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Resumos filosofia 11

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27 de Mar de 2012
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  1. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL LÓGICA: A lógica estuda condições de validade do pensamento, abstraindo-se do seu conteúdo, ou seja, procura explicitar os princípios que estão na base do pensamento coerente. Ciência que estuda os argumentos (encadeamentos de proposições) para estabelecer regras de pensamento válido. Os répteis são astronautas. Argumento Os astronautas são vegetais. Logo, os répteis são vegetais. LÓGICA ESPONTÂNEA: A lógica espontânea é inata e natural ao Homem. É comum a todos nós e é fruto de elementos culturais de cada povo. Brota do facto de o Homem seguir uma ordem incontrolável e impulsiva para chegar ao conhecimento das coisas como são. Diz respeito ao caminho que a razão humana segue para conhecer as coisas. Para pensarmos e comunicarmos com correção. UTILIDADE DA LÓGICA: › Ajuda a estruturar o pensamento de forma precisa clara e coerente, tornando o discurso mais convincente e facilita no processo comunicativo; › Ensina a detetar erros e ambiguidades, o que permite distinguir argumentos válidos de argumentos não válidos; › Proporciona o desenvolvimento das capacidades argumentativas; › Contribui para o desenvolvimento intelectual do indivíduo ao nível do pensamento abstrato e contribui para a formação da autoconsciência; › Oferece-nos os recursos necessários para pensarmos a realidade e podermos conhecer; › Disponibiliza processos úteis para a investigação científica além de poder ser aplicada a novos domínios como a informática, robótica, etc. PRINCÍPIOS LÓGICOS: 1. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE: Toda a coisa é idêntica a si mesma. Todo o ser é igual a si mesmo. Uma coisa é o que é. Por exemplo, uma rosa é uma rosa. Este princípio obriga a que se mantenha o significado dos termos e expressões. 2. PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: A mesma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo e segundo a mesma perspetiva. É impossível que o mesmo atributo pertença a não pertença ao mesmo sujeito ao mesmo tempo e segundo a mesma relação. 3. PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: Uma coisa deve ser. Uma coisa é ou não é. Não há uma terceira possibilidade. (por exemplo, um proposição é verdadeira ou falsa, não há outra possibilidade). Estes princípios são pressupostos de todo o pensamento consistente. São princípios inatos da razão, por isso são indemonstráveis. Sem eles, nenhuma verdade pode ser pensada ou comunicada. 1
  2. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA CONCEITO: Representação mental, abstrata e geral que reúne as características comuns, isto é, os traços invariantes e fundamentais relativos a um conjunto de seres, coisas ou acontecimentos, traços estes, que os distinguem de outros seres, coisas ou acontecimentos. FORMAÇÃO DE CONCEITOS: O conceito é resultado de determinadas interações, sendo, portanto, uma construção mental. Construímos conceitos mediante operações como a abstração e a generalização. Abstração: ato mediante o qual, dado um conjunto de objetos ou de indivíduos concretos, isolamos e pomos de parte características particulares, próprias de cada um dos objetos, para retermos apenas aspetos comuns a esses diversos indivíduos. Exemplo: ‘Como se chega ao conceito ave?’ - Ter penas cinzentas? - Ter penas? - Alimentar-se de grãos? - Ter bico adunco? - Ter bico? - Ter crista? Características fundamentais - Respirar através de pulmões? - Reproduzir-se por ovos? - Ser animal doméstico? - Voar? - Ter asas? Generalização: surge como complemento da abstração, ou seja, torna extensivas a todos os indivíduos da mesma classe as características essenciais reunidas no conceito. Nota: 1. O conceito constitui o elemento básico do pensamento e, em si mesmo, nada afirma ou nega; 2. O conceito é um instrumento mental que serva para pensar e, através do qual, representamos diferentes realidades, sejam materiais ou ideais. 3. É uma síntese que reúne as características comuns de uma classe de seres, coisas ou acontecimentos. 4. Os conceitos singulares (Paulo, Torre do Clérigos, Rio Douro,…) são conceitos dos quais não temos representações gerais, mas singulares. De qualquer modo, essas representações são também conceitos. REDES CONCETUAIS: Exemplo: 2
  3. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA TERMO E CONCEITO: O termo é a expressão verbal do conceito. O conceito corresponde a um conteúdo intelectual que se expressa, na linguagem, através do termo, o termo é o significante e o conceito o significado. Existem vários termos para o mesmo conceito: livro – libro – livre – book – buch. O termo não se identifica só com uma palavra, podendo ser uma expressão. COMPREENSÃO E EXTENSÃO DE UM CONCEITO: A compreensão de um conceito representa o conjunto de características ou notas caracterizadoras que definem esse conceito. A extensão de um conceito representa o conjunto de seres, coisas ou acontecimentos que são abrangidos por esse conceito, ou seja, são elementos da classe lógica definidos pelos conceitos. A compreensão e a extensão de um conceito variam numa relação inversa: Ser Extensão Ser vivo Animal Vertebrado Mamífero Cão Labrador Compreensão “Jolie” JUÍZOS – PROPOSIÇÕES: Os juízos são operações mentais que permitem estabelecer uma relação de afirmação (conveniência) ou de negação (inconveniência) entre conceitos, que se exprimem verbalmente por proposições. A verdade ou a falsidade de uma proposição avalia-se confrontando essa proposição com a realidade. A relva é verde Juízo conveniente sujeito cópula predicado Verdade O Luís Figo não foi futebolista Juízo inconveniente Falso CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES QUANTO À RELAÇÃO (baseia-se na relação que se estabelece entre o sujeito e o predicado):  Proposições categóricas: Aquelas que afirmam ou negam sem restrições ou condições: As folhas são verdes.  Proposições hipotéticas: Aquelas que afirmam ou negam sob determinadas condições: No outono, as folhas são amarelas.  Proposições disjuntivas: Aquelas que afirmam ou negam sob a forma de alternativas que se excluem: As folhas ou são verdes ou são amarelas. 3
  4. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES QUANTO À QUANTIDADE E À QUALIDADE: - Afirmativo ex: Alguns homens são poetas.  Qualidade - Negativo ex: Nenhum camelo é ave. - Universal ex: Todos os homens são poetas./ Nenhum homem é poeta  Quantidade - Particular ex: Alguns camelos são aves. JUNTANDO QUALIDADE E QUANTIDADE: Juntando qualidade e quantidade, as proposições podem ser classificadas da seguinte forma: A – Universais afirmativas; E – Universais negativas; I - Particulares afirmativas; O – Particulares negativas. QUANTIFICAÇÃO DOS TERMOS DAS PROPOSIÇÕES. Quando o termo é referenciado em toda a sua extensão (universal) ele torna-se distribuído. Quando o termo é apenas tomado em parte da sua extensão (particular) este torna-se não distribuído. Proposições Distribuição do sujeito Distribuição do predicado A Distribuído Não distribuído I Não distribuído Não distribuído E Distribuído Distribuído O Não distribuído Distribuído RACIOCÍNIO: Operação mental através da qual o pensamento, de uma ou mais proposições dadas, conclui uma nova proposição – a conclusão. Portanto, raciocinar é inferir. A expressão verbal do raciocínio é o argumento. ARGUMENTO: Encadeamento de proposições de um modo tal que a conclusão é sempre resultado das premissas anteriores, que funcionam como razões para tal conclusão. Nos argumentos estabelece-se um nexo de implicação entre as premissas e a conclusão. 4
  5. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Todos os Zemindanes são poderosos Icabad é um Zemindane Válido Logo, Icabad é poderoso. A validade de um argumento diz respeito ao nexo lógico que se estabelece entre as premissa e a conclusão, de forma a expressar um pensamento coerente. Portanto, a validade dos argumentos não depende da veracidade das premissas, mas sim do nexo lógico entre elas e a conclusão. Nota: nos raciocínios ou argumentos dedutivos, se o raciocínio for válido e as premissas verdadeiras, a conclusão tem de ser verdadeira. TIPOS DE ARGUMENTOS: Raciocínio = Inferir Mediatos Imediatos (construídos a partir de duas ou mais proposições) (construídos a partir de uma só proposição)  Dedutivos  Oposição  Indutivos  Conversão  Por analogia Argumentos dedutivos: Num argumento dedutivo, as premissas impõem a conclusão, ou seja, há uma implicação lógica necessária entre as premissas e a conclusão. Nestes argumentos, a conclusão está implícita nas premissas e, por isso, não contém mais informação do que aquela que já está nas premissas. Exemplo: Todos os corvos são pretos. Este animal é um corvo. Logo, este animal é preto. A vantagem deste tipo de argumento é que ele é rigoroso e útil na defesa de uma tese ou para descobrir algo que inicialmente se desconhecia, mas se poderia inferir. Não entanto, não permite progredir muito no campo do desconhecido. São só únicos dotados de validade lógica. Argumentos indutivos: A relação que se estabelece entre as premissas e a conclusão é apenas de apoio ou suporte. Nestes argumentos, o facto de as premissas serem verdadeiras, não garante a veracidade da conclusão, pois esta engloba mais informação do que a que está contida nas premissas. Pode-se afirmar que a conclusão será provavelmente verdadeira. Considera-se, ainda, que a indução não tem validade formal, porque se verifica um salto abusivo entre as premissas e a conclusão, concluindo-se da parte para o geral. A vantagem deste argumento é que ele permita avançar no desconhecido e, portanto, ampliar o conhecimento. No entanto, ele não é totalmente rigoroso. 5
  6. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Exemplo: Este corvo é preto. Aquele corvo é preto. Logo, todos os corvos são pretos. Argumento por analogia: O raciocínio por analogia consiste em partir de certas semelhanças ou relações existentes entre dois objetos ou duas realidades e concluir novas semelhanças que podem não existir. Nos argumentos por analogia nunca se pode garantir que de premissas verdadeiras se obtenha uma conclusão verdadeira. A conclusão é provável, mas o grau de falibilidade é muito grande e, por isso, é necessário não tirar conclusões de semelhanças superficiais e não desprezar as diferenças. A força deste raciocínio aumenta com o aumento de semelhanças. Exemplo: Marte possui atmosfera com a Terra. A Terra tem seres vivos. Logo, é suposto que existam seres vivos em Marte. SILOGISMOS (RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS): Termos de um raciocínio: Exemplo: › Termo Maior (T) Os insetos(M) são invertebrados(T). › Termo Menor (t) As abelhas(t) são insetos(M). › Termo Médio (M) Logo, as abelhas(t) são invertebradas(T). Regras dos Silogismos: 1ª. Um silogismo só pode conter três termos diferentes; 2ª. O termo médio não pode entrar na conclusão; 3ª. O termo médio tem de estar, pelo menos numa das premissas, tomado em toda a sua extensão; 4ª. Nenhum termo pode ter mais extensão na conclusão do que tem nas premissas; 5ª. De duas premissas afirmativas, não se pode inferir uma conclusão negativa; 6ª. De duas premissas negativas nada se pode concluir; 7ª. De duas premissas particulares nada se pode concluir; 8ª. Se uma das premissas for particular (ou negativa), a conclusão tem de ser particular (ou negativa). 6
  7. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Modo e Figura dos Silogismos: Modo Figura A Todo A é B 2ª Figura (o termo médio está nos predicados das E Nenhum C é B premissas) E Logo, nenhum A é C O Modo diz respeito ao tipo de premissa (A, I, E ou O) e a Figura à posição do termo médio nas premissas. Mnemónica das figuras: SUPER 1ªFig. PEPE 2ªFig. SOUSA 3ªFig. PS 4ªFig. INFERÊNCIAS IMEDIATAS: A OPOSIÇÃO E A CONVERSÃO: Inferências por Oposição: Inferir por oposição significa concluir novas muda qualidade proposições a partir de uma, chamada primitiva, fazendo transformações na A contrárias E qualidade, na quantidade ou em ambas simultaneamente. Conclui-se, assim, que as preposições que são: muda qual / quan muda subal contr subal a) Contrárias, ambas universais, diferem na aditór quant terna terna qualidade; idade s ias s b) Subcontrárias, ambas particulares, contraditórias diferem na qualidade; c) Subalternas, diferem na quantidade; d) Contraditóras, diferem na qualidade e na quantidade. (note-se que nas preposições contraditórias, como são a negação uma I subcontrárias O da outra, se uma for verdadeira a outra é falsa.) Quadrado das Oposições | Inferências por Conversão: As inferências por conversão resultam da inversão da posição dos termos, isto é, o termo que é sujeito na preposição primitiva passa a predicado na proposição conversa e vice-versa. A conversão tem que obedecer à lei, segundo a qual os termos da nova preposição não podem ter maior extensão (corresponde à conclusão) do que na premissa primitiva. (conversão limitada) 7
  8. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA E Nenhum mamífero é peixe E Nenhum peixe é mamífero Conversão Simples I Alguns homens são desportistas I Alguns desportistas são homens A Todos os médicos são estudiosos Conversão Limitada I Alguns estudiosos são médicos LÓGICA ARISTOTÉLICA VS. LÓGICA MODERNA: Características da Lógica Aristotélica (Méritos e Limitações): Limitações: › A lógica aristotélica é completamente dependente da linguagem natural e da sua gramática. Por isso não está isenta de equívocos e ambiguidades. ex: este triângulo é desigual Conteúdo idêntico, no entanto modos diferentes, A e este triângulo não é igual E, respetivamente. › Por esta razão não atinge totalmente a formalização; › Limita-se a silogismos categóricos. Méritos: › Tentativa de formalização e reconhecimento de que a linguagem natural é limitada nesta tentativa. Superação das limitações da Lógica Aristotélica pela Lógica Moderna: › A lógica moderna usa símbolos assentes numa linguagem artificial que permite o cálculo e reduz equívocos e a ambiguidade da linguagem natural. ex: Ser ou não ser, eis a questão, passa a: (p V ~p)  q p- ser q- questão › Analisa as proposições como um todo, desvalorizando os termos; › Permite a aplicação da lógica a novos domínios – científicos e tecnológicos. ARGUMENTAÇÃO: Diariamente somos emissores e recetores de discursos argumentativos. A argumentação está relacionada com a vertente social do Homem, ela torna-se um processo comunicativo. Como ato de comunicação, a argumentação implica: - Orador / Emissor; - Auditório / Recetor; - Mensagem. 8
  9. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Argumentação e Demonstração: A racionalidade humana não se esgota na validade formal, pois a maior parte dos problemas com que nos deparamos não dependem de critérios formais rígidos, mas sim de critérios que se prendem mais com a força persuasiva, a relevância e a pertinência dos argumentos e das premissas desencadeadas a partir de opiniões geralmente aceites. Entramos, assim, no domínio da argumentação ou “dedução dialética”, nas palavras de Aristóteles, (ver exemplo 1) que é diferente da demonstração (ver exemplo 2). A demonstração é constringente, não discutível, enquanto a argumentação pressupõe premissas plausíveis e passiveis de serem discutíveis e até, refutadas. Se o mar Y for água, é H2O. Exemplo 1 O mar Y é água. Demonstração Logo, o mar Y é H2O. Se os animais não têm deveres, não têm direitos. Exemplo 2 Os animais não têm deveres. Argumentação Logo, os animais não têm direitos. Demonstração: processo lógico-discursivo que, partindo de premissas consideradas verdadeiras, nos leva a inferir uma conclusão verdadeira. As provas apresentadas são constringentes. Argumentação: discurso que visa persuadir um auditório acerca do valor de uma tese que se está a defender. Argumentar é fornecer razões a favor, ou contra, de uma tese provocando adesão do auditório. 9
  10. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Demonstração Vs. Argumentação Ponto de partida: proposições indiscutíveis que Ponto de partida: proposições discutíveis. Ideias são consideradas verdadeiras ou capazes de gerar controvérsia. hipoteticamente verdadeiras. Tipo de lógica: regida sobre a lógica forma. Tipo de lógica: regida sobre a lógica informal. Os Impera o rigor, não há lugar para a discussão. critérios desta lógica são a pertinência, a Interessa apenas o encadeamento do raciocínio. relevância e a força persuasiva dos argumentos. Relação premissas-conclusão: relação de Relação premissas-conclusão: as premissas são necessidade entre as premissas e a conclusão. discutíveis e pode-se não chegar a nenhuma Domínio do constringente. conclusão, pois esta depende da adesão do auditório. É do domínio do preferível e do plausível. Relação com o contexto: é independente do Relação com o contexto: a argumentação tem de contexto. A validade não depende nem do ser contextualizada, porque tem que haver uma tempo, nem do sujeito que faz a demonstração. proximidade entre o orador e o auditório. Por O discurso é impessoal. essa razão, torna-se pessoal., pois quem argumenta deve adaptar o seu discurso ao auditório. Linguagem: reina a linguagem artificial, rigorosa, Linguagem: supõe diálogo, discussão usando a quase matemática e desprovida de linguagem natural, com todas as suas ambiguidades; reduz-se a um cálculo lógico e ambiguidades. Apresenta razões pró ou contra permite uma única interpretação. uma tese. Permite uma pluralidade de interpretações. Grau de certeza: há rigidez de soluções; a Grau de certeza: a aceitação de uma tese solução apresenta-se como evidente, depende da aprovação do auditório; uma tese independentemente da aceitação do auditório. pode ser contestada a qualquer momento; pode- Domina a autoridade da lógica. se admitir mais que uma solução, onde domina a intersubjetividade. Aplicação: ciências lógico-dedutivas Aplicação: ciências sociais e humana (direito, política e filosofia) e em situações de vida corrente. 10
  11. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA O que fazer para conseguir a adesão do auditório? (Que características deve ter a situação comunicativa da argumentação?) › O emissor deve mostrar abertura de pensamento, aceitando a discussão sobre o tema, mostrando disponibilidade para ouvir. › O orador deve dirigir-se ao homem total; um ser racional, que pensa pro si próprio, provido de emoções, portador de uma cultura e que tem interesses e motivações. O auditório é também livre de aceitar ou refutar a tese. › O orador tem de adaptar a sua linguagem e estratégias ao auditório. › O emissor deve estar atento às reações do auditório. Em resumo, deve haver uma adaptação às características sociais, culturais e psicológicas do auditório. Vertentes do discurso argumentativo:  Ethos: personalidade do orador com características (honestidade, humildade, calma, amabilidade, …) que confiram credibilidade à mensagem.  Pathos: refere-se às emoções despertadas no auditório e consiste na recetividade com que escutam o orador. Capacidade de suscitar emoções no auditório para que ele fique predisposto a aceitar a tese apresentada.  Logos: diz respeito à mensagem em si. Deve ser cuidada e clara, recheada de argumentos e conectores que confiram organização ao texto. Por vezes pode implicar o uso de falácias. 11
  12. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Tipos de argumentos: 1. Dedutivos indutivos por analogia exemplos 2. Não dedutivos contra-exemplos entimema argumento de autoridade Raciocínio por analogia: Requisitos de credibilidade: › Não extrair conclusões a partir de semelhanças raras. › Não desprezar as diferenças significativas existentes. Exemplo: Consiste em citar com a oportunidade um exemplo, ou vários, para produzir no auditório a convicção de que eles ilustram um princípio geral. ex: Outrora as mulheres casavam muito cedo (tese) Na Idade Média, 13 anos era a idade normal de casamento para uma rapariga judia. (exemplo) Contra-exemplo: Caso que se presta a apoiar o contrário da tese que se defende. ex: se se argumentar contra os malefícios do tabaco, o senhor Manuel que viveu até aos 90 anos e foi sempre fumador é um contra-exemplo. Entimema: Silogismo em que uma das premissas está omissa. ex: Todas as estrelas têm luz própria. Falta a premissa: A lua não tem luz própria Logo, a lua não é uma estrela. Argumento de Autoridade: Apoia-se na opinião ou testemunhos de uma pessoa ou instituição com autoridade na matéria para sustentar a tese que se está a defender. Requisitos de credibilidade: › Fontes qualificadas, “especialistas” no assunto em discussão. › Fontes devem ser imparciais. › Dever haver consenso entre os especialistas da mesma área. FALÁCIAS: Falácias Formais: erros de raciocínio derivadas do incumprimento das regras lógicas. Dizem respeito apenas à forma como o argumento está construído. › Falácia do Termo Médio (M não está distribuído) › Ilícita do Termo Maior (T tem mais extensão na conclusão que nas premissas) › Ilícita do Termo Menor (t tem mais extensão na conclusão que nas premissas) 12
  13. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Falácias Informais: erros de raciocínio que resultam de lacunas no discurso. › Falácia da Bola de Neve: um acontecimento leva a outro › Falácia contra o Homem: não se ataca o argumento, mas sim a pessoa que faz o argumento. Descredibilizar o produtor do argumento. › Falácia do Apelo à Força: recorre-se a ameaças. › Falácia da Misericórdia: “choradinho”, comove-se o outro levando-o a ter pena. › Falácia Post Hoc Ergo Propta Hoc: falsa causa e acontece porque há uma confusão entre a temporalidade e a causalidade (concomitância). › Falácia do Apelo à Autoridade: quando se invoca a autoridade de um especialista ou de uma personalidade credível que não é perito na matéria em discussão. (ex: Dr. House recomenda-lhe que compre um carro híbrido.). › Falácia do Falso Dilema: são apresentadas duas alternativas que se excluem uma a outra e que escondem outras possíveis alternativas. (ex: ou está comigo, ou estás contra mim.) › Falácia da Petição de Princípio (ou ciclo vicioso): a conclusão repete a premissa. Dá-se por provado o que se deve provar. (ex: O Sol gira em torno da Terra, porque ela está parada no Universo.). › Falácia do Espantalho: deturpam-se as palavras do adversário de modo a terem outro significado. › Falácia do Apelo à Ignorância: defende-se que o enunciado é falso porque não foi provado. (Nunca se provou a existência dos ET’s, logo não existem.). › Falácia da Pergunta Complexa (ou pergunta ardilosa): (‘Já deixaste de beber?’; ‘Continuas egoísta como eras?’). A resposta “sim” ou ”não” implica admitir um comportamento que não é muito recomendável. A pergunta complexa dá-se quando se introduz uma pergunta cuja resposta implica um comprometimento com a posição que o autor da pergunta quer promover e constitui um desconforto para o interlocutor. A SABER: ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO. RETÓRICA: Em que contexto surge a retórica? A retórica surge no contexto de persuadir nas cidades-estado democráticas gregas do séc. VI a.C.. Aparece ligada à vivência democráticas nessas organizações políticas (cidades-estado) sobretudo pelas exigências das assembleias políticas e ligada ao funcionamento dos tribunais. Nestas estruturas, os cidadãos eram incentivados a intervir na vida pública e existia igualdade dos cidadãos perante a lei. O que é a retórica? É entendida com a arte de bem falar e convencer o auditório. Liga-se à capacidade de apresentar bons argumentos. 13
  14. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Democracia Regime que consagra a igualdade de direitos entre os cidadãos. (isonomia) - Sociedade de homens livres, onde há liberdade de eleger e de ser eleito. - Liberdade de discussão. isto permite - O poder assenta na força persuasiva da palavra. Raízes da Retórica Ligação às instituições políticas e judiciárias e à vida quotidiana dos cidadãos: a) assembleia de cidadãos (discussão dos problemas e decisões) b) tribunais (onde havia p direito da defesa e o júri escutava as partes em litígio) c) praça pública / mercado (onde se discutia os mais diversos assuntos) Ensino dos sofistas: Quem são os sofistas? Professores itinerantes que andavam de cidades democráticas em cidades democráticas a venderem o seu conhecimento. Surgem quando se desenvolve a “democracia cara-a-cara” e é essencial, para haver discussão conhecer a retórica e saber argumentar. Introduziram novos métodos (antologia: apresentar uma tese, sabendo defendê-la e passa a poder desconstruí-la) e conhecimento enciclopédico (de várias área). Defendiam o relativismo tanto dos valores como do conhecimento e achavam as leis convencionais, ou seja mutáveis. Sofistas Surgem para responder a uma necessidade sociopolítica nova: preparação dos jovens para as disputas políticas e jurídicas. Objetivo: formar cidadãos intervenientes na vida pública. O ensino centra-se no domínio da palavra (gramática, retórica, antilogia) e num saber enciclopédico. Conceções filosóficas marcadas pelo relativismo e ceticismo. (o seu ensino articula-se com as conceções filosóficas) Conflito entre sofistas e filósofos: Sofistas (retores) Filósofos  Ideal de vida prático (visava a ação);  Ideal de vida contemplativo;  Era marcada pela intensão de preparar os jovens  A contemplação vista como um meio de busca para a disputa política e jurídica (formação de da verdade e de aperfeiçoamento do ser humano cidadãos); (orientação da ação. A teoria precedia a prática);  Preocupavam-se com as competências  Valorização de virtudes como a moderação e a argumentativas; temperança;  Valorização da palavra e do discurso eloquente;  Desenvolveram e valorizaram a dialética como  Valorização do poder e do sucesso; método de descoberta da verdade;  A retórica visava a eficácia do discurso (não  A filosofia visava o esclarecimento e a isento de manipulação); compreensão; 14
  15. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA  A retórica era uma arma de conquista do poder;  Defendiam que os valores e as verdades era  Defendiam o relativismo do conhecimento e dos absolutas. valores e o convencionalismo das leis. Contexto histórico – declínio e reabilitação da retórica: A partir dos fins do século IV a.C., a retórica entrou em declínio e só viria a ser reabilitada na atualidade. Muitos fatores contribuíram para o declínio da retórica: - O declínio das instituições democráticas, no Período Helenístico e no Período do Império Romano. - A força e o prestígio da Igreja Católica na Idade Média, que impôs parâmetros de verdade não compatíveis com a utilização credível de estratégias argumentativas. - O ideal da racionalidade da Época Moderna moldado pelo paradigma científico. Na Época Contemporânea, a crise do conceito clássico da racionalidade, por um lado, e, por outro, a valorização das instituições democráticas, o reconhecimento da igualdade de todos os cidadãos perante a lei, bem como o poder detido pelos meios de comunicação, vieram criar condições favoráveis à reabilitação da retórica. As Dimensões da Retórica: a Persuasão e a Manipulação: Faça a vontade à sua mulher. Compre uma casa nova já! Manipulação (a antiga pode ser vendida nos próximos três anos) Beba leite. O leite enriquece os ossos! Persuasão Persuasão: › Reclama-se a participação do outro na avaliação das ideias, ou seja, é um convite ao debate. › O outro é encarado como um ser racional capaz de tomar as suas próprias decisões; pressupões liberdade e respeito pelo outro. › O centro da argumentação é colocado no Logos e nas boas razões. › A persuasão comporta o bom uso da retórica, ou retórica branca, o que implica um discurso persuasivo sensato. Manipulação: › Consiste em levar alguém a fazer algo, impedindo-o de avaliar a situação criticamente. Faz-se um uso indevido da argumentação com vista em levar o interlocutor a aderir de forma acrítica às propostas do emissor. › Não valoriza a autonomia e a capacidade crítica do interlocutor, pois o orador impões as suas ideias; não respeita o interesse, a inteligência ou a liberdade do outro; tende a suprimir os problemas. › A retórica é colocada no Pathos uma vez que se apela aos afetos, desperta-se o desejo, sugestiona-se e faz-se promessas. 15
  16. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA › Mau uso da retórica (retórica negra) quando a argumentação procura enganar o auditório em função dos interesses de quem produz a argumentação, o que implica um discurso persuasivo sedutor. Estratégias Manipuladoras:  Discurso publicitário comercial (recorre-se à estetização da mensagem);  Relação imaginária que se estabelece entre o consumidor e o produto (costuma-se fazer passar a ideia que o produto é indispensável);  Uso da imposição (vendas agressivas). Como enfrentar as estratégias manipuladoras?  Estar informado e fazer juízos críticos;  Avaliar a consistência dos argumentos e questionar as suas implicações;  Questionar as ideias feitas e as posições dogmáticas;  Desenvolver, através da educação, competências argumentativas e a capacidade de desmontar falácias;  Deve haver, da parte dos cidadãos, empenho na vida sócio-política. ARGUMENTAÇÃO, VERDADE E SER: Modelo Clássico da Racionalidade: O modelo da racionalidade é um modelo científico. Este modelo considera que as verdades são absolutas e intemporais; a partir do momento em que são construídas não podem ser contestadas. Novo Modelo da Racionalidade Clássica: (ver livro) 16
  17. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA PERSPETIVA FENOMENOLÓGICA DO CONHECIMENTO: Tipos de Conhecimento: O conhecimento é sempre uma relação daquele que conhece (o sujeito) com o que é conhecido (o objeto). Com base no tipo de objeto, encontramos três tipos de conhecimento: › Conhecimento prático: diz respeito ao saber fazer (domínio da uma técnica, por ex.) › Conhecimento de contacto: é do domínio do conhecimento de pessoas, objetos, locais, … › Conhecimento proposicional: conhecimento apoiado em proposições (o que se aprende na escola, por ex.) Análise Fenomenológica do Conhecimento: Elementos do ato de conhecer: sujeito (é geral e acontece em todas as consciências); objeto e relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto da qual resulta o conhecimento. Sujeito Objeto Duas entidades separadas uma da outra, conetadas pelo ato de conhecer. Relação entre S/O – é uma correlação, ou seja, um só existe porque o outro também existe. Esta relação é irreversível, isto é, não se pode permutar, num ato de pensamento, a função do objeto e a função do sujeito. A função do sujeito é conhecer o objeto. A função do objeto é ser conhecido pelo sujeito (este último é o elemento ativo). Movimentos que a consciência tem de fazer para conhecer: Com esta perspetiva, conhecer é representar na mente as características fundamentais de um objeto. O ato de apreender ocorre em três fases: O sujeito capta as O sujeito sai de si  O sujeito deu conta que existe determinações/características um objeto novo a conhecer  O sujeito está fora de si do objeto. O sujeito regressa a si  Regressa a si para construir o conhecimento. Formação da imagem do conceito. (como o conhecimento é subjetivo, a representação pode ter erros.) 17
  18. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA 1º sai de si SUJEITO OBJETO 2º está fora de si 3º regressa a si  O sujeito estabelece uma relação de oposição com o objeto;  O objeto e o sujeito estabelecem entre si uma correlação;  A relação entre eles é irreversível;  O objeto modifica o sujeito;  O sujeito representa o objeto. O sujeito forma uma imagem do objeto que é manente (dentro dele), objetiva com alguns salpicos de subjetividade, uma representação mental. QUESTÕES GNOSIOLÓGICAS: A questão da POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO: Esta questão baseia-se no facto de o sujeito, ao apreender, experimentar o erro; daí: “sujeito apreende realmente o objeto?” Dogmatismo: (posição otimista) Sim, apreende; o conhecimento é possível. › Dogmatismo ingénuo: crença do Homem comum que não é abalada pela desconfiança. Conhece o Mundo como é. Há uma confiança absoluta no conhecimento. › Dogmatismo filosófico/crítico: é possível submeter o conhecimento à dúvida. Desde que a razão siga o método certo é possível encontrar verdades inabaláveis. Ceticismo: duvida acerca do Homem poder conhecer. › Ceticismo radical: nega a possibilidade de o Homem poder conhecer. Pode-se chegar a duas verdades que se opõem sobre o mesmo assunto. É preciso abster-se de fazer juízos. Não serve ao desenvolvimento humano e é inútil à ciência. Crítica: ao afirmar-se que não se pode conhece e chegar a verdades, já se está a afirmar uma verdade, logo contradiz-se. › Ceticismo moderado: defende que é possível conhecer, mas de uma forma aproximada, não absoluta. Há verdades aproximadas. É importante à ciência, uma vez que a atitude crítica é benéfica para encontrar erros nas verdades instaladas e chegar a verdades questionáveis. 18
  19. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Criticismo: (Kant) é possível conhecer e chegar a verdades sólidas e universais, mas o conhecimento permanece limitado. Só se conhece algumas coisas que a nossa estrutura cognitiva nos deixa apreender. É necessário fazer uma crítica ao conhecimento e detetar quais as nossas possibilidades de conhecer. A questão da ORIGEM DO CONHECIMENTO: Como o Homem se apresenta tanto como um ser sensível e racional, deixa uma questão: “A origem do conhecimento está nos sentidos ou na razão?” Empirismo: A fonte do conhecimento é a experiência. Antes da experiência a nossa mente está em branco e a experiência vem pincelá-la. Não há ideias inatas e razão trabalha sobre os sentidos. Os empiristas tendem para o ceticismo, no que diz respeito à metafísica. Racionalismo: a fonte do conhecimento é a razão, o que confere às verdades um caráter universal e necessário (não é contraditório). Há conhecimento dos sentidos, mas está em segundo plano; este não é a base do conhecimento científico, pois é ilusório. O sujeito estrutura a realidade a partir das ideias. Descartes defende mesmo a existência de ideias inatas (figuras matemáticas; Deus; a dimensionalidade das coisas; cógito) fundamentais para o conhecimento. Os racionalistas caem no dogmatismo. Apriorismo: (Kant) As fontes do conhecimento são duas: a sensibilidade e a razão; Kant defende que o conhecimento surge com experiência, mas não se reduz a ela Considera que o sujeito é dotado de estruturas A priori, que são um património da razão, estruturas, estas, que são preenchidas pela experiência. Ou seja, as estruturas A priori têm a função de enquadrar e organizar os dados da experiência. (exemplo do supermercado) A questão da NATUREZA DO CONHECIMENTO: Esta questão surge para se saber “Qual dos polos, sujeito ou objeto, é que tem o papel determinante no ato de conhecer?” Realismo: quem é determinante é o objeto. › Realismo ingénuo: típico do senso comum. Não há diferença entre a realidade e o conhecimento que nós temos do real. › Realismo crítico: considera que é preciso distinguirmos objetos do real as suas propriedades objetivas (o que pode ser medido: tamanho, …) das suas propriedades subjetivas (cor, cheiro, …). Idealismo: (Kant) o polo fundamental é o sujeito. É solidário do criticismo. Parte do princípio que o nosso conhecimento é limitado, então, “eu só conheço o que se deixa apreender pela minha estrutura cognitiva”; a realidade é muito mais densa que aquilo que posso apreender dela. Só conhecemos facetas dessa realidade. Está relacionado com o conhecimento das ideias que se faz acerca das coisas. O polo determinante é o sujeito porque o conhecimento é uma construção sua, a partir do que ele conseguiu apreender, do que lhe foi permitido. 19
  20. Filosofia 11 Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA O PROBLEMA DO CONHECIMENTO EM DESCARTES: Descartes tinha influências matemáticas nas suas perspetivas filosóficas. O ceticismo foi importante no percurso de Descartes, mas ele não se manteve cético até ao fim dos seus dias. Foi educado á sombra da escolástica: era necessário reformar o conhecimento. Descartes começa com uma atitude dubitativa (que se revela apenas como uma metodologia para chegar a conhecimentos sólidos); duvida de todas as matérias, menos da Igreja. Razões que levaram Descartes a duvidar: › Duvida dos sentidos, porque estes nos enganam. Duvida do conhecimento sensorial. › Há quem se engane no domínio matemático, logo passa a duvidar do conhecimento racional matemático. › Não há critério seguro que distinga o estado de vigília do estado de sono. › Descartes alarga a dúvida e coloca a hipótese do génio maligno, entidade que induziria propositadamente, o Homem em erro, pondo em causa o critério de evidencia racional. Qual o papel da dúvida? A dúvida é importante ao conhecimento, pois permita duvidar das verdades feitas, questionar o que já está instalado e assim abrir portas para novas verdades e hipóteses. Características da dúvida Cartesiana: › É metódica, pois é uma estratégia de que Descartes se serva para pôr à prova a validade de todo o conhecimento e, portanto, distinguir o verdadeiro do falso. › É provisoria, porque parte da dúvida para chegar a certezas. › É hiperbólica, porque, ao colocar a hipótese do génio maligno, Descartes radicaliza a dúvida, pondo em causa o critério da evidência. › É progressiva, porque se aplica a todos os campos do conhecimento, menos à Igreja. Descartes seria cético? Não, porque começa duvidoso para quebrar os erros que podem “sujar” o conhecimento. Utiliza a dúvida para chegar a certezas, ou seja, é como que um ceticismo provisório, puramente metodológico. A questão do cógito: Regras de método: primeiro e fundamental: tornar o que é verdadeiro claro e evidente. 1ª verdade: a base da sua filosofia é atingida por via racional. Ideias Inatas 2ª verdade: temos a ideia do perfeito: mas donde virá isto? De seres imperfeitos, como o Homem? Logo não podemos produzir a ideia do perfeito. Do Nada? Não. A ideia inicial é inata e foi-nos posta por Deus, um ser perfeito que vai salvar o critério da evidência. 20
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