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A Práxis Grupal 
na Saúde 
Equipe: Ana Bárbara, Estefânia Aciole, Késia Falcão e Micaella Gomes
Introdução 
• A relevância dos processos grupais no âmbito da 
saúde. 
- Considerações sobre os mesmos processos em saúde 
mental e com autistas. 
• Entrevista com a Drª. e Profª. Psicóloga Andréa 
Siqueira. 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• O grupo pode ser entendido como espaço de 
compartilhamento e construção de sentidos. 
• A intervenção grupal tem por objetivo facilitar a 
emergência de novas percepções sobre fatos e 
acontecimentos 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• Pacientes 
• Familiares dos pacientes 
• Técnicos/cuidadores 
• Coordenação da instituição de saúde 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• O adoecimento traz para o ser humano, em maior ou 
menor escala, apreensão e ameaça, podendo 
produzir desequilíbrio e desconforto que levam o 
homem a debruçar-se sobre o limite de sua própria 
condição. 
• O tratamento representa um desafio para 
profissionais e pacientes pelo intrincado de variáveis 
que traz em si, que é a adesão ao tratamento. 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• A forma de atendimento em grupo dá 
sustentação à fragilidade do participante e é 
continente para seus problemas e angústias. 
• O grupo funciona como um potencial de apoio e 
de contato. 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• Relação dialógica estabelecida no ambiente 
grupal permite: 
– perceber conteúdos de diversas naturezas que 
fazem parte do processo saúde-doença; 
– contextualiza o paciente na ação de saúde; 
– aos facilitadores, integrar os diferentes aspectos 
contidos naquele processo à finalidade do 
trabalho. 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• Processos grupais em saúde são espaços de 
constantes negociações entre coordenação e 
participantes, sobre como deve ser esse processo. 
• A promoção de processos grupais em saúde pode 
favorecer a produção de relações mais horizontais 
entre profissional e usuário, com escuta generosa e 
valorização da multiplicidade de sentidos sobre 
saúde. 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal na Saúde 
• O Papel do Psicólogo 
– Facilitar, tanto a equipe técnica, como o grupo de 
pacientes a perceberem as implicações 
emocionais envolvidas nesse contexto; 
– Possibilitar também aos familiares dos pacientes, 
um espaço onde pudessem discutir aspectos 
relacionais, comportamentais e emocionais 
associados ao enfretamento de determinada 
patologia. 
Práxis Grupal na Saúde
A práxis grupal em Saúde Mental 
• As novas abordagens constituem uma tentativa de 
compreender a doença mental com ênfase na pessoa 
(forma de vida, realidade em que está inserida, etc.) 
e não na doença em si. 
• Na estratégia de promoção do sujeito, estão 
incluídos os grupos terapêuticos. 
• No grupo terapêutico, ele desenvolve laços de 
cuidado consigo mesmo e compartilha experiências 
com os demais 
Práxis Grupal na Saúde
A Práxis Grupal em Saúde 
Mental com Autistas 
• O cotidiano da clínica com grupos de autistas, 
numa leitura psicanalítica: 
– Apesar da precariedade de recursos simbólicos, 
são capazes de, quando agrupados, formar grupo. 
– Diante das dificuldades próprias dos autistas 
fomentar que eles se configurem como grupo, o 
que, por si só, já é transformador. 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Entrevistamos a Drª. e Profª. Psicóloga Andréa 
Siqueira Santos, que tem 14 anos de profissão, 
se baseia na abordagem teórica psicanalítica, e 
atualmente trabalha em CAPS infantil, na cidade 
do Recife-PE. 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Sobre sua experiência com grupo: 
– Sempre atuou em saúde mental; 
– Antes de trabalhar com criança autista trabalhou 
com pacientes com transtorno mental adulto em 
grupo. 
• “Agente nomeava de grupo operativo, mas não era 
muito formalizado” (Dra. Andréa Siqueira) 
– Com grupo em saúde mental se trabalha em dupla 
terapêutica: um técnico coordenando o grupo e o 
outro como co-terapeuta. 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Sua concepção quanto ao diferencial presente na 
atuação com grupo na esfera da saúde em relação 
ao mesmo trabalho em outras áreas 
– Apesar de afirmar não ter experiência em outras 
áreas, considera que, em saúde, existe um foco no 
sintoma. 
• Efetivamente, quando uma criança começa, ela chega com uma 
queixa: “meu filho não fala”, “meu filho não olha”, “meu filho não 
brinca”, “meu filho isso”, “meu filho aquilo”, “meu filho aquilo 
outro”. Agente, bem ou mau, começa focando um pouco na 
sintomatologia e a partir disso é que vamos vendo: “esse sintoma 
fala de quê?”. E, pelo sintoma que a criança apresenta, vamos 
tentando entender o que é que significa aquele sintoma: “Por que 
é que a criança quebra o brinquedo?”, “porque ela não quebra?”, 
“o que é que isso significa?”. (Dra. Andrea Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Características do grupo com o qual ela 
Trabalha em CAPS infantil 
– Crianças que têm algum tipo de diagnóstico de 
autismo, seja mais leve, seja mais grave; 
– Trabalho lúdico; 
– Grupos que não tem uma estrutura pré-fixada; 
– Monta o perfil do grupo, pelo tipo de patologia, a 
gravidade e a idade; 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Características do grupo com o qual ela Trabalha 
em CAPS infantil 
– O grupo não é homogêneo - O que se faz é um perfil 
por aproximação (Faixa etária e diagnóstico). 
– Ex.: Grupo de musicoterapia onde com crianças que 
suportam o barulho. 
– O que é comum para todos os grupos é o objetivo do 
trabalho com os mesmos. 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Objetivo do seu trabalho em grupo com as 
crianças autistas 
– “O objetivo mais geral da simbolização; da criança poder 
vir a simbolizar o mundo e poder não sentir esse mundo 
mais como invasivo, destrutivo, como despedaçador dele. 
[...] que essa criança possa vir a simbolizar, possa vir a 
falar, possa vir permitir a interação com o outro sem se 
sentir invadido, agredido, despedaçado, sem se angustiar 
e gritar.” (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Sobre os fenômenos grupais que mais 
frequentemente ela observa no grupo 
– Isolamento 
• Intervenção: 
– “Começamos a mexer com esse mundo fechado 
deles [...] à medida do que ele suporta. Se ele não 
suporta estar perto eu vou deixando até ele 
suportar.” (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Quanto à técnica e/ou instrumento usado 
nessa prática grupal 
– O principal instrumento é o brinquedo. 
– “O brinquedo como uma forma lúdica de 
simbolizar o mundo e as coisas. Ele é o nosso 
instrumento. E agente, é a presença física, 
falando, nomeando.” (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Ocorrência de manifestações de conflito e 
rivalidade entre as partes no grupo 
– Disputando brinquedo, na fase em que já estão 
brincando juntos, quando dois querem o mesmo 
brinquedo. 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Postura dos técnicos diante da situação de conflito 
nesses grupos: 
– “O problema deles é exatamente interagir. Tentamos ver 
até onde eles conseguem resolver. Agente não deixa 
bater, não deixa agredir. Se partir para agressão agente 
diz que não é assim”. (Dra. Andréa Siqueira) 
• Ex.: “É, estava com você, não deixe, não. Não pode tomar, não”. 
Se a criança está querendo ficar com todos os brinquedos: “não, 
tem que dividir”, então agente vai intermediando, mas vai 
deixando, alí, ver se a palavra da gente faz um efeito pra que eles 
tenham uma boa solução. Se for criança que não fala: “ele não 
tem como saber o que você quer. Diga, diga”, e aí agente acaba 
provocando algum tipo de fala. Às vezes sai, a palavra”. (Dra. 
Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Caso, em situação de grupo, que para ela foi 
marcante em sua atuação no CAPS infantil com 
autistas 
– “Um grupo de criança de musicoterapia, que eu 
até filmei, em que os meninos não interagiam de 
jeito nenhum... eles estavam evoluindo e 
começaram a fazer o grupo [...]” (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Com relação à maior dificuldade considerada 
por ela, com o grupo com o qual trabalha no 
CAPS infantil 
– Infraestrutura 
• “Não têm uma sala de ludoterapia legal, não têm uma 
sala, por exemplo, com espelho - pra fazer grupo com 
criança, eu preciso de uma sala com um espelho de 
parede toda - preciso de muito brinquedo, preciso de 
salas muito amplas”. (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• Quanto às dificuldades próprias na atividade 
com os grupos ela mencionou: 
– “A dificuldade da própria patologia que isso pra 
mim não é dificuldade, [...] transpor essas 
dificuldades é o meu trabalho. A criança que está 
isolada, que não fala, que não olha no olho, que 
não permite o toque... A dificuldade é essa, mas 
eu trabalho com crianças com patologias, então o 
trabalho é o próprio desafio”. (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
• O necessário ao psicólogo para a atuação com grupo na área 
da saúde e quais as suas dicas para os estudantes de 
psicologia que desejam trabalhar com grupo neste âmbito 
– Estudar muito, conhecer o que é técnica de grupo de uma 
forma geral; 
– Na área de saúde, tem que ter conhecimento de grupo 
operativo. Ler muito Pichon-Rivière; 
– ter disponibilidade e seguir uma linha teórica; 
• “A forma como eu faço grupo terapêutico, como eu intervenho 
terapeuticamente, tem muito a ver com a minha linha teórica. 
Então você tem que escolher uma linha teórica e entender como 
ela vê os processos psíquicos das pessoas, para a partir daí você 
poder se posicionar diante de grupo e até mesmo adaptar as 
técnicas de grupo, vocês podem ver que o grupo que agente faz 
não é um grupo formal, rígido.” (Dra. Andréa Siqueira) 
Práxis Grupal na Saúde
Entrevista 
Práxis Grupal na Saúde
Considerações Finais 
• Através da realização deste trabalho, sobretudo pela 
entrevista com a profissional de Psicologia, foi possível: 
– Compreender a atuação do psicólogo com grupos na área 
da saúde, bem como com grupos de crianças autistas 
especificamente. 
– Ver que para uma criança autista é muito difícil estar em 
grupo, se relacionar com outras pessoas de forma direta, e 
que a atuação do psicólogo consiste justamente em 
promover essa interação, para que através dela, a criança 
autista possa interagir com as pessoas no meio ambiente, 
saindo da sua condição de isolamento provocada pelo 
autismo, além de poder simbolizar o mundo e não senti-lo 
como invasivo ou destrutivo. 
Práxis Grupal na Saúde
Considerações Finais 
• Através da realização deste trabalho, sobretudo pela 
entrevista com a profissional de Psicologia, foi possível: 
– Relacionar o que tratamos na entrevista com o conteúdo 
estudado na disciplina de Técnicas de Grupo e Relações 
Humanas, no que diz respeito: 
• aos fenômenos grupais e ao papel de facilitador realizado 
pelo psicólogo; 
• a Teoria do Vínculo, proposta por Pichon-Rivière (que 
consiste na estrutura dinâmica que engloba o indivíduo e 
aqueles com quem o mesmo interage, constituindo uma 
Gestalt em processo de evolução), que foi citado pela 
psicóloga entrevistada, que enfatizou a importância do 
estudo deste teórico para a realização do trabalho com 
grupos também na área da saúde. 
Práxis Grupal na Saúde
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Práxis Grupal Saúde Mental

  • 1. A Práxis Grupal na Saúde Equipe: Ana Bárbara, Estefânia Aciole, Késia Falcão e Micaella Gomes
  • 2. Introdução • A relevância dos processos grupais no âmbito da saúde. - Considerações sobre os mesmos processos em saúde mental e com autistas. • Entrevista com a Drª. e Profª. Psicóloga Andréa Siqueira. Práxis Grupal na Saúde
  • 3. A práxis grupal na Saúde • O grupo pode ser entendido como espaço de compartilhamento e construção de sentidos. • A intervenção grupal tem por objetivo facilitar a emergência de novas percepções sobre fatos e acontecimentos Práxis Grupal na Saúde
  • 4. A práxis grupal na Saúde • Pacientes • Familiares dos pacientes • Técnicos/cuidadores • Coordenação da instituição de saúde Práxis Grupal na Saúde
  • 5. A práxis grupal na Saúde • O adoecimento traz para o ser humano, em maior ou menor escala, apreensão e ameaça, podendo produzir desequilíbrio e desconforto que levam o homem a debruçar-se sobre o limite de sua própria condição. • O tratamento representa um desafio para profissionais e pacientes pelo intrincado de variáveis que traz em si, que é a adesão ao tratamento. Práxis Grupal na Saúde
  • 6. A práxis grupal na Saúde • A forma de atendimento em grupo dá sustentação à fragilidade do participante e é continente para seus problemas e angústias. • O grupo funciona como um potencial de apoio e de contato. Práxis Grupal na Saúde
  • 7. A práxis grupal na Saúde • Relação dialógica estabelecida no ambiente grupal permite: – perceber conteúdos de diversas naturezas que fazem parte do processo saúde-doença; – contextualiza o paciente na ação de saúde; – aos facilitadores, integrar os diferentes aspectos contidos naquele processo à finalidade do trabalho. Práxis Grupal na Saúde
  • 8. A práxis grupal na Saúde • Processos grupais em saúde são espaços de constantes negociações entre coordenação e participantes, sobre como deve ser esse processo. • A promoção de processos grupais em saúde pode favorecer a produção de relações mais horizontais entre profissional e usuário, com escuta generosa e valorização da multiplicidade de sentidos sobre saúde. Práxis Grupal na Saúde
  • 9. A práxis grupal na Saúde • O Papel do Psicólogo – Facilitar, tanto a equipe técnica, como o grupo de pacientes a perceberem as implicações emocionais envolvidas nesse contexto; – Possibilitar também aos familiares dos pacientes, um espaço onde pudessem discutir aspectos relacionais, comportamentais e emocionais associados ao enfretamento de determinada patologia. Práxis Grupal na Saúde
  • 10. A práxis grupal em Saúde Mental • As novas abordagens constituem uma tentativa de compreender a doença mental com ênfase na pessoa (forma de vida, realidade em que está inserida, etc.) e não na doença em si. • Na estratégia de promoção do sujeito, estão incluídos os grupos terapêuticos. • No grupo terapêutico, ele desenvolve laços de cuidado consigo mesmo e compartilha experiências com os demais Práxis Grupal na Saúde
  • 11. A Práxis Grupal em Saúde Mental com Autistas • O cotidiano da clínica com grupos de autistas, numa leitura psicanalítica: – Apesar da precariedade de recursos simbólicos, são capazes de, quando agrupados, formar grupo. – Diante das dificuldades próprias dos autistas fomentar que eles se configurem como grupo, o que, por si só, já é transformador. Práxis Grupal na Saúde
  • 12. Entrevista • Entrevistamos a Drª. e Profª. Psicóloga Andréa Siqueira Santos, que tem 14 anos de profissão, se baseia na abordagem teórica psicanalítica, e atualmente trabalha em CAPS infantil, na cidade do Recife-PE. Práxis Grupal na Saúde
  • 13. Entrevista • Sobre sua experiência com grupo: – Sempre atuou em saúde mental; – Antes de trabalhar com criança autista trabalhou com pacientes com transtorno mental adulto em grupo. • “Agente nomeava de grupo operativo, mas não era muito formalizado” (Dra. Andréa Siqueira) – Com grupo em saúde mental se trabalha em dupla terapêutica: um técnico coordenando o grupo e o outro como co-terapeuta. Práxis Grupal na Saúde
  • 14. Entrevista • Sua concepção quanto ao diferencial presente na atuação com grupo na esfera da saúde em relação ao mesmo trabalho em outras áreas – Apesar de afirmar não ter experiência em outras áreas, considera que, em saúde, existe um foco no sintoma. • Efetivamente, quando uma criança começa, ela chega com uma queixa: “meu filho não fala”, “meu filho não olha”, “meu filho não brinca”, “meu filho isso”, “meu filho aquilo”, “meu filho aquilo outro”. Agente, bem ou mau, começa focando um pouco na sintomatologia e a partir disso é que vamos vendo: “esse sintoma fala de quê?”. E, pelo sintoma que a criança apresenta, vamos tentando entender o que é que significa aquele sintoma: “Por que é que a criança quebra o brinquedo?”, “porque ela não quebra?”, “o que é que isso significa?”. (Dra. Andrea Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 15. Entrevista • Características do grupo com o qual ela Trabalha em CAPS infantil – Crianças que têm algum tipo de diagnóstico de autismo, seja mais leve, seja mais grave; – Trabalho lúdico; – Grupos que não tem uma estrutura pré-fixada; – Monta o perfil do grupo, pelo tipo de patologia, a gravidade e a idade; Práxis Grupal na Saúde
  • 16. Entrevista • Características do grupo com o qual ela Trabalha em CAPS infantil – O grupo não é homogêneo - O que se faz é um perfil por aproximação (Faixa etária e diagnóstico). – Ex.: Grupo de musicoterapia onde com crianças que suportam o barulho. – O que é comum para todos os grupos é o objetivo do trabalho com os mesmos. Práxis Grupal na Saúde
  • 17. Entrevista • Objetivo do seu trabalho em grupo com as crianças autistas – “O objetivo mais geral da simbolização; da criança poder vir a simbolizar o mundo e poder não sentir esse mundo mais como invasivo, destrutivo, como despedaçador dele. [...] que essa criança possa vir a simbolizar, possa vir a falar, possa vir permitir a interação com o outro sem se sentir invadido, agredido, despedaçado, sem se angustiar e gritar.” (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 18. Entrevista • Sobre os fenômenos grupais que mais frequentemente ela observa no grupo – Isolamento • Intervenção: – “Começamos a mexer com esse mundo fechado deles [...] à medida do que ele suporta. Se ele não suporta estar perto eu vou deixando até ele suportar.” (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 19. Entrevista • Quanto à técnica e/ou instrumento usado nessa prática grupal – O principal instrumento é o brinquedo. – “O brinquedo como uma forma lúdica de simbolizar o mundo e as coisas. Ele é o nosso instrumento. E agente, é a presença física, falando, nomeando.” (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 20. Entrevista • Ocorrência de manifestações de conflito e rivalidade entre as partes no grupo – Disputando brinquedo, na fase em que já estão brincando juntos, quando dois querem o mesmo brinquedo. Práxis Grupal na Saúde
  • 21. Entrevista • Postura dos técnicos diante da situação de conflito nesses grupos: – “O problema deles é exatamente interagir. Tentamos ver até onde eles conseguem resolver. Agente não deixa bater, não deixa agredir. Se partir para agressão agente diz que não é assim”. (Dra. Andréa Siqueira) • Ex.: “É, estava com você, não deixe, não. Não pode tomar, não”. Se a criança está querendo ficar com todos os brinquedos: “não, tem que dividir”, então agente vai intermediando, mas vai deixando, alí, ver se a palavra da gente faz um efeito pra que eles tenham uma boa solução. Se for criança que não fala: “ele não tem como saber o que você quer. Diga, diga”, e aí agente acaba provocando algum tipo de fala. Às vezes sai, a palavra”. (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 22. Entrevista • Caso, em situação de grupo, que para ela foi marcante em sua atuação no CAPS infantil com autistas – “Um grupo de criança de musicoterapia, que eu até filmei, em que os meninos não interagiam de jeito nenhum... eles estavam evoluindo e começaram a fazer o grupo [...]” (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 23. Entrevista • Com relação à maior dificuldade considerada por ela, com o grupo com o qual trabalha no CAPS infantil – Infraestrutura • “Não têm uma sala de ludoterapia legal, não têm uma sala, por exemplo, com espelho - pra fazer grupo com criança, eu preciso de uma sala com um espelho de parede toda - preciso de muito brinquedo, preciso de salas muito amplas”. (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 24. Entrevista • Quanto às dificuldades próprias na atividade com os grupos ela mencionou: – “A dificuldade da própria patologia que isso pra mim não é dificuldade, [...] transpor essas dificuldades é o meu trabalho. A criança que está isolada, que não fala, que não olha no olho, que não permite o toque... A dificuldade é essa, mas eu trabalho com crianças com patologias, então o trabalho é o próprio desafio”. (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 25. Entrevista • O necessário ao psicólogo para a atuação com grupo na área da saúde e quais as suas dicas para os estudantes de psicologia que desejam trabalhar com grupo neste âmbito – Estudar muito, conhecer o que é técnica de grupo de uma forma geral; – Na área de saúde, tem que ter conhecimento de grupo operativo. Ler muito Pichon-Rivière; – ter disponibilidade e seguir uma linha teórica; • “A forma como eu faço grupo terapêutico, como eu intervenho terapeuticamente, tem muito a ver com a minha linha teórica. Então você tem que escolher uma linha teórica e entender como ela vê os processos psíquicos das pessoas, para a partir daí você poder se posicionar diante de grupo e até mesmo adaptar as técnicas de grupo, vocês podem ver que o grupo que agente faz não é um grupo formal, rígido.” (Dra. Andréa Siqueira) Práxis Grupal na Saúde
  • 27. Considerações Finais • Através da realização deste trabalho, sobretudo pela entrevista com a profissional de Psicologia, foi possível: – Compreender a atuação do psicólogo com grupos na área da saúde, bem como com grupos de crianças autistas especificamente. – Ver que para uma criança autista é muito difícil estar em grupo, se relacionar com outras pessoas de forma direta, e que a atuação do psicólogo consiste justamente em promover essa interação, para que através dela, a criança autista possa interagir com as pessoas no meio ambiente, saindo da sua condição de isolamento provocada pelo autismo, além de poder simbolizar o mundo e não senti-lo como invasivo ou destrutivo. Práxis Grupal na Saúde
  • 28. Considerações Finais • Através da realização deste trabalho, sobretudo pela entrevista com a profissional de Psicologia, foi possível: – Relacionar o que tratamos na entrevista com o conteúdo estudado na disciplina de Técnicas de Grupo e Relações Humanas, no que diz respeito: • aos fenômenos grupais e ao papel de facilitador realizado pelo psicólogo; • a Teoria do Vínculo, proposta por Pichon-Rivière (que consiste na estrutura dinâmica que engloba o indivíduo e aqueles com quem o mesmo interage, constituindo uma Gestalt em processo de evolução), que foi citado pela psicóloga entrevistada, que enfatizou a importância do estudo deste teórico para a realização do trabalho com grupos também na área da saúde. Práxis Grupal na Saúde
  • 30. Técnica de Grupo: Jogo da Autoestima