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Valores e valoração
• A axiologia é a disciplina filosófica que se
ocupa do estudo dos valores ou também
chamada filosofia dos valores. Tem como
função analisar a natureza dos valores e,
defini-los a partir da sua relação com ser
humano.
• Metaethics: Crash Course
Philosophy #32 – YouTube
Valores
• Os valores são padrões ou referências em função
das quais julgamos objetos pessoas ou atos. Os
valores exprimem aquilo que julgamos que é
importante e significativo na nossa vida. É o caso
de valores como a amizade, o amor, a
honestidade, a solidariedade e também a
riqueza, o prestígio social e a realização
profissional.
• Os valores são as referências orientadas das
nossas vidas: é em função deles que decidimos o
que fazer, ou não fazer, assim como é em função
deles que julgamos, positiva ou negativamente,
as diferentes circunstâncias em que nos vamos
encontrando.
Relação entre valores e ações
• Os valores são os critérios das nossas preferências (são
os motivos fundamentais das nossas decisões). Ao
tomarmos decisões, agimos segundo valores que
constituem o fundamento, a razão de ser o porquê
(critério )de tais decisões.
• Os valores são ideias que influenciam as nossas decisões
e ações, as nossas escolhas e preferências. A razão que
justifica a decisão de agirmos de um modo e não de
outro damos o nome de motivo. Quando justificamos as
nossas ações e decisões – quando indicamos o porquê ou
a razão de ser -, estamos sempre a referir-nos a valores.
Queres…
…comentar?
Caraterísticas dos valores:
Polaridade dos valores
• Polaridade dos valores - a um
valor positivo corresponde
sempre um valor negativo.
Assim dizemos, por exemplo,
que a dignidade se opõe a
indignidade, a verdade a
falsidade, a beleza a fealdade.
Texto
• “Valoramos as mais diferentes coisas. O nosso valor recai sobre
todos os objetos possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros,
homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das nossas
apreciações. E nelas encontramos já as duas direções possíveis
de todas as nossas valorações. Isto é: os nossos juízos de valor
ora são positivos, ora negativos; umas coisas parecem-nos
valiosas, outras desvaliosas.”
Johannes Hessen, Filosofia dos Valores, Arménio Amado, p. 40
A hierarquia dos valores
• A nossa vida apresenta-se repleta de objetos, só as e
situações que nos afetam de diversas formas. A este
propósito, é curioso considerar a maneira como
utilizamos a palavra valor em diversas situações e com
diferentes sentidos:
• o valor de bens de subsistência ou materiais: água, pão,
vestuário, livros);
• o valor sentimental que atribuímos a dado objeto (um
anel de noivado);
• o valor que, em termos de beleza, é perigosa uma pintura
ou uma paisagem;
• o valor das relações que mantemos com os outros
(amizade, fraternidade, respeito);
• O valor de uma vida humana.
A hierarquia dos valores
• Não damos o mesmo valor a todas
as coisas. Além de diversos, os
valores são hierarquizados, ou seja,
uns são considerados mais
importantes do que outros.
A tábua de valores Max Scheler
valores religiosos: Santo/profano; divino/demoníaco…
valores éticos ou Morais: bom/mau; justo/injusto; leal/desleal
valores estéticos: belo/feio; elegante/deselegante; harmonioso
desarmonioso…
valores lógicos: verdadeiro/falso; exato/aproximado; evidente/provável
valores vitais: forte/fraco; são/enfermo
Valores úteis: caro/barato; capaz/incapaz; conveniente/inconveniente
Valores
Valores
Éticos Estéticos Religiosos
Texto
“Valoramos as mais diferentes coisas. O nosso valor recai sobre todos os
objetos possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões,
atos. Tudo isso é objeto das nossas apreciações. E nelas encontramos já as
suas direções possíveis de todas as nossas valorações. Isto é: os nossos
«juízos» de valor ora são positivos, ora negativos; umas coisas parecem-nos
valiosas, outras desvaliosas”.
Johanes Hessen, Filosofia dos valores, Arménio Amado, p.40
Juízo
Um juízo é uma operação mental através da
qual atribuímos uma certa propriedade, P, a
um certo sujeito, S; (e este sujeito pode ser
qualquer coisa: uma pessoa, uma criatura, um
objeto, um lugar, uma situação ou
acontecimento, etc.)
Juízos de facto e juízos
de valor
• São abordagens distintas da realidade: uma
essencialmente descritiva, mais neutra e
imparcial, e a outra que nos aparece marcada
pelo interesse que prestamos às suas partes. O
facto de ocorrerem frequentemente disputas
acerca da beleza, da justiça, do sagrado, etc.,
sugere que os valores são distintos dos factos
indesmentíveis. Esta duplicidade conduz-nos a
uma distinção nem sempre clara e pacífica, a
distinção entre os juízos de facto e juízos de
valor.
Valores
- Juízos de facto
- Descritivos-descrevem a realidade
concreta ou informam sobre estados e
acontecimentos, sem emissão de
apreciação ou preferência valorativa;
- São verdadeiros ou falsos, conforme se
ajustam ou não à realidade;
- Podem ser objeto de verificação
empírica;
- São objeto de total ou vasto consenso.
- São neutros;
- Impessoais;
- Objetivos;
- Ausência de qualquer interpretação.
• Ex: “Beethoven compôs nove sinfonias”.
- Juízos de valor
- Julgam os factos ou os atos em função
de valores ou preferências axiológicas;
- Não são empiricamente verificáveis;
- Não recebem atualmente um consenso
tão basto como os enunciados
descritivos;
- Subjetivos;
- Apreciativos;
- São de índole diversa.
• Ex: Beethoven é um compositor
admirável.
EXERCÍCIOS Sobre Valores
A Experiência valorativa
Distinção Juízo de facto e
Juízo de valor
Juízo de facto ou
de valor? Seleciona
as proposições que
expressam juízo de
facto ou de valor.
• Juízo de facto ou de valor?
• 1-O holocausto foi moralmente horrível.
• 2. O holocausto é considerado moralmente
horrível.
• 3. A justiça é mais importante do que a
liberdade.
• 4. A liberdade é mais importante do que a
justiça.
• 5. Muitas pessoas valorizam a liberdade.
• 6. É bom que muitas pessoas valorizem a
liberdade.
• 7. Há quem julgue que não é bom que
muitas pessoas valorizem a liberdade.
• 8. Guimarães é a capital de Portugal.
Juízos de facto e juízos de valor
Juízos Morais
Juízos morais- são juízos de valor que
dizem respeito àquilo que devemos/não
devemos fazer, ou seja, são juízos que
envolvem as noções de certo e errado,
justo e injusto, louvável e censurável, etc.
A questão dos critérios valorativos
O que são critérios valorativos? Os critérios valorativos são as justificações em
que nos apoiamos para determinar que as coisas – ações, pessoas, locais, objetos
– têm valor ou importância. Assim, valorizamos uma ação honesta porque damos
importância a honestidade, porque a consideramos um elemento importante que
deve estar presente nas relações humanas.
Em que consiste a questão dos critérios valorativos? O juízo de valor é um ato
mediante o qual formulamos uma proposição que avalia certos aspetos da
realidade, não se limitando a descrever como as coisas são.
Pergunta 1: Os juízos morais têm valor de verdade?
Sim
Os juízos Morais têm
valor de verdade, mas
podem não ser
verdadeiros ou falsos
da perspetiva de
qualquer sujeito.
Não
Os juízos Morais são
meras expressões
de emoções
(emotivismo).Ex: A
pena de morte.
Pergunta 2: o valor de verdade dos juízos Morais é independente da
perspetiva de quaisquer sujeitos?
Não
• O valor de verdade dos juízos morais
depende da perspetiva do sujeito que
faz o juízo. Há factos morais, mas são
subjetivos (subjetivismo).
• Os valores são convenções sociais e os
juízos morais são verdadeiros se
estiverem de acordo com essas
convenções. Há factos morais, relativos
às sociedades e diferentes consoante
as diferentes culturas
• (relativismo cultural)
Sim
• Não há grande diferença entre os
juízos morais e os juízos de facto. Os
valores são propriedades objetivas que
os juízos morais se limitam a conhecer
independentemente do que diferentes
sujeitos poderão pensar (objetivismo).
Três teorias ou
três tentativas
de resposta
ao problema
da natureza
dos juízos de
valor
O subjetivismo moral (tese,
argumentos, objeções)
O objetivismo moral (tese,
argumentos, objeções)
Relativismo cultural (tese,
argumentos, objeções)
Três teorias ou três tentativas de resposta ao problema da natureza dos juízos
de valor
Os juízos
morais
têm
valor de
verdade?
SIM
Não
Independente de quaisquer
perspetivas?
Emotivismo
SIM
NÃO
Objetivismo
Subjetivismo
Relativismo
cultural
TESES SOBRE
A NATUREZA
DOS VALORES
A teoria subjetivista
• A distinção exposta entre juízos de facto e juízos de valor compromete-
nos com uma das teorias acerca do problema da natureza dos valores: a
teoria subjetivista.
• Esta teoria diz-nos que os valores são subjetivos, isto é, que são
somente preferências, apreciações, perspetivas pessoais ou sociais, não
sendo, portanto, propriedades do mundo e do que nele acontece. A
beleza de um objeto ou a bondade de um ato não são características ou
qualidades desse objeto ou desse ato, mas unicamente apreciações de
um sujeito, que assim- como belos ou bons - os avalia.
• De acordo com esta teoria, nada é valioso em si, e os juízos de valor são
somente enunciados apreciativos da realidade, perspetivas pessoais ou
sociais sustentadas em emoções, sentimentos e crenças particulares. E
existirá alguma veracidade nos juízos de valor, ela só existe neste
sentido: os juízos de valor são verdadeiros se o que neles se afirma está
em conformidade com o que efetivamente sente ou pensa o sujeito
que os enuncia. Em última instância, assim entendidos, os juízos de
valor continuam a ser somente apreciações do sujeito.
Problemas da teoria subjetivista
Será, no entanto, que ao proferirmos um juízo de valor “Os atos
terroristas são hediondos”, nos limitamos a emitir uma opinião que
não é nem mais nem menos objetivamente correta do que a sua
negação? Não há pontos de vista errados, por mais monstruosos que
pareçam ser?
Não haverá verdade ou falsidade quanto aos juízos que condenam a
escravatura, a pedofilia ou os casamentos negociados pelos pais, à
revelia dos sentimentos dos filhos?
Se os juízos de valor foram meramente subjetivos, como poderemos
provar a alguém que “a liberdade é algo porque vale a pena lutar”, se
o que esse alguém afirma, que a liberdade é algo que não vale a pena
lutar”, é igualmente verdade? Discutir para quê, se ambos estamos
certos?
Subjetivismo: objeções
• Permite defender que qualquer juízo moral seja
verdadeiro.
• Compromete-nos com uma educação moral centrada na
ideia de que devemos agir de acordo com os nossos
sentimentos.
• As questões morais não poderão ser discutidas
racionalmente.
• Não explica a existência de desacordos morais. Ex: a pena
de morte é aceitável.
• Pelo facto de discordarmos sobre diferentes assuntos não
implica que estes sejam falsos…. A DUDH (Declaração
Universal dos Direitos Humanos) prova que é possível
encontrar consensos e decidir com base em escolhas
imparciais. O debate e a educação de valores seria inviável,
se não houvesse um padrão de referência objetivo).
Emotivismo
• Os juízos Morais não são proposições
(não têm valor de verdade), são frases
pelas quais as pessoas expressam
sentimentos de aprovação/reprovação
ou para despertar esses sentimentos
nos outros.
• Não há factos Morais.
• “x é moralmente correto” significa
“viva x “
• “x é moralmente incorreto” significa
“abaixo x”.
Emotivismo: argumentos a favor
• Os comportamentos não são corretos só
porque pensamos que são corretos. (os
gays devem ser decapitados)- o
emotivismo exclui esta possibilidade. Leva
as crianças a seguirem os bons exemplos.
Sentimetos benignos)
• Não nos compromete com uma educação
moral centrada na ideia de que devemos
agir de acordo com os nossos
sentimentos.
• As questões morais podem ser debatidas.
• A parcimónia (simplicidade)
A.J. Ayer (1910-1989)
Emotivismo: objeções
• Os juízos morais nem sempre estão
de acordo com os nossos
sentimentos de aprovação e
reprovação.
• Os juízos morais nem sempre
expressam emoções.
• Subestima o papel da razão.
A teoria objetivista
• (Estas objeções levam-nos a perguntar se, em vez de tomarmos os
valores como preferências do sujeito, como estabelece o subjetivismo,
não devemos considerá-los, antes, propriedades dos objetos, como
determina o objetivismo.)
• A teoria objetivista diz-nos, então, que os valores são objetivos, ou seja,
que são qualidades dos objetos, reais e efetivas, são propriedades que
lhe são intrínsecas. Estão no mundo e no que nele acontece
independentemente das valorações do sujeito. Encontram-se nos
próprios objetos que se afirma serem belos como os atos que se afirma
serem bons. Podem então, por que estão lá, ser conhecidos como
qualquer outro facto.
• Os juízos de valor são, no contexto desta teoria, verdadeiros ou falsos
consoante o que afirmam corresponde ou não aos valores que estão nos
objetos afirmados belos ou nos atos declarados bons. São, aliás, juízos de
facto. São um subconjunto do conjunto de juízos de facto. E isto parece
evidente quando se afirma, por exemplo, que “todos devemos ter direito
à liberdade de expressão, juízos como esse são hoje considerados
objetivamente verdadeiros, tal como o juízo de que “os atos terroristas
são hediondos”.
Problemas da teoria objetivista
• Uma crítica a que esta teoria tem de responder é por que
razão, sendo os juízos de valores objetivos, há desacordos
quanto ao que consideramos ser, por exemplo, bom ou
belo. Porque será que nem todos encontramos a
bondade nos mesmos atos ou a beleza nos mesmos
objetos? Estará completamente errado o adágio
(máxima) de que “os gostos não se discutem”, como esta
teoria quer fazer crer? A discordância existe e a teoria
objetivista parece ter dificuldade em explicar por que se
verifica esta falta de consenso.
• Factos e valores são realidades distintas.
• É necessário distinguir objetividade enquanto facticidade
e objetividade enquanto demonstrabilidade.
O relativismo cultural
https://www.youtube.com/watch?v=ktGz3K8rMTo
• Os esquimós permitem que as pessoas idosas e incapacitadas
morram de fome, ao passo que nós acreditamos que isso é errado.
Muitas culturas praticaram e ainda praticam o infanticídio, algo que
nos repugna. Uma tribo da África oriental costumava atirar os recém
nascidos com deficiências graves para os hipopótamos. Algumas
culturas permitem a poligamia, caso de alguns países islâmicos, ao
passo que as culturas cristãs a consideram imoral. Uma tribo da
Melanésia entendo que a cooperação e a gentileza são vícios. Outra
tribo no Uganda desvaloriza os laços familiares, não tendo os pais
qualquer dever de cuidar dos filhos ou dos parentes próximos.
• Na Arábia Saudita as Mulheres não podem conduzir ou sentar-se
sozinhas num restaurante. No Egito, no início do século XX aboliu o
uso do véu e nos anos 50 adotou o voto feminino, não permite que a
mãe passe a nacionalidade egípcia ao filho.
• Centenas e centenas de páginas seriam
insuficientes para documentar a relatividade
ou variedade das nossas o práticas culturais
que hoje existem e que existiriam.
• A defesa legítima da diversidade de Portugal
conduziu muitos pensadores a afirmarem
que, dada a diversidade das culturas e das
sociedades, não existiriam valores morais
universais ou normas de comportamento
válidos independentemente do tempo e do
espaço. A esta perspetiva deu-se o nome de
relativismo cultural.
• O relativismo cultural afirma que aqueles juízos são
verdadeiros, mas não em todo o lado e para todas as
pessoas. A verdade dos juízos morais depende do que cada
sociedade acredita ser moralmente correto, e do que esta
aprova ou desaprova. Moralmente verdadeiro é o que cada
sociedade – ou a maioria dos seus membros – acredita ser
verdadeiro. Moralmente verdadeiro é o que cada
sociedade – ou a maioria dos seus membros – acredita ser
verdadeiro. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente
aprovado, e moralmente errado é igual a socialmente
desaprovado. O juízo moral é falso quando os membros – a
maioria – de uma sociedade que consideram falso e
verdadeiro quando o consideram verdadeiro. Assim,
afirmar que «matar é errado» significa dizer «a sociedade x
considera que matar é moralmente incorreto» significa
dizer «A sociedade x considera e matar é moralmente
correto».
• As convicções da maioria dos membros de uma sociedade são autoridade suprema
em questões morais. O relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que o
código moral de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade
em que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se
estiverem em conformidade com o que a sociedade – a maioria dos seus membros –
a que pertence considera verdadeiro.
• Se em determinado lugar do planeta se acredita que roubar não é incorreto, é então
o juízo moral «roubar é moralmente correto» é, para os membros dessa cultura,
verdadeiro. Para o relativismo cultural, devemos julgar as ações dos membros de
uma sociedade pelas normas morais estabelecidas no interior dessa sociedade e
não mediante as crenças morais e outras sociedades. Cumprir essas normas é agir
bem, não as respeitar é agir mal.
As principais objeções ao
relativismo cultural
1- Há uma diferença significativa entre o que
uma sociedade acredita ser moralmente
correto e algo ser moralmente correto.
2- O relativismo cultural reduz a verdade ao
que a maioria julga ser verdadeiro.
3- O relativismo cultural parece convidar-nos
ao conformismo moral, a seguir, em nome da
coesão social, as crenças dominantes.
4- O relativismo cultural torna
incompreensível o progresso moral.
Subjetivismo/Relativismo
argumentos e objeções
Subjetivismo moral-Principais argumentos:
• Discordância e conflito de valores: Os valores resultam da
avaliação dos indivíduos, logo é impossível evitar a discordância
e o conflito de valores. Os subjetivistas defendem que os juízos
de valor podem ser verdadeiros ou falsos, ou seja, têm valor de
verdade. Contudo, a sua verdade não é objetiva. Varia de acordo
com o ponto de vista. Nenhum de nós está objetivamente certo
ou objetivamente errado no que respeita aos juízos mediante os
quais avaliámos atos, pessoas e objetos. Os nossos juízos de
valor baseiam-se nos nossos sentimentos e, como os
sentimentos são subjetivos, nenhum juízo de valor é
objetivamente certo ou errado.
• (Contra-arg. Objetivista: Pelo facto de discordarmos sobre
diferentes assuntos não implica que estes sejam falsos…. A
DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos) prova que é
possível encontrar consensos e decidir com base em escolhas
imparciais. O debate e a educação de valores seria inviável, se
não houvesse um padrão de referência objetivo).
• Os valores não são
independentes ou estranhos
ao sujeito. (Contra-arg.
objetivista: Os valores são
independentes das
valorações individuais o facto
de serem de uma natureza
diferente não quer dizer que
não existam.
Relativismo
• Diversidade cultural: diferentes
sociedades defendem diferentes
valores. Nenhum é melhor ou pior.
(Contra-arg obj.: Há valores que são
condenados por diferentes sociedades
EX: roubo, homicídio… O desacordo
não prova que ninguém está enganado
ou correto)
• Tolerância: é essencial a aceitação da
diferença e abertura a outros pontos
de vista. (Contra-arg obj.: contradição
de tolerar o intolerável. A Tolerância
não pode ser relativa à sociedade, pois
teríamos que tolerar o intolerável).
Objetivismo:
argumentos e objeções
• Objetivismo-Principais argumentos:
• Consequências moralmente indesejáveis: Se não
podemos condenar nada, porque tudo seria relativo,
teríamos que aceitar tudo. Ex: racismo, esclavagismo
Contra-arg.: Somos etnocêntricos se julgamos que
somos melhores que os outros para os condenar…
• Melhor capacidade explicativa: O Objetivismo permite
escolher quadros de referência e modelos
orientadores, no sentido do aperfeiçoamento do ser
humano. Contra-arg.: Impossível chegar a acordo sobre
o que é “melhor” ou“pior” (Relativismo Axiológico e
moral)
• Coincidência de pontos de
vista/imparcialidade: Apesar das
diferenças, o ser humano consegue
encontrar pontos comuns
(transubjetivos) essenciais em que está
de acordo. Ex: D.U.D.H. Contra-arg:
Esses pontos comuns não são objetivos
e imparciais.
• Não conformismo dos dissidentes:
Nem sempre os valores são relativos à
sociedade e cultura. Ex: Aqueles que
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  • 1. Valores e valoração • A axiologia é a disciplina filosófica que se ocupa do estudo dos valores ou também chamada filosofia dos valores. Tem como função analisar a natureza dos valores e, defini-los a partir da sua relação com ser humano. • Metaethics: Crash Course Philosophy #32 – YouTube
  • 2. Valores • Os valores são padrões ou referências em função das quais julgamos objetos pessoas ou atos. Os valores exprimem aquilo que julgamos que é importante e significativo na nossa vida. É o caso de valores como a amizade, o amor, a honestidade, a solidariedade e também a riqueza, o prestígio social e a realização profissional. • Os valores são as referências orientadas das nossas vidas: é em função deles que decidimos o que fazer, ou não fazer, assim como é em função deles que julgamos, positiva ou negativamente, as diferentes circunstâncias em que nos vamos encontrando.
  • 3. Relação entre valores e ações • Os valores são os critérios das nossas preferências (são os motivos fundamentais das nossas decisões). Ao tomarmos decisões, agimos segundo valores que constituem o fundamento, a razão de ser o porquê (critério )de tais decisões. • Os valores são ideias que influenciam as nossas decisões e ações, as nossas escolhas e preferências. A razão que justifica a decisão de agirmos de um modo e não de outro damos o nome de motivo. Quando justificamos as nossas ações e decisões – quando indicamos o porquê ou a razão de ser -, estamos sempre a referir-nos a valores.
  • 4.
  • 6. Caraterísticas dos valores: Polaridade dos valores • Polaridade dos valores - a um valor positivo corresponde sempre um valor negativo. Assim dizemos, por exemplo, que a dignidade se opõe a indignidade, a verdade a falsidade, a beleza a fealdade.
  • 7. Texto • “Valoramos as mais diferentes coisas. O nosso valor recai sobre todos os objetos possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das nossas apreciações. E nelas encontramos já as duas direções possíveis de todas as nossas valorações. Isto é: os nossos juízos de valor ora são positivos, ora negativos; umas coisas parecem-nos valiosas, outras desvaliosas.” Johannes Hessen, Filosofia dos Valores, Arménio Amado, p. 40
  • 8. A hierarquia dos valores • A nossa vida apresenta-se repleta de objetos, só as e situações que nos afetam de diversas formas. A este propósito, é curioso considerar a maneira como utilizamos a palavra valor em diversas situações e com diferentes sentidos: • o valor de bens de subsistência ou materiais: água, pão, vestuário, livros); • o valor sentimental que atribuímos a dado objeto (um anel de noivado); • o valor que, em termos de beleza, é perigosa uma pintura ou uma paisagem; • o valor das relações que mantemos com os outros (amizade, fraternidade, respeito); • O valor de uma vida humana.
  • 9. A hierarquia dos valores • Não damos o mesmo valor a todas as coisas. Além de diversos, os valores são hierarquizados, ou seja, uns são considerados mais importantes do que outros.
  • 10. A tábua de valores Max Scheler valores religiosos: Santo/profano; divino/demoníaco… valores éticos ou Morais: bom/mau; justo/injusto; leal/desleal valores estéticos: belo/feio; elegante/deselegante; harmonioso desarmonioso… valores lógicos: verdadeiro/falso; exato/aproximado; evidente/provável valores vitais: forte/fraco; são/enfermo Valores úteis: caro/barato; capaz/incapaz; conveniente/inconveniente
  • 12. Texto “Valoramos as mais diferentes coisas. O nosso valor recai sobre todos os objetos possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das nossas apreciações. E nelas encontramos já as suas direções possíveis de todas as nossas valorações. Isto é: os nossos «juízos» de valor ora são positivos, ora negativos; umas coisas parecem-nos valiosas, outras desvaliosas”. Johanes Hessen, Filosofia dos valores, Arménio Amado, p.40
  • 13. Juízo Um juízo é uma operação mental através da qual atribuímos uma certa propriedade, P, a um certo sujeito, S; (e este sujeito pode ser qualquer coisa: uma pessoa, uma criatura, um objeto, um lugar, uma situação ou acontecimento, etc.)
  • 14. Juízos de facto e juízos de valor • São abordagens distintas da realidade: uma essencialmente descritiva, mais neutra e imparcial, e a outra que nos aparece marcada pelo interesse que prestamos às suas partes. O facto de ocorrerem frequentemente disputas acerca da beleza, da justiça, do sagrado, etc., sugere que os valores são distintos dos factos indesmentíveis. Esta duplicidade conduz-nos a uma distinção nem sempre clara e pacífica, a distinção entre os juízos de facto e juízos de valor.
  • 15. Valores - Juízos de facto - Descritivos-descrevem a realidade concreta ou informam sobre estados e acontecimentos, sem emissão de apreciação ou preferência valorativa; - São verdadeiros ou falsos, conforme se ajustam ou não à realidade; - Podem ser objeto de verificação empírica; - São objeto de total ou vasto consenso. - São neutros; - Impessoais; - Objetivos; - Ausência de qualquer interpretação. • Ex: “Beethoven compôs nove sinfonias”. - Juízos de valor - Julgam os factos ou os atos em função de valores ou preferências axiológicas; - Não são empiricamente verificáveis; - Não recebem atualmente um consenso tão basto como os enunciados descritivos; - Subjetivos; - Apreciativos; - São de índole diversa. • Ex: Beethoven é um compositor admirável.
  • 16. EXERCÍCIOS Sobre Valores A Experiência valorativa Distinção Juízo de facto e Juízo de valor
  • 17. Juízo de facto ou de valor? Seleciona as proposições que expressam juízo de facto ou de valor. • Juízo de facto ou de valor? • 1-O holocausto foi moralmente horrível. • 2. O holocausto é considerado moralmente horrível. • 3. A justiça é mais importante do que a liberdade. • 4. A liberdade é mais importante do que a justiça. • 5. Muitas pessoas valorizam a liberdade. • 6. É bom que muitas pessoas valorizem a liberdade. • 7. Há quem julgue que não é bom que muitas pessoas valorizem a liberdade. • 8. Guimarães é a capital de Portugal.
  • 18. Juízos de facto e juízos de valor
  • 19. Juízos Morais Juízos morais- são juízos de valor que dizem respeito àquilo que devemos/não devemos fazer, ou seja, são juízos que envolvem as noções de certo e errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc.
  • 20. A questão dos critérios valorativos O que são critérios valorativos? Os critérios valorativos são as justificações em que nos apoiamos para determinar que as coisas – ações, pessoas, locais, objetos – têm valor ou importância. Assim, valorizamos uma ação honesta porque damos importância a honestidade, porque a consideramos um elemento importante que deve estar presente nas relações humanas. Em que consiste a questão dos critérios valorativos? O juízo de valor é um ato mediante o qual formulamos uma proposição que avalia certos aspetos da realidade, não se limitando a descrever como as coisas são.
  • 21. Pergunta 1: Os juízos morais têm valor de verdade? Sim Os juízos Morais têm valor de verdade, mas podem não ser verdadeiros ou falsos da perspetiva de qualquer sujeito. Não Os juízos Morais são meras expressões de emoções (emotivismo).Ex: A pena de morte.
  • 22. Pergunta 2: o valor de verdade dos juízos Morais é independente da perspetiva de quaisquer sujeitos? Não • O valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva do sujeito que faz o juízo. Há factos morais, mas são subjetivos (subjetivismo). • Os valores são convenções sociais e os juízos morais são verdadeiros se estiverem de acordo com essas convenções. Há factos morais, relativos às sociedades e diferentes consoante as diferentes culturas • (relativismo cultural) Sim • Não há grande diferença entre os juízos morais e os juízos de facto. Os valores são propriedades objetivas que os juízos morais se limitam a conhecer independentemente do que diferentes sujeitos poderão pensar (objetivismo).
  • 23. Três teorias ou três tentativas de resposta ao problema da natureza dos juízos de valor O subjetivismo moral (tese, argumentos, objeções) O objetivismo moral (tese, argumentos, objeções) Relativismo cultural (tese, argumentos, objeções)
  • 24. Três teorias ou três tentativas de resposta ao problema da natureza dos juízos de valor Os juízos morais têm valor de verdade? SIM Não Independente de quaisquer perspetivas? Emotivismo SIM NÃO Objetivismo Subjetivismo Relativismo cultural
  • 26. A teoria subjetivista • A distinção exposta entre juízos de facto e juízos de valor compromete- nos com uma das teorias acerca do problema da natureza dos valores: a teoria subjetivista. • Esta teoria diz-nos que os valores são subjetivos, isto é, que são somente preferências, apreciações, perspetivas pessoais ou sociais, não sendo, portanto, propriedades do mundo e do que nele acontece. A beleza de um objeto ou a bondade de um ato não são características ou qualidades desse objeto ou desse ato, mas unicamente apreciações de um sujeito, que assim- como belos ou bons - os avalia. • De acordo com esta teoria, nada é valioso em si, e os juízos de valor são somente enunciados apreciativos da realidade, perspetivas pessoais ou sociais sustentadas em emoções, sentimentos e crenças particulares. E existirá alguma veracidade nos juízos de valor, ela só existe neste sentido: os juízos de valor são verdadeiros se o que neles se afirma está em conformidade com o que efetivamente sente ou pensa o sujeito que os enuncia. Em última instância, assim entendidos, os juízos de valor continuam a ser somente apreciações do sujeito.
  • 27. Problemas da teoria subjetivista Será, no entanto, que ao proferirmos um juízo de valor “Os atos terroristas são hediondos”, nos limitamos a emitir uma opinião que não é nem mais nem menos objetivamente correta do que a sua negação? Não há pontos de vista errados, por mais monstruosos que pareçam ser? Não haverá verdade ou falsidade quanto aos juízos que condenam a escravatura, a pedofilia ou os casamentos negociados pelos pais, à revelia dos sentimentos dos filhos? Se os juízos de valor foram meramente subjetivos, como poderemos provar a alguém que “a liberdade é algo porque vale a pena lutar”, se o que esse alguém afirma, que a liberdade é algo que não vale a pena lutar”, é igualmente verdade? Discutir para quê, se ambos estamos certos?
  • 28. Subjetivismo: objeções • Permite defender que qualquer juízo moral seja verdadeiro. • Compromete-nos com uma educação moral centrada na ideia de que devemos agir de acordo com os nossos sentimentos. • As questões morais não poderão ser discutidas racionalmente. • Não explica a existência de desacordos morais. Ex: a pena de morte é aceitável. • Pelo facto de discordarmos sobre diferentes assuntos não implica que estes sejam falsos…. A DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos) prova que é possível encontrar consensos e decidir com base em escolhas imparciais. O debate e a educação de valores seria inviável, se não houvesse um padrão de referência objetivo).
  • 29. Emotivismo • Os juízos Morais não são proposições (não têm valor de verdade), são frases pelas quais as pessoas expressam sentimentos de aprovação/reprovação ou para despertar esses sentimentos nos outros. • Não há factos Morais. • “x é moralmente correto” significa “viva x “ • “x é moralmente incorreto” significa “abaixo x”.
  • 30. Emotivismo: argumentos a favor • Os comportamentos não são corretos só porque pensamos que são corretos. (os gays devem ser decapitados)- o emotivismo exclui esta possibilidade. Leva as crianças a seguirem os bons exemplos. Sentimetos benignos) • Não nos compromete com uma educação moral centrada na ideia de que devemos agir de acordo com os nossos sentimentos. • As questões morais podem ser debatidas. • A parcimónia (simplicidade) A.J. Ayer (1910-1989)
  • 31. Emotivismo: objeções • Os juízos morais nem sempre estão de acordo com os nossos sentimentos de aprovação e reprovação. • Os juízos morais nem sempre expressam emoções. • Subestima o papel da razão.
  • 32. A teoria objetivista • (Estas objeções levam-nos a perguntar se, em vez de tomarmos os valores como preferências do sujeito, como estabelece o subjetivismo, não devemos considerá-los, antes, propriedades dos objetos, como determina o objetivismo.) • A teoria objetivista diz-nos, então, que os valores são objetivos, ou seja, que são qualidades dos objetos, reais e efetivas, são propriedades que lhe são intrínsecas. Estão no mundo e no que nele acontece independentemente das valorações do sujeito. Encontram-se nos próprios objetos que se afirma serem belos como os atos que se afirma serem bons. Podem então, por que estão lá, ser conhecidos como qualquer outro facto. • Os juízos de valor são, no contexto desta teoria, verdadeiros ou falsos consoante o que afirmam corresponde ou não aos valores que estão nos objetos afirmados belos ou nos atos declarados bons. São, aliás, juízos de facto. São um subconjunto do conjunto de juízos de facto. E isto parece evidente quando se afirma, por exemplo, que “todos devemos ter direito à liberdade de expressão, juízos como esse são hoje considerados objetivamente verdadeiros, tal como o juízo de que “os atos terroristas são hediondos”.
  • 33. Problemas da teoria objetivista • Uma crítica a que esta teoria tem de responder é por que razão, sendo os juízos de valores objetivos, há desacordos quanto ao que consideramos ser, por exemplo, bom ou belo. Porque será que nem todos encontramos a bondade nos mesmos atos ou a beleza nos mesmos objetos? Estará completamente errado o adágio (máxima) de que “os gostos não se discutem”, como esta teoria quer fazer crer? A discordância existe e a teoria objetivista parece ter dificuldade em explicar por que se verifica esta falta de consenso. • Factos e valores são realidades distintas. • É necessário distinguir objetividade enquanto facticidade e objetividade enquanto demonstrabilidade.
  • 34. O relativismo cultural https://www.youtube.com/watch?v=ktGz3K8rMTo • Os esquimós permitem que as pessoas idosas e incapacitadas morram de fome, ao passo que nós acreditamos que isso é errado. Muitas culturas praticaram e ainda praticam o infanticídio, algo que nos repugna. Uma tribo da África oriental costumava atirar os recém nascidos com deficiências graves para os hipopótamos. Algumas culturas permitem a poligamia, caso de alguns países islâmicos, ao passo que as culturas cristãs a consideram imoral. Uma tribo da Melanésia entendo que a cooperação e a gentileza são vícios. Outra tribo no Uganda desvaloriza os laços familiares, não tendo os pais qualquer dever de cuidar dos filhos ou dos parentes próximos. • Na Arábia Saudita as Mulheres não podem conduzir ou sentar-se sozinhas num restaurante. No Egito, no início do século XX aboliu o uso do véu e nos anos 50 adotou o voto feminino, não permite que a mãe passe a nacionalidade egípcia ao filho.
  • 35. • Centenas e centenas de páginas seriam insuficientes para documentar a relatividade ou variedade das nossas o práticas culturais que hoje existem e que existiriam. • A defesa legítima da diversidade de Portugal conduziu muitos pensadores a afirmarem que, dada a diversidade das culturas e das sociedades, não existiriam valores morais universais ou normas de comportamento válidos independentemente do tempo e do espaço. A esta perspetiva deu-se o nome de relativismo cultural.
  • 36. • O relativismo cultural afirma que aqueles juízos são verdadeiros, mas não em todo o lado e para todas as pessoas. A verdade dos juízos morais depende do que cada sociedade acredita ser moralmente correto, e do que esta aprova ou desaprova. Moralmente verdadeiro é o que cada sociedade – ou a maioria dos seus membros – acredita ser verdadeiro. Moralmente verdadeiro é o que cada sociedade – ou a maioria dos seus membros – acredita ser verdadeiro. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado, e moralmente errado é igual a socialmente desaprovado. O juízo moral é falso quando os membros – a maioria – de uma sociedade que consideram falso e verdadeiro quando o consideram verdadeiro. Assim, afirmar que «matar é errado» significa dizer «a sociedade x considera que matar é moralmente incorreto» significa dizer «A sociedade x considera e matar é moralmente correto».
  • 37. • As convicções da maioria dos membros de uma sociedade são autoridade suprema em questões morais. O relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que o código moral de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a sociedade – a maioria dos seus membros – a que pertence considera verdadeiro. • Se em determinado lugar do planeta se acredita que roubar não é incorreto, é então o juízo moral «roubar é moralmente correto» é, para os membros dessa cultura, verdadeiro. Para o relativismo cultural, devemos julgar as ações dos membros de uma sociedade pelas normas morais estabelecidas no interior dessa sociedade e não mediante as crenças morais e outras sociedades. Cumprir essas normas é agir bem, não as respeitar é agir mal.
  • 38. As principais objeções ao relativismo cultural 1- Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade acredita ser moralmente correto e algo ser moralmente correto. 2- O relativismo cultural reduz a verdade ao que a maioria julga ser verdadeiro. 3- O relativismo cultural parece convidar-nos ao conformismo moral, a seguir, em nome da coesão social, as crenças dominantes. 4- O relativismo cultural torna incompreensível o progresso moral.
  • 39. Subjetivismo/Relativismo argumentos e objeções Subjetivismo moral-Principais argumentos: • Discordância e conflito de valores: Os valores resultam da avaliação dos indivíduos, logo é impossível evitar a discordância e o conflito de valores. Os subjetivistas defendem que os juízos de valor podem ser verdadeiros ou falsos, ou seja, têm valor de verdade. Contudo, a sua verdade não é objetiva. Varia de acordo com o ponto de vista. Nenhum de nós está objetivamente certo ou objetivamente errado no que respeita aos juízos mediante os quais avaliámos atos, pessoas e objetos. Os nossos juízos de valor baseiam-se nos nossos sentimentos e, como os sentimentos são subjetivos, nenhum juízo de valor é objetivamente certo ou errado. • (Contra-arg. Objetivista: Pelo facto de discordarmos sobre diferentes assuntos não implica que estes sejam falsos…. A DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos) prova que é possível encontrar consensos e decidir com base em escolhas imparciais. O debate e a educação de valores seria inviável, se não houvesse um padrão de referência objetivo).
  • 40. • Os valores não são independentes ou estranhos ao sujeito. (Contra-arg. objetivista: Os valores são independentes das valorações individuais o facto de serem de uma natureza diferente não quer dizer que não existam.
  • 41. Relativismo • Diversidade cultural: diferentes sociedades defendem diferentes valores. Nenhum é melhor ou pior. (Contra-arg obj.: Há valores que são condenados por diferentes sociedades EX: roubo, homicídio… O desacordo não prova que ninguém está enganado ou correto) • Tolerância: é essencial a aceitação da diferença e abertura a outros pontos de vista. (Contra-arg obj.: contradição de tolerar o intolerável. A Tolerância não pode ser relativa à sociedade, pois teríamos que tolerar o intolerável).
  • 42. Objetivismo: argumentos e objeções • Objetivismo-Principais argumentos: • Consequências moralmente indesejáveis: Se não podemos condenar nada, porque tudo seria relativo, teríamos que aceitar tudo. Ex: racismo, esclavagismo Contra-arg.: Somos etnocêntricos se julgamos que somos melhores que os outros para os condenar… • Melhor capacidade explicativa: O Objetivismo permite escolher quadros de referência e modelos orientadores, no sentido do aperfeiçoamento do ser humano. Contra-arg.: Impossível chegar a acordo sobre o que é “melhor” ou“pior” (Relativismo Axiológico e moral)
  • 43. • Coincidência de pontos de vista/imparcialidade: Apesar das diferenças, o ser humano consegue encontrar pontos comuns (transubjetivos) essenciais em que está de acordo. Ex: D.U.D.H. Contra-arg: Esses pontos comuns não são objetivos e imparciais. • Não conformismo dos dissidentes: Nem sempre os valores são relativos à sociedade e cultura. Ex: Aqueles que lutaram contra a sua sociedade como Mandela, Malala, Luther King…Waris.. .C.arg.: Esses exemplos são casos raros.
  • 44. valores e cultura –a diversidade e o diálogo de culturas