SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 36
O Barroco
Brasileiro
Prof. Ivana Mayrink
"Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar."
(Gregório de Matos Guerra)
O Barroco foi introduzido no Brasil
por intermédio dos jesuítas. Inicialmente,
no final do século XVI, tratava-se de um
movimento apenas destinado à
catequização. A partir do século XVII, o
Barroco passa a se expandir para os
centros de produção açucareira,
especialmente na Bahia, por meio das
igrejas. Assim, a função da igreja era
ensinar o caminho da religiosidade e da
moral a uma população que vivia
desregradamente.
Contexto Histórico e Social
Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a
formação de uma consciência literária brasileira. A vida social no país era
organizada em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo
efetivamente um público leitor para as obras literárias, o que só viria a
ocorrer no século XIX. Por esse motivo, fala-se apenas em autores
brasileiros com características barrocas, influenciados por fontes
estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a
constituir um movimento propriamente dito. Nesse contexto, merecem
destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do
padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial
em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento
Teixeira.
Prosopopeia
I
Cantem Poetas o Poder Romano,
Sobmetendo Nações ao jugo duro;
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro;
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
Pode estancar a Lácia e Grega lira.
II
As Délficas irmãs chamar não quero,
que tal invocação é vão estudo;
Aquele chamo só, de quem espero
A vida que se espera em fim de tudo.
Ele fará meu Verso tão sincero,
Quanto fora sem ele tosco e rudo,
Que per rezão negar não deve o menos
Quem deu o mais a míseros terrenos.
Esse poema, além de traçar elogios aos
primeiros donatários da capitania de
Pernambuco, narra o naufrágio sofrido por um
deles, o donatário Jorge Albuquerque Coelho.
Apesar de os críticos o considerarem de pouco
valor literário, o texto tem seu valor histórico
pois foi a primeira obra do Barroco brasileiro e
o marco inicial do primeiro estilo de época a
surgir no Brasil.
Escritores de Destaque
Os escritores que mais se destacaram foram:
Na poesia:
- Gregório de Matos
- Bento Teixeira
- Botelho de Oliveira
- Frei Itaparica
Na prosa:
- Pe. Antônio Vieira
- Sebastião da Rocha Pita
- Nuno Marques Pereira.
Gregório de Matos
Nasceu em Salvador (BA) e
morreu em Recife (PE).
Estudou no colégio dos
jesuítas e formou-se em
Direito em Coimbra
(Portugal). Recebeu o
apelido de Boca do
Inferno, graças a sua obra
satírica.
Religioso
A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do
tema da salvação espiritual do homem. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de
Deus, com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-se. Observe:
Soneto a Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Satírico
Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas críticas à
situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à
expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao
então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho.
Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele
momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras
rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus
desafetos
Triste Bahia
Triste Bahia!
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.
A ti tricou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Lírico
Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à
vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma
mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao
mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa
e pela angústia do pecado.
À mesma d. Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda
Erótico
Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a volúpia
das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais
envolvendo os conventos da cidade.
Necessidades Forçosas da Natureza Humana
Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma freira, que me desemtupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?
Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa
Padre Antônio Vieira
Padre Antônio Vieira nasceu
em Lisboa, em 1608, e morreu
na Bahia, em 1697. Com sete
anos de idade, veio para o
Brasil e entrou para a
Companhia de Jesus. Por
defender posições favoráveis
aos índios e aos judeus, foi
condenado à prisão pela
Inquisição, onde ficou por dois
anos.
Os Sermões
Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo
conceptista, isto é, que privilegia a retórica e o
encadeamento lógico de ideias e conceitos. Estão
formalmente divididos em três partes:
 Intróito ou Exórdio: a apresentação, introdução do
assunto.
 Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia
com base na argumentação.
 Peroração: parte final, conclusão.
Sermão da Sexágésima (1655)
O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por
tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena
aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira
vazia. Para ele, a palavra de Deus era como uma semente,
que deveria ser semeada pelo pregador. Por fim, o padre
chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá
frutos no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente
dos pregadores que não cumprem direito a sua função.
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a
semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção
do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de
medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do
Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem
a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair,
são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem
sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão
buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os
passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os
de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas
por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do
ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte
do pregador, ou por parte de Deus? (...)
Sermão de Santo Antônio (1654):
Também conhecido como "O Sermão dos
Peixes", pois nele o padre usa a imagem dos
peixes como símbolo para fazer uma crítica aos
vícios dos colonos portugueses que se
aproveitavam da condição dos índios para
escravizá-los e sujeitá-los ao seu poder.
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal
da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que
faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê
tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal,
qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que
havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm
os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só
cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se
não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume
quase se não sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza,
dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei
as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)
A Arquitetura
Barroca
Igreja São
Francisco em
Ouro Peto
No Brasil, o barroco chegou tardiamente. As igrejas
coloniais eram decoradas internamente com técnicas
portuguesas, tais como a pintura, azulejaria e telha dourada.
A telha dourada em retábulo era formada por arcos com
tipologias angélicas e do reino vegetal, sustentadas por
colunas. A talha muitas vezes cobria totalmente as
superfícies internas. Em muitas igrejas e capelas, os desenhos
característicos de cenas diversas, em azulejos pintados
portugueses, enriqueciam a decoração.
O Centro Histórico abrange áreas dos bairros do Pelourinho, da Sé e do Pilar,
Patrimônio Mundial (1985).
Típica residência popular colonial das vilas e áreas rurais.
Pintura
Barroca
O Mestre Ataíde pintou várias igrejas de Minas Gerais com
um estilo próprio e bem brasileiro. Usava cores vivas e alegres e
gostava muito do azul. Ataíde utilizava tanto a tinta a óleo (que era
importada da Europa) como a têmpera. Os pintores da época nem
sempre podiam importar suas tintas. Faziam então suas próprias
cores com pigmentos e solventes naturais aqui da terra. Entre
outros, usavam terra queimada, leite e óleo de baleia, clara de ovo,
além de extratos de plantas e flores. E é claro criavam suas próprias
receitas que eram mantidas em segredo. Talvez por isso é que se
diz que não existe, no mundo inteiro, um colorido como o das
cidades mineiras da época do barroco.
Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.
Santa Ceia, a única obra de cavalete de Mestre Ataíde.
A Escultura
Barroca
Pedra Sabão
Esteatito (também pedra de talco ou pedra-sabão) é o nome dado
a uma rocha metamórficatalco, compacta, composta sobretudo de
talco (também chamado de esteatite ou esteatita) mas contendo
muitos outros minerais como magnesita, clorita, tremolita e
quartzo, por exemplo. É uma rocha muito branda e de baixa
dureza, por conter grandes quantidades de talco na sua
constituição. A pedra-sabão é encontrada em cores que vão de
cinza a verde. Ao tato, dá uma sensação de ser oleosa ou
saponácea, derivando-se daí sua designação de pedra-sabão.
Existem grandes depósitos, de valor comercial no Brasil, em maior
escala no estado de Minas Gerais.
Amostras de Pedra Sabão
Antônio Francisco
Lisboa,(Vila Rica,
29/08/1730 — Vila Rica,
18/11/1814) foi escultor,
entalhador, desenhista e
arquiteto.
 É considerado um dos maiores artistas barrocos do Brasil e suas
esculturas e obras de arquitetura encantaram a sociedade
brasileira do século XVIII.
 O artista usava em suas obras, madeira e pedra-sabão (matéria-
prima brasileira), além de misturar diversos estilos barrocos
(rococó e estilos clássico e gótico).
 Sua existência é cercada por controvérsias. Muitos
estudiosos acreditam que ele não existiu e que foi , na verdade,
uma invenção do governo de Getúlio Vargas.
 Aos 40 anos, ficou doente. Ninguém sabe ao certo o que o
houve, mas especula-se que teve lepra e foi por causa da
doença que recebeu o famoso apelido.
 Aos poucos, foi perdendo o movimento das mãos e dos pés e
para trabalhar pedia ao seu ajudante para amarrar as
ferramentas no seu braço. Mesmo assim, continuou trabalhando
em igrejas e altares de Minas Gerais.
Última Ceia de Aleijadinho "Em verdade vos digo, um de vós me há de
entregar" - figuras entalhadas em madeira policromática, Congonhas,
Minas Gerais

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Quinhentismo
Quinhentismo Quinhentismo
Quinhentismo
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Humanismo
HumanismoHumanismo
Humanismo
 
O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIASLITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Romantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaRomantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - Prosa
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Parnasianismo'
Parnasianismo'Parnasianismo'
Parnasianismo'
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
 
Segunda geração modernista
Segunda geração modernistaSegunda geração modernista
Segunda geração modernista
 
Modernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geraçãoModernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geração
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Trabalho de literatura- barroco
Trabalho de literatura- barroco Trabalho de literatura- barroco
Trabalho de literatura- barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
 
Barroco 1 ano
Barroco 1 anoBarroco 1 ano
Barroco 1 ano
 
Barroco literatura
Barroco literatura Barroco literatura
Barroco literatura
 
Quinhentismo - Literatura de Informação
Quinhentismo - Literatura de InformaçãoQuinhentismo - Literatura de Informação
Quinhentismo - Literatura de Informação
 
Gregório de matos
Gregório de matosGregório de matos
Gregório de matos
 

Destaque (20)

BARROCO NO BRASIL
BARROCO NO BRASILBARROCO NO BRASIL
BARROCO NO BRASIL
 
8o. Ano arte barroca no brasil
8o. Ano  arte barroca no brasil  8o. Ano  arte barroca no brasil
8o. Ano arte barroca no brasil
 
Interpretação e semântica
Interpretação e semânticaInterpretação e semântica
Interpretação e semântica
 
Portugues
PortuguesPortugues
Portugues
 
7.3 artigo e numeral
7.3    artigo e numeral7.3    artigo e numeral
7.3 artigo e numeral
 
Barroco no Brasil
Barroco no BrasilBarroco no Brasil
Barroco no Brasil
 
Barroco no brasil
Barroco no brasil Barroco no brasil
Barroco no brasil
 
Arcadismo no Brasil
Arcadismo no BrasilArcadismo no Brasil
Arcadismo no Brasil
 
Literatura portuguesa barroco
Literatura portuguesa barrocoLiteratura portuguesa barroco
Literatura portuguesa barroco
 
Barroco brasileiro
Barroco brasileiroBarroco brasileiro
Barroco brasileiro
 
O Barroco e a Igreja São Francisco de Assis
O Barroco e a Igreja São Francisco de AssisO Barroco e a Igreja São Francisco de Assis
O Barroco e a Igreja São Francisco de Assis
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco no Brasil. Parte 2
 Barroco no Brasil. Parte 2 Barroco no Brasil. Parte 2
Barroco no Brasil. Parte 2
 
Barroco
Barroco Barroco
Barroco
 
O barroco no brasil
O barroco no brasilO barroco no brasil
O barroco no brasil
 
O barroco no Brasil
O barroco no BrasilO barroco no Brasil
O barroco no Brasil
 
O Barroco no Brasil
O Barroco no BrasilO Barroco no Brasil
O Barroco no Brasil
 
Barroco Brasileiro
Barroco  BrasileiroBarroco  Brasileiro
Barroco Brasileiro
 
Tipos de Rochas
Tipos de RochasTipos de Rochas
Tipos de Rochas
 
O barroco no brasil
O barroco no brasilO barroco no brasil
O barroco no brasil
 

Semelhante a O Barroco Brasileiro: Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira

Semelhante a O Barroco Brasileiro: Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira (20)

Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
 
Movimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no BrasilMovimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no Brasil
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco e Arcadismo no Brasil
Barroco e Arcadismo no BrasilBarroco e Arcadismo no Brasil
Barroco e Arcadismo no Brasil
 
02. barroco pre
02. barroco pre02. barroco pre
02. barroco pre
 
02. barroco pre
02. barroco pre02. barroco pre
02. barroco pre
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco no Brasil e no mundo, contexto histórico
Barroco no Brasil e no mundo, contexto históricoBarroco no Brasil e no mundo, contexto histórico
Barroco no Brasil e no mundo, contexto histórico
 
Portugues2em
Portugues2emPortugues2em
Portugues2em
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco 2011
Barroco 2011Barroco 2011
Barroco 2011
 
Barroco.pptx
Barroco.pptxBarroco.pptx
Barroco.pptx
 
Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
 
O barroco no brasil
O barroco no brasilO barroco no brasil
O barroco no brasil
 
Barroco no Brasil.pptx
Barroco no Brasil.pptxBarroco no Brasil.pptx
Barroco no Brasil.pptx
 
Material de apoio trabalho de sala literatura
Material de apoio trabalho de sala literaturaMaterial de apoio trabalho de sala literatura
Material de apoio trabalho de sala literatura
 
Escolas Literárias - Barroco - Seiscentismo
Escolas Literárias - Barroco - SeiscentismoEscolas Literárias - Barroco - Seiscentismo
Escolas Literárias - Barroco - Seiscentismo
 
Aula barroco
Aula barrocoAula barroco
Aula barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 

Mais de Ivana Mayrink

Prova de portugues SET. 2014
Prova de portugues SET. 2014Prova de portugues SET. 2014
Prova de portugues SET. 2014Ivana Mayrink
 
Prova de portugues 06. 2015
Prova de portugues 06. 2015Prova de portugues 06. 2015
Prova de portugues 06. 2015Ivana Mayrink
 
Prova de portugues 02. 2015
Prova de portugues 02. 2015Prova de portugues 02. 2015
Prova de portugues 02. 2015Ivana Mayrink
 
Prova de portugues 02. 2014
Prova de portugues 02. 2014Prova de portugues 02. 2014
Prova de portugues 02. 2014Ivana Mayrink
 
Portugues, setembro 2013
Portugues, setembro 2013Portugues, setembro 2013
Portugues, setembro 2013Ivana Mayrink
 
Junho 2013 português
Junho 2013   portuguêsJunho 2013   português
Junho 2013 portuguêsIvana Mayrink
 
Provas português fevereiro 2013
Provas português  fevereiro 2013Provas português  fevereiro 2013
Provas português fevereiro 2013Ivana Mayrink
 
600 Questões CESPE - Português
600 Questões CESPE - Português600 Questões CESPE - Português
600 Questões CESPE - PortuguêsIvana Mayrink
 
Prova de Rac. Analítico Jul/.2015
Prova de Rac. Analítico Jul/.2015Prova de Rac. Analítico Jul/.2015
Prova de Rac. Analítico Jul/.2015Ivana Mayrink
 
Prova de rac. analitico Jul/2014
Prova de rac. analitico Jul/2014Prova de rac. analitico Jul/2014
Prova de rac. analitico Jul/2014Ivana Mayrink
 
Prova de rac. analitico 02.2015
Prova de rac. analitico 02.2015Prova de rac. analitico 02.2015
Prova de rac. analitico 02.2015Ivana Mayrink
 
Prova de rac. analitico 02.2014
Prova de rac. analitico 02.2014Prova de rac. analitico 02.2014
Prova de rac. analitico 02.2014Ivana Mayrink
 
Prova de português 02. 2014
Prova de português 02. 2014Prova de português 02. 2014
Prova de português 02. 2014Ivana Mayrink
 
Analitico setembro-2013
Analitico setembro-2013Analitico setembro-2013
Analitico setembro-2013Ivana Mayrink
 
Julho 2013 raciocínio analítico
Julho 2013   raciocínio analíticoJulho 2013   raciocínio analítico
Julho 2013 raciocínio analíticoIvana Mayrink
 
Provas português fevereiro 2013
Provas português  fevereiro 2013Provas português  fevereiro 2013
Provas português fevereiro 2013Ivana Mayrink
 
Revisão realismo e naturalismo
Revisão realismo e naturalismoRevisão realismo e naturalismo
Revisão realismo e naturalismoIvana Mayrink
 
2. Quinhentismo no brasil
2. Quinhentismo no brasil2. Quinhentismo no brasil
2. Quinhentismo no brasilIvana Mayrink
 

Mais de Ivana Mayrink (20)

Prova de portugues SET. 2014
Prova de portugues SET. 2014Prova de portugues SET. 2014
Prova de portugues SET. 2014
 
Prova de portugues 06. 2015
Prova de portugues 06. 2015Prova de portugues 06. 2015
Prova de portugues 06. 2015
 
Prova de portugues 02. 2015
Prova de portugues 02. 2015Prova de portugues 02. 2015
Prova de portugues 02. 2015
 
Prova de portugues 02. 2014
Prova de portugues 02. 2014Prova de portugues 02. 2014
Prova de portugues 02. 2014
 
Portugues, setembro 2013
Portugues, setembro 2013Portugues, setembro 2013
Portugues, setembro 2013
 
Junho 2013 português
Junho 2013   portuguêsJunho 2013   português
Junho 2013 português
 
Provas português fevereiro 2013
Provas português  fevereiro 2013Provas português  fevereiro 2013
Provas português fevereiro 2013
 
600 Questões CESPE - Português
600 Questões CESPE - Português600 Questões CESPE - Português
600 Questões CESPE - Português
 
Prova de Rac. Analítico Jul/.2015
Prova de Rac. Analítico Jul/.2015Prova de Rac. Analítico Jul/.2015
Prova de Rac. Analítico Jul/.2015
 
Prova de rac. analitico Jul/2014
Prova de rac. analitico Jul/2014Prova de rac. analitico Jul/2014
Prova de rac. analitico Jul/2014
 
Prova de rac. analitico 02.2015
Prova de rac. analitico 02.2015Prova de rac. analitico 02.2015
Prova de rac. analitico 02.2015
 
Prova de rac. analitico 02.2014
Prova de rac. analitico 02.2014Prova de rac. analitico 02.2014
Prova de rac. analitico 02.2014
 
Prova de português 02. 2014
Prova de português 02. 2014Prova de português 02. 2014
Prova de português 02. 2014
 
Analitico setembro-2013
Analitico setembro-2013Analitico setembro-2013
Analitico setembro-2013
 
Julho 2013 raciocínio analítico
Julho 2013   raciocínio analíticoJulho 2013   raciocínio analítico
Julho 2013 raciocínio analítico
 
Provas português fevereiro 2013
Provas português  fevereiro 2013Provas português  fevereiro 2013
Provas português fevereiro 2013
 
Revisão realismo e naturalismo
Revisão realismo e naturalismoRevisão realismo e naturalismo
Revisão realismo e naturalismo
 
5. Romantismo
5. Romantismo5. Romantismo
5. Romantismo
 
2. Quinhentismo no brasil
2. Quinhentismo no brasil2. Quinhentismo no brasil
2. Quinhentismo no brasil
 
1.1 humanismo
1.1   humanismo1.1   humanismo
1.1 humanismo
 

Último

Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 

Último (20)

Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 

O Barroco Brasileiro: Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira

  • 1. O Barroco Brasileiro Prof. Ivana Mayrink "Que, por mais que pequei, neste conflito Espero em vosso amor de me salvar." (Gregório de Matos Guerra)
  • 2. O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um movimento apenas destinado à catequização. A partir do século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente. Contexto Histórico e Social
  • 3. Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a formação de uma consciência literária brasileira. A vida social no país era organizada em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo efetivamente um público leitor para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito. Nesse contexto, merecem destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões. Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira.
  • 4. Prosopopeia I Cantem Poetas o Poder Romano, Sobmetendo Nações ao jugo duro; O Mantuano pinte o Rei Troiano, Descendo à confusão do Reino escuro; Que eu canto um Albuquerque soberano, Da Fé, da cara Pátria firme muro, Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, Pode estancar a Lácia e Grega lira. II As Délficas irmãs chamar não quero, que tal invocação é vão estudo; Aquele chamo só, de quem espero A vida que se espera em fim de tudo. Ele fará meu Verso tão sincero, Quanto fora sem ele tosco e rudo, Que per rezão negar não deve o menos Quem deu o mais a míseros terrenos.
  • 5. Esse poema, além de traçar elogios aos primeiros donatários da capitania de Pernambuco, narra o naufrágio sofrido por um deles, o donatário Jorge Albuquerque Coelho. Apesar de os críticos o considerarem de pouco valor literário, o texto tem seu valor histórico pois foi a primeira obra do Barroco brasileiro e o marco inicial do primeiro estilo de época a surgir no Brasil.
  • 6. Escritores de Destaque Os escritores que mais se destacaram foram: Na poesia: - Gregório de Matos - Bento Teixeira - Botelho de Oliveira - Frei Itaparica Na prosa: - Pe. Antônio Vieira - Sebastião da Rocha Pita - Nuno Marques Pereira.
  • 7. Gregório de Matos Nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua obra satírica.
  • 8. Religioso A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de Deus, com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-se. Observe: Soneto a Nosso Senhor Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido Vos tem a perdoar mais empenhado. Se basta a voz irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história. Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada, Recobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
  • 9. Satírico Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus desafetos Triste Bahia Triste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante. A ti tricou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando e, tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante.
  • 10. Lírico Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado. À mesma d. Ângela Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara: Quem vira uma tal flor, que a não cortara, De verde pé, da rama fluorescente; E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus o não idolatrara? Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda
  • 11. Erótico Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade. Necessidades Forçosas da Natureza Humana Descarto-me da tronga, que me chupa, Corro por um conchego todo o mapa, O ar da feia me arrebata a capa, O gadanho da limpa até a garupa. Busco uma freira, que me desemtupa A via, que o desuso às vezes tapa, Topo-a, topando-a todo o bolo rapa, Que as cartas lhe dão sempre com chalupa. Que hei de fazer, se sou de boa cepa, E na hora de ver repleta a tripa, Darei por quem mo vase toda Europa? Amigo, quem se alimpa da carepa, Ou sofre uma muchacha, que o dissipa, Ou faz da mão sua cachopa
  • 12. Padre Antônio Vieira Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de Jesus. Por defender posições favoráveis aos índios e aos judeus, foi condenado à prisão pela Inquisição, onde ficou por dois anos.
  • 13. Os Sermões Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo conceptista, isto é, que privilegia a retórica e o encadeamento lógico de ideias e conceitos. Estão formalmente divididos em três partes:  Intróito ou Exórdio: a apresentação, introdução do assunto.  Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação.  Peroração: parte final, conclusão.
  • 14. Sermão da Sexágésima (1655) O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem direito a sua função.
  • 15. Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)
  • 16. Sermão de Santo Antônio (1654): Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o padre usa a imagem dos peixes como símbolo para fazer uma crítica aos vícios dos colonos portugueses que se aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu poder.
  • 17. Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)
  • 20. No Brasil, o barroco chegou tardiamente. As igrejas coloniais eram decoradas internamente com técnicas portuguesas, tais como a pintura, azulejaria e telha dourada. A telha dourada em retábulo era formada por arcos com tipologias angélicas e do reino vegetal, sustentadas por colunas. A talha muitas vezes cobria totalmente as superfícies internas. Em muitas igrejas e capelas, os desenhos característicos de cenas diversas, em azulejos pintados portugueses, enriqueciam a decoração.
  • 21. O Centro Histórico abrange áreas dos bairros do Pelourinho, da Sé e do Pilar, Patrimônio Mundial (1985).
  • 22. Típica residência popular colonial das vilas e áreas rurais.
  • 24. O Mestre Ataíde pintou várias igrejas de Minas Gerais com um estilo próprio e bem brasileiro. Usava cores vivas e alegres e gostava muito do azul. Ataíde utilizava tanto a tinta a óleo (que era importada da Europa) como a têmpera. Os pintores da época nem sempre podiam importar suas tintas. Faziam então suas próprias cores com pigmentos e solventes naturais aqui da terra. Entre outros, usavam terra queimada, leite e óleo de baleia, clara de ovo, além de extratos de plantas e flores. E é claro criavam suas próprias receitas que eram mantidas em segredo. Talvez por isso é que se diz que não existe, no mundo inteiro, um colorido como o das cidades mineiras da época do barroco.
  • 25. Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.
  • 26. Santa Ceia, a única obra de cavalete de Mestre Ataíde.
  • 28. Pedra Sabão Esteatito (também pedra de talco ou pedra-sabão) é o nome dado a uma rocha metamórficatalco, compacta, composta sobretudo de talco (também chamado de esteatite ou esteatita) mas contendo muitos outros minerais como magnesita, clorita, tremolita e quartzo, por exemplo. É uma rocha muito branda e de baixa dureza, por conter grandes quantidades de talco na sua constituição. A pedra-sabão é encontrada em cores que vão de cinza a verde. Ao tato, dá uma sensação de ser oleosa ou saponácea, derivando-se daí sua designação de pedra-sabão. Existem grandes depósitos, de valor comercial no Brasil, em maior escala no estado de Minas Gerais.
  • 30. Antônio Francisco Lisboa,(Vila Rica, 29/08/1730 — Vila Rica, 18/11/1814) foi escultor, entalhador, desenhista e arquiteto.
  • 31.  É considerado um dos maiores artistas barrocos do Brasil e suas esculturas e obras de arquitetura encantaram a sociedade brasileira do século XVIII.  O artista usava em suas obras, madeira e pedra-sabão (matéria- prima brasileira), além de misturar diversos estilos barrocos (rococó e estilos clássico e gótico).  Sua existência é cercada por controvérsias. Muitos estudiosos acreditam que ele não existiu e que foi , na verdade, uma invenção do governo de Getúlio Vargas.  Aos 40 anos, ficou doente. Ninguém sabe ao certo o que o houve, mas especula-se que teve lepra e foi por causa da doença que recebeu o famoso apelido.  Aos poucos, foi perdendo o movimento das mãos e dos pés e para trabalhar pedia ao seu ajudante para amarrar as ferramentas no seu braço. Mesmo assim, continuou trabalhando em igrejas e altares de Minas Gerais.
  • 32.
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36. Última Ceia de Aleijadinho "Em verdade vos digo, um de vós me há de entregar" - figuras entalhadas em madeira policromática, Congonhas, Minas Gerais