“CAÇA AO TESOURO”: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO DE FÍSICA E GEOGRAFIA

Geisa Andrade
Geisa AndradeEstudante de Tecnologia em Jogos digitais e graduada em Licenciatura em Geografia (IFBA)

O presente trabalho elabora uma proposta didática de ensino interdisciplinar a partir da pergunta geradora “Porque é importante que os estudantes estudem os conteúdos de orientação geográfica e vetores?”. Caça ao Tesouro é um projeto desenvolvido para trabalhar a disciplina de Física com a Geografia de forma interdisciplinar e que envolva alguns aspectos do conhecimento do aluno sobre sua região ou sua escola. COSTA, Cinde de Sousa; ANDRADE, Geisa Purificação de ; HOHENFELD, Dielson Pereira. “CAÇA AO TESOURO”: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO DE FÍSICA E GEOGRAFIA. Encontro Internacional de Formação de Professores e Fórum Permanente de Inovação Educacional, v. 9, n. 1, 2016.

“CAÇA AO TESOURO”: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO
DE FÍSICA E GEOGRAFIA
GT3 – Educação e Ciências Matemáticas, Naturais e Biológicas.
Cinde de Sousa Costa1
Geisa Purificação de Andrade2
Dielson Pereira Hohenfeld3
RESUMO
O presente trabalho elabora uma proposta didática de ensino interdisciplinar a partir da pergunta
geradora “Porque é importante que os estudantes estudem os conteúdos de orientação geográfica e
vetores?”. Caça ao Tesouro é um projeto desenvolvido para trabalhar a disciplina de Física com a
Geografia de forma interdisciplinar e que envolva alguns aspectos do conhecimento do aluno sobre
sua região ou sua escola. Espera-se com essa temática: despertar no aluno a curiosidade, o trabalho em
equipe e interesse pelas atividades desenvolvidas em sala; mostrar para o aluno que os conteúdos que
são estudados em sala de aula podem ser trabalhados também fora da sala de aula; propor um ensino
de ciências contextualizado e que pode ser dialogado com outras áreas do conhecimento. Além disso,
fazemos um relato de experiência que conta como se desenvolveu o Caça ao Tesouro em uma cidade
do interior da Bahia.
Palavras-Chave: Interdisciplinaridade; Ensino de Física e Geografia; Proposta metodológica.
ABSTRACT:
The present work shall draw up a proposal didactics of interdisciplinary teaching from the question
"Why is generating important students studying the contents of geographical orientation and vectors?".
Hunt for Treasury is a project developed to work the discipline of physics with the geography of
interdisciplinary and involving some aspects of student knowledge on their region or your school. It is
expected with this theme: awaken in the student curiosity, team work and interest in the activities
developed in the room; show for the student that content which are studied in the classroom can be
worked also outside the classroom; propose a teaching of sciences contextualized and that can be
discuss with other areas of knowledge. In addition, we are making an experience report that account as
if developed the Hunt for Treasury in a city in the interior of Bahia.
Keywords: Interdisciplinarity; Teaching of Physics and geography; methodological proposal.
1
Graduando 7° semestre de Licenciatura em Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). Participa
do “Grupo de pesquisa em ensino de ciências e formação de professores”. sousa.cinde@gmail.com.
2
Graduando 7° semestre de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA).
Participa do “Grupo de pesquisa em ensino de ciências e formação de professores”. andradegeiisa@gmail.com.
3
Doutor em Ensino,Filosofia e História das Ciências. Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação Tecnológica da Bahia -
IFBA/Campus Salvador. dph@ifba.edu.br.
INTRODUÇÃO
O mundo fora da sala de aula, para o estudante, é repleto de elementos das ciências,
linguagens e matemáticas que se apresentam de forma integrada nas mais diferentes ações por
ele desenvolvida. Porém, a escola separa esses conhecimentos presentes no mundo cotidiano e
apresenta para o aluno uma visão recortada dos saberes que seriam importantes para a sua
formação escolar. Essa abordagem fragmentada das áreas do saber faz com que, o educando
não enxergue no seu dia a dia o que é trabalhado na sala de aula, principalmente as disciplinas
consideradas “exatas”, como a física e matemática (PIETROCOLA, ALVES FILHO;
PINHEIRO, 2003).
O questionamento que fazemos é o motivo pelo qual o ensino tradicional não se encaixa mais
nas reais necessidades da sociedade contemporânea. No ensino tradicional o estudante tem a
tarefa de memorizar os conteúdos, fórmulas e técnicas de resolução de problemas, no qual o
professor é o detentor do conhecimento verdadeiro e indiscutível (CAMARGO & NARDI,
2003). Porém, percebe-se que os alunos não aprendem com o processo de memorização, eles
utilizam daquele conhecimento para resolver as avaliações disciplinares e seguem em frente
para memorizar outras fórmulas e conteúdos. Deste modo, é cada vez mais urgente a
superação de um método educativo pautado na exposição oral, da maneira estática e do uso
exclusivo do livro didático.
Seguindo para uma ênfase do desenvolvimento de investigação, compreender a importância
dos conteúdos disciplinares para a formação cidadã e contextualizada, nos permite entender o
sentido de ensinar (LIBÂNEO, 2002). Essa formação contextualizada é reforçada por Morin
(2007) ao afirmar que a finalidade da educação está em:
[...] fornecer aos alunos, aos adolescentes que vão enfrentar o mundo do
terceiro milênio uma cultura que lhes permitirá articular, religar,
contextualizar, situar-se num contexto e, s possível, globalizar, reunir os
conhecimentos que adquiriram (MORIN, 2007, pg. 31).
Sendo assim, percebemos o quanto é urgente formar e transformar professores, a fim de
superar a mera transmissão do conhecimento sem comprometimento com a formação cidadã
do estudante. Segundo Schön (1992) três questões principais são situadas:
1 - Quais as competências que os professores deveriam ajudar as crianças a
desenvolver?
2 - Que tipos de conhecimento e de saber-fazer permitem aos professores
desempenhar o seu trabalho eficazmente?
3 - Que tipos de formação serão mais viáveis para equipar os professores
com as capacidades necessárias ao desempenho do seu trabalho? (SCHÖN,
1992, pg. 80)
Desta forma, em meio a essas preocupações os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
surge como documento oficial do MEC para orientar as discussões sobre o ensino básico no
Brasil levantando a interdisciplinaridade como uma abordagem relevante e possível na prática
docente.
Práticas de ensino com uma abordagem integradora dos conhecimentos veem sendo estudadas
como uma parte do esforço dos docentes de superar a falta de comunicação entre as
disciplinas na escola. Porém, também entendemos que é de suma importância que os docentes
entendam e se apropriem da prática interdisciplinar com o devido estudo e cuidado que ela
exige. Isso porque, as várias interpretações e conceitos sobre o que seria a atividade
interdisciplinar, e como ela se diferencia da transdisciplinaridade, multidisciplinaridade,
pluridisciplinaridade, tem fronteiras conceituais pouco exploradas por pesquisadores e sem
definição clara (POMBO; GUIMARÃES; LEVY, 1993).
No entanto, o objetivo da prática interdisciplinar não consiste em acabar com as disciplinas, a
disciplinaridade se faz necessário para ação conjunta e desenvolvimento do conhecimento
integrado (BRASIL, 2002). Ou seja, a confluência de vários conhecimentos para melhor
compreender os fenômenos que acontece na realidade, por meio da construção coletiva dos
saberes, pressupõe o apoio e mediação dos professores de cada área. Como afirma Libâneo
(2002):
A interdisciplinaridade é a busca da integração entre os saberes tendo em
vista lidar com questões e problemas concretos. Não propõe desmontar a
estruturação do currículo por meio das matérias ou fundir diferentes matérias
em uma “grande” matéria. Nem se quer descartar a importância dos
conteúdos e do desenvolvimento dos processos cognitivos. Trata-se de
estabelecer conexões, convergências, pontes em função de um projeto
formativo do aluno (LIBANEO, 2002, p. 39).
É nesse sentido que este trabalho foi desenvolvido, com o propósito de estabelecer o diálogo
entre disciplinas, respeitando seus conhecimentos específicos. Além disso, pretendemos
promover o envolvimento do estudante em atividades que discutam possibilidades de resolver
problemas sobre a perspectiva integradora, aprendendo, não apenas com o professor, mas com
seus colegas e por meio da interação com ambiente em que vivem.
PROPOSTA METODOLÓGICA
A proposta da atividade “Caça ao Tesouro” apresenta caráter qualitativo, contextualizado e
interdisciplinar, de forma que o aluno seja capaz de correlacionar às disciplinas: Física e
Geografia.
A proposta tem como objetivo atingir os estudantes de Ensino Médio, porém pode ser
realizada em outros níveis de ensino, fazendo as devidas adaptações de conteúdo. É uma
atividade que requer tempo extra: o primeiro momento deve durar em torno de 1 hora e meia
de discussões dos conteúdos a serem trabalhados; o segundo momento deve durar em média 2
horas correspondente à prática do Caça ao Tesouro; o terceiro momento deve ter 1 hora de
duração que são as discussões pós-Caça ao Tesouro.
A preparação do ambiente para o Caça ao Tesouro requer: uma trena, para o professor medir
as distâncias, que os alunos irão percorrer com o uso da técnica do duplo-passo; as
coordenadas do ponto onde a pistas estão (a pista contém a informação da direção, medida em
coordenada geográfica, e distância onde a próxima pista será encontrada); bússolas, para que
os alunos possam encontrar a direção onde se encontra a próxima pista; papel milimétrico,
para os alunos produzirem o mapa do caminho percorrido na atividade através dos
conhecimentos de vetores, coordenadas e escalas de mapas.
Esta atividade está relacionada com os conteúdos, exposto acima, de Física e Geografia que
irão ajudar os estudantes a: se localizarem através da bússola; perceberem a noção de
distância vetorial e escalar; entender como se realiza a transposição de escala do espaço real
para um mapa; usar a noção de vetores para determinar distância escalar, direção e sentido.
O “Caça ao Tesouro” pode ser dividido em 03 (três) etapas.
Primeiro momento
Podem ser feitas perguntas investigativas sobre como nos dias atuais as pessoas conseguem se
localizar no espaço. Sugerimos como perguntas exploratórias:
Para procurar um lugar, por exemplo, que você não saiba o endereço, como localizamos esse
local? Existe algum instrumento que nos informe a localização exata de um lugar?
Essas perguntas são feitas para os alunos citarem as tecnologias que utilizamos para nos
localizar, como o GPS e o Google Maps. Ao chegar nesse ponto, o professor deve direcionar
a discussão para quais tecnologias eram utilizadas, antes do advento da tecnologia, para se
localizar. Assim, a discussão deve girar em torno da Bússola, o que ela indica, como se
utiliza, sendo que o aluno deve ser o foco das argumentações. Desta forma, é importante nesta
investigação colher os conceitos prévios que os alunos têm a respeito da Bússola e sua
importância para o desenvolvimento da sociedade. Ainda sobre a Bússola, mesmo sendo um
conteúdo do terceiro ano, o eletromagnetismo, que envolve o funcionamento da Bússola,
pode ser dialogado com o primeiro e segundo ano do ensino médio, além disso, trazer a
relação entre os polos magnéticos e os polos geográficos. As noções de pontos cardeais e
ângulos de azimutes devem ser discutidos de modo que o estudante perceba a relação dos
números encontrados na Bússola com a direção de deslocamento no espaço. Dessa forma, o
professor conduz a aula para o conceito de vetores e sua utilização na determinação e
representação do caminho percorrido por alguém no espaço.
Discute-se no ensino da geografia a alfabetização cartográfica, por conta do déficit de
compreensão dos elementos do mapa que este compõe. Desta forma, o professor deve
explorar o assunto com questionamentos sobre a retratação do espaço e como ela é elaborada.
As perguntas exploratórias seriam:
Como você representaria sua cidade no papel para uma pessoa que não a conhece? Quais
informações você colocaria para facilitar o deslocamento dessa pessoa na cidade?
Logo, a partir das informações dadas pelos alunos, o professor conduz a discussão sobre os
elementos do mapa e as transformações de escalas, do real para o mapa.
Para finalizar, o professor orienta a formação de grupos sendo que cada pessoa do grupo deve
estar responsável por uma tarefa, sendo que cada grupo deve ter no máximo 4 pessoas. As
tarefas que cada aluno de um grupo irá desempenhar são: utilizar a bússola; aferir o duplo
passo (que seria conhecer o número de “passos duplos” necessários para percorrer uma
determinada distância); anotar as pistas para utilizar na construção do mapa; vasculhador, que
é o aluno que procura a pista.
Segundo momento
O professor leva os alunos para fora da sala de aula para realizar a atividade proposta. É
importante que o professor estabeleça as regras que irão conduzir o jogo: não pode procurar a
pista antes de chegar no local indicado na pista e tem que encontrar todas as pistas. Desta
forma, é dado para cada grupo a primeira dica do jogo que irá conduzi-los ao ponto que estará
outra dica, e assim por diante até os alunos acharem a última pista que indicará que ele
chegou no ponto final do jogo.
Terceiro momento
Quando um grupo chegar ao ponto final do percurso, eles devem ser conduzidos para a
construção do mapa. Esse mapa deve ser feito em um papel milimétrico no qual com o auxilio
da bússola e da noção de escalas de mapas, eles vão representar o vetor deslocamento
realizado por eles na atividade. Além disso, pode ser solicitado que os alunos apresentem por
meio de discussão ou resenha as ideias principais discutidas no Caça ao Tesouro, abordando
as suas potencialidades no aprendizado e limitações.
Sugerimos que o professor realize investigações sobre a atividade realizada com a finalidade
de entender com mais profundidade o impacto do Caça ao Tesouro na formação do estudante.
No Anexo 1 propomos um instrumento de pesquisa que pode auxiliar o professor nesta fase
de avaliação da atividade.
Neste instrumento de pesquisa se encontra duas abordagens de investigação: questionário, que
irá procurar saber as concepções dos estudantes sobre a interdisciplinaridade e como essa
metodologia se aplica ao estudo de física e geografia; escala likert, que irá fazer a análise dos
conhecimentos adquiridos pelo discente através da atividade. Esta última abordagem utiliza
uma escala de 5 pontos, na qual, 1 ponto para Discordo Fortemente, 2 para Discordo, 3 Sem
Opinião, 4 para Concordo e 5 corresponde ao Concordo Fortemente. A análise dos dados foi,
conforme nos mostra Oliveira (2005), calculada pelo Ranking Médio que é a média
ponderada da frequência das respostas pelo valor de cada resposta dividido pelo número de
respondentes.
EXPERIÊNCIA DO CAÇA AO TESOURO
Embora a pesquisa empírica tenha sido realizada de forma superficial, carecendo de
aprofundamento, entendemos o quanto é importante mostrar como esta atividade tem
relevância para fomentar práticas interdisciplinares no ensino de física e geografia.
Atendendo a um projeto do LIPI (Laboratório de Inovações e Práticas Interdisciplinares),
COPEF (Comunidade de Prática no Ensino de Física), desenvolvemos o Caça ao tesouro que
aconteceu no mês de setembro de 2014, realizado com alunos da escola da cidade de Caetité,
no interior do estado da Bahia (ANEXO 2). A primeira etapa do Caça ao Tesouro foi
realizada na praça da cidade.
Seguimos a sequência didática proposta buscando sempre conhecer e trazer para a discussão
as concepções que os alunos traziam do conteúdo. Eles ficaram intrigados com a possibilidade
de utilizar um instrumento que só tinham conhecimento por meio de livros e das aulas de
geografia, muitos deles nunca tinham visto uma bússola. Ao informar as tarefas previstas na
segunda etapa para cada grupo, os discentes procuraram aprender todas as tarefas, movidos
pela curiosidade de saber como se usa a bússola, como executar o duplo-passo, e ansiosos
para achar as pistas.
Como a atividade foi realizada ao ar livre, imaginávamos que alguns estudantes acabariam se
dispersando, o que não ocorreu. A este fato devemos ao envolvimento que a prática
proporciona para os alunos, ou seja, os estudantes são atuantes no processo de aprendizagem.
O professor está no papel de orientador da prática dos estudantes, mas são estes que irão
desenvolver a forma com que vão aprender. Percebemos isso nas discussões entre os alunos
durante o Caça ao Tesouro, em que um aluno ensinava o outro sobre a direção que a bússola
indicava, quem tinha uma melhor noção de espaço e distância procurava compartilhar com os
outros colegas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dinâmica propõe vários desafios para além de uma aula expositiva sobre vetores ou
cartografia, os desafios a serem encarados não precisam de respostas prontas ou
memorizadas. Desta forma, espera-se que a temática discutida nesta proposta, contribua para
uma mudança na postura dos professores. É imprescindível que o docente tome conhecimento
da necessidade dos alunos, da comunidade local e de como a escola pode ajudar a formar
cidadãos mais reflexivos sobre o mundo que os cerca.
Acreditamos que estas questões, possam contribuir para o desenvolvimento de habilidades
básicas de localização e reconhecimento do espaço pelos alunos. A atividade tem o potencial
inclusive de estimular a capacidade de conexões entre os conhecimentos das diferentes
disciplinas. Ao propor o trabalho em equipe, o Caça ao Tesouro também fortalece a
cooperação e o respeito entre os colegas, já que para encontrar todas as pistas cada um precisa
confiar na capacidade do outro colega de desempenhar o seu papel no jogo.
A proposta busca a experimentação e integração do conhecimento através de saberes
disciplinares de física e geografia como magnetismo, vetores, pontos cardeais, conversão de
medidas e cartografia. Além disso, os discentes são convidados a utilizar instrumentos e
noções de espaço que não estão acostumados em seu dia a dia, como uso da bússola,
confecção de mapa e a inter-relação com o espaço físico. Porém, argumentamos que o contato
com esse tipo de material deve fazer parte da formação do estudante de forma que ele
compreenda as transformações históricas, científicas e tecnológicas que nossa sociedade
sofreu.
A experiência com os estudantes da cidade de Caetité na Bahia foi importante para
identificarmos na proposta as potencialidades e limitações que o Caça ao Tesouro apresentava
em uma aula interdisciplinar. Nossa observação, a respeito do envolvimento dos alunos na
atividade, nos motivou a propor esta sequência didática e continuar o projeto em outras
instituições de ensino.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN +
Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais. Brasília: Ministério da Educação, 2002.
CAMARGO, Sérgio; NARDI, Roberto. Prática de ensino de física: marcas de referenciais
teóricos no discurso de licenciandos. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 4., 2003, Bauru. Proceedings... . Bauru: Abrapec, 2003. p. 1 -
12. Disponível em:
<http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ivenpec/Arquivos/Orais/ORAL147.pdf>. Acesso em: 05
ago. 2015.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Velhos e Novos Temas. Edição do autor, 2002.
MORIN, Edgar; ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de Assis (Org.).
Educação e complexidade: Os sete saberes e outros ensaios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
104 p.
PIETROCOLA, Maurício; ALVES FILHO, José de Pinho; PINHEIRO, Terezinha de Fátima.
Prática interdisciplinar na formação disciplinar de professores de ciências. Investigação em
Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p.131-152, ago. 2003. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID101/v8_n2_a2003.pdf>. Acesso em: 27 mar.
2014.
POMBO, Olga; GUIMARÃES, Henrique M.; LEVY, Teresa. A
interdisciplinaridade: reflexão e experiência. Lisboa: Lisboa Texto Editora, 1993.
SCHÖN, Donald A.; NÓVOA, António (Org.). Formar professores como profissionais
reflexivos. Lisboa: Dom Quixote, 1992. (Os professores e sua formação).
ANEXO 1
Questionário
Este questionário é sobre sua perspectiva acerca da atividade “Caça ao tesouro” tendo em
vista a proposta interdisciplinar. Por favor, responda a todas as questões de forma sincera.
Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre a
alternativa que lhe parece mais apropriada.
Idade: Sexo: Ano escolar:
1) O que você entende por atividade interdisciplinar:
( ) trabalho interdisciplinar tem que envolver várias disciplinas ou áreas
( ) projeto unificador das disciplinas
( ) fazer atividades lúdicas
( ) sem opinião
( ) outro:
2) Você já teve experiência com atividade interdisciplinar?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
3) Se teve, quais disciplinas foram trabalhadas?
( ) matemática ( ) física ( ) química ( ) português ( ) história ( ) geografia ( )
biologia ( ) artes ( ) línguas estrangeiras ( ) ed. física ( ) filosofia
( ) literatura ( ) sociologia ( ) outras:
4) Se teve, a atividade interdisciplinar foi satisfatória?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
5) Se não teve, gostaria de ter uma atividade interdisciplinar?
( ) sim ( ) não PORQUE?
6) Quais relações entre a Geografia e a Física você conseguiu perceber na atividade?
7) Esta atividade pode ser realizada com mais disciplinas?
( ) sim ( ) não Quais?
Escala Likert
A escala likert será utilizada para saber o grau de opinião do aluno sobre os conceitos trabalhados na
atividade.
Afirmações Concordo
fortemente
Concordo Sem
opinião
Discordo Discordo
fortemente
1 O uso do conhecimento de
vetores para se orientar,
quando aplicados
juntamente com pontos
cardeais e bússola
possibilita encontrar as
pistas escondidas.
2 O módulo da distância
percorrida e a distância
vetorial são iguais em um
movimento retilíneo.
3 Para construir os mapas é
imprescindível saber as
noções de orientação, por
meio dos pontos cardeais e
bússola; e a localização por
meio das coordenadas
geográficas.
4 A bússola é um instrumento
de orientação e navegação
baseado em propriedades
dos materiais
ferromagnéticos.
5 Os cientistas já
comprovaram que o
magnetismo terrestre ocorra
pela circulação de correntes
elétricas no núcleo do
planeta.
6 A velocidade escalar é
determinada pelo seu
módulo, direção e sentido.
7 Para se fazer a leitura de
mapa é necessário
identificar o tamanho da
escala.
8 Em uma trajetória
curvilínea, a velocidade
vetorial é tangente à curva,
na direção do movimento.
9 Só poderíamos determinar a
posição de uma pessoa se
soubéssemos a medida do
deslocamento.
10 A legenda e o título são os
únicos elementos que
compõe os mapas.
11 As coordenadas geográficas
equivalem ao princípio
cartesiano dos eixos X e Y,
sendo o X a longitude e o Y
a latitude.
12 A seta de direção da bússola
aponta para o ângulo de
direção, que chamamos de
azimute.
ANEXO 2
Fotos da atividade Caça o Tesouro desenvolvida em Caetité, interior da Bahia, no mês de setembro de
2014.

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“CAÇA AO TESOURO”: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO DE FÍSICA E GEOGRAFIA

  • 1. “CAÇA AO TESOURO”: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO DE FÍSICA E GEOGRAFIA GT3 – Educação e Ciências Matemáticas, Naturais e Biológicas. Cinde de Sousa Costa1 Geisa Purificação de Andrade2 Dielson Pereira Hohenfeld3 RESUMO O presente trabalho elabora uma proposta didática de ensino interdisciplinar a partir da pergunta geradora “Porque é importante que os estudantes estudem os conteúdos de orientação geográfica e vetores?”. Caça ao Tesouro é um projeto desenvolvido para trabalhar a disciplina de Física com a Geografia de forma interdisciplinar e que envolva alguns aspectos do conhecimento do aluno sobre sua região ou sua escola. Espera-se com essa temática: despertar no aluno a curiosidade, o trabalho em equipe e interesse pelas atividades desenvolvidas em sala; mostrar para o aluno que os conteúdos que são estudados em sala de aula podem ser trabalhados também fora da sala de aula; propor um ensino de ciências contextualizado e que pode ser dialogado com outras áreas do conhecimento. Além disso, fazemos um relato de experiência que conta como se desenvolveu o Caça ao Tesouro em uma cidade do interior da Bahia. Palavras-Chave: Interdisciplinaridade; Ensino de Física e Geografia; Proposta metodológica. ABSTRACT: The present work shall draw up a proposal didactics of interdisciplinary teaching from the question "Why is generating important students studying the contents of geographical orientation and vectors?". Hunt for Treasury is a project developed to work the discipline of physics with the geography of interdisciplinary and involving some aspects of student knowledge on their region or your school. It is expected with this theme: awaken in the student curiosity, team work and interest in the activities developed in the room; show for the student that content which are studied in the classroom can be worked also outside the classroom; propose a teaching of sciences contextualized and that can be discuss with other areas of knowledge. In addition, we are making an experience report that account as if developed the Hunt for Treasury in a city in the interior of Bahia. Keywords: Interdisciplinarity; Teaching of Physics and geography; methodological proposal. 1 Graduando 7° semestre de Licenciatura em Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). Participa do “Grupo de pesquisa em ensino de ciências e formação de professores”. sousa.cinde@gmail.com. 2 Graduando 7° semestre de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). Participa do “Grupo de pesquisa em ensino de ciências e formação de professores”. andradegeiisa@gmail.com. 3 Doutor em Ensino,Filosofia e História das Ciências. Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação Tecnológica da Bahia - IFBA/Campus Salvador. dph@ifba.edu.br.
  • 2. INTRODUÇÃO O mundo fora da sala de aula, para o estudante, é repleto de elementos das ciências, linguagens e matemáticas que se apresentam de forma integrada nas mais diferentes ações por ele desenvolvida. Porém, a escola separa esses conhecimentos presentes no mundo cotidiano e apresenta para o aluno uma visão recortada dos saberes que seriam importantes para a sua formação escolar. Essa abordagem fragmentada das áreas do saber faz com que, o educando não enxergue no seu dia a dia o que é trabalhado na sala de aula, principalmente as disciplinas consideradas “exatas”, como a física e matemática (PIETROCOLA, ALVES FILHO; PINHEIRO, 2003). O questionamento que fazemos é o motivo pelo qual o ensino tradicional não se encaixa mais nas reais necessidades da sociedade contemporânea. No ensino tradicional o estudante tem a tarefa de memorizar os conteúdos, fórmulas e técnicas de resolução de problemas, no qual o professor é o detentor do conhecimento verdadeiro e indiscutível (CAMARGO & NARDI, 2003). Porém, percebe-se que os alunos não aprendem com o processo de memorização, eles utilizam daquele conhecimento para resolver as avaliações disciplinares e seguem em frente para memorizar outras fórmulas e conteúdos. Deste modo, é cada vez mais urgente a superação de um método educativo pautado na exposição oral, da maneira estática e do uso exclusivo do livro didático. Seguindo para uma ênfase do desenvolvimento de investigação, compreender a importância dos conteúdos disciplinares para a formação cidadã e contextualizada, nos permite entender o sentido de ensinar (LIBÂNEO, 2002). Essa formação contextualizada é reforçada por Morin (2007) ao afirmar que a finalidade da educação está em: [...] fornecer aos alunos, aos adolescentes que vão enfrentar o mundo do terceiro milênio uma cultura que lhes permitirá articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, s possível, globalizar, reunir os conhecimentos que adquiriram (MORIN, 2007, pg. 31). Sendo assim, percebemos o quanto é urgente formar e transformar professores, a fim de superar a mera transmissão do conhecimento sem comprometimento com a formação cidadã do estudante. Segundo Schön (1992) três questões principais são situadas: 1 - Quais as competências que os professores deveriam ajudar as crianças a desenvolver? 2 - Que tipos de conhecimento e de saber-fazer permitem aos professores desempenhar o seu trabalho eficazmente? 3 - Que tipos de formação serão mais viáveis para equipar os professores
  • 3. com as capacidades necessárias ao desempenho do seu trabalho? (SCHÖN, 1992, pg. 80) Desta forma, em meio a essas preocupações os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) surge como documento oficial do MEC para orientar as discussões sobre o ensino básico no Brasil levantando a interdisciplinaridade como uma abordagem relevante e possível na prática docente. Práticas de ensino com uma abordagem integradora dos conhecimentos veem sendo estudadas como uma parte do esforço dos docentes de superar a falta de comunicação entre as disciplinas na escola. Porém, também entendemos que é de suma importância que os docentes entendam e se apropriem da prática interdisciplinar com o devido estudo e cuidado que ela exige. Isso porque, as várias interpretações e conceitos sobre o que seria a atividade interdisciplinar, e como ela se diferencia da transdisciplinaridade, multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, tem fronteiras conceituais pouco exploradas por pesquisadores e sem definição clara (POMBO; GUIMARÃES; LEVY, 1993). No entanto, o objetivo da prática interdisciplinar não consiste em acabar com as disciplinas, a disciplinaridade se faz necessário para ação conjunta e desenvolvimento do conhecimento integrado (BRASIL, 2002). Ou seja, a confluência de vários conhecimentos para melhor compreender os fenômenos que acontece na realidade, por meio da construção coletiva dos saberes, pressupõe o apoio e mediação dos professores de cada área. Como afirma Libâneo (2002): A interdisciplinaridade é a busca da integração entre os saberes tendo em vista lidar com questões e problemas concretos. Não propõe desmontar a estruturação do currículo por meio das matérias ou fundir diferentes matérias em uma “grande” matéria. Nem se quer descartar a importância dos conteúdos e do desenvolvimento dos processos cognitivos. Trata-se de estabelecer conexões, convergências, pontes em função de um projeto formativo do aluno (LIBANEO, 2002, p. 39). É nesse sentido que este trabalho foi desenvolvido, com o propósito de estabelecer o diálogo entre disciplinas, respeitando seus conhecimentos específicos. Além disso, pretendemos promover o envolvimento do estudante em atividades que discutam possibilidades de resolver problemas sobre a perspectiva integradora, aprendendo, não apenas com o professor, mas com seus colegas e por meio da interação com ambiente em que vivem.
  • 4. PROPOSTA METODOLÓGICA A proposta da atividade “Caça ao Tesouro” apresenta caráter qualitativo, contextualizado e interdisciplinar, de forma que o aluno seja capaz de correlacionar às disciplinas: Física e Geografia. A proposta tem como objetivo atingir os estudantes de Ensino Médio, porém pode ser realizada em outros níveis de ensino, fazendo as devidas adaptações de conteúdo. É uma atividade que requer tempo extra: o primeiro momento deve durar em torno de 1 hora e meia de discussões dos conteúdos a serem trabalhados; o segundo momento deve durar em média 2 horas correspondente à prática do Caça ao Tesouro; o terceiro momento deve ter 1 hora de duração que são as discussões pós-Caça ao Tesouro. A preparação do ambiente para o Caça ao Tesouro requer: uma trena, para o professor medir as distâncias, que os alunos irão percorrer com o uso da técnica do duplo-passo; as coordenadas do ponto onde a pistas estão (a pista contém a informação da direção, medida em coordenada geográfica, e distância onde a próxima pista será encontrada); bússolas, para que os alunos possam encontrar a direção onde se encontra a próxima pista; papel milimétrico, para os alunos produzirem o mapa do caminho percorrido na atividade através dos conhecimentos de vetores, coordenadas e escalas de mapas. Esta atividade está relacionada com os conteúdos, exposto acima, de Física e Geografia que irão ajudar os estudantes a: se localizarem através da bússola; perceberem a noção de distância vetorial e escalar; entender como se realiza a transposição de escala do espaço real para um mapa; usar a noção de vetores para determinar distância escalar, direção e sentido. O “Caça ao Tesouro” pode ser dividido em 03 (três) etapas. Primeiro momento Podem ser feitas perguntas investigativas sobre como nos dias atuais as pessoas conseguem se localizar no espaço. Sugerimos como perguntas exploratórias: Para procurar um lugar, por exemplo, que você não saiba o endereço, como localizamos esse local? Existe algum instrumento que nos informe a localização exata de um lugar? Essas perguntas são feitas para os alunos citarem as tecnologias que utilizamos para nos localizar, como o GPS e o Google Maps. Ao chegar nesse ponto, o professor deve direcionar a discussão para quais tecnologias eram utilizadas, antes do advento da tecnologia, para se localizar. Assim, a discussão deve girar em torno da Bússola, o que ela indica, como se utiliza, sendo que o aluno deve ser o foco das argumentações. Desta forma, é importante nesta investigação colher os conceitos prévios que os alunos têm a respeito da Bússola e sua
  • 5. importância para o desenvolvimento da sociedade. Ainda sobre a Bússola, mesmo sendo um conteúdo do terceiro ano, o eletromagnetismo, que envolve o funcionamento da Bússola, pode ser dialogado com o primeiro e segundo ano do ensino médio, além disso, trazer a relação entre os polos magnéticos e os polos geográficos. As noções de pontos cardeais e ângulos de azimutes devem ser discutidos de modo que o estudante perceba a relação dos números encontrados na Bússola com a direção de deslocamento no espaço. Dessa forma, o professor conduz a aula para o conceito de vetores e sua utilização na determinação e representação do caminho percorrido por alguém no espaço. Discute-se no ensino da geografia a alfabetização cartográfica, por conta do déficit de compreensão dos elementos do mapa que este compõe. Desta forma, o professor deve explorar o assunto com questionamentos sobre a retratação do espaço e como ela é elaborada. As perguntas exploratórias seriam: Como você representaria sua cidade no papel para uma pessoa que não a conhece? Quais informações você colocaria para facilitar o deslocamento dessa pessoa na cidade? Logo, a partir das informações dadas pelos alunos, o professor conduz a discussão sobre os elementos do mapa e as transformações de escalas, do real para o mapa. Para finalizar, o professor orienta a formação de grupos sendo que cada pessoa do grupo deve estar responsável por uma tarefa, sendo que cada grupo deve ter no máximo 4 pessoas. As tarefas que cada aluno de um grupo irá desempenhar são: utilizar a bússola; aferir o duplo passo (que seria conhecer o número de “passos duplos” necessários para percorrer uma determinada distância); anotar as pistas para utilizar na construção do mapa; vasculhador, que é o aluno que procura a pista. Segundo momento O professor leva os alunos para fora da sala de aula para realizar a atividade proposta. É importante que o professor estabeleça as regras que irão conduzir o jogo: não pode procurar a pista antes de chegar no local indicado na pista e tem que encontrar todas as pistas. Desta forma, é dado para cada grupo a primeira dica do jogo que irá conduzi-los ao ponto que estará outra dica, e assim por diante até os alunos acharem a última pista que indicará que ele chegou no ponto final do jogo. Terceiro momento Quando um grupo chegar ao ponto final do percurso, eles devem ser conduzidos para a construção do mapa. Esse mapa deve ser feito em um papel milimétrico no qual com o auxilio da bússola e da noção de escalas de mapas, eles vão representar o vetor deslocamento realizado por eles na atividade. Além disso, pode ser solicitado que os alunos apresentem por
  • 6. meio de discussão ou resenha as ideias principais discutidas no Caça ao Tesouro, abordando as suas potencialidades no aprendizado e limitações. Sugerimos que o professor realize investigações sobre a atividade realizada com a finalidade de entender com mais profundidade o impacto do Caça ao Tesouro na formação do estudante. No Anexo 1 propomos um instrumento de pesquisa que pode auxiliar o professor nesta fase de avaliação da atividade. Neste instrumento de pesquisa se encontra duas abordagens de investigação: questionário, que irá procurar saber as concepções dos estudantes sobre a interdisciplinaridade e como essa metodologia se aplica ao estudo de física e geografia; escala likert, que irá fazer a análise dos conhecimentos adquiridos pelo discente através da atividade. Esta última abordagem utiliza uma escala de 5 pontos, na qual, 1 ponto para Discordo Fortemente, 2 para Discordo, 3 Sem Opinião, 4 para Concordo e 5 corresponde ao Concordo Fortemente. A análise dos dados foi, conforme nos mostra Oliveira (2005), calculada pelo Ranking Médio que é a média ponderada da frequência das respostas pelo valor de cada resposta dividido pelo número de respondentes. EXPERIÊNCIA DO CAÇA AO TESOURO Embora a pesquisa empírica tenha sido realizada de forma superficial, carecendo de aprofundamento, entendemos o quanto é importante mostrar como esta atividade tem relevância para fomentar práticas interdisciplinares no ensino de física e geografia. Atendendo a um projeto do LIPI (Laboratório de Inovações e Práticas Interdisciplinares), COPEF (Comunidade de Prática no Ensino de Física), desenvolvemos o Caça ao tesouro que aconteceu no mês de setembro de 2014, realizado com alunos da escola da cidade de Caetité, no interior do estado da Bahia (ANEXO 2). A primeira etapa do Caça ao Tesouro foi realizada na praça da cidade. Seguimos a sequência didática proposta buscando sempre conhecer e trazer para a discussão as concepções que os alunos traziam do conteúdo. Eles ficaram intrigados com a possibilidade de utilizar um instrumento que só tinham conhecimento por meio de livros e das aulas de geografia, muitos deles nunca tinham visto uma bússola. Ao informar as tarefas previstas na segunda etapa para cada grupo, os discentes procuraram aprender todas as tarefas, movidos pela curiosidade de saber como se usa a bússola, como executar o duplo-passo, e ansiosos para achar as pistas. Como a atividade foi realizada ao ar livre, imaginávamos que alguns estudantes acabariam se
  • 7. dispersando, o que não ocorreu. A este fato devemos ao envolvimento que a prática proporciona para os alunos, ou seja, os estudantes são atuantes no processo de aprendizagem. O professor está no papel de orientador da prática dos estudantes, mas são estes que irão desenvolver a forma com que vão aprender. Percebemos isso nas discussões entre os alunos durante o Caça ao Tesouro, em que um aluno ensinava o outro sobre a direção que a bússola indicava, quem tinha uma melhor noção de espaço e distância procurava compartilhar com os outros colegas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A dinâmica propõe vários desafios para além de uma aula expositiva sobre vetores ou cartografia, os desafios a serem encarados não precisam de respostas prontas ou memorizadas. Desta forma, espera-se que a temática discutida nesta proposta, contribua para uma mudança na postura dos professores. É imprescindível que o docente tome conhecimento da necessidade dos alunos, da comunidade local e de como a escola pode ajudar a formar cidadãos mais reflexivos sobre o mundo que os cerca. Acreditamos que estas questões, possam contribuir para o desenvolvimento de habilidades básicas de localização e reconhecimento do espaço pelos alunos. A atividade tem o potencial inclusive de estimular a capacidade de conexões entre os conhecimentos das diferentes disciplinas. Ao propor o trabalho em equipe, o Caça ao Tesouro também fortalece a cooperação e o respeito entre os colegas, já que para encontrar todas as pistas cada um precisa confiar na capacidade do outro colega de desempenhar o seu papel no jogo. A proposta busca a experimentação e integração do conhecimento através de saberes disciplinares de física e geografia como magnetismo, vetores, pontos cardeais, conversão de medidas e cartografia. Além disso, os discentes são convidados a utilizar instrumentos e noções de espaço que não estão acostumados em seu dia a dia, como uso da bússola, confecção de mapa e a inter-relação com o espaço físico. Porém, argumentamos que o contato com esse tipo de material deve fazer parte da formação do estudante de forma que ele compreenda as transformações históricas, científicas e tecnológicas que nossa sociedade sofreu. A experiência com os estudantes da cidade de Caetité na Bahia foi importante para identificarmos na proposta as potencialidades e limitações que o Caça ao Tesouro apresentava em uma aula interdisciplinar. Nossa observação, a respeito do envolvimento dos alunos na atividade, nos motivou a propor esta sequência didática e continuar o projeto em outras
  • 8. instituições de ensino. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Ministério da Educação, 2002. CAMARGO, Sérgio; NARDI, Roberto. Prática de ensino de física: marcas de referenciais teóricos no discurso de licenciandos. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 4., 2003, Bauru. Proceedings... . Bauru: Abrapec, 2003. p. 1 - 12. Disponível em: <http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ivenpec/Arquivos/Orais/ORAL147.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2015. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Velhos e Novos Temas. Edição do autor, 2002. MORIN, Edgar; ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de Assis (Org.). Educação e complexidade: Os sete saberes e outros ensaios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 104 p. PIETROCOLA, Maurício; ALVES FILHO, José de Pinho; PINHEIRO, Terezinha de Fátima. Prática interdisciplinar na formação disciplinar de professores de ciências. Investigação em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p.131-152, ago. 2003. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID101/v8_n2_a2003.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2014. POMBO, Olga; GUIMARÃES, Henrique M.; LEVY, Teresa. A interdisciplinaridade: reflexão e experiência. Lisboa: Lisboa Texto Editora, 1993. SCHÖN, Donald A.; NÓVOA, António (Org.). Formar professores como profissionais reflexivos. Lisboa: Dom Quixote, 1992. (Os professores e sua formação). ANEXO 1 Questionário Este questionário é sobre sua perspectiva acerca da atividade “Caça ao tesouro” tendo em vista a proposta interdisciplinar. Por favor, responda a todas as questões de forma sincera.
  • 9. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre a alternativa que lhe parece mais apropriada. Idade: Sexo: Ano escolar: 1) O que você entende por atividade interdisciplinar: ( ) trabalho interdisciplinar tem que envolver várias disciplinas ou áreas ( ) projeto unificador das disciplinas ( ) fazer atividades lúdicas ( ) sem opinião ( ) outro: 2) Você já teve experiência com atividade interdisciplinar? ( ) sim ( ) não ( ) não me recordo 3) Se teve, quais disciplinas foram trabalhadas? ( ) matemática ( ) física ( ) química ( ) português ( ) história ( ) geografia ( ) biologia ( ) artes ( ) línguas estrangeiras ( ) ed. física ( ) filosofia ( ) literatura ( ) sociologia ( ) outras: 4) Se teve, a atividade interdisciplinar foi satisfatória? ( ) sim ( ) não ( ) não me recordo 5) Se não teve, gostaria de ter uma atividade interdisciplinar? ( ) sim ( ) não PORQUE? 6) Quais relações entre a Geografia e a Física você conseguiu perceber na atividade? 7) Esta atividade pode ser realizada com mais disciplinas? ( ) sim ( ) não Quais? Escala Likert A escala likert será utilizada para saber o grau de opinião do aluno sobre os conceitos trabalhados na atividade. Afirmações Concordo fortemente Concordo Sem opinião Discordo Discordo fortemente 1 O uso do conhecimento de vetores para se orientar, quando aplicados juntamente com pontos cardeais e bússola
  • 10. possibilita encontrar as pistas escondidas. 2 O módulo da distância percorrida e a distância vetorial são iguais em um movimento retilíneo. 3 Para construir os mapas é imprescindível saber as noções de orientação, por meio dos pontos cardeais e bússola; e a localização por meio das coordenadas geográficas. 4 A bússola é um instrumento de orientação e navegação baseado em propriedades dos materiais ferromagnéticos. 5 Os cientistas já comprovaram que o magnetismo terrestre ocorra pela circulação de correntes elétricas no núcleo do planeta. 6 A velocidade escalar é determinada pelo seu módulo, direção e sentido. 7 Para se fazer a leitura de mapa é necessário identificar o tamanho da escala. 8 Em uma trajetória curvilínea, a velocidade vetorial é tangente à curva, na direção do movimento. 9 Só poderíamos determinar a posição de uma pessoa se soubéssemos a medida do deslocamento.
  • 11. 10 A legenda e o título são os únicos elementos que compõe os mapas. 11 As coordenadas geográficas equivalem ao princípio cartesiano dos eixos X e Y, sendo o X a longitude e o Y a latitude. 12 A seta de direção da bússola aponta para o ângulo de direção, que chamamos de azimute. ANEXO 2 Fotos da atividade Caça o Tesouro desenvolvida em Caetité, interior da Bahia, no mês de setembro de 2014.