocação
de NF-κB induzida por TNF-α em culturas de fibroblastos, e o estudo encontrou
evidências de que a IL-6 (citocina pró-inflamatória) diminuiu acentuadamente durante a
suplementação dietética com D-limoneno.
4. Atividade antimicrobiana
Extratos de acetona de frutas de C. limon mostraram atividade inibitória contra as
bactérias Gram-positivas Enterococcus faecalis (CIM 0,01 mg/mL) e Bacillus subtilis
(CIM 0,01 mg/mL), e Salmonella typhimurium Gram-negativa (CIM 0,01 mg/mL) e
Shigella sonnei (CIM 0,01 mg/mL).
Além disso, em outro estudo, o óleo essencial de C. limon apresentou atividade
antibacteriana contra bactérias Gram-positivas Bacillus subtilis (CIM 2 mg/mL),
Staphylococcus capitis (CIM 4 mg/mL), Enterococcus luteus (CIM 4 mg/mL) , e
Gram-negativas Pseudomonas fluorescens (CIM 4 mg/mL) e Escherichia coli (100% de
inibição).
O óleo essencial de C. limon também exibe atividade inibitória contra Staphylococcus
mutans (CIM 4,5 mg/mL) e reduziu efetivamente a aderência de S. mutans em uma
superfície de vidro, com taxas de inibição de aderência de 98% a 100% e em superfície
de esmalte revestida com saliva.
Extratos de etanol e acetona dos frutos de C. limon foram ativos contra o fungo
Candida glabrata (CIM 0,02 mg / mL). Por outro lado, os ingredientes do óleo essencial
de C. limon, como D-limoneno, β-pineno e citral, mostraram atividade inibitória contra
Aspergillus niger (CIM 90 µL/mL a 70 ° C), Saccharomyces cerevisiae (CIM 4 mg/mL) e
Candida parapsilosis (CIM 8 mg/mL).
Outro estudo confirmou que o óleo essencial de C. limon promoveu uma redução de
100% no crescimento de C. albicans. Além disso, outros estudos mostraram que o óleo
essencial de C. limon a uma concentração de 0,05% inibe a replicação do Herpes
simplex em 33%.
5. Efeito Antiparasitário
O efeito do óleo essencial de C. limon em Sarcoptes scabiei (artrópode parasita
causador da sarna humana) foi avaliado in vitro e in vivo, onde as partes infectadas dos
coelhos foram tratadas topicamente uma vez por semana durante quatro semanas
sucessivas.
Os resultados da aplicação in vitro mostraram que o óleo essencial de C. limon (10% e
20%, diluído em água) causou mortalidade em 100% dos ácaros após 24h
pós-aplicação.
E a aplicação tópica do óleo de limão a 20% no estudo in vivo em coelhos naturalmente
infectados mostrou recuperação completa dos sinais clínicos e ausência de ácaros a
partir da segunda semana de tratamento.
6. Efeito Antialérgico
Extratos aquosos da casca do fruto de C. limon têm sido usados para investigar seus
efeitos na liberação de histamina de células de exsudato peritoneal de rato (CEPs). Os
extratos inibiram a liberação de histamina de CEPs de rato induzida em 80% e, ainda,
suprimiram a inflamação na cavidade de camundongos, com efeito semelhante à
indometacina, uma conhecida droga antiinflamatória.
7. Efeito Hepatoregenerador
Um extrato etanólico de frutos de C. limon foi avaliado por seus efeitos sobre o dano
hepático experimental induzido por tetracloreto de carbono (CCl4), e a fração solúvel
de acetato de etila do extrato foi avaliada por seu efeito na linha celular HepG2 (fígado
humano linha de células cancerígenas).
O extrato etanólico (150 mg/mL) normalizou os níveis de aspartato aminotransferase
(ASAT), alanina aminotransferase (ALAT), fosfatase alcalina (ALP) e bilirrubina direta
total, que foram alterados devido a intoxicação dos ratos.
Além disso, após o tratamento com o extrato, o nível de malondialdeído no tecido
hepático foi reduzido significativamente, a partir da peroxidação lipídica, e aumentou o
nível das enzimas antioxidantes superóxido dismutase e catalase. E, ainda, melhorou
os níveis reduzidos de glutationa nos ratos tratados em comparação com os ratos
intoxicados com CCl4.
Curiosamente, o efeito observado foi dependente da dose e o efeito da dose mais alta
foi quase igual ao medicamento padrão, a silimarina.
Em outra investigação realizada em uma linha de células HepG2 derivada de fígado
humano, uma redução significativa na viabilidade celular também foi observada em
células expostas à CCl4.
Estudos com óleo essencial de C. limon também mostraram a estimulação da
desintoxicação do fígado pela ativação do citocromo P450 e das enzimas hepáticas
(glutationa S-transferase) na intoxicação crônica do fígado.
8. Efeito Antidiabético
Extratos de etanol de casca de C. limon foram administrados por via oral na dose de
400 mg/kg por dia, por 12 dias, em ratos diabéticos nos quais o diabetes havia sido
induzido pelo uso de estreptozotocina.
O estudo mostrou uma redução na glicose do sangue, uma redução no tempo de
cicatrização de feridas e um aumento na taxa de crescimento do tecido, síntese de
colágeno e níveis de proteína e hidroxiprolina.
Outro estudo avaliou o efeito antidiabético do D-limoneno em ratos diabéticos induzidos
por estreptozotocina, onde o D-limoneno foi administrado por via oral nas doses de 50,
100 e 200 mg/kg de peso corporal, e a glibenclamida na dose de 600 µg/kg de peso
corporal, diariamente durante 45 dias.
A administração de D-limoneno por 45 dias diminuiu gradativamente o nível de glicose
no sangue e o efeito máximo foi observado com uma dose de 100 mg/kg de peso
corporal, com efeito antidiabético comparável ao da glibenclamida, um medicamento
padrão.
9. Atividade antiobesidade
Em um estudo, o suco de limão foi usado em uma dieta de baixa caloria ('dieta de
desintoxicação de limão'), que consistia em 2 L de suco detox de limão contendo 140 g
de xarope de 'Neera', 140 g de suco de limão e 2 L de água por dia.
O estudo mostrou que o suco de C. limon causou uma redução na proteína C reativa
de alta sensibilidade sérica (hs-CRP), que é uma proteína produzida pelo fígado e que
geralmente está aumentada quando existe algum tipo de processo inflamatório ou
infeccioso acontecendo no corpo, em comparação com o grupo de placebo e de dieta
normal.
Os níveis de hemoglobina e hematócrito permaneceram estáveis no grupo da dieta de
desintoxicação de limão, enquanto diminuíram nos grupos de placebo e dieta normal.
Outros pesquisadores demonstraram que o D-limoneno é benéfico para pessoas com
dislipidemia e hiperglicemia, pois, na dose de 400 mg/kg por dia, durante 30 dias,
promoveu em ratos machos uma diminuição do colesterol LDL, evitou o acúmulo de
lipídios e afetou o nível de açúcar no sangue.
Sugere-se que a suplementação dietética com D-limoneno restauraria as alterações
patológicas do fígado e do pâncreas e isso pode ajudar na prevenção da obesidade.
10. Efeitos no sistema digestivo
Estudos demonstraram que o D-limoneno aumenta a motilidade gástrica e causa uma
redução da náusea, neutralização dos ácidos estomacais e alívio do refluxo gástrico.
11. Efeitos no sistema cardiovascular
Um estudo conduzido em 100 mulheres de meia-idade indicou que a ingestão diária de
suco de C. limon tem um efeito benéfico sobre a pressão arterial. As ocorrências de
ingestão de suco de limão e o número de passos percorridos foram registrados por
cinco meses.
Os resultados indicaram que a ingestão diária de suco de limão em conjunto com
caminhadas foi eficaz na redução da pressão arterial elevada, porque ambos
mostraram correlações negativas significativas com a pressão arterial sistólica.
Ainda, estudos in vitro e in vivo confirmaram que o suco de C. limon (0,4 mL/kg) tem
um impacto significativo na pressão arterial e nos fatores de coagulação e
anticoagulação em coelhos.
Os testes in vitro revelaram um aumento altamente significativo no tempo de trombina e
no tempo de tromboplastina parcial ativada por C. limon, enquanto a concentração de
fibrinogênio foi significativamente reduzida em comparação com o controle.
Alterações significativas foram observadas nos parâmetros hematológicos, como
quantidades de eritrócitos e hemoglobina e concentrações médias de hemoglobina
corpuscular, em testes in vivo de C. limon.
12. Influência no sistema nervoso
A influência do suco de C. limon na memória de camundongos foi investigada usando o
teste de evitação passiva, que é motivado pelo medo, usado para avaliar a memória de
curto ou longo prazo de pequenos animais, o qual mede a latência ao entrar em um
compartimento preto.
Os animais que foram alimentados com suco de C. limon (0.2, 0.4 e 0.6 mL/kg)
mostraram, em comparação com o controle, um aumento altamente significativo na
latência antes de entrar em um compartimento preto após 3 e 24 horas,
respectivamente.
Estudos também mostraram que o principal composto do óleo essencial de C. limon –
D-limoneno – em concentrações de 0,5% e 1,0%, administrado a camundongos por
inalação, tem um efeito calmante e ansiolítico significativo ao ativar os receptores de
serotonina e dopamina. Além disso, o D-limoneno tem um efeito inibidor sobre os
receptores da dor, semelhante ao da indometacina e da hioscina.
13. Influência no sistema esquelético
Estudos têm demonstrado o potencial terapêutico da nomilina (limonóide) para a
prevenção de doenças metabólicas ósseas, como a osteoporose, e para a inibição da
osteoclastogênese (síntese de osteoclastos, células do tecido ósseo) in vitro.
Alguns pesquisadores avaliaram a viabilidade celular da linha celular de macrófagos
RAW264.7 de camundongo e macrófagos derivados da medula óssea primários
(BMMs), e observaram que a nomilina diminuiu significativamente o número de células
multinucleadas TRAP-positivas (uma medida do número de células de osteoclastos)
em comparação com o controle.
E, além disso, as concentrações não tóxicas do composto diminuíram a atividade de
reabsorção óssea e regularam negativamente os genes específicos de osteoclastos
(níveis de mRNA NFATc1 e TRAP), juntamente com a supressão da via de sinalização
MAPK.
14. C. limon na Farmácia
Além dos usos muito importantes mencionados acima, o óleo é utilizado em
formulações farmacêuticas e cosméticas como corretivo de aroma e sabor, bem como
conservante natural, devido aos seus comprovados efeitos antibacterianos,
fungistáticos e antioxidantes.
15. C. limon na Indústria Alimentar
Devido à rica composição química da fruta C. limon e outras matérias-primas derivadas
do limão, eles têm aplicações na indústria alimentícia e no processamento de
alimentos.
O limão fresco pode ser guardado por vários meses, mantendo seus níveis de suco,
vitaminas, minerais, fibras e carboidratos. No entanto, o teor de vitamina C (ácido
ascórbico) nas frutas e sucos de limão diminui durante o armazenamento e o
processamento industrial.
Os fatores que reduzem esse conteúdo são: oxigênio, calor, luz, tempo, temperatura de
armazenamento e duração do armazenamento. Para evitar a redução dos níveis de
ácido ascórbico e da capacidade antioxidante do limão, eles devem ser mantidos a 0–5
°C e protegidos da perda de água por embalagem adequada, com alta umidade relativa
durante a distribuição. Sob tais condições, produtos de limão mostram uma boa
retenção de vitamina C e capacidade antioxidante.
A casca do C. limon é rica em pectina, que é usada em uma ampla variedade de
processos industriais de alimentos como agente gelificante, incluindo a produção de
compotas e geleias, e como espessante, texturizante, emulsificante e estabilizante em
laticínios. Devido às suas propriedades gelificantes, a pectina também é usada em
formulações farmacêuticas, odontológicas e cosméticas.
Atualmente, os óleos essenciais de limão, ou o linalol e citral isolados puros, são
utilizados principalmente como aromatizante e conservante natural devido às suas
propriedades funcionais.
Em particular, eles são frequentemente usados para estender a vida útil curta de
produtos do mar e na produção de alguns tipos de queijo, porque eles reduzem
significativamente as populações de microorganismos, especialmente aqueles da
família Enterobacteriaceae.
16. Aplicações em cosméticos
Os extratos e o óleo essencial de C. limon, bem como os compostos ativos isolados
dessas matérias-primas, têm sido objeto de inúmeros estudos científicos com o objetivo
de comprovar a possibilidade de seu uso em cosmetologia.
Há muito se acredita que os produtos derivados do limão têm um efeito positivo na pele
propensa à acne, que é facilmente afetada por queimaduras solares ou micose. Nesse
sentido, os usos tradicionais dessas matérias-primas são conhecidos em várias partes
do mundo.
Na Tanzânia, o suco de fruta de C. limon é misturado com albumina de ovo, mel e
pepino e aplicado na pele todos os dias à noite para suavizar a pele do rosto e tratar a
acne.
O suco da fruta espremida na hora misturado com azeite de oliva é usado como um
remédio natural para o tratamento de doenças do cabelo e couro cabeludo na
Cisjordânia, na Palestina.
O óleo essencial de C. limon apresenta propriedades antibióticas e aromatizantes, por
isso é utilizado em formulações de xampus, dentifrícios, desinfetantes, pomadas
tópicas e outros cosméticos.
Estudos científicos demonstraram um efeito antioxidante significativo dos extratos de
frutas de C. limon, razão pela qual eles são recomendados para uso em cosméticos
antienvelhecimento.
O uso de diferentes transportadores para extratos de C. limon (por exemplo,
hialurossomas, glicerossomos) na tecnologia de produção de cosméticos contribui para
uma inibição ainda maior do estresse oxidativo nas estruturas de construção da pele,
incluindo queratinócitos e fibroblastos.
Além disso, a vitamina C é usada como ingrediente em dermocosméticos
especializados, pois, seu uso externo aumenta a produção de colágeno, o que torna a
pele mais lisa e tensa. Como também é usado em produtos antienvelhecimento, para
reduzir rugas superficiais e como um antioxidante sinérgico em combinação com
vitamina E.
Os ingredientes do óleo essencial de C. limon (incluindo citral, β-pineno, D-limoneno),
devido à atividade inibidora da tirosinase e a inibição da oxidação da
L-diidroxifenilalanina (L-DOPA), têm um efeito despigmentante.
Além disso, comprovou-se que o óleo essencial suporta a penetração de lipídios e de
vitaminas solúveis em água e pode ser usado como um promotor da penetração de
substâncias ativas através da pele.
Além do mais, o óleo essencial também pode ser usado como conservante natural e
como corretivo em produtos cosméticos, pois, cientistas defendem seus efeitos
antibacterianos e fungistáticos.
Além disso, os extratos do pericarpo também apresentam atividade cientificamente
comprovada que ajuda a acelerar a regeneração de feridas diabéticas. Além disso, o
óleo essencial derivado do pericarpo também apresentou propriedades
anti-inflamatórias, antialérgicas e emagrecedoras.
O óleo essencial é usado desde o século 18 para tratar várias doenças relacionadas
com o estilo de vida: hipertensão, neurose, ansiedade, varizes, artrite, reumatismo e
peso mental; como também alivia os sintomas característicos da menopausa.
Além de ser usado em massagens com aromaterapia para relaxar os músculos e para
acalmar e relaxar profundamente.
Contudo, é preciso estar atento! Os extratos e o óleo essencial não devem ser usados
em altas concentrações em banhos ou diretamente na pele, pois, estudos recentes
demonstraram que o D-limoneno contido no óleo pode ter efeito alergênico e irritante
na pele.
O óleo contém compostos fotossensibilizantes pertencentes ao grupo linear da
furanocumarina, portanto, após a aplicação de cosméticos contendo óleo de C. limon, é
proibido expor a pele ao sol.
A International Fragrance Association (IFRA) emitiu restrições ao uso do óleo essencial
de C. limon: em preparações que permanecem na pele, a concentração desse óleo não
deve exceder 2%.
Na prática:
Como sugere essa completíssima revisão sistemática, estudos farmacológicos atuais
confirmaram as atividades de promoção da saúde de C. limon, especialmente suas
propriedades anticancerígenas e antioxidantes, também sendo encontrada sua
aplicação crescente em cosmetologia e produção de alimentos.
Portanto, é altamente recomendável a inclusão do óleo essencial de C. limon em
diversos âmbitos da vida dos seres humanos, como dieta e uso terapêutico, uma vez
que o OE comprovou ter grande potencial de promover a saúde e aumentar a
qualidade de vida de diversas formas.
Contudo, é necessário estar atento (a)! Pois, os extratos e o óleo essencial não devem
ser usados em altas concentrações ou diretamente na pele, pois o D-limoneno contido
no óleo pode ter efeito alergênico e irritante na pele e, além disso, o óleo contém
compostos fotossensibilizantes que podem queimar a sua pele, portanto, evite expor a
pele ao sol após a aplicação deste óleo!

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  • 1. [Limão Siciliano 008] Óleo essencial: Citrus limon Composto: D-limoneno, β-pineno e γ-terpineno Título: Citrus limon (Lemon) Phenomenon — A Review of the Chemistry, Pharmacological Properties, Applications in the Modern Pharmaceutical, Food, and Cosmetics Industries, and Biotechnological Studies “Fenômeno de Citrus limon (limão) - uma revisão da química, propriedades farmacológicas, aplicações nos setores farmacêuticos modernos, alimentícios, indústrias cosméticas e estudos biotecnológicos”. Autor: Marta Klimek-Szczykutowicz, Agnieszka Szopa e Halina Ekiert Journal: Plants Vol/Issue: 9 (1) Ano: 2020 DOI:10.3390/plants9010119 Tags: Revisão; limão; D-limoneno; antioxidante; anti-inflamatório; atividade biológica; antimicrobiano; anticancerígena; antiparasitária; aromaterapia; hipertensão; ansiedade; reumatismo; menopausa; varizes; relaxante muscular; antirrugas; composição química; cosméticos; fototoxicidade; estudos biotecnológicos; inflamação; fototoxicidade; conservante natural; aromatizante natural; in vivo; in vitro; extrato metanólico; extrato de acetona; suco de limão; pericarpo; antiobesidade; antienvelhecimento; fotossensibilizante; anti-histamínico; aromaterapia; hepatoregenerativa; antifúngico; cardioproteção; sistema nervoso central; sistema circulatório; pâncreas; fígado; lipídios; peroxidação ação lipídica; câncer de mama; células tumorais; apoptose; citocina inflamatória; limonóides; flavonóides; D-limoneno; glicosídeos; agente quimiopreventivo; hesperidina; marcadores de inflamação crônica; limonina; cicatrização; fibroblasto; colágeno; β-pineno; citral; Sarcoptes scabiei; enzimas hepáticas; sistema digestivo; coagulação; ansiolítico; sistema esquelético; nomilina; doenças metabólicas ósseas; vitamina C (ácido ascórbico); efeito alergênico; Citrus limon. Sobre o artigo: Citrus limon é uma árvore perene da família Rutaceae, e sua principal matéria prima são seus frutos comestíveis, principalmente o óleo essencial e o suco deles obtido. O
  • 2. fruto de C. limon se destaca por possuir propriedades nutricionais conhecidas, mas vale ressaltar que suas valiosas atividades biológicas são subestimadas na fitoterapia e na cosmetologia modernas. Atualmente, publicações científicas valiosas se concentram nas ações farmacológicas cada vez mais amplas do extrato, suco e óleo essencial de C. limon, incluindo estudos de atividades antibacteriana, antifúngica, antiinflamatória, anticâncer, hepatoregenerativa e cardioprotetora. O potencial farmacológico de C. limon é determinado por sua rica composição química e o grupo mais importante de metabólitos secundários na fruta inclui flavonóides e também outros compostos, como ácidos fenólicos, cumarinas, ácidos carboxílicos, aminoácidos e vitaminas. Os principais compostos do óleo essencial são os monoterpenóides, especialmente o D-limoneno, que são a razão para a posição importante de C. limon nas indústrias de alimentos e cosméticos. Portanto, a presente revisão sistemática aborda trabalhos científicos e análises aprofundadas das últimas investigações e promoções relacionadas à C. limon como uma espécie de planta valiosa na farmácia, cosmetologia e na indústria de alimentos. Resultados: 1. Atividade anticâncer Um estudo mostrou que nanovesículas isoladas (20 µg/mL) inibiram a proliferação de células cancerosas em diferentes linhagens de células tumorais, ao ativar uma morte celular apoptótica mediada por TRAIL – uma citocina produzida e secretada pela maioria das células normais do tecido. Além disso, as nanovesículas de C. limon suprimiram o crescimento do tumor de leucemia mielóide crônica in vivo, atingindo especificamente o local do tumor e ativando processos celulares apoptóticos mediados por TRAIL. Outro estudo mostrou que um extrato de metanol de sementes de limão induz apoptose em células de adenocarcinoma de mama humano (MCF-7), levando à inibição da sua proliferação. Este extrato apresentou a maior inibição (29%) das células MCF-7 em um ensaio de proliferação celular (MTT), em comparação aos extratos de acetato de etila, acetona e metanol.
  • 3. Os resultados sugerem que agliconas e glicosídeos dos limonóides e flavonóides presentes no extrato metanol podem servir potencialmente como agentes quimiopreventivos para o câncer de mama. 2. Atividade antioxidante Foi demonstrado que a atividade antioxidante dos flavonóides de C. limon — hesperidina — não foi apenas limitada à sua atividade de eliminação de radicais, mas também aumentou as defesas celulares antioxidantes. Estudos também mostraram uma redução na peroxidação lipídica em convulsões, no qual o estado de mal epiléptico foi induzido pela pilocarpina em ratos adultos. 3. Atividade Antiinflamatória Vários estudos in vitro e in vivo foram conduzidos para avaliar metabólitos de hesperidina, ou seus derivados sintéticos, em sua eficácia na redução de alvos inflamatórios, incluindo NF-κB, iNOS e COX-2, e os marcadores de inflamação crônica. O óleo essencial de C. limon (30 ou 10 mg/kg) exibiu efeitos anti-inflamatórios em camundongos sob teste de formalina, reduzindo a migração celular, a produção de citocinas e o extravasamento de proteínas induzido por carragenina. Esses efeitos também foram obtidos com quantidades semelhantes de D-limoneno puro. Portanto, o efeito anti-inflamatório do óleo essencial de C. limon é provavelmente devido à alta concentração de D-limoneno. Ainda, pesquisadores demonstraram os efeitos protetores da limonina na lesão de reperfusão de isquemia hepática induzida experimentalmente em ratos. O mecanismo desses efeitos hepatoprotetores foi relacionado ao potencial antioxidante e anti-inflamatório da limonina mediado pela regulação negativa da via de sinalização de TLR (receptores do tipo Troll). Em estudos com o óleo essencial administrado na dose de 10 mg/kg, o D-limoneno induziu uma redução significativa nas pontuações inflamatórias intestinais, comparável à induzida pelo ibuprofeno. Os estudos documentaram que ratos alimentados com D-limoneno diminuíram significativamente as concentrações séricas de TNF-α (marcador de inflamação) em comparação com ratos com colite não tratados. O efeito anti-inflamatório do D-limoneno também envolveu a inibição da translocação de NF-κB induzida por TNF-α em culturas de fibroblastos, e o estudo encontrou evidências de que a IL-6 (citocina pró-inflamatória) diminuiu acentuadamente durante a suplementação dietética com D-limoneno.
  • 4. 4. Atividade antimicrobiana Extratos de acetona de frutas de C. limon mostraram atividade inibitória contra as bactérias Gram-positivas Enterococcus faecalis (CIM 0,01 mg/mL) e Bacillus subtilis (CIM 0,01 mg/mL), e Salmonella typhimurium Gram-negativa (CIM 0,01 mg/mL) e Shigella sonnei (CIM 0,01 mg/mL). Além disso, em outro estudo, o óleo essencial de C. limon apresentou atividade antibacteriana contra bactérias Gram-positivas Bacillus subtilis (CIM 2 mg/mL), Staphylococcus capitis (CIM 4 mg/mL), Enterococcus luteus (CIM 4 mg/mL) , e Gram-negativas Pseudomonas fluorescens (CIM 4 mg/mL) e Escherichia coli (100% de inibição). O óleo essencial de C. limon também exibe atividade inibitória contra Staphylococcus mutans (CIM 4,5 mg/mL) e reduziu efetivamente a aderência de S. mutans em uma superfície de vidro, com taxas de inibição de aderência de 98% a 100% e em superfície de esmalte revestida com saliva. Extratos de etanol e acetona dos frutos de C. limon foram ativos contra o fungo Candida glabrata (CIM 0,02 mg / mL). Por outro lado, os ingredientes do óleo essencial de C. limon, como D-limoneno, β-pineno e citral, mostraram atividade inibitória contra Aspergillus niger (CIM 90 µL/mL a 70 ° C), Saccharomyces cerevisiae (CIM 4 mg/mL) e Candida parapsilosis (CIM 8 mg/mL). Outro estudo confirmou que o óleo essencial de C. limon promoveu uma redução de 100% no crescimento de C. albicans. Além disso, outros estudos mostraram que o óleo essencial de C. limon a uma concentração de 0,05% inibe a replicação do Herpes simplex em 33%. 5. Efeito Antiparasitário O efeito do óleo essencial de C. limon em Sarcoptes scabiei (artrópode parasita causador da sarna humana) foi avaliado in vitro e in vivo, onde as partes infectadas dos coelhos foram tratadas topicamente uma vez por semana durante quatro semanas sucessivas. Os resultados da aplicação in vitro mostraram que o óleo essencial de C. limon (10% e 20%, diluído em água) causou mortalidade em 100% dos ácaros após 24h pós-aplicação. E a aplicação tópica do óleo de limão a 20% no estudo in vivo em coelhos naturalmente infectados mostrou recuperação completa dos sinais clínicos e ausência de ácaros a partir da segunda semana de tratamento.
  • 5. 6. Efeito Antialérgico Extratos aquosos da casca do fruto de C. limon têm sido usados para investigar seus efeitos na liberação de histamina de células de exsudato peritoneal de rato (CEPs). Os extratos inibiram a liberação de histamina de CEPs de rato induzida em 80% e, ainda, suprimiram a inflamação na cavidade de camundongos, com efeito semelhante à indometacina, uma conhecida droga antiinflamatória. 7. Efeito Hepatoregenerador Um extrato etanólico de frutos de C. limon foi avaliado por seus efeitos sobre o dano hepático experimental induzido por tetracloreto de carbono (CCl4), e a fração solúvel de acetato de etila do extrato foi avaliada por seu efeito na linha celular HepG2 (fígado humano linha de células cancerígenas). O extrato etanólico (150 mg/mL) normalizou os níveis de aspartato aminotransferase (ASAT), alanina aminotransferase (ALAT), fosfatase alcalina (ALP) e bilirrubina direta total, que foram alterados devido a intoxicação dos ratos. Além disso, após o tratamento com o extrato, o nível de malondialdeído no tecido hepático foi reduzido significativamente, a partir da peroxidação lipídica, e aumentou o nível das enzimas antioxidantes superóxido dismutase e catalase. E, ainda, melhorou os níveis reduzidos de glutationa nos ratos tratados em comparação com os ratos intoxicados com CCl4. Curiosamente, o efeito observado foi dependente da dose e o efeito da dose mais alta foi quase igual ao medicamento padrão, a silimarina. Em outra investigação realizada em uma linha de células HepG2 derivada de fígado humano, uma redução significativa na viabilidade celular também foi observada em células expostas à CCl4. Estudos com óleo essencial de C. limon também mostraram a estimulação da desintoxicação do fígado pela ativação do citocromo P450 e das enzimas hepáticas (glutationa S-transferase) na intoxicação crônica do fígado. 8. Efeito Antidiabético Extratos de etanol de casca de C. limon foram administrados por via oral na dose de 400 mg/kg por dia, por 12 dias, em ratos diabéticos nos quais o diabetes havia sido induzido pelo uso de estreptozotocina. O estudo mostrou uma redução na glicose do sangue, uma redução no tempo de cicatrização de feridas e um aumento na taxa de crescimento do tecido, síntese de colágeno e níveis de proteína e hidroxiprolina.
  • 6. Outro estudo avaliou o efeito antidiabético do D-limoneno em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina, onde o D-limoneno foi administrado por via oral nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg de peso corporal, e a glibenclamida na dose de 600 µg/kg de peso corporal, diariamente durante 45 dias. A administração de D-limoneno por 45 dias diminuiu gradativamente o nível de glicose no sangue e o efeito máximo foi observado com uma dose de 100 mg/kg de peso corporal, com efeito antidiabético comparável ao da glibenclamida, um medicamento padrão. 9. Atividade antiobesidade Em um estudo, o suco de limão foi usado em uma dieta de baixa caloria ('dieta de desintoxicação de limão'), que consistia em 2 L de suco detox de limão contendo 140 g de xarope de 'Neera', 140 g de suco de limão e 2 L de água por dia. O estudo mostrou que o suco de C. limon causou uma redução na proteína C reativa de alta sensibilidade sérica (hs-CRP), que é uma proteína produzida pelo fígado e que geralmente está aumentada quando existe algum tipo de processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, em comparação com o grupo de placebo e de dieta normal. Os níveis de hemoglobina e hematócrito permaneceram estáveis no grupo da dieta de desintoxicação de limão, enquanto diminuíram nos grupos de placebo e dieta normal. Outros pesquisadores demonstraram que o D-limoneno é benéfico para pessoas com dislipidemia e hiperglicemia, pois, na dose de 400 mg/kg por dia, durante 30 dias, promoveu em ratos machos uma diminuição do colesterol LDL, evitou o acúmulo de lipídios e afetou o nível de açúcar no sangue. Sugere-se que a suplementação dietética com D-limoneno restauraria as alterações patológicas do fígado e do pâncreas e isso pode ajudar na prevenção da obesidade. 10. Efeitos no sistema digestivo Estudos demonstraram que o D-limoneno aumenta a motilidade gástrica e causa uma redução da náusea, neutralização dos ácidos estomacais e alívio do refluxo gástrico. 11. Efeitos no sistema cardiovascular Um estudo conduzido em 100 mulheres de meia-idade indicou que a ingestão diária de suco de C. limon tem um efeito benéfico sobre a pressão arterial. As ocorrências de ingestão de suco de limão e o número de passos percorridos foram registrados por cinco meses.
  • 7. Os resultados indicaram que a ingestão diária de suco de limão em conjunto com caminhadas foi eficaz na redução da pressão arterial elevada, porque ambos mostraram correlações negativas significativas com a pressão arterial sistólica. Ainda, estudos in vitro e in vivo confirmaram que o suco de C. limon (0,4 mL/kg) tem um impacto significativo na pressão arterial e nos fatores de coagulação e anticoagulação em coelhos. Os testes in vitro revelaram um aumento altamente significativo no tempo de trombina e no tempo de tromboplastina parcial ativada por C. limon, enquanto a concentração de fibrinogênio foi significativamente reduzida em comparação com o controle. Alterações significativas foram observadas nos parâmetros hematológicos, como quantidades de eritrócitos e hemoglobina e concentrações médias de hemoglobina corpuscular, em testes in vivo de C. limon. 12. Influência no sistema nervoso A influência do suco de C. limon na memória de camundongos foi investigada usando o teste de evitação passiva, que é motivado pelo medo, usado para avaliar a memória de curto ou longo prazo de pequenos animais, o qual mede a latência ao entrar em um compartimento preto. Os animais que foram alimentados com suco de C. limon (0.2, 0.4 e 0.6 mL/kg) mostraram, em comparação com o controle, um aumento altamente significativo na latência antes de entrar em um compartimento preto após 3 e 24 horas, respectivamente. Estudos também mostraram que o principal composto do óleo essencial de C. limon – D-limoneno – em concentrações de 0,5% e 1,0%, administrado a camundongos por inalação, tem um efeito calmante e ansiolítico significativo ao ativar os receptores de serotonina e dopamina. Além disso, o D-limoneno tem um efeito inibidor sobre os receptores da dor, semelhante ao da indometacina e da hioscina. 13. Influência no sistema esquelético Estudos têm demonstrado o potencial terapêutico da nomilina (limonóide) para a prevenção de doenças metabólicas ósseas, como a osteoporose, e para a inibição da osteoclastogênese (síntese de osteoclastos, células do tecido ósseo) in vitro. Alguns pesquisadores avaliaram a viabilidade celular da linha celular de macrófagos RAW264.7 de camundongo e macrófagos derivados da medula óssea primários (BMMs), e observaram que a nomilina diminuiu significativamente o número de células
  • 8. multinucleadas TRAP-positivas (uma medida do número de células de osteoclastos) em comparação com o controle. E, além disso, as concentrações não tóxicas do composto diminuíram a atividade de reabsorção óssea e regularam negativamente os genes específicos de osteoclastos (níveis de mRNA NFATc1 e TRAP), juntamente com a supressão da via de sinalização MAPK. 14. C. limon na Farmácia Além dos usos muito importantes mencionados acima, o óleo é utilizado em formulações farmacêuticas e cosméticas como corretivo de aroma e sabor, bem como conservante natural, devido aos seus comprovados efeitos antibacterianos, fungistáticos e antioxidantes. 15. C. limon na Indústria Alimentar Devido à rica composição química da fruta C. limon e outras matérias-primas derivadas do limão, eles têm aplicações na indústria alimentícia e no processamento de alimentos. O limão fresco pode ser guardado por vários meses, mantendo seus níveis de suco, vitaminas, minerais, fibras e carboidratos. No entanto, o teor de vitamina C (ácido ascórbico) nas frutas e sucos de limão diminui durante o armazenamento e o processamento industrial. Os fatores que reduzem esse conteúdo são: oxigênio, calor, luz, tempo, temperatura de armazenamento e duração do armazenamento. Para evitar a redução dos níveis de ácido ascórbico e da capacidade antioxidante do limão, eles devem ser mantidos a 0–5 °C e protegidos da perda de água por embalagem adequada, com alta umidade relativa durante a distribuição. Sob tais condições, produtos de limão mostram uma boa retenção de vitamina C e capacidade antioxidante. A casca do C. limon é rica em pectina, que é usada em uma ampla variedade de processos industriais de alimentos como agente gelificante, incluindo a produção de compotas e geleias, e como espessante, texturizante, emulsificante e estabilizante em laticínios. Devido às suas propriedades gelificantes, a pectina também é usada em formulações farmacêuticas, odontológicas e cosméticas. Atualmente, os óleos essenciais de limão, ou o linalol e citral isolados puros, são utilizados principalmente como aromatizante e conservante natural devido às suas propriedades funcionais.
  • 9. Em particular, eles são frequentemente usados para estender a vida útil curta de produtos do mar e na produção de alguns tipos de queijo, porque eles reduzem significativamente as populações de microorganismos, especialmente aqueles da família Enterobacteriaceae. 16. Aplicações em cosméticos Os extratos e o óleo essencial de C. limon, bem como os compostos ativos isolados dessas matérias-primas, têm sido objeto de inúmeros estudos científicos com o objetivo de comprovar a possibilidade de seu uso em cosmetologia. Há muito se acredita que os produtos derivados do limão têm um efeito positivo na pele propensa à acne, que é facilmente afetada por queimaduras solares ou micose. Nesse sentido, os usos tradicionais dessas matérias-primas são conhecidos em várias partes do mundo. Na Tanzânia, o suco de fruta de C. limon é misturado com albumina de ovo, mel e pepino e aplicado na pele todos os dias à noite para suavizar a pele do rosto e tratar a acne. O suco da fruta espremida na hora misturado com azeite de oliva é usado como um remédio natural para o tratamento de doenças do cabelo e couro cabeludo na Cisjordânia, na Palestina. O óleo essencial de C. limon apresenta propriedades antibióticas e aromatizantes, por isso é utilizado em formulações de xampus, dentifrícios, desinfetantes, pomadas tópicas e outros cosméticos. Estudos científicos demonstraram um efeito antioxidante significativo dos extratos de frutas de C. limon, razão pela qual eles são recomendados para uso em cosméticos antienvelhecimento. O uso de diferentes transportadores para extratos de C. limon (por exemplo, hialurossomas, glicerossomos) na tecnologia de produção de cosméticos contribui para uma inibição ainda maior do estresse oxidativo nas estruturas de construção da pele, incluindo queratinócitos e fibroblastos. Além disso, a vitamina C é usada como ingrediente em dermocosméticos especializados, pois, seu uso externo aumenta a produção de colágeno, o que torna a pele mais lisa e tensa. Como também é usado em produtos antienvelhecimento, para reduzir rugas superficiais e como um antioxidante sinérgico em combinação com vitamina E.
  • 10. Os ingredientes do óleo essencial de C. limon (incluindo citral, β-pineno, D-limoneno), devido à atividade inibidora da tirosinase e a inibição da oxidação da L-diidroxifenilalanina (L-DOPA), têm um efeito despigmentante. Além disso, comprovou-se que o óleo essencial suporta a penetração de lipídios e de vitaminas solúveis em água e pode ser usado como um promotor da penetração de substâncias ativas através da pele. Além do mais, o óleo essencial também pode ser usado como conservante natural e como corretivo em produtos cosméticos, pois, cientistas defendem seus efeitos antibacterianos e fungistáticos. Além disso, os extratos do pericarpo também apresentam atividade cientificamente comprovada que ajuda a acelerar a regeneração de feridas diabéticas. Além disso, o óleo essencial derivado do pericarpo também apresentou propriedades anti-inflamatórias, antialérgicas e emagrecedoras. O óleo essencial é usado desde o século 18 para tratar várias doenças relacionadas com o estilo de vida: hipertensão, neurose, ansiedade, varizes, artrite, reumatismo e peso mental; como também alivia os sintomas característicos da menopausa. Além de ser usado em massagens com aromaterapia para relaxar os músculos e para acalmar e relaxar profundamente. Contudo, é preciso estar atento! Os extratos e o óleo essencial não devem ser usados em altas concentrações em banhos ou diretamente na pele, pois, estudos recentes demonstraram que o D-limoneno contido no óleo pode ter efeito alergênico e irritante na pele. O óleo contém compostos fotossensibilizantes pertencentes ao grupo linear da furanocumarina, portanto, após a aplicação de cosméticos contendo óleo de C. limon, é proibido expor a pele ao sol. A International Fragrance Association (IFRA) emitiu restrições ao uso do óleo essencial de C. limon: em preparações que permanecem na pele, a concentração desse óleo não deve exceder 2%. Na prática: Como sugere essa completíssima revisão sistemática, estudos farmacológicos atuais confirmaram as atividades de promoção da saúde de C. limon, especialmente suas propriedades anticancerígenas e antioxidantes, também sendo encontrada sua aplicação crescente em cosmetologia e produção de alimentos.
  • 11. Portanto, é altamente recomendável a inclusão do óleo essencial de C. limon em diversos âmbitos da vida dos seres humanos, como dieta e uso terapêutico, uma vez que o OE comprovou ter grande potencial de promover a saúde e aumentar a qualidade de vida de diversas formas. Contudo, é necessário estar atento (a)! Pois, os extratos e o óleo essencial não devem ser usados em altas concentrações ou diretamente na pele, pois o D-limoneno contido no óleo pode ter efeito alergênico e irritante na pele e, além disso, o óleo contém compostos fotossensibilizantes que podem queimar a sua pele, portanto, evite expor a pele ao sol após a aplicação deste óleo!