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O Artigo de divulgação científica
            Manoel Neves
O ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
            aspectos gerais
O ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
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                                          contexto de circulação
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CARACTERÍSTICAS
                 o artigo de divulgação científica
cidadania	
  
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estrutura	
  
ESTRUTURA
                                      o artigo de divulgação científica

                                                    introdução
sumariamente	
  apresenta-­‐se	
  o	
  assunto	
  e	
  busca-­‐se	
  prender	
  a	
  atenção	
  ao	
  assunto	
  a	
  ser	
  exposto;	
  

                                            encaminhamento
apresentação	
  facilitada	
  do	
  assunto;	
  o	
  tratamento	
  vai	
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  da	
  área	
  de	
  interesse	
  do	
  ar:go.	
  
TEXTO
o artigo de divulgação científica
O OLHAR DE DEUS E A TORNEIRA QUE PINGA
                                                    o artigo de divulgação científica
No	
  Egito	
  faraônico	
  dos	
  tempos	
  de	
  Akhenaton,	
  segundo	
  uma	
  religião	
  monoteísta	
  agora	
  ex:nta	
  
que	
  adorava	
  o	
  Sol,	
  a	
  luz	
  era	
  considerada	
  o	
  olhar	
  de	
  Deus.	
  Naqueles	
  tempos	
  remotos,	
  imaginava-­‐
se	
   que	
   a	
   visão	
   fosse	
   uma	
   espécie	
   de	
   emanação	
   do	
   olho.	
   A	
   visão	
   era	
   parecida	
   com	
   um	
   radar.	
  
Prolongava-­‐se	
  para	
  fora	
  do	
  olho	
  e	
  tocava	
  no	
  objeto	
  que	
  estava	
  sendo	
  visto.	
  O	
  Sol	
  –	
  sem	
  o	
  qual	
  
pouco	
  mais	
  do	
  que	
  as	
  estrelas	
  é	
  visível	
  –	
  acariciava,	
  iluminava	
  e	
  aquecia	
  o	
  vale	
  do	
  Nilo.	
  Dada	
  a	
  
Rsica	
  da	
  época,	
  e	
  uma	
  geração	
  que	
  cultuava	
  o	
  Sol,	
  fazia	
  sen:do	
  descrever	
  a	
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  como	
  o	
  olhar	
  de	
  
Deus.	
  Três	
  mil	
  e	
  duzentos	
  anos	
  mais	
  tarde,	
  uma	
  metáfora	
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  profunda,	
  embora	
  muito	
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prosaica,	
  nos	
  propicia	
  um	
  melhor	
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  da	
  luz.	
  
Você	
  está	
  sentado	
  em	
  uma	
  banheira,	
  e	
  a	
  torneira	
  está	
  pingando.	
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  cada	
  segundo,	
  vamos	
  supor,	
  
m	
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  cai	
  na	
  banheira.	
  Gera	
  uma	
  pequena	
  onda	
  que	
  se	
  espalha	
  ao	
  redor,	
  formando	
  um	
  belo	
  
círculo	
   perfeito.	
   Quando	
   a:nge	
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   da	
   banheira,	
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   refle:da	
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   volta.	
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mais	
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  chegam	
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  da	
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  uma	
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O	
   seu	
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   borracha	
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  [...]	
  
 SAGAN,	
  Carl.	
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  Companhia	
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ANÁLISE
o artigo de divulgação científica
O OLHAR DE DEUS E A TORNEIRA QUE PINGA
                                              o artigo de divulgação científica
No	
  Egito	
  faraônico	
  dos	
  tempos	
  de	
  Akhenaton,	
  segundo	
  uma	
  religião	
  monoteísta	
  agora	
  ex:nta	
  
que	
  adorava	
  o	
  Sol,	
  a	
  luz	
  era	
  considerada	
  o	
  olhar	
  de	
  Deus.	
  Naqueles	
  tempos	
  remotos,	
  imaginava-­‐
se	
   que	
   a	
   visão	
   fosse	
   uma	
   espécie	
   de	
   emanação	
   do	
   olho.	
   A	
   visão	
   era	
   parecida	
   com	
   um	
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Prolongava-­‐se	
  para	
  fora	
  do	
  olho	
  e	
  tocava	
  no	
  objeto	
  que	
  estava	
  sendo	
  visto.	
  O	
  Sol	
  –	
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  o	
  qual	
  
pouco	
  mais	
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  que	
  as	
  estrelas	
  é	
  visível	
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  acariciava,	
  iluminava	
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  aquecia	
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Rsica	
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  descrever	
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Deus.	
  Três	
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                                                                comentário
Parte	
  do	
  primeiro	
  parágrafo	
  de	
  Carl	
  Segan	
  fala	
  sobre	
  o	
  modo	
  como	
  os	
  egípcios	
  definiam	
  a	
  luz,	
  
3.200	
  anos	
  atrás,	
  para	
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  a	
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  da	
  luz.	
  
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  cien:sta	
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  texto.	
  
O OLHAR DE DEUS E A TORNEIRA QUE PINGA
                                            o artigo de divulgação científica
Você	
  está	
  sentado	
  em	
  uma	
  banheira,	
  e	
  a	
  torneira	
  está	
  pingando.	
  A	
  cada	
  segundo,	
  vamos	
  supor,	
  
m	
  pingo	
  cai	
  na	
  banheira.	
  Gera	
  uma	
  pequena	
  onda	
  que	
  se	
  espalha	
  ao	
  redor,	
  formando	
  um	
  belo	
  
círculo	
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   banheira,	
   é	
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  da	
  banheira,	
  cada	
  uma	
  gerada	
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  outro	
  pingo	
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  água.	
  
O	
   seu	
   pa:nho	
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   borracha	
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   para	
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   e	
   para	
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   que	
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                                                              comentário
Como	
  é	
  caracterís:co	
  dos	
  textos	
  de	
  divulgação	
  cien;fica,	
  Sagan	
  procura	
  metáforas	
  capazes	
  de	
  
facilitar	
  a	
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   da	
  
torneira	
  de	
  uma	
  banheira.	
  
FONTES
                                       o artigo de divulgação científica
ABAURRE,	
   Maria	
   Luiza	
   M.,	
   ABAURRE,	
   Maria	
   Bernadete	
   M.	
   Produção	
   de	
   texto;	
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O artigo de divulgação científica

  • 1. O Artigo de divulgação científica Manoel Neves
  • 2. O ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA aspectos gerais
  • 3. O ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA aspectos gerais definição exposição  rápida  e  transparente  de  assunto  referente  ao  universo  da  ciência  e  da  tecnologia   intencionalidade aproximar  o  leitor  leigo  do  discurso  hermé:co  da  ciência   tipos textuais exposição   contexto de circulação revistas  de  divulgação  cien;fica  [Superinteressante,  Galileu,  Livros,  Língua  Portuguesa  e  outras]  
  • 4. CARACTERÍSTICAS o artigo de divulgação científica cidadania   tradução   suporte   coloquial?   es3lo   estrutura  
  • 5. ESTRUTURA o artigo de divulgação científica introdução sumariamente  apresenta-­‐se  o  assunto  e  busca-­‐se  prender  a  atenção  ao  assunto  a  ser  exposto;   encaminhamento apresentação  facilitada  do  assunto;  o  tratamento  vai  depender  da  área  de  interesse  do  ar:go.  
  • 6. TEXTO o artigo de divulgação científica
  • 7. O OLHAR DE DEUS E A TORNEIRA QUE PINGA o artigo de divulgação científica No  Egito  faraônico  dos  tempos  de  Akhenaton,  segundo  uma  religião  monoteísta  agora  ex:nta   que  adorava  o  Sol,  a  luz  era  considerada  o  olhar  de  Deus.  Naqueles  tempos  remotos,  imaginava-­‐ se   que   a   visão   fosse   uma   espécie   de   emanação   do   olho.   A   visão   era   parecida   com   um   radar.   Prolongava-­‐se  para  fora  do  olho  e  tocava  no  objeto  que  estava  sendo  visto.  O  Sol  –  sem  o  qual   pouco  mais  do  que  as  estrelas  é  visível  –  acariciava,  iluminava  e  aquecia  o  vale  do  Nilo.  Dada  a   Rsica  da  época,  e  uma  geração  que  cultuava  o  Sol,  fazia  sen:do  descrever  a  luz  como  o  olhar  de   Deus.  Três  mil  e  duzentos  anos  mais  tarde,  uma  metáfora  mais  profunda,  embora  muito  mais   prosaica,  nos  propicia  um  melhor  entendimento  da  luz.   Você  está  sentado  em  uma  banheira,  e  a  torneira  está  pingando.  A  cada  segundo,  vamos  supor,   m  pingo  cai  na  banheira.  Gera  uma  pequena  onda  que  se  espalha  ao  redor,  formando  um  belo   círculo   perfeito.   Quando   a:nge   os   lados   da   banheira,   é   refle:da   de   volta.   A   onda   refle:da   é   mais  fraca,  e,  depois  de  uma  ou  mais  reflexões,  você  não  a  consegue  perceber  mais.   Novas  ondas  chegam  à  sua  extremidade  da  banheira,  cada  uma  gerada  por  outro  pingo  de  água.   O   seu   pa:nho   de   borracha   balança   para   cima   e   para   baixo   sempre   que   nova   frente   de   ondas   passa  por  ele.  [...]   SAGAN,  Carl.  Bilhões  e  bilhões;  reflexões  sobre  vida  e  morte  na  virada  do  milênio.  São  Paulo:  Companhia  das  Letras,  1998.  
  • 8. ANÁLISE o artigo de divulgação científica
  • 9. O OLHAR DE DEUS E A TORNEIRA QUE PINGA o artigo de divulgação científica No  Egito  faraônico  dos  tempos  de  Akhenaton,  segundo  uma  religião  monoteísta  agora  ex:nta   que  adorava  o  Sol,  a  luz  era  considerada  o  olhar  de  Deus.  Naqueles  tempos  remotos,  imaginava-­‐ se   que   a   visão   fosse   uma   espécie   de   emanação   do   olho.   A   visão   era   parecida   com   um   radar.   Prolongava-­‐se  para  fora  do  olho  e  tocava  no  objeto  que  estava  sendo  visto.  O  Sol  –  sem  o  qual   pouco  mais  do  que  as  estrelas  é  visível  –  acariciava,  iluminava  e  aquecia  o  vale  do  Nilo.  Dada  a   Rsica  da  época,  e  uma  geração  que  cultuava  o  Sol,  fazia  sen:do  descrever  a  luz  como  o  olhar  de   Deus.  Três  mil  e  duzentos  anos  mais  tarde,  uma  metáfora  mais  profunda,  embora  muito  mais   prosaica,  nos  propicia  um  melhor  entendimento  da  luz.   comentário Parte  do  primeiro  parágrafo  de  Carl  Segan  fala  sobre  o  modo  como  os  egípcios  definiam  a  luz,   3.200  anos  atrás,  para  introduz  a  questão  central  tratada  no  ar:go:  a  definição  cien;fica  da  luz.   O  cien:sta  norteamericano  encontra,  assim,  uma  forma  de  despertar  o  interesse  do  leitor,  ao   mesmo  tempo  que  dirige  sua  atenção  para  o  foco  do  texto.  
  • 10. O OLHAR DE DEUS E A TORNEIRA QUE PINGA o artigo de divulgação científica Você  está  sentado  em  uma  banheira,  e  a  torneira  está  pingando.  A  cada  segundo,  vamos  supor,   m  pingo  cai  na  banheira.  Gera  uma  pequena  onda  que  se  espalha  ao  redor,  formando  um  belo   círculo   perfeito.   Quando   a:nge   os   lados   da   banheira,   é   refle:da   de   volta.   A   onda   refle:da   é   mais  fraca,  e,  depois  de  uma  ou  mais  reflexões,  você  não  a  consegue  perceber  mais.   Novas  ondas  chegam  à  sua  extremidade  da  banheira,  cada  uma  gerada  por  outro  pingo  de  água.   O   seu   pa:nho   de   borracha   balança   para   cima   e   para   baixo   sempre   que   nova   frente   de   ondas   passa  por  ele.  [...]   comentário Como  é  caracterís:co  dos  textos  de  divulgação  cien;fica,  Sagan  procura  metáforas  capazes  de   facilitar  a  compreensão  dos  leitores  leigos.  Neste  caso,  como  precisará,  nos  parágrafos  que  se   seguem,  definir  luz  como  uma  espécie  de  onda,  encontra  uma  imagem  capaz  de  ser  facilmente   reconhecida   por   qualquer   um:   as   ondas   criadas   na   superRcie   da   água   pelos   pingos   que   caem   da   torneira  de  uma  banheira.  
  • 11. FONTES o artigo de divulgação científica ABAURRE,   Maria   Luiza   M.,   ABAURRE,   Maria   Bernadete   M.   Produção   de   texto;   interlocução   e   gêneros.  São  Paulo:  Moderna,  2007.   COSTA,  Sérgio  Roberto.  Dicionário  de  gêneros  textuais.  Belo  Horizonte:  Autên:ca,  2008.