O documento resume as propriedades do antibiótico cloranfenicol. Em 3 frases:
O cloranfenicol age inibindo a síntese proteica bacteriana. Pode causar aplasia medular como efeito adverso grave e é usado principalmente no tratamento de meningites bacterianas e febre tifóide. Apesar de ter baixo custo, seu uso está em desuso devido à sua toxicidade.
1. ANTIBIÓTICO
S
João Pessoa, Junho de 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO À SAÚDE
DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
PROFESSOR EVANÍZIO ROQUE DE ARRUDA JUNIOR
3. Cloranfenicol
Introdução
Droga única e em desuso;
Inicialmente natural: isolado de culturas de Streptomyces
venezuelae;
Em seguida, produção sintética.
Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 3ª ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2005.
Walter Tavares. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico. 1ª ed. São Paulo: Atheneu;
4. Cloranfenicol
Mecanismo de Ação
Ação bacteriostática: inibição da síntese proteica (fração
50S do ribossomo).
Ação bactericida: mecanismo de ação não suficientemente
claro sobre H. influenzae, S. pneumonie, Neisseria
meningitidis e Salmonella typhi.
Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 3ª ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2005.
Walter Tavares. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico. 1ª ed. São Paulo: Atheneu;
5. Cloranfenicol
Mecanismo de Resistência
Inativação enzimática:
Por produção de acetiltransferase;
Por produção de nitrorredutase (anaeróbios).
Por redução da permeabilidade à droga.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006
Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
6. Propriedades Farmacológicas
Vias de administração:
Oral: absorção rápida e quase completa.
Biodisponibilidade próxima à 100%.
Endovenosa: indicada para casos graves em que a VO está
inviabilizada.
Biodisponibilidade menor que 70%.
Meia vida: aproximadamente 3 horas.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006
Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
Cloranfenicol
7. Difunde-se muito bem em todos líquidos e tecidos
orgânicos:
Atinge grande concentração no fígado, pulmão, coração, baço,
tecido linfoide, líquido ascítico e pleural, saliva, etc..
Apresenta maior passagem para tecido cerebral e LCR - 66% da
conc. sérica.
Aplicações tópicas oculares.
Baixa concentração nos ossos e próstata.
Via de excreção: bile e urina.
Metabolização hepática: glicuronização.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006
Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
Cloranfenicol
8. Interações Medicamentosas
Metabolização acelerada pelo fenobarbital, hidantoína e
rifampicina, bem como reduz a metabolização desses.
Ação sinérgica com ATB beta-lactâmicos contra
microrganismos produtores de beta-lactamases.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006
Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
Cloranfenicol
9. Uso Clínico
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Em desuso
por toxicidade Uso mantido por
custo muito
baixo
Cloranfenicol
10. Meningites em crianças (2 meses a 10anos):
Ampicilina mais cloranfenicol.
Atividade contra pneumococo, meningococo e hemófilo:
RESISTÊNCIA CRESCENTE!
Substituição por ceftriaxona: menor toxicidade, muito disponível e
barata.
Febre tifóide: Salmonella typhi:
Ampicilina/Amoxicilina, SMX/TMP, Ciprofloxacina.
Ricketisioses em menores de 8 anos:
Em substituição à doxiciclina.
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Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
Cloranfenicol
11. Infecções mistas contendo anaeróbios:
Abscessos cerebrais: + Penicilina G cristalina.
Infecções abdominais: + Pen G + Gentamicina.
Esquema preferível: Ceftriaxona + Oxacilina + Metronidazol.
Infecções por H. influenzae - sensível a cefotaxima e
ceftriaxona:
Celulites, epiglotites, artrites sépticas, osteomielites e meningites.
Gastroenterites por S. typhi e outros gram negativos: cipro
ou ceftriaxona.
Granuloma inguinal (K. granulomatis): doxiciclina e
Linfogranuloma venéreo (C. trachomatis): azitromicina.
Peste bubônica e brucelose: tto com streptomicina +
doxiciclina.
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Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
Cloranfenicol
12. Efeitos Adversos
Aplasia Medular:
Incidência 1:40000;
Despovoamento da medula óssea e pancitopenia periférica;
Hipocelularidade medular com invasão gordurosa;
Frequentemente irreversível – independente da dose e tempo de
uso, pode ocorrer mesmo após a descontinuação da droga.
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Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45
Cloranfenicol
14. Conceito e Classificação
Estreptomicina e o fungo Streptomyces griseus.
Principais drogas em nosso meio: gentamicina,
tobramicina, amicacina, netilmicina, paramomicina e
espectinomicina.
Aminoglicosídeos
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
15. Aminoglicosídeos
Mecanismo de Ação
Ligam-se à fração 30S dos
ribossomos, inibindo a síntese
proteica ou produzindo proteínas
defeituosas.
Primeiramente, liga-se à superfície da
célula bacteriana e, em seguida, é
transportado através da parede, por
um processo dependente de energia
oxidativa.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
16. Aminoglicosídeos
Mecanismos de Resistência
Alteração dos sítios de ligação no ribossomo;
Alteração na permeabilidade;
Modificação enzimática da droga.
Os genes que conferem resistência podem estar associados a plasmídeos
conjugativos e não conjugativos e em transposons.
Esse genes parecem ser constitutivos, não sendo induzidos pela presença
do antimicrobiano.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
17. Aminoglicosídeos
Propriedades Farmacológicas
Má biodisponibilidade por VO;
Administrados IM ou EV;
Eliminação por filtração glomerular.
Concentração-dependência.
Concentração extracelular e intracelular.
Líquido pleural, pericárdico, ascítico e sinovial X líquor.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
18. Indicações Clínicas
Bacilos e cocos gram-negativos
aeróbios
Bactérias gram-positivas
Micobactérias
AminoglicosídeosAminoglicosídeos
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
Septicemias Endocardites
Infecções do
trato urinário
Infecções
respiratórias
Infecções
intra-
abdominais
Infecções
oculares
Meningites
em RN
Osteomielites
e infecções
de
articulações.
19. Principais Aminoglicosídeos
Estreptomicina
Mycobacterium tuberculosis e M. bovis.
Esquemas alternativos contra TB: resistência à isoniazida e/ou à
rifampicina, ou necessidade de terapia parenteral.
Gentamicina
Bacilos gram-negativos: P. aeruginosa e Serratia spp.
Esquemas combinados com ß-lactâmicos: enterococos.
Maior penetração placentária.
Aminoglicosídeos
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
20. Principais Aminoglicosídeos
Amicacina
Maior espectro de ação.
Gram-negativos resistentes à gentamicina.
Terapia empírica de infecções relacionadas
à assistência à saúde.
Micobacterioses.
Tobramicina
Formulações tópicas em colírio ou pomada oftálmica.
Neomicina
Formulações tópicas associadas a outros antimicrobianos e/ou
corticoides
Aminoglicosídeos
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
21. Aminoglicosídeos
Efeitos Colaterais
Nefrotoxicidade
IRA não oligúrica.
FR: uso concomitante de outras drogas nefrotóxicas, idade avançada,
doença hepática subjacente, uso prévio de aminoglicosídeos e estados
hipovolêmicos.
Ototoxicidade
Lesão auditiva: zumbido e perda da audição.
Lesão vestibular: vertigem, ataxia e perda do equilíbrio.
Irreversibilidade.
Paralisia Neuromuscular
Paralisia respiratória.
FR: miastenia gravis, hipocalcemia, hiperfosfatemia, botulismo.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
23. Macrolídeos
Introdução
Antibióticos formados
quimicamente por heterosídeos
contendo um anel lactona
macrocíclico.
Representantes:
Eritromicina, azitromicina,
claritromicina, espiramicina,
roxitromicina, telitromicina,
diritromicina.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
24. Mecanismo de Ação
Ação bacteriostática;
Bloqueio da síntese proteica bacteriana;
Ligam-se à subunidade 50S do ribossomo e impedem a
transferência dos aminoácidos conduzidos pelo RNAt para
a cadeia polipeptídica em formação.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
25. Espectro de Ação
Eritromicina:
Bactérias gram-positivas, cocos gram-negativos, espiroquetas,
bacilo da coqueluche, actinomicetos, Chlamydia, Campylobacter,
Mycoplasma, Legionella, Gardnerella vaginalis.
Claritromicina:
Bactérias atípicas, Chlamydia trachomatis, Mycoplasma
pneumoniae e Legionella. Possui atividade contra Haemophilus
influenzae.
Azitromicina:
Gram-negativos (H. influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria
gonorrhoeae e espécies de Campylobacter e Legionella.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
26. Resistência
Natural: enterobactérias.
Adquirida: S. aureus, S. epidermidis, S. pneumoniae.
Pode resultar de mutações cromossômicas ou da aquisição de
plasmídios.
A expressão da resistência consiste, principalmente, em
modificações na unidade 50S do ribossomo bacteriano.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
27. Farmacocinética e Metabolismo: Eritromicina
Inativada em meio ácido, possuindo absorção reduzida
quando administrada junto a alimentos.
Possui menor meia-vida, necessitando de 4
administrações diárias.
Metabolizada no fígado e excretada, principalmente, pelas
vias biliares.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
28. Farmacocinética e Metabolismo: Claritromicina
Níveis séricos mais elevados e prolongados que a
eritromicina, necessitando de apenas 2 administrações
diárias.
Não sofre inativação em meio ácido.
Eliminação, predominantemente, por via renal.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
29. Farmacocinética e Metabolismo: Azitromicina
Possui a maior meia-vida, necessitando de apenas uma
administração diária.
Alimentos e antiácidos interferem na sua absorção
Possui elevada concentração nos tecidos.
Eliminação, principalmente, através da mucosa intestinal.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
30. Interações Medicamentosas
Eritromicina e Claritromicina:
Teofilina;
Benzodiazepínicos;
Carbamazepina.
Azitromicina;
Digoxina.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
31. Indicações Clínicas
Eritromicina:
Coqueluche, difteria, eritrasma, legioneloses, pneumonias
intersticiais por Mycoplasma pneumoniae.
Claritromicina:
Infecções das vias aéreas superiores e inferiores.
Indicação especial nas infecções pulmonares por Chlamydia
pneumoniae, Legionella pneumophila e Mycoplasma
pneumoniae.
Azitromicina:
Infecções respiratórias e dermatológicas por estreptococos e
estafilococos.
Infecções respiratórias por Haemophilus influenzae e Bordetella
pertussis. Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
32. Efeitos Adversos
Mais comuns e intensos com a eritromicina.
Náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, pirose.
Estolato de eritromicina: pode haver icterícia colestática
com febre, vômitos, hepatomegalia dolorosa, colúria e
acolia fecal.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Macrolídeos
34. Introdução
Formados por hidrocarbonetos aromáticos polinucleares.
Amplo espectro de ação.
Segunda classe de antibiótico de amplo espectro mais
antiga (1948).
No Brasil: tetraciclina na forma de cloridrato e de fosfato,
oxitetraciclina, doxiciclina e minociclina.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
35. Mecanismo de Ação
Inibição da síntese proteica (porção 30S do ribossoma -
bloqueia a ligação do RNA transportador).
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
36. Mecanismo de Resistência
Principal: diminuição da acumulação da droga no interior
da célula.
Cromossômica.
Mediada por plasmídeos ou transposons.
Utilização veterinária.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
37. Vias de Administração
Via oral
Principal via
Biodisponibilidade 60 a 70%
IM
Lidocaína
Muito efeito adverso
IV
Flebite
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
38. Espectro de Ação
Gram positivos, Gram negativos, riquétsias, micoplasmas,
clamídias, borrélias, espiroquetas, actinomicetas,
legionelas e algumas micobactérias.
Ação limitada: Entamoeba histolytica e os plasmódios
causadores da malária no homem.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
39. Propriedades Farmacológicas
A absorção oral é prejudicada pela ingestão concomitante
de alimentos, antiácidos, leite e ferro.
É encontrada em pequena quantidade em muitos fluidos
orgânicos como: fígado, pulmões, rins cérebro, escarro,
LCR, líquido sinovial. Atravessam a barreira
transplacentária e são excretadas no leite materno.
São eliminadas na urina e fezes, sendo a via renal a mais
importante.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
40. Indicações Clínicas
Infecções por clamídias, riquétsias, cólera, brucelose e
actinomicose.
São alternativas para infecções por Mycoplasma
pneumoniae, N. gonorrhoeae, H. ducrey, Treponema
pallidum e em pacientes com traqueobronquites e
sinusites.
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
41. Efeitos Colaterais
Podem causar reações alérgicas: urticárias, edema
prioritário, exantemas.
Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do
esmalte dentário e crescimento ósseo anormal.
Náuseas, vômitos e diarreia.
Cefaleias, incapacidade de concentração e hipertensão
intracraniana (mais raros).
Tavares, W et al. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico, 2006.
Tetraciclinas
43. Conceito e Classificação
Grupo nitroimidazólico;
Droga usada, pela primeira vez, em 1959 para tratamento de
infecções por Trichomonas vaginalis; 1962 uso em bactérias
anaeróbias;
Excelente atividade contra bactérias anaeróbias estritas (cocos
gram-positivos, bacilos gram-negativos, bacilos gram-positivos)
e microaerófilas; e certos protozoários como amebíase,
tricomoníase e giardíase.
Metronidazol
1-(2-hidroetil)-2-metil-5-
nitroimidazol
http://www.anvisa.gov.br/
45. Mecanismo de ação
Mecanismo de Ação
Início rápido
1. Penetração da droga na célula do microorganismo;
2. Ativação redutora;
3. Efeito tóxico do derivado reduzido (hidroxi);
4. Liberação de produtos finais inativos;
Potente ação bactericida e protozoaricida!
Metronidazol
Penildon Silva - Farmacologia, 8ª
edição
46. Farmacocinética
Farmacocinética
VO, TÓPICA e IV: rápida e quase completa absorção.
Meia-vida de 8 horas, aproximadamente.
Metabolizado, principalmente, pelo fígado.
Eliminação, principalmente, pela urina (60-80%).
Boa penetração no SNC e na placenta.
Apenas 10% se ligam a proteínas plasmáticas,
distribuindo-se amplamente; atinge todos os tecidos e
fluidos do organismo.
Metronidazol
Penildon Silva - Farmacologia, 8ª
edição
47. Usos Clínicos
Amebíase intestinal
e extra-intestinal.
Giardíase.
Balantidíase
Infecções intra-
abdominais,
obstétricas e
ginecológicas
causadas por
bactérias anaeróbias
Bacteremia e
infecções de ossos e
articulações de
tecidos moles por
bactérias anaeróbias
Diarreia e Colite
pseudomembranosa
por Clostridium
dificile
(associado)
Doença periodôntica
Erradicação do H.
pylori na úlcera
péptica
(associado)
Rosácea Doença de Crohn
Abcessos cerebrais,
subfrênicos,
abdominais,
hepáticos
Penildon Silva - Farmacologia, 8ª
edição
Metronidazol
48. Vias de administração
Vias de Administração
Via oral
Via intravenosa (casos graves)
Via retal
Via intravaginal
Uso tópico
Metronidazol
49. Efeitos adversos
Efeitos Adversos
De modo geral é bem tolerado!
Gravidez* Amamentação*
Reações mais simples
• Pertubações gastrointestinais
leves
• Neutropenia reversível
• Sabor metálico
• Urina escura ou vermelho-
marrom
• Exatema maculopapular
• Urticária ou, raramente, erupção
pustular
• Queimor vaginal e uretral
• Ginecomastia
Reações mais sérias
• Convulsões
• Encefalopatia
• Disfunção cerebelar
• Ataxia
• Neuropatia periférica
• Reação do tipo dissulfiram com
álcool*
• Potencialização dos efeitos da
varfarina
• Pancreatite branda
Metronidazol
50. Resistência
Resistência
SURGE RARAMENTE
Diversos mecanismos envolvidos:
Diminuição da permeabilidade bacteriana ao antimicrobiano;
Diminuição da capacidade de realizar a redução intracelular.
Eventualmente T. vaginalis pode se tornar resistente.
Metronidazol
Penildon Silva - Farmacologia, 8ª
edição
52. Lincosaminas
Conceito e Classificação
Obtido, em 1962, da fermentação do
Streptomyces lincolnensis.
Antibiótico Natural Lincomicina
Antibiótico Semi-sintético
Clindamicina
Antibióticos e quimioterápicos para o clínico.
2005.
53. Lincosaminas
Mecanismo de Ação
Ação bacteriostática.
Inibem a síntese proteica nos ribossomos, ligando-se a
subunidade 50S
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
54. Lincosaminas
Mecanismo de Resistência
A resistência a este grupo, que geralmente confere
resistência cruzada aos macrolídios, se deve:
Alterações no sítio receptor do ribossoma;
Mudanças mediadas por plasmídeos, no RNA 23S da
subunidade 50S do ribossoma.
Google
Imagens Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
55. Lincosaminas
Propriedades Farmacológicas: Lincomicina
Administração por via oral ou por via parenteral.
Não ultrapassa a barreira hematoencefálica normal.
Metabolização no fígado e eliminação por via urinária,
biliar e fecal.
É hemodialisável.
Interações medicamentosas com eritromicina. Também
interage com os bloqueadores neuromusculares.
Antibióticos e quimioterápicos para o clínico.
2005.
56. Lincosaminas
Propriedades Farmacológicas: Clindamicina
Administração por via oral e parenteral. Formas de
apresentação: palmitato, cloridrato e fosfato de
clindamicina.
Não ultrapassa a barreira hematoencefálica normal.
Metabolização no fígado e eliminação por via renal e,
principalmente, por via biliar.
Não é eliminada na diálise peritoneal ou hemodiálise.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
57. Lincosaminas
Indicações Clínicas: Lincomicina
Tratamento de infecções estreptocócicas, pneumocócicas
e estafilocócicas de pequena e média gravidade, bem
como na difteria.
Apresenta elevada concentração óssea » útil em
osteomielites estafilocócicas agudas e crônicas.
Alternativa em pacientes com hipersensibilidade às
penicilinas.
VO: 30-50 mg/kg/dia, fracionada 6/6h ou 8/8h.
IM: 10-20 mg/kg/dia, 12/12h.
IV: 30-50 mg/kg/dia, fracionada 8/8h ou 12/12h.
Antibióticos e quimioterápicos para o clínico.
2005.
58. Lincosaminas
Indicações Clínicas: Clindamicina
Principal: infecções por bactérias anaeróbias,
particularmente o Bacteroides fragilis e as Prevotella,
produtores de beta-lactamases.
Fasciites e celulites necrotizantes, sinusite crônica,
abscessos periamigdaliano e retrofaríngeo, pneumonia de
aspiração, actinomicose, abscessos hepáticos, pulmonar e
subfrênico, peritonites, pelviperitonites, apendicite
supurada, aborto séptico e sepses por anaeróbios.
Alternativa terapêutica para corioretinite ou encefalite por
Toxoplasma gondii e malária por P. vivax e P. falciparum.
Dose usualmente recomendada: 15-40 mg/kg/dia, fracionada de
8/8h.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
59. Lincosaminas
Principais Efeitos Colaterais
Por ter eliminação biliar, é alta a
concentração da clindamicina nas fezes,
suprimindo a flora anaeróbica.
Em torno de 8% dos pacientes têm
diarreia. Destes, 10% têm colite associada
ao uso de antimicrobianos (colite
pseudomembranosa), causada pelo
Clostridium difficile que costuma ser
resistente à clindamicina.
Exantema ocorre em 10% dos pacientes.
Febre, eosinofilia e reações anafilactóides
são raras.
Pode ocorrer flebite após infusão
endovenosa.
Google Imagem
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso
Clínico
61. Referencial Bibliográfico
Tavares, Walter. Antibióticos e quimioterápicos para o clínico. Editora Atheneu,
2005.
Antimicrobianos - Bases Teóricas e Uso Clínico. Acessado em 20 de junho de
2014. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/op
as_web/modulo1/aminoglicosideos.htm
Silva, Penildon. FARMACOLOGIA. 8ªedição.
Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 3ª ed. São Paulo: Ed
Atheneu; 2005.
Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin
Infect Dis; 2007:45 (supp 1):S89-95.
Amato Neto V, Nicodemo AC, Lopes HV. Antibióticos na prática clínica. 6ª ed.
São Paulo: Sarvier Editora; 2007.
Notas do Editor
Existem três mecanismos reconhecidos de resistência bacteriana aos aminoglicosídeos: ↑
O desenvolvimento da resistência durante o tratamento é raro.
Pouco absorvíveis por via oral, sendo utilizados por esta via somente para a descontaminação da flora intestinal (neomicina).
Os níveis séricos máximos são obtidos após 60 a 90 minutos, por via intramuscular, e em infusões intravenosas por 30 minutos.
Sua atividade bactericida está relacionada ao seu pico sérico, ou seja, quanto maior a concentração da droga mais rápida e maior o efeito bactericida, mostrando ainda importante atividade bacteriostática residual, principalmente quando do uso concomitante com antimicrobianos ß-lactâmicos.
Distribuem-se bem no líquido extracelular, porém a concentração intracelular é pequena, por necessitarem de transporte ativo para sua absorção.
Exceção são as células tubulares renais proximais onde fazem com que a urina atinja concentrações 25 a 100 vezes a sérica.
A penetração nas secreções pulmonares alcança 20% da concentração sérica, também é baixa a penetração em liquor, exceto em recém-nascidos. São eliminados quase que inalterados por filtração glomerular.
NefrotoxicidadeTodos os aminoglicosídeos são potencialmente nefrotóxicos. Manifesta-se clinicamente após 7 a 10 dias de tratamento como uma insuficiência renal aguda do tipo não oligúrica, por necrose tubular aguda. Há reversibilidade da função renal com a interrupção do tratamento. Fatores de risco incluem: uso concomitante de outras drogas nefrotóxicas, idade avançada, doença hepática subjacente, uso prévio de aminoglicosídeos e estados hipovolêmicos.
OtotoxicidadeÉ relativamente incomum, porém importante por sua irreversibilidade podendo ocorrer mesmo após a interrupção da droga.
Paralisia neuromuscularÉ complicação rara, sendo vista em situações especiais, como na absorção de altas doses intra-peritoneais ou de infusões rápidas do medicamento. Alguns pacientes estão mais susceptíveis a esta complicação, como aqueles que usaram curarizantes, ou pacientes com miastenia gravis, hipocalcemia, hiperfosfatemia, botulismo, nos quais os aminoglicosídeos não devem ser utilizados. O tratamento é feito com administração de gluconato de cálcio.
Essa classe permaneceu muito tempo somente com drogas naturais, por sua formula de dificil manipulacao, cuja droga padrao eh a eritromicina. Apenas mais recentemente se conseguiu realizar modificacoes no nucleo central macrociclico da eritromicina e surgiram os antibioticos semi sinteticos.
Gram-positivos: estafilococos, estrepto, clostridios, listeria, corinebacterias
Cocos gram negativos: gonococo, meningococo
Espiroquetas (treponemas, leptospiras)
Azitromicina possui espectro mais amplo, contra gram negativos, tem melhor farmacocinetica e tolorancia. eh menos potente contra estrepto, estafilo, listeria e corinebacterias, mas em compensacao tem maior acao contra gram negativos.
Enterobacterias sao naturalmente resistentes por nao serem permeaveis a esses antibioticos
Adquirida - especialmente em ambiente hospitalar
Modificacoes na subunidade 50s, de tal maneira que o antibiotico nao eh mais capaz de se ligar ao seu receptor e alterar a sintese proteica
Alem disso, pode haver tambem diminuicao da permeabilidade da celula ao antibiotico e inativacao enzimatica
Tem absorcao reduzida quando administrada junto a alimentos porque torna o esvaziamento gastrico mais lento, sujeitando o antibiotico ao contato mais prolongado com o meio acido, facilitando sua inativacao. Recomenda-se administrar longe da alimentacao
Pode ser usada em doses e intervalos normais em pacts renais e nao eh recomendada em insuf hepatica grave
As tetraciclinas entram por difusão, com gasto de energia. Ligam-se de forma reversível as porção 30S, bloqueando a ligação do RNAt, impedindo a síntese.
Foi usada pela primeira vez em 1959 para tratamento de infecções por Trichomonas Vaginalis e depois se verificou que era eficaz contra a maioria das infecções por bactérias anaeróbias e outras infecções parasitológicas.
Bactérias anaeróbias – não crescem em ambientes com oxigênio e na presença dele podem morrem
Bactérias microarófilas – crescem com muito pouco oxigênio, mas não toleram a quantidade normal
Atividade redutora – na redução do grupo nitro da droga
O metronidazol atua como aceptor preferencial de elétrons, sendo redutozido por proteínas transportadoras de elétrons de baixo potencial redox.
A redução da droga reduz a concentração intracelular da droga inalterada, o que mantém um gradiente que impede a captação e a gera compostos que são tóxicos para célula bacteriana.
A toxicidade é exercida por compostos intermediários, de vida curta, ou por radicais livres que produzem lesões devido à interação com o DNA e possivelmente com outras macromoléculas. Os intermediários citotóxicos se decompõem em produtos finais atóxicos e inativos como acetamida e ácido 2-hidroetiloxâmico.
O derivado hidroxi do metronidazol possui significativa atividade anti
Após a entrada na célula, por difusão passiva, o antimicrobiano é ativado por um processo de redução. O grupo nitro da droga atua como receptor de elétrons, levando à liberação de compostos tóxicos e radicais livres que atuam no DNA, inativando-o e impedindo a síntese enzimática das bactérias.
As bactérias aeróbicas não possuem enzimas que reduzam a droga, e não formam portanto, os compostos tóxicos intermediários com atividade antibacteriana.
Início rápido
NÃO é afetada pelo tamanho do inóculo, pelas necessidades nutritivas ou pela taxa de crescimento das bactérias
Diarreia e Colite pseudomembranosa por Clostridium dificile + vancomicina
Erradicação do H. pylori na úlcera péptica + claritromicina + omeprazol + sais de bismuto
Na rosácea se usa o metronidazol tópico
E na doença de crohn é para evitar o super crescimento bacteriano e nas fístulas perianais
Vo – peritonites, pelviperitonites – úlceras perfuradas, apendicite supurada, aborto séptico
IV e retal – esses casos mais graves
Intravaginal – trichomonas
Tópico – rosácea
Não estudos que comprovem teratogenicidade, prematuridade ou natimortalidade. Porém o uso deve ser evitado no primeiro trimestre e utilizado apenas em situações necessárias.
É excretado no leite materno então deve-se suspendê-la durante 2 dias após o uso da droga.
A reação tipo “dissulfiram” caracteriza-se por desconforto abdominal, rubor, vômitos e cefaléia e ocorre quando o paciente ingere bebidas alcoólicas durante o tratamento com metronidazol
Esta pode resultar da diminuição da permeabilidade bacteriana ao antimicrobiano, ou mais frequentemente, pela diminuição da capacidade de realizar a redução intracelular.
1962 – Lincomicina
1966 - Clindamicina
Desta forma alteram a superfície bacteriana, facilitando a opsonização, fagocitose e destruição intracelular dos microrganismo
Apresenta uma ampla distribuição pelos diversos líquidos e tecidos orgânicos: fígado, baço, rins, olhos, cérebro, medula óssea, ossos, cápsula articular, líquido pleural, sinovial, peritoneal e bile.
Não oferece segurança em pacientes com meningites.
Atravessa mal a barreira placentária. Mesmo em baixa quantidade no leite materno, pode causar diarreia no lactente, por alteração da microbiota anaeróbia.
Há variação conforme a via de eliminação. Caso seja uma administração parenteral – a via urinária terá uma eliminação entre 10-50%. Pacientes com insuficiência renal grave há redução da eliminação
Eritromicina – competição pelo mesmo local de ação.
Bloqueadores neuromusculares – Aumento do efeito destas substâncias – cuidado em pacientes com anestesia geral. Pode ser revertida pelo uso de neostigmina)
Apresenta boa absorção intestinal (90%), não interfere com a alimentação, estável em pH ácido. Via IM é dolorosa. Concentrações séricas ativas por 6-8 quando administrada por VO; e por via parenteral os níveis se mantêm por 8-12h.
Rapidamente distribuída para diversos tecidos do corpo, alcançando concentrações terapêuticas nos pulmões, fígado, baço, rins, intestinos, apêndice, útero, ossos, articulações, próstata, líquido sinovial e pleural, saliva, bile, secreção brônquica, secreção sébacea, e exsudato inflamatório. Concentra-se em abscessos.
Elevada eliminação por via biliar, devendo em pacientes com insuficiência hepática moderada ou grave ter sua dose diminuída em 50%. Eliminação urinária – 10%, ajuste na dose para pacientes com insuficiência renal grave, anúrica, redução da dose pela metade ou que o fracionamento das doses habituais se faça de 12/12h.
VO: ( 500 mg a cada 6 ou 8h - adultos )
IM: (300-600 mg a cada 12 h)
IV: diluir ampola em pelo menos 100 ml de solução salina ou glicosada, aplicada gota a gota, por no mínimo 1 hora. ( injeção rápida causa bradicardia, hipotensão arterial, arritmias e, mesmo, morte por parada cardíaca.
Infecções de etiologias mistas ( germes anaeróbios + bacilos gram-negativos), recomenda-se a associação com um antibiótico aminoglicosídeo ( gentamicina, tobramicina, amicacina )
Nas infecções estafilocócicas, pode ser uma alternativa em pacientes com hipersensibilidade as penicilinas. Boa eficácia para osteomielite estafilocócicas crônicas, por apresentar boa sensibilidade do estafilicoco a este antibiótico e à sua elevada concentração óssea
Toxoplasma gondii nos pacientes com aides ( em doses elevadas). Alternativa para sulfadiazina com a pirimetamina