2. Características gerais
Ocorreu no século 16/17 – Pode ser
chamado de seiscentismo.
Primeiras manifestações artísticas
brasileiras.
Grande influência europeia.
Trata, principalmente, do conflito
ideológico entre o sagrado/ terreno e o
medo constante da morte.
Participação ativa da igreja.
“O homem se vê colocado entre o céu e a
terra, consciente de sua grandeza mas
atormentado pela ideia de pecado e, nesse
dilema, busca a salvação de forma
angustiada. ”
Vaidade, Domenico Piola.
3. Contexto histórico
Contrarreforma e Reforma Protestante.
O Concílio de Trento realizou várias reformas na
igreja e dividiu o cristianismo em protestantes e
católicos.
Nos Estados protestantes, o racionalismo, a
curiosidade científica e a liberdade de pensamento
eram estimuladas. Já nos Estados católicos, ocorreu
um movimento chamado contrarreforma, no qual a
igreja proibia esses “novos pensamentos”, os
julgava hereges (iam contra os dogmas católicos) e
encaminhava para o Tribunal da Santa Inquisição.
O clima era de muita repressão e essa situação
contraditória resultou em um movimento artístico
que expressava também atitudes contraditórias do
artista em face do mundo, da vida, dos sentimentos e
de si mesmo.
Martinho Lutero
Papa Gregório IX
4. Temas frequentes
Antropocentrismo (Valorização do homem) VS Teocentrismo
(Deus no centro de tudo).
Morte.
Efemeridade da vida.
Aflição/ Medo/ Arrependimento.
Erotismo/ Sexo/ Profano.
Castigo/ Apelo à religião.
Mistério.
Tempo.
Paixões irracionais.
Tragédias.
Ideias contraditórias. (Antíteses e Paradoxos)
Cultismo (jogo de palavras) e Conceptismo (jogo de ideias).
5. Arte barroca
Procurou captar a realidade em movimento.
Pinturas com cores fortes, contraste e jogo de
sombra e luz.
Embelezamento dos interiores.
Uso de materiais nobres, como o ouro, para
causar admiração.
No Brasil, ocorreu principalmente em Minas
Gerais, no período do ouro. O artista que mais
contribuiu foi o Aleijadinho, era escultor e
arquiteto.
A última ceia, Aleijadinho.
Basílica de Nossa Senhora do
Carmo, Recife (PE).
6. Barroco no Brasil
Foi introduzido pelos jesuítas e tinha apenas o objetivo de
catequese. (“Ensinar o caminho da religiosidade e da moral a
uma população que vivia desregradamente”)
Ainda não havia um público leitor, nem uma literatura
genuinamente brasileira. Tudo que foi escrito, baseava – se nos
costumes estrangeiros (português e espanhol), por isso, não pode
ser considerado um movimento literário propriamente dito.
Autores:
Gregório de Matos (Boca do inferno): Escritor de poemas eróticos,
religiosos e satíricos.
Pe. Antônio Vieira: Escrevia textos sobre sermões e sátiras.
7. Soneto a Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Necessidades Forçosas da Natureza
Humana
Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma freira, que me desemtupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com
chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?
Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa.
Gregório de Matos
Religião VS Erotismo
8. Sermão da Sexágésima - Pe. Antônio Vieira.
O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre
Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia.
Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador.
Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano
terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem direito a sua
função. Leia um trecho do sermão:
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a
palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas
também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e
hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a
semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à
Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na
Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-
lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e
hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com
mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das
almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do
ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do
pregador, ou por parte de Deus? (...)