Gêneros argumentativos no ENEM

Gêneros argumentativos no ENEM
Manoel Neves

BRASIL. Ministério da Saúde. Revista nordeste, João Pessoa, ano 3, n. 35, maio/jun. 2009.

QUESTÃO 01
gêneros argumentativos no ENEM
(ENEM-2009) O texto exempliﬁca um gênero textual híbrido entre carta e
publicidade oﬁcial. Em seu conteúdo, é possível perceber aspectos relacionados a
gêneros digitais. Considerando-se a função social das informações geradas nos
sistemas de comunicação e informação presentes no texto, infere-se que
a) a uXlização do termo download indica restrição de leitura de informações a
respeito de formas de combate à dengue.
b) a diversidade dos sistemas de comunicação empregados e mencionados reduz a
possibilidade de acesso às informações a respeito do combate à dengue.
c) a uXlização do material disponibilizado para download no site
www.combatadengue.com.br restringe-se ao receptor da publicidade.
d) a necessidade de aXngir públicos disXntos se revela por meio da estratégia de
disponibilização de informações empregada pelo emissor.
e) a uXlização desse gênero textual compreende, no próprio texto, o
detalhamento de informações a respeito de formas de combate à dengue.

SOLUÇÃO COMENTADA
Apesar de o leitor virtual do texto produzido pelo Ministério da Saúde serem os
prefeitos, o portador [Revista nordeste] permite que ele circule entre outros
setores da sociedade. Ademais, sua estrutura lembra a de uma carta aberta, texto
cujo objeXvo discursivo é dar a conhecer a um público mais abrangente
determinada informação. Ao publicar o texto dirigido aos prefeitos em uma
revista de circulação ampla, o locutor acaba por revelar sua intenção de que o
texto ganhe uma maior abrangência de leitores. Assinale-se, pois, a alternaXva
“d”.

CARTA ABERTA
definição
carta que se dirige publicamente a alguém por intermédio de órgãos da imprensa
intencionalidade
cobrar providências acerca de algum problema
estrutura
atulo, introdução, desenvolvimento, conclusão, despedida, assinatura, local e data
tipos textuais
exposiXvo, argumentaXvo e injunXvo
suporte
rádio, jornal, revista e internet

Disponível em hdp://www.heliorubiales.zip.net

QUESTÃO 02
(ENEM-2009) Observe a charge, que saXriza o comportamento dos parXcipantes
de uma entrevista coleXva por causa do que fazem, do que falam e do ambiente
em que se encontram. Considerando-se os elementos da charge, conclui-se que
ela
a) defende, em teoria, o desmatamento.
b) valoriza a transparência pública.
c) destaca a atuação dos ambientalistas.
d) ironiza o comportamento da imprensa.
e) criXca a ineﬁcácia das políXcas.

SOLUÇÃO COMENTADA
Se se considerar que o local onde os políXcos estão divulgando que vão combater
o desmatamento é uma área que está totalmente desmatada, percebe-se que a
intenção do locutor é apontar o descompasso entre o discurso [dos políXcos] e a
realidade. Assinale-se, pois, a alternaXva “e”, na medida em que se depreende da
leitura da charge que quando os políXcos partem para a ação já é tarde demais.

Disponível em: hdp://www.wordinfo.info. Acesso em: 27 abr. 2010.

QUESTÃO 03
(ENEM-2011) O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relaXva
à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto
apresentado, veriﬁca-se que o impacto tecnológico pode ocasionar
a) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico.
b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua
realidade.
c) a problemáXca social de grande exclusão digital a parXr da interferência da
máquina.
d) a invenção de equipamentos que diﬁcultam o trabalho do homem, em sua
esfera social.
e) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas
como lança, máquina e computador.

SOLUÇÃO COMENTADA
Na charge, o abandono das ferramentas e a atenção totalmente voltada para o
computador sinaliza para uma dependência. Sendo assim, a alternaXva mais viável
é a letra "a".

Disponível em: www.humortadela.com.br. Acesso em: 20 set. 2011.

QUESTÃO 04
(ENEM-2012) Conflitos na interação ajudam a promover o efeito de humor. No
cartum, o recurso empregado para promover o efeito é a
a) intertextualidade, sugerida pelos traços idenXficadores do homem urbano e do
homem rural.
b) ambiguidade, produzida pela interpretação da fala do locutor a parXr da
variedade do interlocutor.
c) conotação, atribuidora de senXdos figurados a palavras relaXvas às ações e aos
seres.
d) negação enfáXca, elaborada para reforçar o lamento do interlocutor pela perda
da estrada.
e) pergunta retórica, usada pelo motorista para estabelecer interação com o
homem do campo.

SOLUÇÃO COMENTADA
A ambiguidade é o elemento responsável pela produção de humor no cartum em
análise. Marque-se, pois, a letra “b”.

Disponível em: hdp://www.ivancabral.com. Aesso em: 27 fev. 2012.

QUESTÃO 05
(ENEM-2012) O efeito de senXdo da charge é provocado pela combinação de
informações visuais e recursos linguísXcos. No contexto da ilustração, a frase
proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múlXplos senXdos da expressão rede para transmiXr a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo signiﬁcado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a parXr do advérbio de lugar, o espaço da população
pobre e o espaço da população rica.
d) personiﬁcação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia par comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira
de descanso da família.

SOLUÇÃO COMENTADA
Na expressão “rede social”, nota-se a presença de ambiguidade. No contexto da
disseminação das tecnologias da informação e da comunicação, tal termo se
refere a internet; na charge dada, entretanto, o referente é uma rede 5sica [usada
para dormir], que é chamada de social, porque é comparXlhada pelo pai, pela mãe
e pelas crianças. A alternaXva que mais se aproxima do efeito referido é a letra
“a”.

CABRAL, I. Disponível em: hdp://ivancabral.blogspot.com. Acesso em: 26 jul. 2010.

QUESTÃO 06
(ENEM-2013) A cada verão, o Aedes aegyp9, mosquito transmissor da dengue,
traz preocupação para os brasileiros. A charge retrata essa situação a que o país
está submeXdo. Considerando os objeXvos da charge, sua posição críXca se dá na
medida em que
a) compara o mosquito a um esporXsta.
b) enfaXza o poder de resistência do inseto.
c) elege o mosquito como o vilão da saúde.
d) atribui caracterísXcas humanas ao mosquito.
e) ignora a gravidade da questão por meio do humor.

SOLUÇÃO COMENTADA
O recurso visual empregado na charge para sugerir o posicionamento do
enunciador acerca da dengue é o destaque para a força [msica] do mosquito, que é
capaz de resisXr a um peso bastante superior ao seu. Entrevê-se que a dengue
está forte. Marque-se, pois, a letra “b”.

NASA DIVULGA PRIMEIRA FOTO FEITA PELO ROBÔ OPPORTUNITY NO SOLO DE MARTE. VEJA!
Disponível em: hdp://willXrando.com.br. acesso em: 07 nov. 2013. Adaptado.

QUESTÃO 07
Opportunity é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a
missão de enviar informações à Terra. A charge apresenta uma críXca
a) ao gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas.
b) à exploração indiscriminada de outros planetas.
c) à circulação digital excessiva de autorretratos.
d) à vulgarização das descobertas espaciais.
e) à mecanização das aXvidades humanas.

SOLUÇÃO COMENTADA
A charge é um gênero textual que costuma circular em jornais, revistas e até
mesmo na internet. Normalmente é composta por uma imagem caricatural e pode
ou não apresentar elementos verbais.
O que a disXngue de outros gêneros que misturam linguagem verbal e não verbal
e que pertencem ao domínio discursivo jornalísXco, tais como Xrinha e história e
quadrinhos, são dois elementos: a presença de caricatura e a intencionalidade
críXca.
Na charge em análise, a situação caricatural consiste no fato de, antes de começar
a tarefa para a qual foi designado, o robô Xra uma selﬁe, ou seja, faz um
autorretrato. Marque-se, pois, a letra “c”.

GALHARDO, Caco. 2001. Disponível em: hdp://solinguagem.blogspot.com.br. Acesso em: 7 dez. 2012.

QUESTÃO 08
A charge é um gênero textual que tem por ﬁnalidade saXrizar ou criXcar, por meio
de uma caricatura, algum fato atual. Assumindo um posicionamento críXco, essa
charge retrata
a) o caráter agregador do entretenimento televisivo.
b) o desinteresse do telespectador pela programação oferecida.
c) o contentamento de uma família com seus bens de consumo.
d) a qualidade dos programas televisivos que são oferecidos à população.
e) a intolerância das pessoas frente à mercanXlização da televisão.

SOLUÇÃO COMENTADA
A charge em análise apresenta uma família em frente a uma lata de lixo.
As três personagens que estão sentados na poltrona parecem estar hipnoXzados/
besXalizados pelo que veem. Tal leitura é corroborada pelo fato de os olhos delas
estarem vidrados e de elas estarem com a língua para fora.
Ao colocar a lata de lixo conectada na rede elétrica, próxima a um sofá, o autor
construiu uma analogia que visa a criXcar a qualidade da programação televisiva.
Da leitura do enunciado da questão em análise depreende-se que ela trata apenas
da analogia referida anteriormente. Sendo assim, deve-se assinalar a letra “d”.

CABRAL, I. Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 30 jul. 2012.

QUESTÃO 09
(ENEM-2015) A palavra inglesa “involuXon” traduz-se como involução ou
regressão. A construção da imagem com base na combinação do verbal com o não
verbal revela a intenção de
a) denunciar o retrocesso da humanidade.
b) criXcar o consumo de bebida alcoólica pelos humanos.
c) saXrizar a caracterização dos humanos como primatas.
d) elogiar a teoria da evolução humana pela seleção natural.
e) fazer um trocadilho com as palavras inovação e involução.

SOLUÇÃO COMENTADA
No cartum em análise, há duas sugestões feitas por intermédio de elementos não
verbais: na primeira delas, associa-se a evolução humana ao uso de ferramentas;
de modo análogo, a involução aparece associada ao uso de bebidas alcoólicas.
Deve-se, portanto, assinalar a alternaXva “b”.

CHARGE
definição
ilustração com traços carregados [caricaturais] que pode ser acompanhada de texto verbal
intencionalidade
criXcar, por intermédio da caricatura, evento próximo ao momento de sua produção
estrutura
um só quadrinho; caricatura; linguagem verbal [nem sempre aparece]; intertextualidade;
tipos textuais
intencionalidade argumentaXva [com traços injunXvos]
suporte
jornal, revista, internet, entre outros

Em Touro indomável, que a cinemateca lança nesta semana nos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm dos demônios de
La Moda – que ﬁzeram dele tanto um astro no ringue como um homem fadado à
destruição. Dirigida como um senso verXginoso do desXno de seu personagem,
essa obra-prima de MarXn Scorcese é daqueles ﬁlmes que falam à perfeição de
seu tema (o boxe) para então transcendê-lo e tratar do que importa: aquilo que
faz dos seres humanos apenas isso mesmo, humanos e tremendamente
imperfeitos.
Revista Veja, 18 fev. 2009 (adaptado).

QUESTÃO 10
(ENEM-2009) Ao escolher este gênero textual, o produtor do texto objeXvou
a) construir uma apreciação irônica do filme.
b) evidenciar argumentos contrários ao filme de Scorcese.
c) elaborar uma narraXva com descrição de Xpos literários.
d) apresentar ao leitor um painel da obra e se posicionar criXcamente.
e) afirmar que o filme transcende o seu objeXvo inicial e, por isso, perde sua
qualidade.

SOLUÇÃO COMENTADA
O texto transcrito nesta questão visa a apresentar resumida e criXcamente o ﬁlme
Touro indomável. Trata-se de uma resenha que objeXva despertar a atenção do
leitor para que ele compre o ﬁlme. Isso pode ser percebido, por exemplo, no uso
do modalizador obra-prima para se referir à obra em análise. Marque-se, pois, a
alternaXva “d”.

Autor de “A geração superficial” analisa a influência da tecnologia na mente
PARA CARR, INTERNET ATUA NO COMÉRCIO DA DISTRAÇÃO
O jornalista americano Nicholas Carr acredita que a internet não esXmula a
inteligência de ninguém. O autor explica descobertas cienaficas sobre o
funcionamento do cérebro humano e teoriza sobre a influência da internet em
nossa forma de pensar.
Mais: Carr afirma que há empresas obtendo lucro com a recente fragilidade de
nossa atenção. “Quanto mais tempo passamos on-line e quanto mais rápido
passamos de uma informação para a outra, mais dinheiro as empresas de internet
fazem”, avalia.
“Essas empresas estão no comércio da distração e são experts em nos manter
cada vez mais famintos por informação fragmentada em partes pequenas. É claro
que elas têm interesse em nos esXmular e Xrar vantagem da nossa compulsão por
tecnologia.”
ROXO, E. Folha de S. Paulo. 18 fev. 2012. Adaptado

QUESTÃO 11
(ENEM-2013) A críXca do jornalista norte-americano que jusXfica o atulo do texto
é a de que a internet
a) mantém os usuários cada vez menos preocupados com a qualidade da
informação.
b) torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de fragmentar a atenção de
seus usuários.
c) desesXmula a inteligência, de acordo com descobertas cienaficas sobre o
cérebro.
d) influencia nossa forma de pensar com a superficialidade dos meios eletrônicos.
e) garante a empresas a obtenção de mais lucro com a recente fragilidade de
nossa atenção.

SOLUÇÃO COMENTADA
A questão requer do leitor a conexão entre o atulo e o texto. Nos distratares
foram fornecidos fragmentos do texto. Dentre eles, o que consegue resumir a tese
defendida no atulo é o da alternaXva “e”: “comércio” retoma “lucro” e
“distração”, “fragilidade de nossa atenção”.

O livro A fórmula secreta conta a história de um episódio fundamental para o
nascimento da matemáXca moderna e retrata uma das disputas mais virulentas da
ciência renascenXsta. Fórmulas misteriosas, duelos públicos, traições, genialidade,
ambição — e matemáXca! Esse é o insXgante universo apresentado no livro, que
resgata a história dos italianos Tartaglia e Cardano e da fórmula revolucionária
para resolução de equações de terceiro grau. A obra reconsXtui um episódio do
período moderno da matemáXca.
Em úlXma análise, A fórmula secreta apresenta-se como uma óXma opção para
conhecer um pouco mais sobre a história da matemáXca e acompanhar um dos
debates cienaﬁcos mais inﬂamados do século XVI no campo. Mais do que isso, é
uma obra de fácil leitura e uma boa mostra de que é possível abordar temas como
álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao grande público.
GARCIA, M. Duelos, segredos e matemáTca. Disponível em: hdp://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 6 out. 2015. Adaptado.

QUESTÃO 12
(ENEM-2016) Na construção textual, o autor realiza escolhas para cumprir
determinados objeXvos. Nesse senXdo, a função social desse texto é
a) interpretar a obra a parXr de elementos da narraXva.
b) apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo impessoal.
c) fazer a apreciação críXca de uma obra a parXr de uma síntese críXca.
d) informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos na obra.
e) classiﬁcar a obra como uma referência para estudiosos da matemáXca.

SOLUÇÃO COMENTADA
O texto em questão visa a apresentar sucintamente a obra e a fazer uma
apreciação críXca acerca do conteúdo veiculado no livro. Trata-se de uma resenha
críXca. Posto isso, deve-se assinalar a alternaXva “c”.

RESENHA [JORNALÍSTICA]
definição
resumo de texto de extensão maior que a sinopse
intencionalidade
fazer análise críXca de uma obra ou ainda uma sinopse geral do que ocorreu num período/texto
estrutura
variada
tipos textuais
sequências exposiXvas, narraXvas e argumentaXvas; intencionalidade argumentaXva e injunXva
suporte
jornal, revista, internet, entre outros

Concordo plenamente com o arXgo “Revolucione a sala de aula”. É preciso que
valorizemos o ser humano, seja ele estudante, seja professor. Acredito na
importância de aprender a respeitar nossos limites e superá-los, quando possível,
o que será mais fácil se pudermos desenvolver a capacidade de relacionamento
em sala de aula. Como arquiteta, concordo com a postura de valorização do
indivíduo, em qualquer situação: se procurarmos uma relação de respeito e
colaboração, seguramente estaremos criando a base sólida de uma vida melhor.
Tania Bertoluci de Souza, Porto Alegre, RS.
Disponível em: <:hdp://www.kanitz.com.br/veja/cartas.htm>. Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).

QUESTÃO 13
(Simulado do INEP para o ENEM-2009) Em uma sociedade letrada como a nossa,
são construídos textos diversos para dar conta das necessidades coXdianas de
comunicação. Assim, para uXlizar-se de algum gênero textual, é preciso que
conheçamos os seus elementos. A carta de leitor é um gênero textual que
a) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado pela Xpologia da ordem da
injunção (comando) e esXlo de linguagem com alto grau de formalidade.
b) se inscreve em uma categoria cujo objeXvo é o de descrever os assuntos e
temas que circularam nos jornais e revistas do país semanalmente.
c) se organiza por uma estrutura de elementos bastante ﬂexível em que o locutor
encaminha a ampliação dos temas tratados para o veículo de comunicação.
d) se consXtui por um esXlo caracterizado pelo uso da variedade não-padrão da
língua e tema construído por fatos políXcos.
e) se organiza em torno de um tema, de um esXlo e em forma de paragrafação,
representando, em conjunto, as ideias e opiniões de locutores que interagem
diretamente com o veículo de comunicação.

SOLUÇÃO COMENTADA
Normalmente, a carta do leitor compõe-se de vocaXvo, introdução-
desenvolvimento-conclusão, despedida e idenXﬁcação do locutor [pode, nas
revistas ou jornais, estruturar-se em um parágrafo apenas]. O assunto
normalmente é um problema que mobiliza o locutor [carta de reclamação] ou a
manifestação acerca de um tema especíﬁco [matéria publicada em jornal em
revista]. Trata-se de um texto exposiXvo-argumentaXvo, em que o locutor
interage com o alocutário. Assina-se, pois, a alternaXva “e”.

Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus,
serem quebradas por traição, interesses ﬁnanceiros e sexuais. Casais se separam
como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante
interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados
consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes
separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que
precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais úXl dar conselhos
mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não
interfere no modo de parXlha dos bens? Que, seja qual for o Xpo de separação,
ela não vai prejudicar o direito à pensão dos ﬁlhos? Que acordo amigável deve ser
assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho
que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.
Disponível em: hdp://revistaepoca.globo.com. Acesso em 26 fev. 2012. (adaptado)

QUESTÃO 14
(ENEM-2012) O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção
de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem
publicada na edição anterior. ao fazer sua argumentação, o autor do texto
a) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
b) discute problemas conjugais que conduzem à separação.
c) aborda a importância dos advogados em processos de separação.
d) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.
e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.

SOLUÇÃO COMENTADA
O autor da carta em análise comenta a reportagem que trata da separação e
quesXona o enfoque dado pelos advogados especialistas referenciados pela
revista. Para além disso, sugere alguns temas que poderiam ampliar a reportagem
e adaptá-la ao que ele considera “leitor médio” [o qual, segundo o seu
julgamento, não foi contemplado pelo enfoque dado na reportagem referida]. Por
isso, deve-se assinalar a alternaXva “e”.

MÃES
Triste, mas verdadeira, a constatação de Jairo Marques — colunista que tem um
talento raro — em seu texto “E a mãe ﬁcou velhinha” (“CoXdiano” ontem).
Leonor Souza (São Paulo, SP) — Painel do Leitor. Folha de S. Paulo, 29 fev. 2012.
Aqueles que percebem que a mãe envelheceu sempre têm aXtudes diversas. Ou
não a procuram mais, porque essa é uma forma de negar que um dia perderão o
amparo materno, ou resolvem estar ao lado dela o maior tempo possível, pois têm
medo de perdê-la sem ter retribuído plenamente o amor que receberam.

QUESTÃO 15
(ENEM-2014) Os gêneros textuais desempenham uma função social especíﬁca em
determinadas situações de uso da língua em que os envolvidos na interação verbal
têm um objeXvo comunicaXvo. Considerando as caracterísXcas do gênero, a
análise do texto Mães revela que sua função é
a) ensinar sobre os cuidados que se deve ter com as mães, especialmente na
velhice.
b) inﬂuenciar o ânimo das pessoas, levando-as a querer agir segundo um modelo
sugerido.
c) informar sobre os idosos e sobre seus senXmentos e necessidades.
d) avaliar matéria publicada em edição anterior de jornal ou de revista.
e) apresentar nova publicação, visando divulgá-la para leitores de jornal.

SOLUÇÃO COMENTADA
O texto em análise é uma carta do leitor. Trata-se de um gênero
predominantemente argumentaXvo, normalmente de pequena extensão, em que
o locutor se dirige a um veículo de comunicação a ﬁm de promover uma interação
com o autor de texto publicado em edição anterior do periódico. Essa modalidade
textual costuma circular em jornais e revistas. Apresenta atulo, introdução,
desenvolvimento, conclusão e assinatura. Marque-se, pois, a letra “d”.

CARTA DO LEITOR
definição
carta em que o leitor de periódicos manifesta-se acerca de texto: comenta, cumprimenta, elogia...
intencionalidade
interagir, solicitar, concordar, comentar, sugerir
estrutura
atulo, parágrafo [introdução, desenvolvimento, conclusão] e idenXﬁcação [nome, cidade, estado]
tipos textuais
exposição e argumentação
suporte
jornal, revista, internet ou portador que tenha aﬁnidade

A CARREIRA DO CRIME
Estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz sobre adolescentes
recrutados pelo tráfico de drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais
dessas quadrilhas, contribuindo para explicar as dificuldades que o Estado
enfrenta no combate ao crime organizado.
O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precária (nenhum dos entrevistados
havia completado o ensino fundamental) um plano de carreira bem estruturado,
com salários que variam de R$400,00 a R$12.000 mensais. Para uma base de
comparação, convém notar que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da
população brasileira com mais de dez anos que declara ter uma aXvidade
remunerada ganha no máximo o ‘piso salarial’ oferecido pelo crime. Dos
traficantes ouvidos pela pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000 mensais; já na
população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.

Tais rendimentos mostram que as políXcas sociais compensatórias, como o Bolsa-
Escola (que paga R$15 mensais por aluno matriculado), são por si só incapazes de
impedir que o narcotráfico conXnue aliciando crianças provenientes de estratos
de baixa renda: tais políXcas aliviam um pouco o orçamento familiar e incenXvam
os pais a manterem os filhos estudando, o que de modo algum impossibilita a
opção pela delinquência. No mesmo senXdo, os programas voltados aos jovens
vulneráveis ao crime organizado (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de
futebol) são importantes, mas não resolvem o problema.
A única maneira de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão, que
aumenta os riscos para os que escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos
adolescentes provam isso: eles são elevados precisamente porque a possibilidade
de ser preso não é desprezível. É preciso que o ExecuXvo federal e os estaduais
desmontem as organizações paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a
certeza de punição elimine o fascínio dos salários do crime.
Editorial. Folha de São Paulo. 15 jan.2003.

QUESTÃO 16
(ENEM-2010) No Editorial, o autor defende a tese de que “as políXcas sociais que
procuram evitar a entrada dos jovens no tráﬁco não terão chance de sucesso
enquanto a remuneração oferecida pelos traﬁcantes for tão mais compensatória
que aquela oferecida pelos programas do governo”. Para comprovar sua tese, o
autor apresenta
a) insXtuições que divulgam o crescimento de jovens no crime organizado.
b) sugestões que ajudam a reduzir a atração exercida pelo crime organizado.
c) políXcas sociais que impedem o aliciamento de crianças no crime organizado.
d) pesquisadores que se preocupam com os jovens envolvidos no crime
organizado.
e) números que comparam os valores pagos entre os programas de governo e o crime
organizado.

SOLUÇÃO COMENTADA
Os principais dados que o texto apresenta a respeito do problema tratado são os
valores díspares dos salários pagos aos traﬁcantes e da ajuda concedida por
programas sociais do governo. Assinale-se, pois, a alterna9va “e”.

QUESTÃO 17
(ENEM-2010) Com base nos argumentos do autor, o texto aponta para
a) uma denúncia de quadrilhas que se organizam em torno do narcotráfico.
b) a constatação de que o narcotráfico restringe-se aos centros urbanos.
c) a informação de que as políXcas sociais compensatórias eliminarão a aXvidade
criminosa a longo prazo.
d) o convencimento do leitor de que para haver a superação do problema do
narcotráfico é preciso aumentar a ação policial.
e) uma exposição numérica realizada com o fim de mostrar que o negócio do
narcotráfico é vantajoso e sem riscos.

SOLUÇÃO COMENTADA
O parágrafo ﬁnal deixa claro o obje9vo do texto - levar a crer que a repressão
policial é “a única maneira de reduzir a atração exercida pelo tráﬁco”. Marque-se
a alterna9va “d”.

A úlXma edição deste periódico apresenta mais uma vez tema relacionado ao
tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A
informação agora passa pelo problema do material jogado na estrada vicinal que
liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em
questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de desXnação do lixo:
material aXrado ao lado da pista como se isso fosse o ideal. Muitos moradores,
por exemplo, reXram o lixo de suas residências e, em vez de um desXno correto,
procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda. Se
você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer no local
ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para sua
região possa ser para outra. A reciclagem do lixo domésXco é um passo inteligente
e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende
errado coloca em práXca o errado. Um perigo!
Disponível em: hdp://jornaldacidade.uol.com.br. acesso em: 10 ago. 2012. Adaptado.

QUESTÃO 18
(ENEM-2014) Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma noacia veiculada
no jornal. Tal diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual
que é
a) apresentar fatos que tenham sido noXciados pelo próprio jornal.
b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal.
c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados.
d) interpretar criXcamente fatos noXciados e considerados relevantes para a
opinião pública.
e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de
vista do autor da noacia.

SOLUÇÃO COMENTADA
O editorial é um gênero textual de natureza predominantemente opinaXva. Nele,
apresenta-se noacia relevante e, em seguida, elencam-se argumentos a fim de
evidenciar o ponto de vista do conselho editorial do jornal ou mesmo do grupo
econômico responsável por sua manutenção financeira. Tal qual no arXgo de
opinião, o objeXvo, aquí, é comentar a noacia. A diferença está no fato de que o
ponto de vista que subjaz tais comentários estar a serviço de um grupo econômico
específico. Marque-se, pois, a letra “d”.

Entraves burocráXcos, incompetência administraXva, conveniências políXcas e
conXngenciamento indiscriminado de gestão estão na raiz de um dos graves males
da administração brasileira, que é a diﬁculdade do Estado de transformar recursos
previstos no Orçamento em invesXmentos reais.
Exemplo dessa inépcia políXco-administraXva é a baixa execução de verbas
desXnadas a obras de prevenção de desastres naturais – como o controle de
cheias, contenção de encostas e combate à erosão.
As diﬁculdades para planejar e realizar as obras de prevenção terminaram por
onerar o governo. Acaba saindo mais caro para os cofres públicos remediar
ocorrências que poderiam ter sido evitadas.
A nota posiXva é que o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
(Cenad) foi inaugurado em agosto pela presidente Dilma Roussef.
O órgão já emiXu alertas a mais de 400 municípios e prepara-se para aperfeiçoar
seu sistema de monitoramento. De pouco valerão esses esforços se o descaso e a
omissão conXnuarem a contribuir para a sinistra contabilidade de víXmas que se
repete a cada ano.
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Disponível em: hdp://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012. Adaptado.

QUESTÃO 19
(ENEM-2014) O editorial é um gênero que apresenta o ponto de vista de um jornal
ou de uma revista sobre determinado assunto. É ︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎︎caracterísXca do gênero,
exemplificada por esse editorial
a) ser assinado por um jornalista do veículo em que é publicado.
b) ocupar espaço específico a opinar a respeito de assuntos atuais.
c) apresentar estudos cienaficos acerca de temas complexos.
d) narrar fatos polêmicos em uma linguagem acessível.
e) descrever acontecimentos de modo imparcial.

SOLUÇÃO COMENTADA
O editorial é um gênero textual que pertence ao domínio discursivo jornalísXco.
Composto por sequências exposiXvas e argumentaXvas, não é assinado e
apresenta o ponto de vista do jornal [e/ou dos acionistas] acerca de questões
ligadas ao contexto de produção. Sendo assim, deve-se assinalar a alternaXva “b”.

EDITORIAL
definição
argumentação que traz um ponto de vista enfáXco acerca de tema relevante para a sociedade
intencionalidade
expor o ponto de vista do jornal [grupo editorial, de acionistas, de invesXdores]
estrutura
introdução-desenvolvimento-conclusão [idênXca à do arXgo de opinião]; é de terceira pessoa
tipos textuais
sequências exposiXvo-argumentaXvas
suporte
jornal; pode, eventualmente, aparecer em telejornais ou na internet

A discussão sobre o “ﬁm do livro de papel” com a chegada da mídia eletrônica me
lembra a discussão idênXca sobre a obsolescência do folheto de cordel. Os
folhetos talvez não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso
aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos
conXnuarão sendo publicados e lidos — em CD-ROM, em livro eletrônico, em
“chios quânXcos”, sei lá o quê. O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de
reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em Braille, folheto, “coﬀee-
table book”, cópia manuscrita, arquivo PDF… Qualquer texto pode se reencarnar
nesses (e em outros) formatos, não importa se é Moby Dick ou Viagem a São
Saruê, se é Macbeth ou O livro de piadas de Casseta & Planeta.
TAVARES, B. Disponível em: hdp://jornaldaparaiba.globo.com.

QUESTÃO 20
(ENEM-2011) Ao reﬂeXr sobre a possível exXnção do livro impresso e o
surgimento de outros suportes em via eletrônica, o cronista manifesta seu ponto
de vista, defendendo que
a) o cordel é um dos gêneros textuais, por exemplo, que será exXnto com o avanço
da tecnologia.
b) o livro impresso permanecerá como objeto cultural veiculador de impressões e
de valores culturais.
c) o surgimento da mídia eletrônica decretou o ﬁm do prazer de se ler textos em
livros e suportes impressos.
d) os textos conXnuarão vivos e passíveis de reprodução em novas tecnologias,
mesmo que os livros desapareçam.
e) os livros impressos desaparecerão e, com eles, a possibilidade de se ler obras
literárias dos mais diversos gêneros.

SOLUÇÃO COMENTADA
O texto exposiXvo-argumentaXvo apresentado nesta questão trata do surgimento
de novas tecnologias e da permanência do texto, em outros suportes, o que pode
ser comprovado, principalmente, pela leitura da segunda frase do texto [Os
folhetos talvez não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso
aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos
con9nuarão sendo publicados e lidos — em CD-ROM, em livro eletrônico, em
“chios quân9cos”, sei lá o quê]. A alternaXva que contempla tal tese é a letra “d”.

CRÔNICA
definição
narraXva curta com alto grau de verossimilhança que se presta a reﬂeXr sobre eventos do real
intencionalidade
entreter, reﬂeXr, criXcar, debater assunto que moXva o locutor
estrutura
apresentação, complicador, clímax, desfecho
tipos textuais
exposiXvo, narraXvo, argumentaXvo
suporte
rádio, jornal, revista, internet, entre outros

SACOLAS: POR QUE OPTAR PELAS DURÁVEIS, COMO FAZIAM NOSSOS AVÓS?
O mundo produz sacolas plásXcas desde a década de 1950. Como não se
degradam facilmente na natureza, grande parte delas ainda vão conXnuar por
mais de 300 anos em algum lugar do planeta.
Calcula-se que até 1 trilhão de sacolas plásXcas são produzidas anualmente em
todo mundo. O Brasil produz mais de 12 bilhões todos os anos, e 80% delas são
uXlizadas uma única vez.
Sacolas plásXcas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem bueiros,
causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas,
baleias, focas e golﬁnhos mortos por sufocamento.
Várias redes de supermercados do Brasil e do mundo já estão sugerindo o uso de
caixas de papelão e colocando à venda sacolas de pano ou de plásXco duráveis
para transportar as mercadorias.
Sacolas plásXcas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm um
custo incalculável para o meio ambiente.
Veja, n.27, 8 jul. 2009.

QUESTÃO 21
(ENEM-2011) Os argumentos uXlizados no texto indicam que seu público-alvo é o
consumidor, e seu objeXvo é esXmular
a) o abandono do uso de sacolas de plásXco.
b) a compra de sacolas de pano em supermercados.
c) o engajamento em campanhas de consumo consciente.
d) a divulgação dos perigos das sacolas de plásXco para animais marinhos.
e) a reuXlização das sacolas de plásXco.

SOLUÇÃO COMENTADA
O assunto do texto são as sacolas de plásXco – tema direto de quatro dos cinco
parágrafos que o compõem. A intencionalidade do locutor é desesXmular seu uso.
Para tanto, apresentam-se argumentos de natureza variada. Assinale-se, portanto,
a letra “a”.

NÃO ADIANTA ISOLAR O FUMANTE
Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa ir além das restrições. É
preciso apoiar quem quer largar o cigarro.
Ao apoiar uma medida provisória para combater o fumo em locais públicos nos 27
estados brasileiros, o Senado reafirmou um valor fundamental: a defesa da saúde
e da vida.
Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 é ainda mais rigorosa que as medidas
em vigor em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, estados que até agora
adotaram as legislações mais duras contra o tabagismo. Ela proíbe os fumódromos
em 100% dos locais fechados, incluindo até tabacarias, onde o fumo era
autorizado sob determinadas condições.
Uma das principais medidas aXnge o fumante no bolso. O governo fica autorizado
a fixar um novo preço para o maço de cigarros. O Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) será elevado em 300%. Somando uma coisa e outra, o sabor
de fumar se tornará muito mais ácido. Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013.
A visão fundamental da MP está correta. Sabe-se, há muito, que o tabaco faz mal
à saúde. É razoável, portanto, que o Estado aja em nome da saúde pública.
Disponível em: www.revistaepoca.globo.com. Acesso em: 27 fev. 2012.

QUESTÃO 22
(ENEM-2015) O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado,
deixando clara a sua opinião sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação
pessoal do autor como uma estratégia de persuasão do leitor é:
a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados”.
b) “O governo ﬁca autorizado a ﬁxar um novo preço para o maço de cigarros.’’
c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será elevado em 300%”.
d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido”.
e) “Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013”.

SOLUÇÃO COMENTADA
Nos fragmentos textuais transcritos nas alternaXvas “c” e “e”, nota-se presença de
informação e de opinião: as perífrases verbais “será elevado” e “deverá subir”,
além de veicularem informação, indicam o posicionamento do locutor acerca do
assunto [asseveração, certeza] apresentado. No quarto fragmento, entretanto, a
expressão “mais ácido”, que modiﬁca “fumar”, indica apenas a opinião do locutor
acerca do tema abordado. Marque-se, pois, a letra “d”.

ARTIGO DE OPINIÃO
definição
texto de opinião que forma um corpo disXnto na publicação que traz a interpretação do autor sobre fato variado
intencionalidade
expressar um ponto de vista especíﬁco [idiossincráXco] sobre questão relevante
estrutura
atulo, introdução, desenvolvimento, conclusão [o arXgo de opinião é assinado]
tipos textuais
exposição e argumentação
suporte
jornais e revistas que se interessem por uma análise da noacia

QUESTÃO 23
(ENEM-2011) Nesse cartum, o arXsta lança mão do recurso da intertextualidade
para construir o texto. Esse recurso se consXtui pela presença de informações que
remetem a outros textos. O emprego desse recurso no cartum revela uma críXca
a) à qualidade da informação prestada pela mídia brasileira.
b) aos altos níveis de violência no país veiculados pela mídia.
c) à imparcialidade dos telejornais na veiculação de informações.
e) à ausência de critério para divulgação de noacias em telejornais.
e) ao incenXvo da mídia a atos violentos na sociedade.

SOLUÇÃO COMENTADA
O cartunista apropriou-se de dois procedimentos comuns na mídia brasileira – a
presença de um âncora que faz previsões meteorológicas e a exploração
sensacionalista da violência como forma de se obter audiência. Marque-se, pois, a
letra “b”.

Disponível em: hdp://ﬁlosoﬁa.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010.

QUESTÃO 24
(ENEM-2013) Pelas caracterísXcas da linguagem visual e pelas escolhas
vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a reflexão sobre uma
problemáXca contemporânea ao
a) criXcar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quanXdade de
caminhões nas estradas.
b) ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devido ao grande fluxo
de veículos.
c) expor a questão do movimento como um problema existente desde tempos
anXgos, conforme frase citada.
d) restringir os problemas de tráfego a veículos parXculares, defendendo, como
solução o transporte público.
e) propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o espaço exíguo ocupado
pelos veículos nas ruas.

SOLUÇÃO COMENTADA
O cartum em análise discute o problema do grande volume da frota de veículos
em circulação. Para tanto, vale-se de uma frase de um filósofo grego anXgo e de
imagens de uma pista lotada de caminhões e de automóveis. É possível afirmar,
portanto, que o que está em debate é a dificuldade de locomoção, tal qual
exposto na alternaXva “b”.

CARTUM
definição
anedota gráﬁca que apresenta situações universais que têm por tema o comportamento humano
intencionalidade
em geral, visa a reﬂeXr acerca de determinada situação
estrutura
em geral, é composto apenas de um desenho; pode, entretanto, apresentar linguagem verbal
tipos textuais
exposiXvo, narraXvo, argumentaXvo
suporte
variado, posto que geralmente trata de temas sociais, políXcos ou existenciais

Disponível em: www.quiosqueazul.blogspot.com. Acesso em: 25 out. 2011.

QUESTÃO 25
(ENEM-2013) O cartão-postal é um gênero textual geralmente usado por turistas
quando estão viajando, para enviar, aos que ficaram, imagens dos lugares
visitados. Entretanto, o cartão-postal apresentado é uma peça publicitária, e
reconhece-se nela a intenção de
a) apresentar uma paisagem de um local específico, conteúdo recorrente em um
cartão-postal.
b) incenXvar as pessoas de uma cidade a enviar cartões- postais umas para as
outras.
c) insXtuir um novo Xpo de cartão-postal, o virtual, a ser comercializado em um
site da internet.
d) fazer propaganda de um ponto turísXco românXco específico, atraindo a
visitação por casais.
e) comemorar a data da insXtuição do cartão-postal no Brasil, ainda na época do
Império.

SOLUÇÃO COMENTADA
O texto em análise visa a comemorar a data dedicada ao “cartão-postal”. Isso
pode ser claramente depreendido pelo tamanho da fonte que se usou para
escrever “dia do cartão-postal”. Marque-se, pois, a alternaXva “e”.

CARTÃO POSTAL
definição
mensagem curta dirigida a um interlocutor especíﬁco que se encontra a distância
intencionalidade
contatar, cumprimentar, felicitar...
estrutura
vocaXvo, mensagem, despedida, assinatura
tipos textuais
narraXvo, exposição, argumentação
suporte
limitado/pessoal, na medida em que tem emissor e desXnatário deﬁnidos

Como os gêneros são históricos e muitas vezes estão ligados às tecnologias, eles
permitem que surjam novidades nesse campo, mas são novidades com algum
gosto do conhecido. Observem-se as respecXvas tecnologias e alguns de seus
gêneros: telegrama; telefonema; entrevista televisiva; entrevista radiofônica;
roteiro cinematográﬁco e muitos outros que foram surgindo com tecnologias
especíﬁcas. Neste senXdo, é claro que a tecnologia da computação, por oferecer
uma nova perspecXva de uso da escrita num meio eletrônico muito maleável, traz
mais possibilidades de inovação.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: www.progesp.u‹a.br. Acesso em: 23 jul. 2012 (fragmento).

QUESTÃO 26
(ENEM-2013) O avanço das tecnologias de comunicação e informação fez, nas
úlXmas décadas, com que surgissem novos gêneros textuais. Esses novos gêneros,
contudo, não são totalmente originais, pois eles inovam em alguns pontos, mas
remetem a outros gêneros textuais preexistentes, como ocorre no seguinte caso:
a) O gênero e-mail mantém caracterísXcas dos gêneros carta e bilhete.
b) O gênero aula virtual mantém caracterísXcas do gênero reunião de grupo.
c) O gênero bate-papo virtual mantém caracterísXcas do gênero conferência.
d) O gênero videoconferência mantém caracterísXcas do gênero aula presencial.
e) O gênero lista de discussão mantém caracterísXcas do gênero palestra.

SOLUÇÃO COMENTADA
A única análise perXnente da relação dos novos gêneros textuais surgidos com o
avanço das tecnologidas da informação e da comunicação e de sua relação com
modalidades já existentes na língua está na letra “a”, pois o e-mail é uma
modalidade de carta eletrônica, em geral, de curta extensão.

E-MAIL
definição
comunicação escrita rápida entre duas pessoas conectadas à internet
intencionalidade
manter uma conversa que aborde eventos envolvendo interlocutores em um período de tempo
estrutura
assunto, vocaXvo, corpo do e-mail, despedida, assinatura
tipos textuais
narração, exposição, argumentação
suporte
virtual; limitado [pessoal], na medida em que o e-mail tem emissor e desXnatário deﬁnidos

ENTREVISTA - TONY BELLOTTO
A LÍNGUA É ROCK
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente de programa televisivo
em que discute a língua portuguesa por meio da música
O que o atraiu na proposta de “Aﬁnando a língua”?
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que falasse de língua
portuguesa usando a música como atraXvo, principalmente, para os jovens. Com o
passar do tempo, ele foi se transformando num programa sobre a linguagem
usada em letras de música, no jornalismo, na literatura de ﬁcção e na poesia.
Como não sou um cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, e sempre
parXcipo de forma mais aXva do que como um mero apresentador. Estou nas
reuniões de pauta e faço sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo
pessoal do Futura.

Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua por meio das letras de
música?
Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens, porque as letras de
música usam uma linguagem que é a do dia a dia, principalmente, dos jovens. A
música é algo que lhes dá prazer e, didaXcamente, pode fazer as vezes de algo que
o aluno tem a noção de ser entediante - estudo da língua, sentar e abrir um livro.
Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e sempre foi a
ideia do programa.
Disponível em: hdp://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento).

QUESTÃO 27
(ENEM-2014) Os gêneros textuais são definidos por meio de sua estrutura, função
e contexto de uso. Tomando por base a estrutura dessa entrevista, observa-se que
a) a organização em turnos de fala reproduz o diálogo que ocorre entre os
interlocutores.
b) o tema e o suporte onde foi publicada jusXficam a ausência de traços da
linguagem informal.
c) a ausência de referências sobre o entrevistado é uma estratégia pra induzir à
leitura do texto na íntegra.
d) o uso do destaque gráfico é m recurso de edição para ressaltar a importância
do tema para o entrevistador.
e) o entrevistado é um especialista em abordagens educacionais alternaXvas para
o ensino da língua portuguesa.

SOLUÇÃO COMENTADA
A entrevista é um gênero textual pautado pela arXﬁcialidade. O jornalista recebe a
pauta e a linha editorial [tema e abordagem] do editor e, então, seleciona o
entrevistado, que deve ser alguém cuja competência na área seja reconhecida.
Feito isso, são formuladas perguntas e enviadas para aquele que será
entrevistado. Trata-se de um ato locutório em que o repórter comanda a
enunciação. Marque-se, pois, a letra “a”.

E: Diva ... tem algumas ... alguma experiência pessoal que você passou e que você
poderia me contar ... alguma coisa que marcou você? Uma experiência ... você
poderia
I: É ... tem uma que eu vivi quando eu estudava o terceiro ano cienaﬁco lá no
Atheneu… né… é:: gostava muito muito do laboratório de química ... eu ... eu ia
ajudar os professores a limpar aquele material todo ... aqueles vidros ... eu achava
aquilo fantásXco ... aquele monte de coisa ... né ... então ... todos os dias eu ia ...
quando terminavam as aulas eu ajudava o professor a limpar o laboratório ...
nesse dia não houve aula e o professor me chamou pra fazer uma limpeza geral no
laboratório ... chegando lá ... ele me fez uma experiência ... ele me mostrou uma
coisa bem interessante que ... pegou um béquer com meio d’água e colocou um
pouquinho de cloreto de sódio fogaréu ... quando o professor saiu ... eu chamei
umas duas colegas minhas pra mostrar a experiência que eu Xnha achado
fantásXco ... só que ... eu achei o seguinte ... imagine se eu colocasse mais ...
peguei o mesmo béquer ... coloquei uma colher ... uma colher de cloreto de
sódio ... foi um fogaréu tão grande ... foi uma explosão ... quebrou todo o material
que estava exposto em cima da mesa… eu branca… eu ﬁquei… olha… eu pensei
que eu fosse morrer sabe ... quando ... o colégio inteiro correu pro laboratório pra
ver o que Xnha sido ...
CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso & gramáTca: a língua falada e escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998.

QUESTÃO 28
(ENEM-2015) Na transcrição de fala, especialmente, no trecho “eu branca… eu
ﬁquei… olha… eu pensei que eu fosse morrer sabe”, há uma estrutura
fragmentada embora facilmente interpretável. Sua presença na fala revela
a) distração e poucos anos de escolaridade.
b) falta de coesão e coerência na apresentação das ideias.
c) afeto e amizade entre os parXcipantes da conversação.
d) desconhecimento das regras de sintaxe da norma padrão.
e) caracterísXca do planejamento e execução simultânea desse discurso.

SOLUÇÃO COMENTADA
O texto em análise, transcrição de um fragmento de uma entrevista, apresenta
fortes traços de oralidade, dentre os quais se destaca a hesitação [representada
pelas pausas, que indicam que o locutor está elaborando seu pensamento e, ao
mesmo tempo, externando-o por meio de palavras] e a falta de linearidade
discursiva. Esses traços, entretanto, não atrapalham na compreensão daquilo que
se fala. Deve-se, pois, marcar a letra “e”.

ENTREVISTA
definição
coletânea de declarações, informações, opiniões; matéria jornalísXca redigida como pergunta/resposta
intencionalidade
troca ou busca de informações; relatar experiências;
estrutura
manchete, apresentação, pergunta e resposta;
tipos textuais
narração, exposição e argumentação
suporte
jornal, revista, internet ou portador que tenha aﬁnidade

CARTA AO TOM 74
Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um canXnho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa nova, sua história, sua gente. São Paulo: Universal/Philips, 1975. Fragmento.

QUESTÃO 29
(ENEM-2015) O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes apresenta
marcas do gênero textual carta, possibilitando que o eu poéXco e o interlocutor
a) comparXlhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem noacias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam conﬁdências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaXcamente sobre os desXnos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísXcos especíﬁcos.

SOLUÇÃO COMENTADA
Devido ao suporte onde foi veiculado e ao fato de se estruturar em versos, o texto
em análise deve ser classiﬁcado como letra de música [/poema]. Percebem-se
nele, entretanto, traços do gênero textual carta [pessoal] dentre os quais: a)
endereço; b) seleção lexical [“carta”]; c) presença de relato seguido de comentário
[“Um canXnho de céu e o Redentor”]; d) primeira pessoa [“Nossa famosa garota”].
No texto em análise, percebe-se, ainda, que o enunciador narra nostalgicamente
situações parXlhadas com o interlocutor [“Nossa famosa garota nem sabia”].
Paralelamente a tal relato, constata-se certo pesar pelo passar do tempo [“Lembra
que tempo feliz”, “Ipanema era só felicidade”, “Esse Rio de amor que se perdeu”].
Posto isso, deve-se assinalar a alternaXva “b”.

CARTA PESSOAL
definição
discurso dirigido a um interlocutor específico que se encontra a distância
intencionalidade
manter uma conversa que aborde eventos envolvendo interlocutores em um período de tempo
estrutura
atulo, parágrafo [introdução, desenvolvimento, conclusão] e idenXficação [nome, cidade, estado]
tipos textuais
narração, exposição, argumentação
suporte
limitado, na medida em que a carta pessoal tem emissor e desXnatário definidos

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