2. No princípio do séc. XVI, a Europa ainda se encontrava envolvida nas formas do Gótico final, de resto, mais convenientes ao espírito nacionalista prevalecente: Henrique VIII em Inglaterra, Francisco I em França e Carlos V em Espanha, todos declaravam a sua pretensão ao título de imperados do Sacro Império Romano-Gremânico. Para além disso, também a crise religiosa no seio da Igreja, que conduziria à reforma luterana, não favoreceu a importação do Classicismo. Foi, portanto, muito timidamente que alguns modelos e conceitos foram filtrados e adaptados a cada situação política e cultural.
15. O Renascimento caracterizou-se como um movimento praticamente restrito ao universo cultural italiano durante seus dois primeiros séculos de evolução (entre os séculos XIV e XVI, aproximadamente), período durante o qual, no restante da Europa, sobreviviam estilos arquitectónicos, em geral, ligados ao gótico ou ao tardo-românico. No seu auge, na Itália, porém, a estética clássica começou a ser difundida em diversos países europeus devido a motivos diversos (como guerras, anexações de territórios, pelo fato de os artistas italianos viajarem pela Europa ou serem contratados por cortes diversas). É um momento em que a tratadística clássica está plenamente desenvolvida, de forma que os arquitectos, de uma forma geral, possuem um bom domínio das regras compositivas clássicas e de sua canonização, o que lhes permite certa liberdade criativa.