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Valores e valoração
Fontes: páginas 87 à 99 do manual
1- Qual a relação entre a ação e o valor?
Resposta:
Para agir temos de decidir, e decidir implica escolher. Para escolher temos de preferir
umas opções a outras, preferir implica valorar, atribuir ou descobrir valor. Os valores
estão assim na base ou fundamento das nossas decisões e motivações (desejos). Sem
valores não conseguiríamos decidir e, consequentemente, agir.
2-O que é o valor?
Resposta:
 O valor é o que é mais ou menos desejável, preferível, estimável (representam a
não indiferença do ser humano perante a realidade).
 Logo, o valor é o que está na base dos nossos desejos, preferências e avaliações.
 Em conclusão, o valor é o orientador, o guia, o fundamento e a razão de ser
(explica/justifica) das nossas ações.
3- O que é a experiência valorativa?
Resposta:
 A experiência valorativa é o ato pelo qual o sujeito:
o Atribui valor às coisas
o Se apercebe do valor nas coisas
 A experiência valorativa é muito importante porque sem ela não teríamos
contacto ou conhecimento dos valores e a realidade seria toda igual. Não
classificaríamos a realidade em dois polos opostos: o polo das coisas desejáveis
e o polo das coisas indesejáveis
4- Quais as características dos valores?
Resposta:
 Polaridade ou bipolaridade: todo o valor tem um contravalor que se apresenta
como o seu oposto.
 Diversidade: há valores de natureza/tipo diferente consoante a natureza da
realidade à qual se aplicam. Por exemplo à aparência aplicam-se os valores
estéticos; ao comportamento e intenções que o acompanham aplicam-se os
valores éticos; à transcendência aplicam-se os valores religiosos, etc. Podem-se
dividir os valores em
o Valores espirituais: estéticos, éticos, religiosos, cognitivos ou lógicos
o Valores materiais: úteis e os vitais
 Hierarquia: os valores não valem todos o mesmo. Os valores estão situados
numa escala em que os mais valiosos estão no topo e os menos valiosos na base.
5. Em função do quê hierarquizamos os valores?
Resposta:
Em função de fatores subjetivos que têm que ver com o indivíduo, com o tipo
de pessoa que somos: diferentes pessoas não dão igual valor aos mesmos valores
ou coisas.
Por exemplo, há indivíduos que colocam a lealdade acima da verdade. O
dinheiro não é valorizado da mesma forma por um avarento e por um não
avarento. A tábua de valores de Max Scheller é um exemplo de uma tábua de
valores individual.
Em função dos contextos: diferentes circunstâncias da vida, sociais, culturais,
históricas e pessoais, fazem com que as pessoas divirjam no que consideram
valioso, e que a mesma pessoa também altere a sua escala.
Por exemplo, na sociedade da idade média, os valores religiosos estavam no
topo como os mais valiosos, hoje em dia já não é assim. Uma pessoa com muita
fome valoriza o alimento de forma muito diferente dessa mesma pessoa com
fartura de comida.
6. Como se expressam os valores?
Resposta:
 Os valores expressam-se através:
o Das nossas ações: pelo comportamento das pessoas podemos saber
aquilo que valorizam, e o que valorizam mais e menos. Por exemplo, se
alguém não suporta de todo mentiras e fica muito irritado, podemos
concluir que a verdade é um valor importante. Se alguém passa muito
tempo a preparar-se, podemos concluir que dá valor à sua aparência.
o Dos nossos juízos de valor:
6. Qual a diferença entre os juízos de facto e os juízos de valor?
Resposta:
Juízo de facto: descrição objetiva da realidade (informa-nos como as coisas são),
passível de ser verificada, cujo valor de verdade é independente das crenças e gostos
dos sujeitos.
Juízo de valor: expressão ou manifestação de uma preferência em relação à realidade
(não se limita a descrevê-la, avalia-a). Saber se tem ou não valor de verdade é uma
questão filosófica em aberto
ATENÇÃO: os juízos de facto também podem exprimir valorações/preferências. Por
exemplo o juízo de facto “O meu compositor favorito é Mozart” inclui o juízo de valor
“Mozart é o melhor compositor”.
7. Qual a importância dos juízos de valor?
Resposta:
Os juízos de valor são importantes porque:
 Permitem-nos expressar/manifestar os valores aos quais aderimos, revelando
assim os nossos desejos, aspirações e preferências. Por exemplo, “ A pena de
morte é injusta”; “ Lisboa é uma bonita cidade”.
 Permitem-nos aprender e aderir a valores: é através dos juízos de valor que
os pais ensinam às crianças o que é correto e o que não é.
 Permitem clarificar os valores: os juízos de valor ao aplicarem um valor a
situações concretas, constituem uma oportunidade para pensar e clarificar o que
são os valores. Por exemplo, aplicar os valores “ justiça” e “ injustiça “, a
situações concretas permite clarificar e ficar a saber melhor do que é que
estamos a falar.
8. O que significa perguntar sobre a “natureza dos valores”?
Resposta:
Significa perguntar pelo seu modo de ser/existência próprio, isto é, se existem
objectivamente, em si mesmos, independentemente do sujeito, ou se existem
subjetivamente dependendo do sujeito.
9.Quais as respostas à questão da natureza dos valores? (qual é o seu modo de ser
ou de existir)
Resposta:
A questão de saber se os valores são objetivos ou subjetivos originou duas perspectivas
diferentes:
O objetivismo axiológico: defende que os valores são independentes das apreciações
subjetivas dos indivíduos, por isso valem por si mesmos. A origem dos valores são as
coisas os objetos.
O subjetivismo axiológico: defende que os valores estão dependentes das apreciações
subjetivas dos indivíduos para serem considerados valores (como tendo valor). O sujeito
é a origem dos valores.
10. Como se pronunciam as teorias objetivistas e subjetivistas acerca do valor de
verdade dos juízos de valor?
Resposta:
Para os defensores do objetivismo axiológico, a verdade dos juízos de valor é
independente dos estados mentais, desejos ou sentimentos dos indivíduos que avaliam.
Para um objetivista a afirmação “Aquela pintura é bela” é a mesma coisa que dizer que
“Aquela pintura é de Miguel Ângelo”. São ambos juízos de facto.
Para os defensores do subjetivismo axiológico, a verdade dos juízos de valor depende
exclusivamente da perspetiva do sujeito (dos seus estados mentais, desejos ou
sentimentos). Para um subjetivista a afirmação “Aquela pintura é bela” é apenas a
formulação e uma opinião subjetiva, apoiada em sentimentos e crenças particulares.
11. Que teorias subjetivista concretas existem e que teorias objetivistas concretas
existem?
Resposta
Objetivismo Subjetivismo
Naturalismo Ontologismo Psicologismo Emotivismo
12. Como se pronuncia cada teoria concreta acerca dos juízos de valor?
Resposta:
Objetivismo Subjetivismo
1. Os juízos de
valor têm valor
de verdade?
Naturalismo Ontologismo Psicologismo Emotivismo
Sim Sim Sim Não
2. O seu valor de
verdade é
independente
de qualquer
sujeito?
Sim Sim Não
3. Os juízos de
valor são
proposições?
Sim
São descrições
acerca de
qualidades
objetivas das
Sim
São descrições acerca da
conformidade ou não de
uma coisa concreta com
uma entidade ideal.
Dizer “X é bom” significa
Sim
São descrições de
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agrado/desagrado
do sujeito. Dizer
Não
São exclamações
emocionais
do sujeito.
Dizer “X é bom”
coisas que “X está conforme ao
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  • 1. Valores e valoração Fontes: páginas 87 à 99 do manual 1- Qual a relação entre a ação e o valor? Resposta: Para agir temos de decidir, e decidir implica escolher. Para escolher temos de preferir umas opções a outras, preferir implica valorar, atribuir ou descobrir valor. Os valores estão assim na base ou fundamento das nossas decisões e motivações (desejos). Sem valores não conseguiríamos decidir e, consequentemente, agir. 2-O que é o valor? Resposta:  O valor é o que é mais ou menos desejável, preferível, estimável (representam a não indiferença do ser humano perante a realidade).  Logo, o valor é o que está na base dos nossos desejos, preferências e avaliações.  Em conclusão, o valor é o orientador, o guia, o fundamento e a razão de ser (explica/justifica) das nossas ações. 3- O que é a experiência valorativa? Resposta:  A experiência valorativa é o ato pelo qual o sujeito: o Atribui valor às coisas o Se apercebe do valor nas coisas  A experiência valorativa é muito importante porque sem ela não teríamos contacto ou conhecimento dos valores e a realidade seria toda igual. Não classificaríamos a realidade em dois polos opostos: o polo das coisas desejáveis e o polo das coisas indesejáveis 4- Quais as características dos valores? Resposta:  Polaridade ou bipolaridade: todo o valor tem um contravalor que se apresenta como o seu oposto.  Diversidade: há valores de natureza/tipo diferente consoante a natureza da realidade à qual se aplicam. Por exemplo à aparência aplicam-se os valores estéticos; ao comportamento e intenções que o acompanham aplicam-se os valores éticos; à transcendência aplicam-se os valores religiosos, etc. Podem-se dividir os valores em o Valores espirituais: estéticos, éticos, religiosos, cognitivos ou lógicos o Valores materiais: úteis e os vitais
  • 2.  Hierarquia: os valores não valem todos o mesmo. Os valores estão situados numa escala em que os mais valiosos estão no topo e os menos valiosos na base. 5. Em função do quê hierarquizamos os valores? Resposta: Em função de fatores subjetivos que têm que ver com o indivíduo, com o tipo de pessoa que somos: diferentes pessoas não dão igual valor aos mesmos valores ou coisas. Por exemplo, há indivíduos que colocam a lealdade acima da verdade. O dinheiro não é valorizado da mesma forma por um avarento e por um não avarento. A tábua de valores de Max Scheller é um exemplo de uma tábua de valores individual. Em função dos contextos: diferentes circunstâncias da vida, sociais, culturais, históricas e pessoais, fazem com que as pessoas divirjam no que consideram valioso, e que a mesma pessoa também altere a sua escala. Por exemplo, na sociedade da idade média, os valores religiosos estavam no topo como os mais valiosos, hoje em dia já não é assim. Uma pessoa com muita fome valoriza o alimento de forma muito diferente dessa mesma pessoa com fartura de comida. 6. Como se expressam os valores? Resposta:  Os valores expressam-se através: o Das nossas ações: pelo comportamento das pessoas podemos saber aquilo que valorizam, e o que valorizam mais e menos. Por exemplo, se alguém não suporta de todo mentiras e fica muito irritado, podemos concluir que a verdade é um valor importante. Se alguém passa muito tempo a preparar-se, podemos concluir que dá valor à sua aparência. o Dos nossos juízos de valor: 6. Qual a diferença entre os juízos de facto e os juízos de valor? Resposta: Juízo de facto: descrição objetiva da realidade (informa-nos como as coisas são), passível de ser verificada, cujo valor de verdade é independente das crenças e gostos dos sujeitos. Juízo de valor: expressão ou manifestação de uma preferência em relação à realidade (não se limita a descrevê-la, avalia-a). Saber se tem ou não valor de verdade é uma questão filosófica em aberto
  • 3. ATENÇÃO: os juízos de facto também podem exprimir valorações/preferências. Por exemplo o juízo de facto “O meu compositor favorito é Mozart” inclui o juízo de valor “Mozart é o melhor compositor”. 7. Qual a importância dos juízos de valor? Resposta: Os juízos de valor são importantes porque:  Permitem-nos expressar/manifestar os valores aos quais aderimos, revelando assim os nossos desejos, aspirações e preferências. Por exemplo, “ A pena de morte é injusta”; “ Lisboa é uma bonita cidade”.  Permitem-nos aprender e aderir a valores: é através dos juízos de valor que os pais ensinam às crianças o que é correto e o que não é.  Permitem clarificar os valores: os juízos de valor ao aplicarem um valor a situações concretas, constituem uma oportunidade para pensar e clarificar o que são os valores. Por exemplo, aplicar os valores “ justiça” e “ injustiça “, a situações concretas permite clarificar e ficar a saber melhor do que é que estamos a falar. 8. O que significa perguntar sobre a “natureza dos valores”? Resposta: Significa perguntar pelo seu modo de ser/existência próprio, isto é, se existem objectivamente, em si mesmos, independentemente do sujeito, ou se existem subjetivamente dependendo do sujeito. 9.Quais as respostas à questão da natureza dos valores? (qual é o seu modo de ser ou de existir) Resposta: A questão de saber se os valores são objetivos ou subjetivos originou duas perspectivas diferentes: O objetivismo axiológico: defende que os valores são independentes das apreciações subjetivas dos indivíduos, por isso valem por si mesmos. A origem dos valores são as coisas os objetos.
  • 4. O subjetivismo axiológico: defende que os valores estão dependentes das apreciações subjetivas dos indivíduos para serem considerados valores (como tendo valor). O sujeito é a origem dos valores. 10. Como se pronunciam as teorias objetivistas e subjetivistas acerca do valor de verdade dos juízos de valor? Resposta: Para os defensores do objetivismo axiológico, a verdade dos juízos de valor é independente dos estados mentais, desejos ou sentimentos dos indivíduos que avaliam. Para um objetivista a afirmação “Aquela pintura é bela” é a mesma coisa que dizer que “Aquela pintura é de Miguel Ângelo”. São ambos juízos de facto. Para os defensores do subjetivismo axiológico, a verdade dos juízos de valor depende exclusivamente da perspetiva do sujeito (dos seus estados mentais, desejos ou sentimentos). Para um subjetivista a afirmação “Aquela pintura é bela” é apenas a formulação e uma opinião subjetiva, apoiada em sentimentos e crenças particulares. 11. Que teorias subjetivista concretas existem e que teorias objetivistas concretas existem? Resposta Objetivismo Subjetivismo Naturalismo Ontologismo Psicologismo Emotivismo 12. Como se pronuncia cada teoria concreta acerca dos juízos de valor? Resposta: Objetivismo Subjetivismo 1. Os juízos de valor têm valor de verdade? Naturalismo Ontologismo Psicologismo Emotivismo Sim Sim Sim Não 2. O seu valor de verdade é independente de qualquer sujeito? Sim Sim Não 3. Os juízos de valor são proposições? Sim São descrições acerca de qualidades objetivas das Sim São descrições acerca da conformidade ou não de uma coisa concreta com uma entidade ideal. Dizer “X é bom” significa Sim São descrições de sentimentos de agrado/desagrado do sujeito. Dizer Não São exclamações emocionais do sujeito. Dizer “X é bom”
  • 5. coisas que “X está conforme ao Bem ideal” ou “X está conforme à essência do bem” “X é bom” significa “Eu aprovo X” significa “Viva X”