3. INICIANDO CONVERSA
Os desafios são muitos! Nos últimos anos a
busca da garantia de uma escola democrática,
educação de qualidade para todos os alunos, levou
a escola a rever
4. DIREITO GARANTIDO...
Aprender a ler e escrever é um direito de
todos que precisa ser garantido por meio de
uma prática educativa baseada em princípios
relacionados a uma escola inclusiva.
5. OBJETIVOS DESSA UNIDADE:
Entender a concepção de alfabetização na perspectiva
do letramento;
Aprofundar a compreensão sobre currículo nos anos
iniciais do Ensino Fundamental na perspectiva da
Educação Inclusiva e das diferentes concepções de
alfabetização.
8. “O currículo é sempre o resultado de uma seleção, de
um universo mais amplo de conhecimento e de
saberes;
Seleciona-se aquela parte que vai constituir precisamente
CURRICULO”
9. CURRICULO NO CICLO DE
ALFABETIZAÇÃO
Ao falar em alfabetizar no Brasil, pode-se referir a
práticas diversas de ensino da leitura e da escrita, desde
aquelas vinculadas ao ensino de letras, sílabas e
palavras com base em métodos sintéticos ou analíticos
que usam textos de cartilhas, até as que buscam
inserir os alunos em práticas sociais de leitura e
escrita.
10. MÉTODO SINTÉTICO?
É uma metodologia de alfabetização, que
parte do estudo das unidades menores da
língua (letras, fonemas ou sílabas), para
só então iniciarem o estudo das unidades
maiores da língua (palavras, frases ou
textos).
11. VOCÊ SABIA QUE?
Estes foram os métodos predominantes em toda a
Antiguidade e Idade Média, desde a Grécia Antiga
e Império Romano até o início do século XVIII.
No entanto, ainda hoje encontramos sua aplicação em
algumas salas de aula em nosso país.
12. MÉTODO ANALÍTICO
Em fins do século XVIII, no esforço de motivar as
crianças para o estudo da língua, foram criados os
“métodos analíticos”, nos quais se parte do estudo de
unidades significativas da língua (palavras, frases ou
textos), para depois analisar as partes menores
(sílabas, letras, fonemas).
13. MÉTODOS ANALÍTICO-SINTÉTICOS
Estes iniciam com o estudo da língua com as
unidades maiores e concentram-se logo depois na
análise silábica das palavras para, em seguida, formar
novas palavras com os padrões (famílias) silábicos
estudados. As famosas cartilhas escolares são exemplo
desse método.
14. RESSALVA AO MÉTODO PAULO
FREIRE
O método de alfabetização criado por Freire foi
amplamente aplicado em experiências de escolarização
formal e não-formal, principalmente nordeste brasileiro.
Apesar de possuir características dos métodos
analítico-sintéticos, sua concepção contextualizada e
crítica da educação, do homem como sujeito histórico e
cultural, da língua como produção viva e dinâmica da
sociedade, não se identifica com o mecanicismo dos
métodos de ensino descritos anteriormente.
15. PRÁTICA EM DIFERENTES
ESPAÇOS:
Na família;
No trabalho;
Na escola.
Porém, a escola é a instituição oficial
responsável pelo ensino da leitura e da
escrita, salientando que, mesmo nesse
espaço, o ensino tem apresentado certa
diversidade.
16. ABORDAGEM DE CHARTIER (2000)
As mudanças nas práticas de ensino podem se
relacionar, dentre vários aspectos, a alterações nas
definições dos “conteúdos” a serem ensinados, que
constituiriam mudanças de natureza didática,
pedagógica (material pedagógico, avaliação...), que
corresponderiam a mudanças pedagógicas.
17. DIFERENTES PRÁTICAS DE
ALFABETIZAÇÃO
As mudanças de naturezas didática e pedagógica
no ensino da leitura e da escrita, são decorrentes de
diferentes aspectos:
Desenvolvimento científico em diferentes
áreas;
Contexto socioeconômico;
Organização escolar;
Desenvolvimento tecnológico;
Mudanças pedagógicas (material pedagógico,
livros didáticos, entre outros).
18. CURRÍCULO NA VISÃO DE
MOREIRA E SILVA (1994)
Para Moreira e Silva, currículo não é como
um veículo que transporta algo a ser
transmitido e absorvido, mas como um lugar
em que ativamente em meio a tensões, se
produz e se reproduz cultura. Refere-se, nessa
perspectiva, a criação, recriação,
contestação e transgressão.
19. PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO
Até meados da década de 1980 a discussão
acerca das práticas de alfabetização era sobre os
métodos mais eficazes para ensinar a ler e
escrever, que envolviam os sintéticos, analíticos e
analítico-sintéticos. Todos se baseavam em uma
concepção de leitura e escrita como decodificação e
codificação.
20. ALUNO COMO SUJEITO PASSIVO
Partia do pressuposto de que todos os alunos
iniciavam o processo sem conhecimento algum
sobre a escrita e que cabia aos professores o ensino
das letras, sílabas e palavras.
Aluno recebedor de algo pronto: a língua.
21. MODELO DE ALFABETIZAÇÃO
ENGESSADO?
Os professores alfabetizadores, no geral, seguiam a
cartilha à risca, garantindo que todos os alunos fizessem
as mesmas atividades de forma correta. O erro
precisava ser evitado, pois era sinônimo de que o aluno
não tinha aprendido o que fora ensinado/transmitido.
22. ENSINO FUNDAMENTAL DE OITO
ANOS
As crianças passam todo o ano aprendendo
LETRAS, SÍLABAS, PALAVRAS E LENDO e
escrevendo textos cartilhados e, portanto,
artificiais, que não correspondiam àqueles com os
quais os alunos conviviam fora da escola.
23. O QUE MUDAR?
Mudava-se a cartilha ou o método utilizado, mas
as práticas continuavam pautadas em um programa
curricular voltado para a aprendizagem do código,
desvinculado dos usos sociais da leitura e da escrita,
que desconsiderava os conhecimentos que as crianças
possuíam sobre a escrita.
24. EVOLUIR X APRENDIZAGEM
Muitos alunos iniciavam a 1ª série lendo e
escrevendo palavras e textos, atividades escolares
que, além de repetitivas, não faziam evoluir em
suas aprendizagens. Portanto, estes eram
excluídos do processo de ensino e aprendizagem.
Já as crianças que cometiam erros e concluíam o
ano sem o domínio do código escrito, aumentavam
cada vez mais o número de repetência e evasão
escolar, ou seja, eram excluídos em seuseram excluídos em seus
direitos de aprendizagem da leitura e dadireitos de aprendizagem da leitura e da
escritaescrita.
25. AVALIADOS COMO DEFICIENTES
Nesse contexto, as crianças que
apresentavam necessidades especiais eram
segregadas em salas específicas e muitos dos
alunos que foram reprovados nas salas de aula
regulares eram avaliados como “deficientes”. O
sistema escolar era excludente e atendia a
uma pequena parcela da população.
26. EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Se a escola não promovesse a exclusão das
diferenças, não precisaríamos definir aqui os
princípios que fundamentam uma “escola
inclusiva”, que conhece cada aluno, respeita
suas potencialidades e necessidades e a elas
responde com qualidade pedagógica”
(BRASIL, 2004, p.08)
27. QUAIS PRINCÍPIOS ?
Principio da aceitação e respeito às diferenças,
como um dos pilares fundamentais para uma educação
para todos, uma vez que estamos inseridos em um
estado democrático e de direito.
28. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
PRINCIPIO FUNDAMENTAL:
a dignidade humana e, por conseguinte, o exercício da
cidadania.
No artigo 205, apresenta a educação como “direito de
todos”;
No artigo, 206, Inciso I, estabelece “a igualdade de
condições de acesso e permanência na escola” como um
dos princípios para o ensino.
29. DESAFIO X ADVERSIDADE
Encontramos o direito instituído, mas como
viabilizá-lo?
Como garantir acesso ao ensino e
permanência no âmbito educacional de
qualidade?
30. A PARTIR DOS ANOS 90...
Documentos internacionais, como por exemplo. A
Declaração Mundial sobre Educação para Todos
(UNICEF, 1990).
Declaração de Salamanca (BRASIL,1994)
Convenção de Guatemala (BRASIL,2012).
Influenciaram no Brasil a elaboração de leis e
ações relacionadas às políticas públicas de educação
inclusiva, as quais estão sendo efetivadas
gradativamente.
31. •LEI DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO NACIONAL LDBEN/96
No artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino
devem assegurar aos alunos:
CURRÍCULO;
MÉTODOS;
RECURSOS;
ORGANIZAÇÃO ESPECÍFICOS.
CURRÍCULO INCLUSIVO.
32. REFORMULAR O CURRÍCULO
Para que a criança se aproprie do Sistema de
Escrita Alfabética (SEA), que se configura como
direito de aprendizagem, é imprescindível a
reformulação do CURRÍCULO que rege as escolas,
em função da realização de práticas inclusivas.
33. Se acreditarmos que é possível, precisamos
nos engajar no sentido de repensar o fazer
pedagógico na alfabetização, visando ao
atendimento de todos e a garantia dos direitos de
aprendizagem.
COMO INCLUIR E ATENDER Á
DIVERSIDADE?
34. PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Acessibilidade e remoção das barreiras à
aprendizagem;
Avaliação da aprendizagem numa perspectiva
formativa;
Gestão participativa;
Participação da família e da comunidade;
Serviço de apoio especializado;
Currículo multicultural;
Professor com formação critico-reflexiva.
NAKAYAMA, 2007.
35. SUPERAÇÃO DO “DALTONISMO
CULTURAL”
O professor “daltônico cultural” é aquele que não valoriza
o “arco-íris de culturas” que encontra nas salas de aulas e
com que precisa trabalhar, não tirando, portanto, proveito
da riqueza que marca esse panorama. É aquele que vê todos
os estudantes como idênticos, não levando em conta a
necessidade de estabelecer diferenças nas atividades
pedagógicas que promove.
Moreira e Caudau – apud. Stoer e Cortesão(1999, p.31)
38. REFERÊNCIAS
BRASIL, Presidência da República. Declaração de Salamanca e ação sobre
necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. Presidência da República. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da
educação nacional. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Brasikia: MEC, 1996.
MOREIRA.Antônio Flávio B. CANDAU. Vera M. Currículo.conhecimento e cultura.In:
BEAUCHAMP. Jeanete. PAGEL. Sandra; NASCIMENTO. Aricélia R.do. Indagações sobre
currículo. Brasilia. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica.2007. Disponível
em:http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf.
NAKAYAMA,Antônio Maria. Educação Inclusiva: princípios e representação Tese
(doutorado) Universidade de São Paulo – Faculdade de Educação. 364p.2007.
UNICEF. Declaração mundial sobre educação para todos. Satisfação das
necessidades Básicas de Aprendizagem. Jomtiem.1990.