1. Campus Guarapari
Profª Náysa Taboada
Fichamento: “O pensamento curricular no Brasil”
- No Brasil, as primeiras preocupações com o currículo, datam dos anos 20; (p. 13)
- Até a década de 1980 o campo do currículo foi marcado pela transferência instrumental de
teorizações americanas. Essa transferência era viabilizada por acordos bilaterais entre os
governos brasileiro e norte-americano dentro do programa de ajuda à América Latina; (p.13)
- Na década de 1980, com o início da redemocratização do Brasil e o enfraquecimento da
hegemonia americana, as vertentes marxistas ganham força no pensamento curricular
brasileiro; (p.13)
- Na década de 1990, o currículo viviamúltiplasinfluências,osestudosassumiramumenfoque
sociológico, em contraposição à primazia do pensamento psicológico até então dominante;
(p.14)
- Ostrabalhosbuscavama compreensãodocurrículocomo espaçode relaçõesde poder; (p.14)
- Dominava a ideia de que o currículo só podia ser compreendido quando contextualizado
política,econômicae socialmente.Opensamentocurricularcomeçaaincorporarenfoquespós-
modernos e pós-estruturais, que convivem com as discussões modernas. (p.15)
- Aomesmotempoemque astendênciasse diversificam, aumentaadificuldade de definircom
clareza o que é currículo; (p.16)
- O pensamentocurricularcomeçaa incorporarenfoquespós-modernose pós-estruturais,que
convivem com as discussões modernas; (p.16)
- HIBRIDISMO é a marca do campo do currículo. A produção de currículo no Brasil, em 1996,
baseia-se em três grupos principais: a perspectiva pós-estruturalista, o currículo em rede e a
história do currículo e a constituição do conhecimento escolar. (p.19)
- PERSPECTIVA PÓS-ESTRUTURALISTA, teve destaque nasproduçõesdaUFRGS,grupo liderado
por Tomaz Tadeu. Tem como objetivo central a análise das conexões entre os processos de
seleção, organização e distribuição dos currículos escolares e a dinâmica de produção e
reprodução da sociedade capitalista. A ruptura quanto à interpretação, é exemplificada com o
fato de o pensamento pós-estruturalista,ao centralizar questõesde interesse e poder, não se
limitaria às questões econômicas, mas amplia o debate para as questões de gênero, etnia e
sexualidade, bem como para critica às idéias de razão, progresso e ciência. Outra ruptura se
expressa na ausência de visão de futuro; (p.20)
- CURRICULO E CONHECIMENTOEM REDE, ganhou destaque nosestudosemcurrículoa partir
da metade da década de 1990. Trata-se de uma vertente de trabalhos desenvolvidos
fundamentalmente porpesquisadoresdoRiode Janeiro,coordenadosporNildaAlvese Regina
Leite Garcia. Referenciam-se em bibliografia francesa. Percebe-se o reduzido dialogo com
autores da área da educação e mais especificamente com a área de currículo. Centravam na
2. categoria cotidiano e em discussões sobre formação de professores. A idéia de rede de
conhecimentos apresenta grau de desenvolvimento marcadamente superior ao presente nas
formulações iniciais. Na medida em que o mundo moderno está em crise, torna-se necessário
criar novas perspectivas para a tematização curricular. Assim, os estudos sobre currículo e
conhecimentoemrede se afastamcada vezmaisda discussãoespecificade currículoe passam
a tematizara crise domundomodernoque se expressaemtrêsesferas: nomundodotrabalho,
na produçãocientificae noquestionamentodarazãocomoformaprivilegiadade entendimento
do mundo. (p.29)
- HISTÓRIA DO CURRICULO E CONSTITUIÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR, se constituíram
no final da década de 1980. Paralelamente à divulgação e ao estudo das teorias políticas de
currículo na literatura internacional, iniciava-se a tentativa de compreensão do
desenvolvimentode campocurricularnoBrasil emestudoshistóricos.Encaminham-se emduas
linhas principais: o estudo de pensamento curricular brasileiro e o estudo das disciplinas
escolares. (p.39)
- A marca do campo do currículo no Brasil nos anos 1990 é o hibridismo; (p.47)
- É um campo assinaladomaispeladiversidade orgânicado que pelauniformidade.Diferentes
discursos são reterritorizalizados. (p.47)
- Uma dasprincipaismarcasdopensamentocurricularbrasileiroatual é mesclaentreodiscurso
pós-modernoe ofocopolíticona teorizaçãocritica.Sãoassociadasa perspectivateleológicade
um futuro de mudanças, fundamentada na filosofia do sujeito, filosofia da consciência e na
valorização do conhecimento como produtor dos sujeitos críticos e autônomos, com o
descentramento do sujeito, a constituição discursiva da realidade e a vinculação constitutiva
entre saber e poder. (p.47-48)
- Na busca de uma interpretação da escola no contexto pós-modernizado, as referências à
sociologia e à filosofia são hibridizadas com as tradicionais referencias do campo do currículo.
(p.48)
- Os discursos sobre currículo vem contribuindo para a constituição de novas identidadespara
o campo, tornando mais difusa a constituição de uma teoria do currículo. (p.48)
- A principal tendênciadocampo é a valorizaçãode uma certa discussãoda cultura,na medida
em que vem sendo intensificadas, sob referencias teóricas diversas, as discussões sobre
multiculturalismoouestudosculturais.Estáemcursoumprocessodeviradacultural queassocia
a educação e o currículo aos processos culturais mais amplos, contribuindo para uma certa
imprecisão na definição do campo intelectual do currículo. (p.49)
- A relaçãocom os demaiscamposprecisase fazerna interaçãoentre domínioe subordinação,
na qual o pesquisadoremcurrículoapropria-se daquiloque lhe é útil emoutroscampos. (p.49)
Obs:Importante ressaltarquetal fichamentoé apenasumdirecionamentoaosestudosdotexto
disponibilizado.
Referência:
LOPES, AliceCasimiro;MACEDO, Elizabeth. O pensamento curricular no Brasil. IN: LOPES, AliceCasimiro;
MACEDO, Elizabeth (Orgs.). Currículo: debates contemporâneos. São Paulo: Cortez, 2002. (p.13 a 53)