2. Os valores – Análise e compreensão da experiência valorativa
• Valores:
• 1. Qualidades atribuídas a factos ou acções como bons ou
maus, fundadas em critérios que justificam as nossas escolhas
e preferências, e determinam o que que queremos ou não
queremos que existam.
• 2. Constituem a razão fundamental das nossas decisões.
• 3. Orientam a nossa vida e influenciam as nossas decisões,
determinando o que pensamos acerca do que é melhor e do
que é pior, o que deve ser e o que não deve ser.
• 4. Dão ao agente um motivo para agir.
• A nossa relação com o mundo é em grande medida valorativa,
pois preferimos ou rejeitamos constantemente os mais
variados aspectos do mundo à nossa volta, seleccionando
aqueles a que damos mais valor.
3. Os valores – Análise e compreensão da experiência valorativa
• 1. Para responder à questão anterior devemos, em primeiro
lugar, distinguir entre:
Juízo de facto Juízo de valor
Têm Valor de
Verdade?
SIM . O seu valor de verdade é
independente das crenças ou
dos gostos de quem os profere
– é independente da
perspectiva de qualquer sujeito.
Talvez sim, talvez não. E se são
verdadeiros ou falsos, talvez não o
sejam independentemente dos
gostos ou das crenças de quem
julga. Talvez não o sejam
independentemente da
perspectiva de qualquer sujeito.
São descritivos
ou
informativos?
SIM. Se são verdadeiros dizem-
nos, em parte como as coisas
são e não como devem ser. A
direcção da adequação é da
realidade para o juízo.
São em parte normativos. Dizem-
nos como devemos avaliar as
coisas. A direcção da adequação é
do juízo para a realidade.
4. Os valores – Análise e compreensão da experiência valorativa
• A diversidade dos valores :
• Encontramos diversos tipos de valores que constituem o
critério ou a razão de ser das nossas preferências :
• (…)
• Valores ético-políticos
• Valores religiosos
• Valores estéticos
• (….)
• As preferências valorativas variam:
• De pessoa para pessoa
• De grupo social para grupo social
• De cultura para cultura
Significa isto que não podemos avaliar objectivamente os
valores?
5. A Questão da origem e fundamento dos valores: objectivismo e
subjectivismo.
•Avaliamos pessoas, leis políticas e as coisas segundo determinados
critérios que decidam do seu valor. Como a justiça. Será que essas
avaliações podem ser objectivamente correctas, ou seja, verdadeiras
para todos e independentes da apreciação de cada um?
•Concentremo-nos em juízos de valor de carácter moral como “matar
pessoas inocentes é errado”, ou “a pena de morte é injusta”, ou em
juízos estéticos como, por exemplo “x é belo” ou “x é uma obra de
arte”.
•Para compreender a sua natureza temos de responder a esta
pergunta:
•Os juízos de valor (por exemplo os juízos morais, ou estéticos) têm
valor de verdade, ou seja, são objectivos, têm uma origem exterior ao
indivíduo?
11. O problema da origem e fundamento dos
critérios valorativos
• Avaliamos as pessoas segundo determinados critérios, que fundam
os valores como, por exemplo, a justiça ou o belo.
• Problema:
• 1. Será que essas avaliações podem ser objectivamente correctas?
Afirmamos algo que é objectivamente bom ou mau? O bom e o mau
são qualidades objectivas das coisas? São avaliações inerentes à
sociedade como realidade exterior e independentes da nossa
consciência pessoal? São ditadas por um poder transcendente?
12. PRIMEIRA RESPOSTA
• Resposta 1: Objectivismo moral. O correcto é um valor próprio
das coisas (boas ou más para nós), são os costumes sociais
estabelecidos pensados como verdades absolutas, ou é ditado
por Deus.
• Quem responde afirmativamente defende que, afinal, não há
uma diferença muito grande entre os juízos de facto e os juízos
de valor; afirma que estes são verdadeiros ou falsos de uma
forma objectiva.
• Quem pensa assim tem uma perspectiva objectivista dos valores
em geral ( neste caso dos valores éticos e estéticos).
• O objectivismo defende que o critério dos valores é dado por
algo exterior ao indivíduo, pelas propriedades da coisas, pela
sociedade ou por Deus, sendo que esse critério é uma verdade
absoluta.
13. HÁ OUTRA RESPOSTA POSSÍVEL
•
• Resposta 2: Subjectivismo moral. Não existem juízos morais ou
estéticos(ou valores em geral) que ultrapassem o âmbito dos gostos e das
preferências pessoais ou das nossas emoções (subjectivismo), ou ainda de
uma cultura ou de uma época (relativismo).
• Quem defende que os valores são uma questão de opinião individual
adopta uma perspectiva chamada subjectivismo ou relativismo subjectivo.
• O subjectivismo moral defende que os critérios dos valores têm origem na
pessoa, em nós, que os seus critérios são os nossos desejos, as nossas
preferências pessoais. Seriam estes critérios a determinar o que vale e o
que não vale.
• Sou eu quem determina o que é bom e o que é mau.
14. RESPOSTA 3
• Resposta 3: Relativismo cultural moral: Quem defende que o valor
de verdade dos juízos de valor depende do que uma sociedade
acredita ser verdadeiro ou falso adopta uma perspectiva
denominada relativismo cultural. É a minha sociedade que
determina o que é bom e o mau.
• O relativismo cultural ou convencional moral é um meio-termo:
os códigos morais são convenções, não têm carácter absoluto,
mas também não se fundam num critério meramente subjectivo.