SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Do Mito à Razão
Aproximação à Ideia de Razão na sua
Oposição ao Mito, à Religião, ao
Irracionalismo
1- Evocação da Razão
• A Razão evoca simultaneamente um ideal, uma atitude e um método.
• Condorcet, um dos políticos, filósofos e pedagogos da Revolução
Francesa, significa a razão como o ideal (progresso) de pensamento e
de acção pelo qual os homens se orientam no conhecimento certo e na
acção justa ou livre.
• Para Aristóteles e muitos outros, a razão, além dum método de
alcançar fins, é uma atitude, de sentido positivo, oposta à violência e ao
arbitrário, tomada pelo homem face à sua própria existência, de
conferir uma ordem a esta, um sistema de princípios de conhecimento,
de conduta e de organização social e política.
• Para Pascal, a razão, além de ser uma atitude de elevação face às
paixões arbitrárias, é a faculdade de conhecer o verdadeiro segundo
uma cadeia de procedimentos ou regras mentais, cujo modelo para ele
é a geometria; a razão assim identificada é, pois, o método do
conhecimento do verdadeiro.
2- A Razão Segundo os Antigos (a)
• A ideia de razão provém de duas raízes:
• Grega: Logos, cujo sentido original é juntar, ligar,
associado a falar, pensar e relacionar em termos de
igualdades geométricas e aritméticas. Logos significa
ao mesmo tempo a palavra, a medida e a relação
matemática exacta entre duas grandezas, por
exemplo entre uma figura constituída por linhas e
uma composição de números.
• Romana: Racio, cujo sentido original é igualmente
calcular, contar.
•
•
•
•

•

•

2- A Razão Segundo os Antigos (b)

Esta origem técnica ganha nos gregos um sentido mais amplo, significando o bom uso
do pensamento em todos os domínios. Assim:
a) A razão, designando o pensamento correcto, opõe-se ao conhecimento imperfeito e
ilusório.
Mas como distinguir um do outro? Nesta distinção intervêm tanto raízes mitológicas
como experiências práticas decepcionantes .
Os gregos já sabiam da imperfeição e ilusionismo da percepção sensível (corpos só
aparentemente quebrados, ângulos entre linhas e paredes incorrectamente avaliados
pela própria natureza da sensibilidade, falsas comparações de distâncias entre objectos,
previsões de fenómenos fracassadas por confiança no hábito, relações de consequência
desiludidas por factos imprevistos, diferenças de movimento em objectos com
velocidades relativas de natureza incompreensível pela mera percepção, permanente e
inexplicável instabilidade no comportamento humano, na sociedade e na natureza, em
que a opinião, baseada no costume e nos valores tradicionais, falha quase sempre
quando a sociedade e a relação com a natureza se torna mais complexa, mais inventiva,
menos ligada à tradição. E tal é o caso das cidade-estado da Grécia antiga.
Ora, a mitologia procura uma ordem constante, uma regularidade nos fenómenos no
ciclo cósmico, no Todo do Ser. Mas apela para isso à vontade, ao animismo, ao
sobrenatural. E o que é voluntário não é seguro que seja constante. É preciso
compreender as forças anímicas da natureza, comunicar com elas por códigos
inseguros, adivinhar os seus propósitos e inclinações através de sinais pouco precisos,
contar com o estado de ânimo dos deuses que personificam essas mesmas forças.
Ora, as cidade-estado gregas têm uma dinâmica de novidade: o racionalismo nasce.
2- A Razão Segundo os Antigos (c)
• Para os Antigos, a razão não é apenas uma qualidade do conhecimento
contemplativo. A qualquer esforço para conhecer subjaz um interesse
prático. Os gregos entendem haver uma razão prática que é sabedoria e
prudência. Aristóteles, por exemplo, considera, à semelhança dos
médicos hipocráticos, que também contribuíram para o surgimento do
racionalismo, que, digamo-lo grosso modo, todas as funções humanas
(corporais, afectivas e intelectuais) devem ser desenvolvidas numa
harmonia de equilíbrio recíproco: ginástica e estudo complementam-se
num ser humano saudável. Algo de semelhante se aplica às diversas
funções sociais, garantidas pelos órgãos respectivos, para cujas tarefas
os indivíduos se devem preparar a fim de se tornarem igualmente
homens por inteiro. O homem é, com efeito, um animal social.
• Compreender esta harmonia, que envolve o Cosmo inteiro, o mundo
astronómico, a natureza, a sociedade, o homem, é conhecer o plano
universal da razão e poder viver segundo a virtude, ou seja, mediante o
exercício da razão.
2- A Razão Segundo os Antigos (c)
• Para os Antigos, a razão não é apenas uma qualidade do conhecimento
contemplativo. A qualquer esforço para conhecer subjaz um interesse
prático. Os gregos entendem haver uma razão prática que é sabedoria e
prudência. Aristóteles, por exemplo, considera, à semelhança dos
médicos hipocráticos, que também contribuíram para o surgimento do
racionalismo, que, digamo-lo grosso modo, todas as funções humanas
(corporais, afectivas e intelectuais) devem ser desenvolvidas numa
harmonia de equilíbrio recíproco: ginástica e estudo complementam-se
num ser humano saudável. Algo de semelhante se aplica às diversas
funções sociais, garantidas pelos órgãos respectivos, para cujas tarefas
os indivíduos se devem preparar a fim de se tornarem igualmente
homens por inteiro. O homem é, com efeito, um animal social.
• Compreender esta harmonia, que envolve o Cosmo inteiro, o mundo
astronómico, a natureza, a sociedade, o homem, é conhecer o plano
universal da razão e poder viver segundo a virtude, ou seja, mediante o
exercício da razão.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.itassa
 
Trabalho de filosofia
Trabalho de filosofiaTrabalho de filosofia
Trabalho de filosofiawellblue
 
2 filosofia antiga e medieval filosofia
2 filosofia antiga e medieval   filosofia2 filosofia antiga e medieval   filosofia
2 filosofia antiga e medieval filosofiaDaniele Rubim
 
Doutrinas e eticas fundamentais
Doutrinas e eticas fundamentaisDoutrinas e eticas fundamentais
Doutrinas e eticas fundamentaisAugusto Rodrigues
 
A crise da razão
A crise da razãoA crise da razão
A crise da razãoIndiens
 
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26Alexandre Misturini
 
Trabalho De Filosofia
Trabalho De FilosofiaTrabalho De Filosofia
Trabalho De Filosofiaguest3d04b3
 
O que e filosofia
O que e filosofiaO que e filosofia
O que e filosofiaJoao Carlos
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraErnandez Oliveira
 
Aula de filosofia
Aula de filosofiaAula de filosofia
Aula de filosofiaGutt1848
 
4 bimestre filosofia medieval
4 bimestre   filosofia medieval4 bimestre   filosofia medieval
4 bimestre filosofia medievalPéricles Penuel
 

Mais procurados (19)

Antropologia
AntropologiaAntropologia
Antropologia
 
Filosofi e sociology
Filosofi e sociologyFilosofi e sociology
Filosofi e sociology
 
Blog
BlogBlog
Blog
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.
 
Trabalho de filosofia
Trabalho de filosofiaTrabalho de filosofia
Trabalho de filosofia
 
2 filosofia antiga e medieval filosofia
2 filosofia antiga e medieval   filosofia2 filosofia antiga e medieval   filosofia
2 filosofia antiga e medieval filosofia
 
Doutrinas e eticas fundamentais
Doutrinas e eticas fundamentaisDoutrinas e eticas fundamentais
Doutrinas e eticas fundamentais
 
Ética 3º ano
Ética   3º anoÉtica   3º ano
Ética 3º ano
 
A crise da razão
A crise da razãoA crise da razão
A crise da razão
 
Escolas Helenísticas
Escolas HelenísticasEscolas Helenísticas
Escolas Helenísticas
 
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
 
Trabalho De Filosofia
Trabalho De FilosofiaTrabalho De Filosofia
Trabalho De Filosofia
 
O que e filosofia
O que e filosofiaO que e filosofia
O que e filosofia
 
Filosofia clássica 1
Filosofia clássica 1Filosofia clássica 1
Filosofia clássica 1
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
 
Aula de filosofia
Aula de filosofiaAula de filosofia
Aula de filosofia
 
4 bimestre filosofia medieval
4 bimestre   filosofia medieval4 bimestre   filosofia medieval
4 bimestre filosofia medieval
 
Felicidade 2
Felicidade 2Felicidade 2
Felicidade 2
 

Destaque

Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...
Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...
Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...Micaella Gomes
 
A Práxis Grupal em Saúde Mental com Autistas
A Práxis Grupal em Saúde Mental com AutistasA Práxis Grupal em Saúde Mental com Autistas
A Práxis Grupal em Saúde Mental com AutistasMicaella Gomes
 
Deficiência Intelectual
Deficiência IntelectualDeficiência Intelectual
Deficiência IntelectualMicaella Gomes
 
Valores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivosValores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivosPedro Mota
 
A passagem do mito para razão
A passagem do mito para razãoA passagem do mito para razão
A passagem do mito para razãoGabi Evaristo
 
Atividades Herois da Religião Grega II
Atividades Herois da Religião Grega IIAtividades Herois da Religião Grega II
Atividades Herois da Religião Grega IIDoug Caesar
 
Atividades Mitologia grega 5° ano
Atividades Mitologia grega 5° ano Atividades Mitologia grega 5° ano
Atividades Mitologia grega 5° ano Ari Filho
 
Teorias da personalidade adler e horney
Teorias da personalidade adler e horneyTeorias da personalidade adler e horney
Teorias da personalidade adler e horneyMicaella Gomes
 
Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...
Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...
Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...Micaella Gomes
 
atividade 7ano - Interpretação e leitura
atividade 7ano - Interpretação e leituraatividade 7ano - Interpretação e leitura
atividade 7ano - Interpretação e leituraEloisa Fonseca
 

Destaque (16)

Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...
Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...
Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de a...
 
A Práxis Grupal em Saúde Mental com Autistas
A Práxis Grupal em Saúde Mental com AutistasA Práxis Grupal em Saúde Mental com Autistas
A Práxis Grupal em Saúde Mental com Autistas
 
Deficiência Intelectual
Deficiência IntelectualDeficiência Intelectual
Deficiência Intelectual
 
Valores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivosValores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivos
 
A passagem do mito para razão
A passagem do mito para razãoA passagem do mito para razão
A passagem do mito para razão
 
Psicanálise
PsicanálisePsicanálise
Psicanálise
 
Deuses e heróis na Grécia
Deuses e heróis na GréciaDeuses e heróis na Grécia
Deuses e heróis na Grécia
 
Atividades Herois da Religião Grega II
Atividades Herois da Religião Grega IIAtividades Herois da Religião Grega II
Atividades Herois da Religião Grega II
 
Aula 3 - A Razão
Aula 3 - A RazãoAula 3 - A Razão
Aula 3 - A Razão
 
Atividades Mitologia grega 5° ano
Atividades Mitologia grega 5° ano Atividades Mitologia grega 5° ano
Atividades Mitologia grega 5° ano
 
Teorias da personalidade adler e horney
Teorias da personalidade adler e horneyTeorias da personalidade adler e horney
Teorias da personalidade adler e horney
 
Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...
Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...
Conceitos de Psicomotricidade - Relaxamento, Organização Espacial, Organizaçã...
 
Introdução À Psicanálise
Introdução À PsicanáliseIntrodução À Psicanálise
Introdução À Psicanálise
 
atividade 7ano - Interpretação e leitura
atividade 7ano - Interpretação e leituraatividade 7ano - Interpretação e leitura
atividade 7ano - Interpretação e leitura
 
Prova arte grega
Prova arte gregaProva arte grega
Prova arte grega
 
6 sab a
6 sab a6 sab a
6 sab a
 

Semelhante a Razão mito

A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosA moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosStefanie Rodrigues
 
Fundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências SociaisFundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências SociaisMaria Clara Silva
 
Aula de ética
Aula de éticaAula de ética
Aula de éticascappin
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docxvater
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docxvater
 
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...arthur2018106500
 
Corporeidade e Motricidade Humana.pptx
Corporeidade e Motricidade Humana.pptxCorporeidade e Motricidade Humana.pptx
Corporeidade e Motricidade Humana.pptxssuserad21af1
 
Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio Fernando Manoel
 
2° etapa da atps
2° etapa da atps2° etapa da atps
2° etapa da atpsjessicacpc
 
Metodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos BásicosMetodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos Básicosprofmariaclarasilva
 
Metodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos BásicosMetodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos Básicosmariaclarasilvarezende
 

Semelhante a Razão mito (20)

O que é ética
O que é éticaO que é ética
O que é ética
 
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosA moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
 
Fundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências SociaisFundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências Sociais
 
O conhecimento
O conhecimentoO conhecimento
O conhecimento
 
Aula de ética
Aula de éticaAula de ética
Aula de ética
 
Etica
EticaEtica
Etica
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx
 
4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx4-2-ética word.docx
4-2-ética word.docx
 
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
 
Corporeidade e Motricidade Humana.pptx
Corporeidade e Motricidade Humana.pptxCorporeidade e Motricidade Humana.pptx
Corporeidade e Motricidade Humana.pptx
 
CONCEITOS DE ÉTICA
CONCEITOS DE ÉTICACONCEITOS DE ÉTICA
CONCEITOS DE ÉTICA
 
ética e moral
ética e moralética e moral
ética e moral
 
Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio
 
Ética e Moral
Ética e MoralÉtica e Moral
Ética e Moral
 
Ética e moral 2020
Ética e moral 2020Ética e moral 2020
Ética e moral 2020
 
Epicurismo 25
Epicurismo 25Epicurismo 25
Epicurismo 25
 
2° etapa da atps
2° etapa da atps2° etapa da atps
2° etapa da atps
 
Metodologia científica
Metodologia científica Metodologia científica
Metodologia científica
 
Metodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos BásicosMetodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos Básicos
 
Metodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos BásicosMetodologia científica - Conceitos Básicos
Metodologia científica - Conceitos Básicos
 

Último

PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiorosenilrucks
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médio
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 

Razão mito

  • 1. Do Mito à Razão Aproximação à Ideia de Razão na sua Oposição ao Mito, à Religião, ao Irracionalismo
  • 2. 1- Evocação da Razão • A Razão evoca simultaneamente um ideal, uma atitude e um método. • Condorcet, um dos políticos, filósofos e pedagogos da Revolução Francesa, significa a razão como o ideal (progresso) de pensamento e de acção pelo qual os homens se orientam no conhecimento certo e na acção justa ou livre. • Para Aristóteles e muitos outros, a razão, além dum método de alcançar fins, é uma atitude, de sentido positivo, oposta à violência e ao arbitrário, tomada pelo homem face à sua própria existência, de conferir uma ordem a esta, um sistema de princípios de conhecimento, de conduta e de organização social e política. • Para Pascal, a razão, além de ser uma atitude de elevação face às paixões arbitrárias, é a faculdade de conhecer o verdadeiro segundo uma cadeia de procedimentos ou regras mentais, cujo modelo para ele é a geometria; a razão assim identificada é, pois, o método do conhecimento do verdadeiro.
  • 3. 2- A Razão Segundo os Antigos (a) • A ideia de razão provém de duas raízes: • Grega: Logos, cujo sentido original é juntar, ligar, associado a falar, pensar e relacionar em termos de igualdades geométricas e aritméticas. Logos significa ao mesmo tempo a palavra, a medida e a relação matemática exacta entre duas grandezas, por exemplo entre uma figura constituída por linhas e uma composição de números. • Romana: Racio, cujo sentido original é igualmente calcular, contar.
  • 4. • • • • • • 2- A Razão Segundo os Antigos (b) Esta origem técnica ganha nos gregos um sentido mais amplo, significando o bom uso do pensamento em todos os domínios. Assim: a) A razão, designando o pensamento correcto, opõe-se ao conhecimento imperfeito e ilusório. Mas como distinguir um do outro? Nesta distinção intervêm tanto raízes mitológicas como experiências práticas decepcionantes . Os gregos já sabiam da imperfeição e ilusionismo da percepção sensível (corpos só aparentemente quebrados, ângulos entre linhas e paredes incorrectamente avaliados pela própria natureza da sensibilidade, falsas comparações de distâncias entre objectos, previsões de fenómenos fracassadas por confiança no hábito, relações de consequência desiludidas por factos imprevistos, diferenças de movimento em objectos com velocidades relativas de natureza incompreensível pela mera percepção, permanente e inexplicável instabilidade no comportamento humano, na sociedade e na natureza, em que a opinião, baseada no costume e nos valores tradicionais, falha quase sempre quando a sociedade e a relação com a natureza se torna mais complexa, mais inventiva, menos ligada à tradição. E tal é o caso das cidade-estado da Grécia antiga. Ora, a mitologia procura uma ordem constante, uma regularidade nos fenómenos no ciclo cósmico, no Todo do Ser. Mas apela para isso à vontade, ao animismo, ao sobrenatural. E o que é voluntário não é seguro que seja constante. É preciso compreender as forças anímicas da natureza, comunicar com elas por códigos inseguros, adivinhar os seus propósitos e inclinações através de sinais pouco precisos, contar com o estado de ânimo dos deuses que personificam essas mesmas forças. Ora, as cidade-estado gregas têm uma dinâmica de novidade: o racionalismo nasce.
  • 5. 2- A Razão Segundo os Antigos (c) • Para os Antigos, a razão não é apenas uma qualidade do conhecimento contemplativo. A qualquer esforço para conhecer subjaz um interesse prático. Os gregos entendem haver uma razão prática que é sabedoria e prudência. Aristóteles, por exemplo, considera, à semelhança dos médicos hipocráticos, que também contribuíram para o surgimento do racionalismo, que, digamo-lo grosso modo, todas as funções humanas (corporais, afectivas e intelectuais) devem ser desenvolvidas numa harmonia de equilíbrio recíproco: ginástica e estudo complementam-se num ser humano saudável. Algo de semelhante se aplica às diversas funções sociais, garantidas pelos órgãos respectivos, para cujas tarefas os indivíduos se devem preparar a fim de se tornarem igualmente homens por inteiro. O homem é, com efeito, um animal social. • Compreender esta harmonia, que envolve o Cosmo inteiro, o mundo astronómico, a natureza, a sociedade, o homem, é conhecer o plano universal da razão e poder viver segundo a virtude, ou seja, mediante o exercício da razão.
  • 6. 2- A Razão Segundo os Antigos (c) • Para os Antigos, a razão não é apenas uma qualidade do conhecimento contemplativo. A qualquer esforço para conhecer subjaz um interesse prático. Os gregos entendem haver uma razão prática que é sabedoria e prudência. Aristóteles, por exemplo, considera, à semelhança dos médicos hipocráticos, que também contribuíram para o surgimento do racionalismo, que, digamo-lo grosso modo, todas as funções humanas (corporais, afectivas e intelectuais) devem ser desenvolvidas numa harmonia de equilíbrio recíproco: ginástica e estudo complementam-se num ser humano saudável. Algo de semelhante se aplica às diversas funções sociais, garantidas pelos órgãos respectivos, para cujas tarefas os indivíduos se devem preparar a fim de se tornarem igualmente homens por inteiro. O homem é, com efeito, um animal social. • Compreender esta harmonia, que envolve o Cosmo inteiro, o mundo astronómico, a natureza, a sociedade, o homem, é conhecer o plano universal da razão e poder viver segundo a virtude, ou seja, mediante o exercício da razão.