Este documento apresenta um manifesto contra um editorial publicado no jornal Folha de S. Paulo que se referiu ao regime militar brasileiro de 1964 a 1985 como "ditabranda". O manifesto repudia fortemente a revisão histórica feita pelo jornal e alega que o período foi marcado por graves violações de direitos humanos. O texto também expressa apoio a dois professores que criticaram a nota de redação do jornal em resposta às cartas que recebeu.
2. O MANIFESTO
conceito
Trata-se de um texto que apresenta o pensamento de uma pessoa ou de um grupo a respeito de
um assunto de interesse coletivo. Geralmente, o que é feito nesse tipo de texto é apresentar ao
leitor [população] um problema, se ele ainda não é de conhecimento público, ou alertá-lo de sua
existência. O texto pode ainda anunciar sobre a possibilidade de ocorrência, é variado e pode
apresentar questões de várias naturezas: econômica, cultural, política, religiosa, ambiental, etc.
contexto de circulação
teoricamente, deveria circular em lugar público, sendo assim o portador seria, teoricamente, de grande abrangência
3. O MANIFESTO
estrutura mínima
TÍTULO
faz menção ao gênero textual [espera-se que seja curto e que seja capaz de apresentar o assunto]
INTRODUÇÃO
[Manifesto pela libertação dos animais]
apresentação do problema e, em alguns casos, do locutor [primeira do plural, de preferência]
DESENVOLVIMENTO
discussão
análise
solução [dos problemas]
4. O MANIFESTO
estrutura mínima
CONCLUSÃO
por que solucionar o problema?
LOCAL E DATA
palavra de ordem de caráter generalizante
local onde a prova está sendo realizada
ASSINATURA
não se assinam as provas de redação em Minas Gerais [pode-se usar siglas]
5. O MANIFESTO
características
01. visa a sensibilizar o leitor acerca de um problema, deixá-lo indignado e torná-lo cúmplice;
02. convite à ação em prol do que é defendido;
03. verbos no presente do indicativo + primeira do plural [vamos, temos, queremos, lutamos];
04. pode-se usar o imperativo e formas de modalização do discurso;
6. O MANIFESTO
Manifesto contra o Editorial da Folha de S. Paulo
Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os
abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inverídica revisão
histórica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar
ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e
avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais.
Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumarias foram
crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da historia
política brasileira. Ante o estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma
fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e
direitos democráticos no pos-1964.
Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de Redação, publicada pelo jornal em
20 de fevereiro (p. 3) em resposta às cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria
Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de
S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois
combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio
e solidariedade ante as insólitas criticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da Direção
editorial do jornal. Pela luta pertinaz e conseqüente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria
Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo
brasileiro. [http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html]
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