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TEORIAS DO CURRÍCULO
CULTURAS E CURRÍCULO
Entendemos o currículo como a porção da cultura - em
termos de conteúdos e práticas (de ensino, avaliação, etc.)
- que, por ser considerada relevante num dado momento
histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada
(Williams, 1984). De certa forma, então, um currículo
guarda estreita correspondência com a cultura na qual ele
se organizou, de modo que ao analisarmos um
determinado currículo, poderemos inferir não só os
conteúdos que, explícita ou implicitamente, são vistos
como importantes naquela cultura, como, também, de
que maneira aquela cultura prioriza alguns conteúdos em
detrimentos de outros. Esse é o motivo pelo qual o
currículo se situa no cruzamento entre a escola e a cultura.
(Alfredo Veiga-Neto)
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QUE IMPLICAÇÕES
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CONCEPÇÃO DE
CURRÍCULO TEM
SOBRE A SELEÇÃO
DOS CONTEÚDOS
ESCOLARES
QUE IMPLICAÇÕES UMA
DETERMINADA
CONCEPÇÃO DE
CURRÍCULO TEM SOBRE
OS CONTEÚDOS
VEICULADOS PELOS
LIVROS DIDÁTICOS

QUE IMPLICAÇÕES UMA
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CONCEPÇÃO DE
CURRÍCULO TEM PARA A
CONSTRUÇÃO DO
PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO DA
ESCOLA
QUE IMPLICAÇÕES UMA
DETERMINADA
CONCEPÇÃO DE
CURRÍCULO TEM SOBRE
O PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
Sala de aula vitoriana
A Era Vitoriana no Reino Unido foi o período do reinado da Rainha Vitória, em
meados do Século XIX, a partir de Junho de 1837 a Janeiro de 1901 .
Fonte: Imagens de escolas: espaçostempos de diferença no cotidiano, Educ.
Soc. [online]. 2004, vol.25, n.86
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Soc. [online]. 2004, vol.25, n.86
Sala de aula feminina
Fonte: Fotografia que ilustra o livro Histórias da nossa terra, de Julia Lopes
de Almeida, publicado em 1907.
Sala de aula da Escola Caetano de Campos, colégio freqüentado
pelas crianças da elite paulistana.
“Lição da Pata”- Cartilha Sodré, 219a
Ed.,
1951, p.6.

Lição “B” da Cartilha Caminho Suave
1965
CURRÍCULO
“Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar
para sair daqui?”
“Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse
o Gato.
“O lugar não me importa muito...”, disse Alice.
“Então não importa que caminho você vai tomar”, disse
o Gato.
“...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou
Alice em forma de explicação.
“... você vai certamente chegar a algum lugar”, disse o
Gato, “se caminhar bastante.”
Alice no País das Maravilhas
Lewis Carroll
CURRÍCULO
ERA INDUSTRIAL
PÓS-SEGUNDA
GUERRA
MUNDIAL
PRODUÇÃO DE
SENTIDO ATUAL
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
A divisão do trabalho tem como
objetivo a adaptação dos
sujeitos às máquinas e aos
processos industriais

Este é o "não tempo" do
trabalhador. O trabalhador troca
seu tempo para cumprir com
obrigações dispostas em seu
posto.

Fonte: Charles Chaplin, Tempos Modernos, 1936.
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
• BOBBITT
The Curriculum (1918)
• Escrito no momento em que forças
econômicas, políticas e culturais procuravam
moldar o currículo;
• Para Bobbitt
A escola deveria
funcionar como qualquer outra empresa
comercial.
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
Para Bobbitt o sistema educacional deveria:
1. Especificar precisamente que resultados
pretendia obter estabelecendo objetivos
claros;
2. Estabelecer métodos para obter os objetivos
de forma precisa;
3. Estabelecer formar de mensuração que
permitissem saber com precisão se os
resultados foram alcançados.
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
A perspectiva de Bobbitt (1918):
 Currículo é uma questão de organização.
 O currículo é uma mecânica.
 O especialista em currículo deve exercer uma
atividade burocrática.
 Conceito central
desenvolvimento
curricular.
 O currículo resume-se a uma questão técnica.
AS TEORIAS
CURRICULARES
TRADICINAIS

O modelo de
Bobbitt (1918)
consolida-se,
definitivamente,
no livro de Ralph
Tyler (1949)
Paradigma
(organização e
desenvolvimento)
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
No modelo proposto por Tyler (1949), o
currículo deve responder a 4 questões básicas:
 Que objetivos educacionais a escola deve
procurar atingir?
 Que experiências educacionais podem ser
oferecidas para o alcance daqueles objetivos?
 Como organizar eficientemente essas
experiências?
 Como podemos ter certeza de que os
objetivos foram alcançados?
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
• No modelo proposto por Tyler (1949) os objetivos
devem ser claramente definidos além de
formulados em termos de comportamento explícito
• Os objetivos devem ser buscados em diferentes
fontes:
 Estudos sobre os aprendizes.
 Estudos sobre a vida contemporânea fora da
educação.
 Sugestões de especialistas
• Os objetivos devem passar pelo filtro da filosofia
social e educacional e da psicologia da
aprendizagem.
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
PARADIGMA TÉCNICO-LINEAR
TAYLORISMO/
FORDISMO
CURRICULO = SISTEMA DE
PRODUÇÃO
ALUNO = MATÉRIA BRUTA >
PRODUTO FINAL
PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM =
PROCESSO DE PRODUÇÃO
AVALIAÇÃO = CONTROLE DE
QUALIDADE
ESCOLA
MODELO DE ORGANIZAÇÃO PROPOSTO
POR TAYLOR
AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS
Conceitos enfatizados pelas teorias tradicionais do
currículo:
 Ensino
 Aprendizagem
 Avaliação
 Metodologia
 Didática
 Organização
 Planejamento
 Eficiência
 Objetivos
AS TEORIAS CRÍTICAS
Principais fundamentos
 Escola Francesa: teoria da reprodução cultural “capital cultural”. O currículo da escola está baseado na
cultura dominante, na linguagem dominante, transmitido
através do código cultural (Bourdieu e Passeron)
 Escola de Frankfurt – crítica à racionalidade técnica
da escola “pedagogia da possibilidade”- da resistência:
Currículo como possibilidade de emancipação e
libertação (Giroux e Freire)
AS TEORIAS CRÍTICAS
O currículo oculto
 Crítica à reprodução das relações sociais não

expressa porém, no currículo oficial, mas
manifestada pelas relações sociais na e da escola
(currículo oculto)
 As relações sociais na escola mais que o
conteúdo são responsáveis pela socialização
necessárias para que haja uma ótima adaptação
às exigências do trabalho capitalista. (Bowles e
Gintis)
AS TEORIAS CRÍTICAS
Conceitos enfatizados pelas teorias críticas do
currículo:
 Ideologia
 Reprodução cultural e social
 Poder
 Classe Social
 Capitalismo
 Relações sociais de produção
 Conscientização
 Emancipação e libertação
 Currículo Oculto
 Resistência
AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS
O CONTEXTO DA PÓS-MODERNIDADE (metade do
século XX)

 O fim das metanarrativas

(idéias abrangentes)

 Questionamento dos princípios sociais, econômicos e
políticos postos pelo Iluminismo
Educação : instituição moderna por excelência
 Idéia de “mudança de paradigmas”
 Crítica aos padrões considerados “rígidos” da
modernidade
 Tentativa de dar voz aos subalternos excluídos de um
sistema totalizante e padronizado.
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 A própria teoria crítica é colocada sob suspeita
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  • 2. CULTURAS E CURRÍCULO Entendemos o currículo como a porção da cultura - em termos de conteúdos e práticas (de ensino, avaliação, etc.) - que, por ser considerada relevante num dado momento histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada (Williams, 1984). De certa forma, então, um currículo guarda estreita correspondência com a cultura na qual ele se organizou, de modo que ao analisarmos um determinado currículo, poderemos inferir não só os conteúdos que, explícita ou implicitamente, são vistos como importantes naquela cultura, como, também, de que maneira aquela cultura prioriza alguns conteúdos em detrimentos de outros. Esse é o motivo pelo qual o currículo se situa no cruzamento entre a escola e a cultura. (Alfredo Veiga-Neto)
  • 3. I N D A G A Ç Õ E S QUE IMPLICAÇÕES UMA DETERMINADA CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO TEM SOBRE A SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS ESCOLARES QUE IMPLICAÇÕES UMA DETERMINADA CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO TEM SOBRE OS CONTEÚDOS VEICULADOS PELOS LIVROS DIDÁTICOS QUE IMPLICAÇÕES UMA DETERMINADA CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO TEM PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA QUE IMPLICAÇÕES UMA DETERMINADA CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO TEM SOBRE O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
  • 4. Sala de aula vitoriana A Era Vitoriana no Reino Unido foi o período do reinado da Rainha Vitória, em meados do Século XIX, a partir de Junho de 1837 a Janeiro de 1901 .
  • 5.
  • 6. Fonte: Imagens de escolas: espaçostempos de diferença no cotidiano, Educ. Soc. [online]. 2004, vol.25, n.86
  • 7.
  • 8. Fonte: Imagens de escolas: espaçostempos de diferença no cotidiano, Educ. Soc. [online]. 2004, vol.25, n.86
  • 9. Sala de aula feminina Fonte: Fotografia que ilustra o livro Histórias da nossa terra, de Julia Lopes de Almeida, publicado em 1907.
  • 10. Sala de aula da Escola Caetano de Campos, colégio freqüentado pelas crianças da elite paulistana.
  • 11.
  • 12. “Lição da Pata”- Cartilha Sodré, 219a Ed., 1951, p.6. Lição “B” da Cartilha Caminho Suave 1965
  • 13. CURRÍCULO “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?” “Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato. “O lugar não me importa muito...”, disse Alice. “Então não importa que caminho você vai tomar”, disse o Gato. “...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice em forma de explicação. “... você vai certamente chegar a algum lugar”, disse o Gato, “se caminhar bastante.” Alice no País das Maravilhas Lewis Carroll
  • 15. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS A divisão do trabalho tem como objetivo a adaptação dos sujeitos às máquinas e aos processos industriais Este é o "não tempo" do trabalhador. O trabalhador troca seu tempo para cumprir com obrigações dispostas em seu posto. Fonte: Charles Chaplin, Tempos Modernos, 1936.
  • 16. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS • BOBBITT The Curriculum (1918) • Escrito no momento em que forças econômicas, políticas e culturais procuravam moldar o currículo; • Para Bobbitt A escola deveria funcionar como qualquer outra empresa comercial.
  • 17. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS Para Bobbitt o sistema educacional deveria: 1. Especificar precisamente que resultados pretendia obter estabelecendo objetivos claros; 2. Estabelecer métodos para obter os objetivos de forma precisa; 3. Estabelecer formar de mensuração que permitissem saber com precisão se os resultados foram alcançados.
  • 18. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS A perspectiva de Bobbitt (1918):  Currículo é uma questão de organização.  O currículo é uma mecânica.  O especialista em currículo deve exercer uma atividade burocrática.  Conceito central desenvolvimento curricular.  O currículo resume-se a uma questão técnica.
  • 19. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICINAIS O modelo de Bobbitt (1918) consolida-se, definitivamente, no livro de Ralph Tyler (1949) Paradigma (organização e desenvolvimento)
  • 20. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS No modelo proposto por Tyler (1949), o currículo deve responder a 4 questões básicas:  Que objetivos educacionais a escola deve procurar atingir?  Que experiências educacionais podem ser oferecidas para o alcance daqueles objetivos?  Como organizar eficientemente essas experiências?  Como podemos ter certeza de que os objetivos foram alcançados?
  • 21. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS • No modelo proposto por Tyler (1949) os objetivos devem ser claramente definidos além de formulados em termos de comportamento explícito • Os objetivos devem ser buscados em diferentes fontes:  Estudos sobre os aprendizes.  Estudos sobre a vida contemporânea fora da educação.  Sugestões de especialistas • Os objetivos devem passar pelo filtro da filosofia social e educacional e da psicologia da aprendizagem.
  • 22. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS PARADIGMA TÉCNICO-LINEAR TAYLORISMO/ FORDISMO CURRICULO = SISTEMA DE PRODUÇÃO ALUNO = MATÉRIA BRUTA > PRODUTO FINAL PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM = PROCESSO DE PRODUÇÃO AVALIAÇÃO = CONTROLE DE QUALIDADE ESCOLA MODELO DE ORGANIZAÇÃO PROPOSTO POR TAYLOR
  • 23. AS TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS Conceitos enfatizados pelas teorias tradicionais do currículo:  Ensino  Aprendizagem  Avaliação  Metodologia  Didática  Organização  Planejamento  Eficiência  Objetivos
  • 24. AS TEORIAS CRÍTICAS Principais fundamentos  Escola Francesa: teoria da reprodução cultural “capital cultural”. O currículo da escola está baseado na cultura dominante, na linguagem dominante, transmitido através do código cultural (Bourdieu e Passeron)  Escola de Frankfurt – crítica à racionalidade técnica da escola “pedagogia da possibilidade”- da resistência: Currículo como possibilidade de emancipação e libertação (Giroux e Freire)
  • 25. AS TEORIAS CRÍTICAS O currículo oculto  Crítica à reprodução das relações sociais não expressa porém, no currículo oficial, mas manifestada pelas relações sociais na e da escola (currículo oculto)  As relações sociais na escola mais que o conteúdo são responsáveis pela socialização necessárias para que haja uma ótima adaptação às exigências do trabalho capitalista. (Bowles e Gintis)
  • 26. AS TEORIAS CRÍTICAS Conceitos enfatizados pelas teorias críticas do currículo:  Ideologia  Reprodução cultural e social  Poder  Classe Social  Capitalismo  Relações sociais de produção  Conscientização  Emancipação e libertação  Currículo Oculto  Resistência
  • 27. AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS O CONTEXTO DA PÓS-MODERNIDADE (metade do século XX)  O fim das metanarrativas (idéias abrangentes)  Questionamento dos princípios sociais, econômicos e políticos postos pelo Iluminismo Educação : instituição moderna por excelência  Idéia de “mudança de paradigmas”  Crítica aos padrões considerados “rígidos” da modernidade  Tentativa de dar voz aos subalternos excluídos de um sistema totalizante e padronizado.
  • 28. AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS PÓS-MODERNIDADE  A própria teoria crítica é colocada sob suspeita Desconfia dos impulsos emancipadores e libertadores da pedagogia crítica.  Radicaliza os questionamentos colocados pela teoria crítica do currículo Primazia do discurso sobre a realidade explicada em sua concretude.  Currículo multiculturalista. “A existência do objeto é inseparável da trama lingüística que supostamente descreve” (Silva, 2007) (pós-estruturalismo)
  • 29. AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS Conceitos enfatizados pelas teorias pós-críticas do currículo:  Identidade, alteridade, diferença  Multiculturalismo  Gênero, raça, etnia, sexualidade  Relativismo  Hibridismo  Significação e discurso  Saber-Poder  Representação