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- Diferença -
Henri Lefèbvre
Tópicos Especiais: Espaço e Teoria Social Crítica
Prof. Roberto Luís de Melo Monte-Mór
Discentes: Carolina Herrmann Coelho-de-Souza
Jeanne Crespo
Marcelo Cintra
2012/01
A identidade eliminou o espaço. A diferença o ressuscita. A reafirmação da diferença é
a reafirmação do espaço. A identidade suprime o espaço, a diferença o restabelece.
Suprimida a diferença, morre a interação. E, então, o espaço. (MOREIRA,1999, p. 48)
•A “diferença” encontra na filosofia contemporânea um lugar de destaque, que
corresponde a uma preocupação fortemente marcada pela experiência traumática dos
fascismos, pelas desilusões do stalinismo e da guerra. (LINS, 2002: 97).
•Filosofia da Diferença: França segunda metade do séc. XX + Apropriações do
pensamento hegeliano, heideggariano e freudiano pelo Estruturalismo.
•A filosofia da diferença vem como uma oposição ao clássico modelo do pensamento
filosófico ocidental de pensar a identidade.
•O tom da condenação e crítica dos pensadores da diferença relaciona-se, sobretudo,
ao que na filosofia convencionou-se chamar o problema da adaequatio. Isto é, o
problema da solução a dar-se à oposição sensível-inteligível, aqui incluindo-se a
dialética e toda a filosofia da representação.
A Filosofia da Diferença
• O tema da diferença migra da filosofia para as ciências humanas, onde o seu
entendimento se altera para tornar-se tema da alteridade, da multiculturalidade,
do corpo, do gênero, da segmentação social, da etnia.
• Estruturalismo:
Parte da "virada lingüística" empreendida pela filosofia ocidental. A tradição da
lingüística estruturalista tinha suas origens no formalismo europeu do final do
século XIX, transformando-se, sob a influência combinada de Ferdinand de
Saussure e de Roman Jakobson, no programa de pesquisa dominante em
lingüística.
O desenvolvimento teórico do estruturalismo francês durante o final dos anos 50 e
durante os anos 60 levou à institucionalização de um "megaparadigma"
transdisciplinar, contribuindo para integrar as chamadas "humanidades" e as
ciências sociais, mas o fez sob uma forma exageradamente otimista e cientificista.
Sua pretensão ao status de "megaparadigma" baseava-se na centralidade da
linguagem na vida cultural e social humana, considerada como sistema semiótico
ou como sistema de significação auto-reflexivo.
A Filosofia da Diferença
Por meio de Claude Lévi-Strauss, A. J. Greimas, Roland Barthes e muitos outros, o
estruturalismo penetrou na antropologia, na crítica literária, na psicanálise, no
marxismo, na história, na teoria estética e nos estudos da cultura popular,
transformando-se em um globalizante referencial teórico para a análise semiótica e
lingüística da sociedade, da economia e da cultura, vistas agora como sistemas de
significação.
•Pós-Estruturalismo:
Resposta filosófica específica – fortemente motivada pelo trabalho de Friedrich
Nietzsche e Martin Heidegger – contra as pretensões científicas do estruturalismo.
O pós-estruturalismo deve ser visto como um movimento que, sob a inspiração de
Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e outros, buscou descentrar as "estruturas", a
sistematicidade e a pretensão científica do estruturalismo, criticando a metafísica que
lhe estava subjacente e estendendo-o em uma série de diferentes direções,
preservando, ao mesmo tempo, os elementos centrais da crítica que o estruturalismo
fazia ao sujeito humanista.
Jacques Derrida, Gilles Deleuze, Jean-François Lyotard, Jacques Lacan, Louis Althusser,
Jean Baudrillard, Sarah Kofman.
A Filosofia da Diferença
Jacques Derrida (1967):
Différance -/- Différence
Verbo “diferir” - indica tanto distinção, desigualdade quanto atrasar, postergar (este último é
um temporizador, negação da atualidade o possível que é impossível).
Negação da identidade e a ordem desta “não identidade”.
A Filosofia da Diferença
Deve haver algo em comum entre os dois
movimentos do “diferir”, e utilizar-se da vogal “a” ,
ao mesmo tempo indica que há tal dissociação nos
sentidos, quanto os referenda.
A “différance” não é nem uma palavra, nem um
conceito, ela é que produz as diferenças, ela é a
forma de dizer o que não é.
Filosofar não é enunciar uma verdade, mas mostrar como
uma época, um escritor, um filósofo pensaram esta
verdade. Grammatologie, 1967.
• Gilles Deleuze (1968):
A diferença está presente em todos os
lugares e em todos os tempos. A
diferença é trabalhada em uma
perspectiva não negativa, é algo que
“existe em si mesmo”, não podendo ser
representada nem mediada. Ela é a
própria expressão do Ser.
Deleuze concebe o Ser produzindo-se na e
da diferença, dizendo-se na
multiplicidade. Isso retira a diferença
dos liames da representação: a
identidade, a oposição, a semelhança e
a analogia.
A Filosofia da Diferença
A representação reduz a diferença porque
reconhece apenas uma porção menor da
diferença que é a diferença entre os corpos:
as particularidades. Pior ainda, a
representação produz uma confusão entre o
diverso e a diferença: o diverso é o dado e a
diferença aquilo que faz com que algo seja
diverso.
Maio de 1968
"Abaixo a sociedade de consumo.“
"Abaixo o realismo socialista. Viva o
surrealismo.“
"A ação não deve ser uma reação, mas
uma criação.“
"O agressor não é aquele que se revolta,
mas aquele que reprime.“
"O álcool mata. Tomem LSD.“
"A insolência é a nova arma
revolucionária.“
"A liberdade do outro estende a minha ao
infinito.“
"A mercadoria é o ópio do povo."
"O patrão precisa de ti, tu não precisas
do patrão.“
"Professores, vocês nos fazem
envelhecer."
"Os sindicatos são uns bordéis.“
"Sejam realistas, exijam o impossível."
"Não nos prendamos ao espetáculo da
contestação, mas passemos à
contestação do espetáculo. “
"O discurso é contra-revolucionário. “
"Não tomem o elevador, tomem o
poder."
Maio de 1968
O movimento de maio de 1968, na França, tornou-se ícone de uma época onde a renovação
dos valores veio acompanhada pela proeminente força de uma cultura jovem.
A liberação sexual, a Guerra no Vietnã, os movimentos pela ampliação dos direitos civis
compunham toda a pólvora de um barril construído pela fala dos jovens estudantes da
época. Mais do que iniciar algum tipo de tendência, o Maio de 68 pode ser visto como
desdobramento de toda uma série de questões já propostas pela revisão dos costumes feita
por lutas políticas, obras filosóficas e a euforia juvenil, tendo repercussões por todo o
mundo.
Maio de 1968
Eventos:
No dia 22 de março de 1968, estudantes
franceses da Universidade de Nanterre fizeram
um protesto contra a divisão dos dormitórios
entre homens e mulheres. Na verdade, esse
simples motivo vinha arraigado de uma nova
geração que reivindicava o fim de posturas
conservadoras.
Aproveitando do incidente, outros universitários franceses e grupos político
partidários resolveram engrossar fileiras dos protestos contra os problemas vividos
na França. Com a cobertura televisiva, o episódio francês ficava conhecido pelo
mundo, principalmente após a invasão da Universidade de Sorbonne.
Em pouco tempo, o contorno das questões que motivavam o protesto ganhavam
contornos mais amplos. A partir daí a cidade de Paris transformou-se em palco de
confrontos entre policiais armados e manifestantes protegidos em barricadas.
No dia 18, os trabalhadores
protagonizaram uma greve geral de
proporções alarmantes. Mais de 10
milhões de trabalhadores cruzaram os
braços exigindo melhores condições de
trabalho.
Os protestos chegaram ao ponto de
levar o general de Gaulle a criar um
quartel general de operações militares
para obstar à insurreição, dissolver a
Assembléia Nacional e marcar eleições
parlamentares para 23 de Junho de
1968.
Maio de 1968
Acuado pela proporção dos episódios, o presidente Charles de Gaulle se refugiou em
uma base militar alemã, concedeu um abono de 35% ao salário mínimo e convocou
novas eleições legislativas. Dessa forma, os trabalhadores esvaziaram os espaços de
manifestação e voltaram a ocupar seus postos de trabalho, seguindo a direção da
Confédération Générale du Travail, a federação sindical de esquerda, e do Partido
Comunista Francês (PCF).
Henri Lefèbvre (1970):
Em seu livro “Manifesto
Diferencialista”, este autor
utiliza a noção de
“diferença” em várias
esferas e campos,
conciliando tal termo à
dialética, ao materialismo
histórico e à prática política.
Kofman & Lebas – Lost in Transposition
• Lefebvre
– escreveu o Manifesto Diferencialista (1970 - pós-68) contra a rigidez contínua da
homogeneização dos sistemas políticos. As instituições promovem a homogeneização do
poder, especialmente o Estado.
– sentimento de crise e do período de transição para uma nova sociedade, a sociedade da
diferença (pg. 25)
• Para Lefebvre a diferença não é baseada na particularidade, originalidade ou
individualismo; a diferença emerge da luta, do conceitual e vivido (...) Lefebvre
defendeu a sua relevância para os direitos associados a diferença (pg.26).
• A teoria da diferença implica num aumento da complexidade do mundo e da
sociedade. O seu oposto, a redução, aparece como uma estratégia e um
instrumento ideológico do poder que procura dominar.
• A diferença é um modo de ligar o que está perto e longe, aqui e ali, o real e o
utópico, o possível e o impossível. Este é o motivo pelo qual devemos lutar contra
uma sociedade da “indiferença”, não só produzindo discursos mas também pela
maneira que nós vivemos “diferencialmente”. Este é o significado da sociedade
urbana (pg. 27).
Kofman & Lebas – Lost in Transposition
• O direito à cidade - O direito à diferença - O direito à informação
• O direito dos cidadão - O direito de uso do centro (1991) (pg. 34).
• O sentido de différance usado por Lefebvre está na relação diferencial que se
estabelece com os demais, é uma resistência a qualquer forma de redução ou
reintegração do “outro” num sistema de “iguais”. Trata-se de um mundo em
que as diferenças são justapostas e coexistem em redes não-estáveis, que
não podem ser mediadas ou sintetizadas. (p.50).
• O pensamento diferencialista é contra a imposição do pensamento
homogeneizador e indiferenciado (pg. 51).
E. Soja – Geografias pós-modernas
• No pensamento de Lefebvre sobre a luta pelo direito à cidade, a revolução
urbana, “havia uma exploração do ‘repetitivo versus o diferencial’, uma
exploração dos efeitos homogeneizantes do capitalismo, de sua
capacidade de encobrir as diferenças, ou do que os estudiosos críticos
mais contemporâneos chamariam différance.” (pg. 64-65).
E. Soja – Extraordinary Voyages of Henri
Lefebvre
• Lefebvre foi um dos primeiros a teorizar a diferença e a alteridade em
termos espaciais. Para Lefebvre a diferença está contextualizada nas
práticas sociais e políticas, associada à produção social do espaço.
• Manifesto Diferencialista = oposição entre o heterogêneo (diferencial)
e o homogênio (repetitivo) + conectou essa relação com a vida
cotidiana, a sociedade de consumo, ao poder do Estado.
• Direito à Cidade + direito à diferença - contra as crescentes forças da
homogeneização, fragmentação e do poder hierarquicamente
organizado. (p.34)
E. Soja – Extraordinary Voyages of Henri
Lefebvre
“O Manifesto Diferencialista”(1970)
• “O diferencialismo não é um sistema. Trata-se de discorrer sobre a
diferença? Não. Trata-se de viver. Não de pensar, mas de “ser”
diferentemente.” (LEFEBVRE, 1970, apud SILVA, 2011)
• Direito de ser diferente em muitos níveis (escalas), desde o corpo e a sexualidade,
indo até as formas construídas, a espacialidade da casa, do bairro, da cidade, da
região, incluindo os movimentos nacionais de libertação, e as respostas globais às
desigualdades.
• Lefebvre incorporou a essa luta “multi-camadas” pelo direito à diferença nas
dialéticas contextualizadas de centros-periferias; concebido-vivido; material-
metafórico. Dessa associação das dialéticas de desigualdades e diferenças, ele
traçou um novo domínio, um espaço de resistência coletiva, um “terceiro” espaço
de escolha política, um local de encontro para os periféricos e marginalizados
aonde quer que estejam. Nesse outro espaço político, uma nova e radical forma de
cidadania pode ser definida e realizada. (p.35)
Manifesto Diferencialista: realizar a utopia
• “(...) é preciso ir, como diz Lefèbvre, até à diferença, já que o sistema atual visa reduzir
a diferença ao indiferente.”
• “Há várias lógicas da sociedade, é preciso revelá-las, elaborar uma estratégia da
diferença. Isto pressupõe que as revoluções devem aspirar à diferença e que devem
ser diferentes umas das outras.”
• “A realidade urbana condiciona o futuro das sociedades”. (...) “Da sociedade urbana,
porém, deverá vir o grande movimento de diferenciação, de criatividade, de liberdade
que mudará o mundo.”
• “Utopia? A palavra não mete medo ao autor, que vê na utopia o específico da crítica
progressiva, a necessária distanciação em face do real. A maior parte da sua
argumentação repousa sobre uma aposta: o poder de criatividade dos homens, a sua
imaginação. (...) De impossíveis tornados possíveis é que se foi fazendo, afinal, a
evolução progressiva da Humanidade.”
(Afonso Cautela, 1970)
A opressão da equivalência, as diferenças
Ana Cristina Arantes Nasser e Marlene Fumagalli (USP)
In: Martins, José de Souza. Henri Lefebvre e o retorno à dialética. (1996)
• No momento de crise da sociedade, nessa fase de
transição, Lefebvre coloca que “a crise não atinge ao
mesmo tempo e do mesmo modo os diferentes setores da
prática social, as diferentes sociedades” –
reconhece a desigualdade; (p.26)
• Descompasso entre crescimento econômico e
desenvolvimento social, que não deve mais ser ignorado;
• Estabelece a crítica pelas vias da diferença (diferentes vias:
filosofia, política, história, economia política, antropologia,
arte), as quais também comportam conflitos internos. “o
pensamento que apreende as contradições do mundo
moderno não escapa, ele próprio, dessas contradições.”
(p.27)
• Lefebvre propõe o direito à diferença como fonte dos
demais direitos concretos, como uma ampliação e
concretização dos direitos do homem.
Pensamento diferencialista – mundo extrafilosófico - centralidade
• O homogêneo, a particularidade, o reducionismo instauram a indiferença, a obediência, a
passividade, a conformidade, tendem a anular a diferença. Os indivíduos, grupos, povos,
encontram-se diante de um dilema: submeter-se à força da homogeneidade, “ou então recusar e
contestar o que está dado, o conhecido, para descobrir e afirmar as diferenças.” Diante do dilema
se constrói o pensamento diferencialista. (p.29)
• O pensamento diferencialista “pretende superar a oposição filosófica entre o tudo e o nada, o
mundo fechado e o mundo aberto, propondo a existência, entre eles, do “mundo das diferenças”,
que é o mundo extrafilosófico (...) ou seja, espaço da descoberta e da criação em contraposição à
paisagem conhecida e modelada .” (p.29)
• O mundo extrafilosófico é o “lugar e tempo de realização das diferenças possíveis” – período
transicional : “transição para a superação do mundo em crise, criando outra “totalidade”: a
centralidade.” (p.29-30)
• A centralidade é móvel, inclui e exclui provisoriamente outros conteúdos – a periferia – tornados
centros. (O movimento de maio de 68 deslocou o centro – a juventude se torna diferença).
Conceitos livres, em movimento, “trazem um centro momentâneo aos desejos, às preocupações
(...) os conceitos são datados, não cronologicamente, mas histórica e politicamente. Assim,
estabelece-se o conceito de diferença. (p.30)
• A diferença não é previsível, não é identificável, não é classificável, não é acidental, não se reduz
às “representações banalizadas”: não é o particular, como também não é o plural, não é a
subjetividade – essas são reduções, é o simulacro da diferença.
Diferença real – relação - sentido universal –
não-equivalente
• A diferença real nasce e se estabelece através da relação: “em relação ao que a
precede, ao antecedente, a diferença se coloca mais frequentemente como sua
negação. Ela começa por um não. Reduzida ao que a precede (origem, condição, causa)
a diferença morre. Ela só vive, essência-existência, entre as outras diferenças, no
campo diferencial...” (p.31).
• A diferença não se reduz ao restrito (tomada isoladamente), a diferença tem um
sentido universal (de relação).
• Só quando as particularidades naturais (com qualidade, que se afirmam em suas
relações contraditórias) entram em contato (se relacionam) e se confrontam,
enfrentando as várias tentativas destruidoras que atuam no econômico, no político e
no cultural (ex.: o Império Romano, a Igreja, o capitalismo), é que se transformam em
diferenças. – a diferença recebe um conteúdo (universal): nasce uma compreensão da
diferença.
• As diferenças (qualidades) que “resistem à captura dos poderes identitários e
homogeneizantes são o irredutível (...) e não sucumbem à opressão da
equivalência.”(p.32)
• “É no momento em que o não-equivalente, o desigual, o diferente é abstraído e
ocultado, que a equivalência pode realizar-se.” (p.33).
Cadeias de equivalência produzidas pelo Estado
• Le Manifeste Différentialiste + tomo III de De l`État (1977): “Estado como realidade
presente e atuante que centra a vida no mundo moderno. (...) O modo de existência
social hoje é ditado e viabilizado, portanto mediado, por essa forma política de existir
que é o Estado”. (p.32)
• Para desvendar esse modo de existir é necessário atingir a raiz, “o concreto do
fundamento social que o realiza, qual seja: o cotidiano, o mundo das equivalências*
dos signos, da reprodução.” (p.33) *(primeira cadeia de equivalência: a mercadoria)
• Cadeias de equivalência: a mercadoria, os signos, a linguagem, a lógica, a lei, o
contrato, a moral, o trabalho abstrato, o cotidiano e, no limite supremo, a morte.
• O Estado – a própria equivalência opressora – produz indivíduos reduzidos ao status de
signo e sinal (registros de nascimento, carteira de trabalho, etc) “(...) o Estado pode
gerir e dominar vidas inteiras, reduzindo-as a simulacros do cotidiano (...) no cotidiano
a complexidade das relações sociais é ocultada pelas complicações burocráticas”.
(p.34)
• A equivalência é a repetição, a reprodução, ela abafa as contradições, marca o mundo
pela unidimensionalidade das coisas e das relações, o mundo dos signos.
Apropriação das diferenças - substituição do modelo pela via –
complexificação - utopia
• As diferenças que não sucumbem à opressão da equivalência são os resíduos, que não se deixou
capturar, aprisionar em modelos. Os resíduos devem ser apropriados (apropriação das
diferenças), para desenvolverem-se e transformarem-se.
• A diferença nasce do movimento possível-impossível, o possível é a diferença que consegue
romper, transgredir e vencer o homogêneo, e cria, como capacidade diferencial, a possibilidade
de transformação da prática social.
• O mundo da diferença não é o mundo dos signos.
• Lefebvre propõe a substituição do modelo pela via do crescimento (econômico) pelo
desenvolvimento (social). É preciso opor-se aos modelos. A via não impõe, ela propõe, a via é a da
diferença.
• Lefebvre propõe “limitar o crescimento, orientando-o diferentemente (diferencialmente) segundo
os países e setores, respondendo às exigências diversificadas.”
• O projeto de Lefebvre é o de “substituir o crescimento econômico pelo desenvolvimento social,
com utopia mas sem ingenuidade. O primeiro passo para isso é deixar de confundir
desenvolvimento com crescimento, como se fossem processos sinônimos.” (p.36) Pois o
crescimento imenso e acelerado tem levado ao empobrecimento e à crise das relações sociais.
• O desenvolvimento diferencial em diferentes vias implica uma complexificação não-reduzida das
relações sociais. “Supõe criação de formas de vida social, de “valores”, de ideias, de modos de
viver, de estilos. Em uma palavra, de diferenças.” (p.37).
Conceitos antagônicos
Diferença
(direito à D, níveis de D – Soja p. 35)
Espaço diferencial
Heterogeneidade
Heterogeninação diferencial
(Soja, p.35)
Diversidade
Heterotopia
Desigualdade
Indiferença
Semelhança
Espaço abstrato
Homogeneidade
Homogeneização “repetitiva”
(associada à sociedade de consumo)
Uniformidade
Isotopia
Igualdade, Identidade
Lefebvre (2008, p. 121) aponta ainda uma possível confusão entre diferença e
segregação. A diferença é incompatível com a segregação; a diferença pressupõe
relações em uma dupla ordem espaço-temporal: próxima e distante. Já a segregação
rompe essa relação, quebra a totalidade concreta e despedaça o urbano: a segregação
complica e destrói a complexidade.
Espaço diferencial
É na possibilidade da superação das contradições no espaço e do espaço
(abstrato e homogêneo) que Lefebvre identifica a possibilidade do espaço
diferencial.
“VI, 12. – O espaço abstrato, que serve de instrumento à dominação, abafa o que tende
a nascer nele e sair dele.” “... Não tem nada de secundário ou de acidental.” “espaço
mortal, ele mata suas condições (históricas), suas próprias diferenças (internas), as
diferenças (eventuais), para impor a homegeneidade abstrata.” [papel do espaço > teoria
da alienação]
“I, 18. De modo que o espaço abstrato, em que pese sua negatividade (ou melhor, em
razão dessa negatividade), engendra um novo espaço, que terá o nome de espaço
diferencial. Por que? Porque o espaço abstrato tende para a homogeneidade, porque ele
reduz as diferenças (particularidades) existentes, e porque o espaço novo só pode nascer
(ser produzido) acentuando as diferenças. Ele reunirá o que o espaço abstrato separa: as
funções, os elementos e momentos da prática social. Ele acabará com as localizações que
rompem a unidade do corpo (individual e social), do corpo de necessidades, do corpo do
conhecimento. Ao contrário, ele discernirá o que o espaço abstrato tende a confundir,
entre outras, a reprodução social com a genitalidade, o gozo com a fecundidade
biológica, as relações sociais com as relações familiares (...) não terá nada em comum
com os espaços funcionais (...)” .
iso-topia um lugar (topos) e o que o envolve
(vizinhança, arredores imediatos), isto é, o
que faz um mesmo lugar. Se noutra parte
existe um lugar homólogo ou análogo, ele
entra na isotopia.” (LEFEBVRE 2009, P.43)
isotopias são definidas como ―lugares do
mesmo, mesmos lugares‖ ou ―as partes
comparáveis do espaço que se expressam e
se lêem (nos planos, nos percursos, nas
imagens mais ou menos elaboradas pelos
‗sujeitos‘) de modo que se possa aproximá-
las‖ como, por exemplo, ―a notável isotopia
dos espaços produzidos pelo racionalismo
de Estado: grandes linhas retas, avenidas
largas, vazios, perspectivas amplas,
ocupação do solo fazendo tabula rasa do
precedente (...)‖ (LEFEBVRE 2008, p. 117).
heterotopias são “o lugar do outro, ao
mesmo tempo excluído e imbricado” e a
diferença entre isotopia e heterotopia “só
pode ser concebida corretamente de uma
maneira dinâmica.
As heterotopias são ―o lugar do outro,
ao mesmo tempo excluído e imbricado‖ e
a diferença entre isotopia e heterotopia
―só pode ser concebida corretamente de
uma maneira dinâmica. No espaço
urbano, sempre acontece alguma coisa.
As relações mudam; as diferenças e
contrastes vão até o conflito; ou então se
atenuam, são erodidas, ou corroídas‖
(idem, p. 118).
u-topia: o não-lugar, o lugar daquilo que
não acontece e não tem lugar, o lugar do
alhures”
Isotopia, heterotopia e utopia em Lefebvre
 Heterotopia em Foucault
Conferência Des espaces autres (Outros espaços), 1967:
“A nossa época talvez seja, acima de tudo, a época do espaço. Nós vivemos
na época da simultaneidade: nós vivemos na época da justaposição, do
próximo e do longínquo, do lado-a-lado e do disperso.” É a partir de um
olhar individual que surge o lugar do outro.
Foucault apresenta a heterotopia em contraponto à utopia, que surge
primeiro, “sem um lugar real”, mas com uma relação de analogia direta e
inversa com o espaço real da sociedade: é a sociedade aperfeiçoada ou
seu inverso. Mas as utopias são espaços fundamentalmente irreais.
“Há, também, provavelmente em todas as culturas e civilizações, lugares reais, lugares
efetivos, lugares formados na própria fundação da sociedade e que são uma espécie de
contra-lugar, espécies de utopias realizadas nas quais todos os lugares reais, todos os
lugares reais dessa dada cultura são representados, contestados e invertidos. Este tipo de
lugar está fora de todos os lugares, apesar de serem efetivamente localizáveis. Estes lugares,
por serem totalmente diferentes de quaisquer outros, que eles refletem e falam, eu os
chamarei, por oposição às utopias, heterotopias. (FOUCAULT, 1984, s.p.)
Um espelho é a imagem que você vê e que não existe (uma utopia), mas é também um
heterotopia uma vez que o espelho existe na realidade.
“O espelho funciona como uma heterotopia neste momentum: transforma este lugar, o que ocupo
no momento em que me vejo no espelho, num espaço a um só tempo absolutamente real, associado
a todo o espaço que o circunda, e absolutamente irreal, uma vez que para nos apercebermos desse
espaço real, tem de se atravessar esse ponto virtual que está do lado de lá.”
Foucault usa o termo heterotopia para descrever espaços que têm mais camadas de
significação ou de relações a outros lugares e apresenta seis princípios:
1.Não há nenhuma cultura no mundo que não deixe de criar as suas heterotopias;
2.Uma sociedade, à medida que a sua história se desenvolve, pode atribuir a uma
heterotopia existente uma função diversa da original;
3.A heterotopia consegue sobrepor, num só espaço real, vários espaços, vários lugares
que por si só seriam incompatíveis;
4.As heterotopias estão ligadas a pequenos momentos, pequenas parcelas do tempo que
Foucault chama, por simetria, heterocronias.
5.As heterotopias pressupõem um sistema de abertura e encerramento que as torna
tanto herméticas como penetráveis;
6.As heterotopias têm uma função específica ligada ao espaço que sobra: criar um espaço
ilusório que espelha todos os outros espaços reais e criar um espaço outro, real, tão
perfeito, meticuloso e organizado em desconformidade com os nossos espaços
desarrumados e mal construídos.
Costa e Costa (2005) evidenciam que o novo espaço a ser produzido (o espaço
diferencial) só pode nascer por acentuar as diferenças “que emergem de um processo
de luta”. Mesmo considerando que “o conceito lefebvriano de diferença não é similar
àquele da análise pós-estruturalista” (raça, gênero, grupos e indivíduos), não parece
ser pela heterotopia que Lefebvre defende a transformação?
O próprio Foucault parece mostrar que essa opção pela heterotopia traz uma
dificuldade e uma estranheza incômoda. Em seu livro “As Palavras e as Coisas: Uma
arqueologia das ciências humanas” parece nos alertar:
“As utopias consolam: é que, se elas não têm lugar real, desabrocham, contudo, num espaço
maravilhoso e liso; abrem cidades com vastas avenidas, jardins bem plantados, regiões
fáceis, ainda que o acesso a elas seja quimérico. As heterotopias inquietam, sem dúvida
porque solapam secretamente a linguagem, porque impedem de nomear isto e aquilo,
porque fracionam os nomes comuns ou os emaranham, porque arruínam de antemão a
‘sintaxe’, e não somente aquela que constrói as frases — aquela, menos manifesta, que
autoriza ‘manter juntos’ (ao lado e em frente umas das outras) as palavras e as coisas. Eis
por que as utopias permitem as fábulas e os discursos: situam-se na linha reta da linguagem,
na dimensão fundamental da fábula; as heterotopias (encontradas tão freqüentemente em
Borges) dessecam o propósito, estancam as palavras nelas próprias, contestam, desde a raiz,
toda possibilidade de gramática; desfazem os mitos e imprimem esterilidade ao lirismo das
frases.” (FOUCAULT, 2000, p. XIII).
Referências
• AMARAL, Ma. C. Planejamento Urbano: entre a Utopia e a Heterotopia. In: Anais do XII
Simpurb. Belo Horizonte: 2011.
• CAUTELA, A. Manifesto Diferencialista: Realizar a Utopia. In: O Século Ilustrado, Lisboa,
1970. Disponível em: http://catbox.info/big-bang/gatodasletras/casulo1/lef%E8bvre.htm.
Acesso em: 08 abr 2012.
• KOFMAN, E.; LEBAS, E. Lost in transposition – time, space and the city. In: LEFEBVRE, H.
Writing on Cities. Oxford: Blackwell Publishers, 1996.
• HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Extremos: o breve século XX. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1998.
• ___________________. Tempos interessantes. Uma vida no século XX. São Paulo:
Companhia. das Letras, 2002.
• LINS, D. «Como dizer o indizível. In :Cultura e subjetivade : saberes nômades. Campinas:
Papirus, 4ª edição, 2005.
Referências
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diferença na geografia. GEOgraphia, Ano 1, No 1, 1999. pp. 41-58.
•NASSER, A.C.A.; FUMAGALLI, M. A opressão da equivalência, as diferenças. In: MARTINS, J.S.
(org.) Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.
•PETERS, M. Pós-Estruturalismo e Filosofia da Diferença. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
•SILVA, M.R. Diferença e diferencialismo: para uma crítica da homogeneização. In: Anais XII
Simpurb, Belo Horizonte, 2011. Disponível em:
http://xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/bd508905866d1c6a3e2f9d40ffc5c8e1
.pdf. Acesso em: 08 abr 2012.
•SOJA, E. W. Geografias Pós-Modernas: a reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
•SOJA, E.W. Extraordinary Voyages of Henri Lefebvre. In: SOJA, E.W. Thirdspace: Journeys to
Los Angeles and Other Real-and-Imagined Places. Oxford: Blackwell Publishers, 2000.

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  • 1. - Diferença - Henri Lefèbvre Tópicos Especiais: Espaço e Teoria Social Crítica Prof. Roberto Luís de Melo Monte-Mór Discentes: Carolina Herrmann Coelho-de-Souza Jeanne Crespo Marcelo Cintra 2012/01
  • 2. A identidade eliminou o espaço. A diferença o ressuscita. A reafirmação da diferença é a reafirmação do espaço. A identidade suprime o espaço, a diferença o restabelece. Suprimida a diferença, morre a interação. E, então, o espaço. (MOREIRA,1999, p. 48) •A “diferença” encontra na filosofia contemporânea um lugar de destaque, que corresponde a uma preocupação fortemente marcada pela experiência traumática dos fascismos, pelas desilusões do stalinismo e da guerra. (LINS, 2002: 97). •Filosofia da Diferença: França segunda metade do séc. XX + Apropriações do pensamento hegeliano, heideggariano e freudiano pelo Estruturalismo. •A filosofia da diferença vem como uma oposição ao clássico modelo do pensamento filosófico ocidental de pensar a identidade. •O tom da condenação e crítica dos pensadores da diferença relaciona-se, sobretudo, ao que na filosofia convencionou-se chamar o problema da adaequatio. Isto é, o problema da solução a dar-se à oposição sensível-inteligível, aqui incluindo-se a dialética e toda a filosofia da representação. A Filosofia da Diferença
  • 3. • O tema da diferença migra da filosofia para as ciências humanas, onde o seu entendimento se altera para tornar-se tema da alteridade, da multiculturalidade, do corpo, do gênero, da segmentação social, da etnia. • Estruturalismo: Parte da "virada lingüística" empreendida pela filosofia ocidental. A tradição da lingüística estruturalista tinha suas origens no formalismo europeu do final do século XIX, transformando-se, sob a influência combinada de Ferdinand de Saussure e de Roman Jakobson, no programa de pesquisa dominante em lingüística. O desenvolvimento teórico do estruturalismo francês durante o final dos anos 50 e durante os anos 60 levou à institucionalização de um "megaparadigma" transdisciplinar, contribuindo para integrar as chamadas "humanidades" e as ciências sociais, mas o fez sob uma forma exageradamente otimista e cientificista. Sua pretensão ao status de "megaparadigma" baseava-se na centralidade da linguagem na vida cultural e social humana, considerada como sistema semiótico ou como sistema de significação auto-reflexivo. A Filosofia da Diferença
  • 4. Por meio de Claude Lévi-Strauss, A. J. Greimas, Roland Barthes e muitos outros, o estruturalismo penetrou na antropologia, na crítica literária, na psicanálise, no marxismo, na história, na teoria estética e nos estudos da cultura popular, transformando-se em um globalizante referencial teórico para a análise semiótica e lingüística da sociedade, da economia e da cultura, vistas agora como sistemas de significação. •Pós-Estruturalismo: Resposta filosófica específica – fortemente motivada pelo trabalho de Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger – contra as pretensões científicas do estruturalismo. O pós-estruturalismo deve ser visto como um movimento que, sob a inspiração de Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e outros, buscou descentrar as "estruturas", a sistematicidade e a pretensão científica do estruturalismo, criticando a metafísica que lhe estava subjacente e estendendo-o em uma série de diferentes direções, preservando, ao mesmo tempo, os elementos centrais da crítica que o estruturalismo fazia ao sujeito humanista. Jacques Derrida, Gilles Deleuze, Jean-François Lyotard, Jacques Lacan, Louis Althusser, Jean Baudrillard, Sarah Kofman. A Filosofia da Diferença
  • 5. Jacques Derrida (1967): Différance -/- Différence Verbo “diferir” - indica tanto distinção, desigualdade quanto atrasar, postergar (este último é um temporizador, negação da atualidade o possível que é impossível). Negação da identidade e a ordem desta “não identidade”. A Filosofia da Diferença Deve haver algo em comum entre os dois movimentos do “diferir”, e utilizar-se da vogal “a” , ao mesmo tempo indica que há tal dissociação nos sentidos, quanto os referenda. A “différance” não é nem uma palavra, nem um conceito, ela é que produz as diferenças, ela é a forma de dizer o que não é. Filosofar não é enunciar uma verdade, mas mostrar como uma época, um escritor, um filósofo pensaram esta verdade. Grammatologie, 1967.
  • 6. • Gilles Deleuze (1968): A diferença está presente em todos os lugares e em todos os tempos. A diferença é trabalhada em uma perspectiva não negativa, é algo que “existe em si mesmo”, não podendo ser representada nem mediada. Ela é a própria expressão do Ser. Deleuze concebe o Ser produzindo-se na e da diferença, dizendo-se na multiplicidade. Isso retira a diferença dos liames da representação: a identidade, a oposição, a semelhança e a analogia. A Filosofia da Diferença A representação reduz a diferença porque reconhece apenas uma porção menor da diferença que é a diferença entre os corpos: as particularidades. Pior ainda, a representação produz uma confusão entre o diverso e a diferença: o diverso é o dado e a diferença aquilo que faz com que algo seja diverso.
  • 7. Maio de 1968 "Abaixo a sociedade de consumo.“ "Abaixo o realismo socialista. Viva o surrealismo.“ "A ação não deve ser uma reação, mas uma criação.“ "O agressor não é aquele que se revolta, mas aquele que reprime.“ "O álcool mata. Tomem LSD.“ "A insolência é a nova arma revolucionária.“ "A liberdade do outro estende a minha ao infinito.“ "A mercadoria é o ópio do povo." "O patrão precisa de ti, tu não precisas do patrão.“ "Professores, vocês nos fazem envelhecer." "Os sindicatos são uns bordéis.“ "Sejam realistas, exijam o impossível." "Não nos prendamos ao espetáculo da contestação, mas passemos à contestação do espetáculo. “ "O discurso é contra-revolucionário. “ "Não tomem o elevador, tomem o poder."
  • 8. Maio de 1968 O movimento de maio de 1968, na França, tornou-se ícone de uma época onde a renovação dos valores veio acompanhada pela proeminente força de uma cultura jovem. A liberação sexual, a Guerra no Vietnã, os movimentos pela ampliação dos direitos civis compunham toda a pólvora de um barril construído pela fala dos jovens estudantes da época. Mais do que iniciar algum tipo de tendência, o Maio de 68 pode ser visto como desdobramento de toda uma série de questões já propostas pela revisão dos costumes feita por lutas políticas, obras filosóficas e a euforia juvenil, tendo repercussões por todo o mundo.
  • 9. Maio de 1968 Eventos: No dia 22 de março de 1968, estudantes franceses da Universidade de Nanterre fizeram um protesto contra a divisão dos dormitórios entre homens e mulheres. Na verdade, esse simples motivo vinha arraigado de uma nova geração que reivindicava o fim de posturas conservadoras. Aproveitando do incidente, outros universitários franceses e grupos político partidários resolveram engrossar fileiras dos protestos contra os problemas vividos na França. Com a cobertura televisiva, o episódio francês ficava conhecido pelo mundo, principalmente após a invasão da Universidade de Sorbonne. Em pouco tempo, o contorno das questões que motivavam o protesto ganhavam contornos mais amplos. A partir daí a cidade de Paris transformou-se em palco de confrontos entre policiais armados e manifestantes protegidos em barricadas.
  • 10. No dia 18, os trabalhadores protagonizaram uma greve geral de proporções alarmantes. Mais de 10 milhões de trabalhadores cruzaram os braços exigindo melhores condições de trabalho. Os protestos chegaram ao ponto de levar o general de Gaulle a criar um quartel general de operações militares para obstar à insurreição, dissolver a Assembléia Nacional e marcar eleições parlamentares para 23 de Junho de 1968. Maio de 1968 Acuado pela proporção dos episódios, o presidente Charles de Gaulle se refugiou em uma base militar alemã, concedeu um abono de 35% ao salário mínimo e convocou novas eleições legislativas. Dessa forma, os trabalhadores esvaziaram os espaços de manifestação e voltaram a ocupar seus postos de trabalho, seguindo a direção da Confédération Générale du Travail, a federação sindical de esquerda, e do Partido Comunista Francês (PCF).
  • 11. Henri Lefèbvre (1970): Em seu livro “Manifesto Diferencialista”, este autor utiliza a noção de “diferença” em várias esferas e campos, conciliando tal termo à dialética, ao materialismo histórico e à prática política.
  • 12. Kofman & Lebas – Lost in Transposition • Lefebvre – escreveu o Manifesto Diferencialista (1970 - pós-68) contra a rigidez contínua da homogeneização dos sistemas políticos. As instituições promovem a homogeneização do poder, especialmente o Estado. – sentimento de crise e do período de transição para uma nova sociedade, a sociedade da diferença (pg. 25) • Para Lefebvre a diferença não é baseada na particularidade, originalidade ou individualismo; a diferença emerge da luta, do conceitual e vivido (...) Lefebvre defendeu a sua relevância para os direitos associados a diferença (pg.26). • A teoria da diferença implica num aumento da complexidade do mundo e da sociedade. O seu oposto, a redução, aparece como uma estratégia e um instrumento ideológico do poder que procura dominar. • A diferença é um modo de ligar o que está perto e longe, aqui e ali, o real e o utópico, o possível e o impossível. Este é o motivo pelo qual devemos lutar contra uma sociedade da “indiferença”, não só produzindo discursos mas também pela maneira que nós vivemos “diferencialmente”. Este é o significado da sociedade urbana (pg. 27).
  • 13. Kofman & Lebas – Lost in Transposition • O direito à cidade - O direito à diferença - O direito à informação • O direito dos cidadão - O direito de uso do centro (1991) (pg. 34). • O sentido de différance usado por Lefebvre está na relação diferencial que se estabelece com os demais, é uma resistência a qualquer forma de redução ou reintegração do “outro” num sistema de “iguais”. Trata-se de um mundo em que as diferenças são justapostas e coexistem em redes não-estáveis, que não podem ser mediadas ou sintetizadas. (p.50). • O pensamento diferencialista é contra a imposição do pensamento homogeneizador e indiferenciado (pg. 51). E. Soja – Geografias pós-modernas • No pensamento de Lefebvre sobre a luta pelo direito à cidade, a revolução urbana, “havia uma exploração do ‘repetitivo versus o diferencial’, uma exploração dos efeitos homogeneizantes do capitalismo, de sua capacidade de encobrir as diferenças, ou do que os estudiosos críticos mais contemporâneos chamariam différance.” (pg. 64-65).
  • 14. E. Soja – Extraordinary Voyages of Henri Lefebvre • Lefebvre foi um dos primeiros a teorizar a diferença e a alteridade em termos espaciais. Para Lefebvre a diferença está contextualizada nas práticas sociais e políticas, associada à produção social do espaço. • Manifesto Diferencialista = oposição entre o heterogêneo (diferencial) e o homogênio (repetitivo) + conectou essa relação com a vida cotidiana, a sociedade de consumo, ao poder do Estado. • Direito à Cidade + direito à diferença - contra as crescentes forças da homogeneização, fragmentação e do poder hierarquicamente organizado. (p.34)
  • 15. E. Soja – Extraordinary Voyages of Henri Lefebvre “O Manifesto Diferencialista”(1970) • “O diferencialismo não é um sistema. Trata-se de discorrer sobre a diferença? Não. Trata-se de viver. Não de pensar, mas de “ser” diferentemente.” (LEFEBVRE, 1970, apud SILVA, 2011) • Direito de ser diferente em muitos níveis (escalas), desde o corpo e a sexualidade, indo até as formas construídas, a espacialidade da casa, do bairro, da cidade, da região, incluindo os movimentos nacionais de libertação, e as respostas globais às desigualdades. • Lefebvre incorporou a essa luta “multi-camadas” pelo direito à diferença nas dialéticas contextualizadas de centros-periferias; concebido-vivido; material- metafórico. Dessa associação das dialéticas de desigualdades e diferenças, ele traçou um novo domínio, um espaço de resistência coletiva, um “terceiro” espaço de escolha política, um local de encontro para os periféricos e marginalizados aonde quer que estejam. Nesse outro espaço político, uma nova e radical forma de cidadania pode ser definida e realizada. (p.35)
  • 16. Manifesto Diferencialista: realizar a utopia • “(...) é preciso ir, como diz Lefèbvre, até à diferença, já que o sistema atual visa reduzir a diferença ao indiferente.” • “Há várias lógicas da sociedade, é preciso revelá-las, elaborar uma estratégia da diferença. Isto pressupõe que as revoluções devem aspirar à diferença e que devem ser diferentes umas das outras.” • “A realidade urbana condiciona o futuro das sociedades”. (...) “Da sociedade urbana, porém, deverá vir o grande movimento de diferenciação, de criatividade, de liberdade que mudará o mundo.” • “Utopia? A palavra não mete medo ao autor, que vê na utopia o específico da crítica progressiva, a necessária distanciação em face do real. A maior parte da sua argumentação repousa sobre uma aposta: o poder de criatividade dos homens, a sua imaginação. (...) De impossíveis tornados possíveis é que se foi fazendo, afinal, a evolução progressiva da Humanidade.” (Afonso Cautela, 1970)
  • 17. A opressão da equivalência, as diferenças Ana Cristina Arantes Nasser e Marlene Fumagalli (USP) In: Martins, José de Souza. Henri Lefebvre e o retorno à dialética. (1996) • No momento de crise da sociedade, nessa fase de transição, Lefebvre coloca que “a crise não atinge ao mesmo tempo e do mesmo modo os diferentes setores da prática social, as diferentes sociedades” – reconhece a desigualdade; (p.26) • Descompasso entre crescimento econômico e desenvolvimento social, que não deve mais ser ignorado; • Estabelece a crítica pelas vias da diferença (diferentes vias: filosofia, política, história, economia política, antropologia, arte), as quais também comportam conflitos internos. “o pensamento que apreende as contradições do mundo moderno não escapa, ele próprio, dessas contradições.” (p.27) • Lefebvre propõe o direito à diferença como fonte dos demais direitos concretos, como uma ampliação e concretização dos direitos do homem.
  • 18. Pensamento diferencialista – mundo extrafilosófico - centralidade • O homogêneo, a particularidade, o reducionismo instauram a indiferença, a obediência, a passividade, a conformidade, tendem a anular a diferença. Os indivíduos, grupos, povos, encontram-se diante de um dilema: submeter-se à força da homogeneidade, “ou então recusar e contestar o que está dado, o conhecido, para descobrir e afirmar as diferenças.” Diante do dilema se constrói o pensamento diferencialista. (p.29) • O pensamento diferencialista “pretende superar a oposição filosófica entre o tudo e o nada, o mundo fechado e o mundo aberto, propondo a existência, entre eles, do “mundo das diferenças”, que é o mundo extrafilosófico (...) ou seja, espaço da descoberta e da criação em contraposição à paisagem conhecida e modelada .” (p.29) • O mundo extrafilosófico é o “lugar e tempo de realização das diferenças possíveis” – período transicional : “transição para a superação do mundo em crise, criando outra “totalidade”: a centralidade.” (p.29-30) • A centralidade é móvel, inclui e exclui provisoriamente outros conteúdos – a periferia – tornados centros. (O movimento de maio de 68 deslocou o centro – a juventude se torna diferença). Conceitos livres, em movimento, “trazem um centro momentâneo aos desejos, às preocupações (...) os conceitos são datados, não cronologicamente, mas histórica e politicamente. Assim, estabelece-se o conceito de diferença. (p.30) • A diferença não é previsível, não é identificável, não é classificável, não é acidental, não se reduz às “representações banalizadas”: não é o particular, como também não é o plural, não é a subjetividade – essas são reduções, é o simulacro da diferença.
  • 19. Diferença real – relação - sentido universal – não-equivalente • A diferença real nasce e se estabelece através da relação: “em relação ao que a precede, ao antecedente, a diferença se coloca mais frequentemente como sua negação. Ela começa por um não. Reduzida ao que a precede (origem, condição, causa) a diferença morre. Ela só vive, essência-existência, entre as outras diferenças, no campo diferencial...” (p.31). • A diferença não se reduz ao restrito (tomada isoladamente), a diferença tem um sentido universal (de relação). • Só quando as particularidades naturais (com qualidade, que se afirmam em suas relações contraditórias) entram em contato (se relacionam) e se confrontam, enfrentando as várias tentativas destruidoras que atuam no econômico, no político e no cultural (ex.: o Império Romano, a Igreja, o capitalismo), é que se transformam em diferenças. – a diferença recebe um conteúdo (universal): nasce uma compreensão da diferença. • As diferenças (qualidades) que “resistem à captura dos poderes identitários e homogeneizantes são o irredutível (...) e não sucumbem à opressão da equivalência.”(p.32) • “É no momento em que o não-equivalente, o desigual, o diferente é abstraído e ocultado, que a equivalência pode realizar-se.” (p.33).
  • 20. Cadeias de equivalência produzidas pelo Estado • Le Manifeste Différentialiste + tomo III de De l`État (1977): “Estado como realidade presente e atuante que centra a vida no mundo moderno. (...) O modo de existência social hoje é ditado e viabilizado, portanto mediado, por essa forma política de existir que é o Estado”. (p.32) • Para desvendar esse modo de existir é necessário atingir a raiz, “o concreto do fundamento social que o realiza, qual seja: o cotidiano, o mundo das equivalências* dos signos, da reprodução.” (p.33) *(primeira cadeia de equivalência: a mercadoria) • Cadeias de equivalência: a mercadoria, os signos, a linguagem, a lógica, a lei, o contrato, a moral, o trabalho abstrato, o cotidiano e, no limite supremo, a morte. • O Estado – a própria equivalência opressora – produz indivíduos reduzidos ao status de signo e sinal (registros de nascimento, carteira de trabalho, etc) “(...) o Estado pode gerir e dominar vidas inteiras, reduzindo-as a simulacros do cotidiano (...) no cotidiano a complexidade das relações sociais é ocultada pelas complicações burocráticas”. (p.34) • A equivalência é a repetição, a reprodução, ela abafa as contradições, marca o mundo pela unidimensionalidade das coisas e das relações, o mundo dos signos.
  • 21. Apropriação das diferenças - substituição do modelo pela via – complexificação - utopia • As diferenças que não sucumbem à opressão da equivalência são os resíduos, que não se deixou capturar, aprisionar em modelos. Os resíduos devem ser apropriados (apropriação das diferenças), para desenvolverem-se e transformarem-se. • A diferença nasce do movimento possível-impossível, o possível é a diferença que consegue romper, transgredir e vencer o homogêneo, e cria, como capacidade diferencial, a possibilidade de transformação da prática social. • O mundo da diferença não é o mundo dos signos. • Lefebvre propõe a substituição do modelo pela via do crescimento (econômico) pelo desenvolvimento (social). É preciso opor-se aos modelos. A via não impõe, ela propõe, a via é a da diferença. • Lefebvre propõe “limitar o crescimento, orientando-o diferentemente (diferencialmente) segundo os países e setores, respondendo às exigências diversificadas.” • O projeto de Lefebvre é o de “substituir o crescimento econômico pelo desenvolvimento social, com utopia mas sem ingenuidade. O primeiro passo para isso é deixar de confundir desenvolvimento com crescimento, como se fossem processos sinônimos.” (p.36) Pois o crescimento imenso e acelerado tem levado ao empobrecimento e à crise das relações sociais. • O desenvolvimento diferencial em diferentes vias implica uma complexificação não-reduzida das relações sociais. “Supõe criação de formas de vida social, de “valores”, de ideias, de modos de viver, de estilos. Em uma palavra, de diferenças.” (p.37).
  • 22. Conceitos antagônicos Diferença (direito à D, níveis de D – Soja p. 35) Espaço diferencial Heterogeneidade Heterogeninação diferencial (Soja, p.35) Diversidade Heterotopia Desigualdade Indiferença Semelhança Espaço abstrato Homogeneidade Homogeneização “repetitiva” (associada à sociedade de consumo) Uniformidade Isotopia Igualdade, Identidade Lefebvre (2008, p. 121) aponta ainda uma possível confusão entre diferença e segregação. A diferença é incompatível com a segregação; a diferença pressupõe relações em uma dupla ordem espaço-temporal: próxima e distante. Já a segregação rompe essa relação, quebra a totalidade concreta e despedaça o urbano: a segregação complica e destrói a complexidade.
  • 23. Espaço diferencial É na possibilidade da superação das contradições no espaço e do espaço (abstrato e homogêneo) que Lefebvre identifica a possibilidade do espaço diferencial. “VI, 12. – O espaço abstrato, que serve de instrumento à dominação, abafa o que tende a nascer nele e sair dele.” “... Não tem nada de secundário ou de acidental.” “espaço mortal, ele mata suas condições (históricas), suas próprias diferenças (internas), as diferenças (eventuais), para impor a homegeneidade abstrata.” [papel do espaço > teoria da alienação] “I, 18. De modo que o espaço abstrato, em que pese sua negatividade (ou melhor, em razão dessa negatividade), engendra um novo espaço, que terá o nome de espaço diferencial. Por que? Porque o espaço abstrato tende para a homogeneidade, porque ele reduz as diferenças (particularidades) existentes, e porque o espaço novo só pode nascer (ser produzido) acentuando as diferenças. Ele reunirá o que o espaço abstrato separa: as funções, os elementos e momentos da prática social. Ele acabará com as localizações que rompem a unidade do corpo (individual e social), do corpo de necessidades, do corpo do conhecimento. Ao contrário, ele discernirá o que o espaço abstrato tende a confundir, entre outras, a reprodução social com a genitalidade, o gozo com a fecundidade biológica, as relações sociais com as relações familiares (...) não terá nada em comum com os espaços funcionais (...)” .
  • 24. iso-topia um lugar (topos) e o que o envolve (vizinhança, arredores imediatos), isto é, o que faz um mesmo lugar. Se noutra parte existe um lugar homólogo ou análogo, ele entra na isotopia.” (LEFEBVRE 2009, P.43) isotopias são definidas como ―lugares do mesmo, mesmos lugares‖ ou ―as partes comparáveis do espaço que se expressam e se lêem (nos planos, nos percursos, nas imagens mais ou menos elaboradas pelos ‗sujeitos‘) de modo que se possa aproximá- las‖ como, por exemplo, ―a notável isotopia dos espaços produzidos pelo racionalismo de Estado: grandes linhas retas, avenidas largas, vazios, perspectivas amplas, ocupação do solo fazendo tabula rasa do precedente (...)‖ (LEFEBVRE 2008, p. 117). heterotopias são “o lugar do outro, ao mesmo tempo excluído e imbricado” e a diferença entre isotopia e heterotopia “só pode ser concebida corretamente de uma maneira dinâmica. As heterotopias são ―o lugar do outro, ao mesmo tempo excluído e imbricado‖ e a diferença entre isotopia e heterotopia ―só pode ser concebida corretamente de uma maneira dinâmica. No espaço urbano, sempre acontece alguma coisa. As relações mudam; as diferenças e contrastes vão até o conflito; ou então se atenuam, são erodidas, ou corroídas‖ (idem, p. 118). u-topia: o não-lugar, o lugar daquilo que não acontece e não tem lugar, o lugar do alhures” Isotopia, heterotopia e utopia em Lefebvre
  • 25.  Heterotopia em Foucault Conferência Des espaces autres (Outros espaços), 1967: “A nossa época talvez seja, acima de tudo, a época do espaço. Nós vivemos na época da simultaneidade: nós vivemos na época da justaposição, do próximo e do longínquo, do lado-a-lado e do disperso.” É a partir de um olhar individual que surge o lugar do outro. Foucault apresenta a heterotopia em contraponto à utopia, que surge primeiro, “sem um lugar real”, mas com uma relação de analogia direta e inversa com o espaço real da sociedade: é a sociedade aperfeiçoada ou seu inverso. Mas as utopias são espaços fundamentalmente irreais. “Há, também, provavelmente em todas as culturas e civilizações, lugares reais, lugares efetivos, lugares formados na própria fundação da sociedade e que são uma espécie de contra-lugar, espécies de utopias realizadas nas quais todos os lugares reais, todos os lugares reais dessa dada cultura são representados, contestados e invertidos. Este tipo de lugar está fora de todos os lugares, apesar de serem efetivamente localizáveis. Estes lugares, por serem totalmente diferentes de quaisquer outros, que eles refletem e falam, eu os chamarei, por oposição às utopias, heterotopias. (FOUCAULT, 1984, s.p.)
  • 26. Um espelho é a imagem que você vê e que não existe (uma utopia), mas é também um heterotopia uma vez que o espelho existe na realidade. “O espelho funciona como uma heterotopia neste momentum: transforma este lugar, o que ocupo no momento em que me vejo no espelho, num espaço a um só tempo absolutamente real, associado a todo o espaço que o circunda, e absolutamente irreal, uma vez que para nos apercebermos desse espaço real, tem de se atravessar esse ponto virtual que está do lado de lá.” Foucault usa o termo heterotopia para descrever espaços que têm mais camadas de significação ou de relações a outros lugares e apresenta seis princípios: 1.Não há nenhuma cultura no mundo que não deixe de criar as suas heterotopias; 2.Uma sociedade, à medida que a sua história se desenvolve, pode atribuir a uma heterotopia existente uma função diversa da original; 3.A heterotopia consegue sobrepor, num só espaço real, vários espaços, vários lugares que por si só seriam incompatíveis; 4.As heterotopias estão ligadas a pequenos momentos, pequenas parcelas do tempo que Foucault chama, por simetria, heterocronias. 5.As heterotopias pressupõem um sistema de abertura e encerramento que as torna tanto herméticas como penetráveis; 6.As heterotopias têm uma função específica ligada ao espaço que sobra: criar um espaço ilusório que espelha todos os outros espaços reais e criar um espaço outro, real, tão perfeito, meticuloso e organizado em desconformidade com os nossos espaços desarrumados e mal construídos.
  • 27. Costa e Costa (2005) evidenciam que o novo espaço a ser produzido (o espaço diferencial) só pode nascer por acentuar as diferenças “que emergem de um processo de luta”. Mesmo considerando que “o conceito lefebvriano de diferença não é similar àquele da análise pós-estruturalista” (raça, gênero, grupos e indivíduos), não parece ser pela heterotopia que Lefebvre defende a transformação? O próprio Foucault parece mostrar que essa opção pela heterotopia traz uma dificuldade e uma estranheza incômoda. Em seu livro “As Palavras e as Coisas: Uma arqueologia das ciências humanas” parece nos alertar: “As utopias consolam: é que, se elas não têm lugar real, desabrocham, contudo, num espaço maravilhoso e liso; abrem cidades com vastas avenidas, jardins bem plantados, regiões fáceis, ainda que o acesso a elas seja quimérico. As heterotopias inquietam, sem dúvida porque solapam secretamente a linguagem, porque impedem de nomear isto e aquilo, porque fracionam os nomes comuns ou os emaranham, porque arruínam de antemão a ‘sintaxe’, e não somente aquela que constrói as frases — aquela, menos manifesta, que autoriza ‘manter juntos’ (ao lado e em frente umas das outras) as palavras e as coisas. Eis por que as utopias permitem as fábulas e os discursos: situam-se na linha reta da linguagem, na dimensão fundamental da fábula; as heterotopias (encontradas tão freqüentemente em Borges) dessecam o propósito, estancam as palavras nelas próprias, contestam, desde a raiz, toda possibilidade de gramática; desfazem os mitos e imprimem esterilidade ao lirismo das frases.” (FOUCAULT, 2000, p. XIII).
  • 28. Referências • AMARAL, Ma. C. Planejamento Urbano: entre a Utopia e a Heterotopia. In: Anais do XII Simpurb. Belo Horizonte: 2011. • CAUTELA, A. Manifesto Diferencialista: Realizar a Utopia. In: O Século Ilustrado, Lisboa, 1970. Disponível em: http://catbox.info/big-bang/gatodasletras/casulo1/lef%E8bvre.htm. Acesso em: 08 abr 2012. • KOFMAN, E.; LEBAS, E. Lost in transposition – time, space and the city. In: LEFEBVRE, H. Writing on Cities. Oxford: Blackwell Publishers, 1996. • HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Extremos: o breve século XX. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1998. • ___________________. Tempos interessantes. Uma vida no século XX. São Paulo: Companhia. das Letras, 2002. • LINS, D. «Como dizer o indizível. In :Cultura e subjetivade : saberes nômades. Campinas: Papirus, 4ª edição, 2005.
  • 29. Referências •MOREIRA, R. A DIFERENÇA E A GEOGRAFIA. O ardil da identidade e a representação da diferença na geografia. GEOgraphia, Ano 1, No 1, 1999. pp. 41-58. •NASSER, A.C.A.; FUMAGALLI, M. A opressão da equivalência, as diferenças. In: MARTINS, J.S. (org.) Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São Paulo: Editora Hucitec, 1996. •PETERS, M. Pós-Estruturalismo e Filosofia da Diferença. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. •SILVA, M.R. Diferença e diferencialismo: para uma crítica da homogeneização. In: Anais XII Simpurb, Belo Horizonte, 2011. Disponível em: http://xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/bd508905866d1c6a3e2f9d40ffc5c8e1 .pdf. Acesso em: 08 abr 2012. •SOJA, E. W. Geografias Pós-Modernas: a reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. •SOJA, E.W. Extraordinary Voyages of Henri Lefebvre. In: SOJA, E.W. Thirdspace: Journeys to Los Angeles and Other Real-and-Imagined Places. Oxford: Blackwell Publishers, 2000.