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ATENÇÃO AO
RECÉM-NASCIDO
ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA:
MENOS É MAIS!
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ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS!
• Estima-se que para cada infecção documentada entre 11 e
23 recém-nascidos não infectados são tratados com
antibióticos nas Unidades Neonatais.
• O antibiótico, se bem indicado, salva vidas mas seu uso
inapropriado traz consequências graves ao recém-nascido
em curto e longo prazo.
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ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS!
Objetivos dessa apresentação:
Abordar:
• Os riscos associados ao uso inapropriado de antibióticos
• A epidemiologia da sepse neonatal tardia
• O diagnóstico e tratamento empírico da sepse tardia
• As experiências exitosas de esquemas de antibióticos empíricos
• Os programas de melhoria de qualidade no uso de antibióticos
• As oportunidades de melhoria para redução da sepse tardia
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ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS!
Riscos do uso de antibióticos
• Toxicidade - hepática, renal e medular
• Necessidade de acesso vascular ou punção venosa - risco de infecção e dor
• Multirresistência - seleção de flora
• Prolonga o tempo de internação e aumento dos custos hospitalares
• Aumenta o custo social e compromete o aleitamento materno ao separar mães e filhos
Em curto prazo
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Consequências não intencionais do uso de antibióticos
• Os antibióticos alteram o microbioma intestinal e respiratório, levando a disbiose e
propiciando mais infecções hospitalares, enterocolite necrosante, infecções fúngicas;
• Maior mortalidade prematuros;
• Em longo prazo essa disbiose tem sido associada a doenças da vida adulta como
obesidade, alergias e asma.
Em longo prazo
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• Os antibióticos estão entre as medicações mais prescritas em neonatologia.
Aproximadamente 70% dos prematuros de muito peso utilizam antibióticos após o 3º dia
de vida, em função de infecções.
• A sepse tardia é aquela que ocorre após 48 - 72 horas de vida, de origem ambiental,
incluindo infecções de comunidades mas principalmente as hospitalares.
• Dados de mais de 10.000 recém-nascidos de muito baixo peso da Rede Brasileira de
Pesquisas Neonatais, mostrou incidência média de 23% de sepse confirmada por
hemocultura e 20% de sepse clinica, entre os anos de 2009 - 2016, ou seja, quase 50%
desses prematuros desenvolveram sepse.
Epidemiologia
Sepse tardia
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• A sepse tardia relaciona-se com características do hospedeiro (prematuridade e baixo peso
ao nascer), com práticas assistenciais (uso de cateteres vasculares, nutrição parenteral,
intubação traqueal, ventilação mecânica, drenagens, cirurgias e uso de outros dispositivos.
• Também relaciona-se com a infraestrutura da unidade (inadequação de equipamentos e
insumos) e com a escassez de recursos humanos.
• A transmissão horizontal por mãos de profissionais de saúde é um dos aspectos mais
importantes.
• Os agentes etiológicos dependem do perfil de cada Unidade, mas os estafilococos
coagulase negativa costumam ser os mais frequentes, seguidos de bactérias gram-
negativas , S. aureus e fungos.
Epidemiologia
Sepse tardia
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• O diagnóstico clínico é inespecífico
• Em relação ao diagnóstico laboratorial, o hemograma tem alto valor preditivo negativo,
ou seja, é útil na exclusão da infecção. Reagentes de fase aguda, especialmente a proteína
C reativa, não são considerados marcadores precoces de infecção, mas são úteis quando
avaliados de forma seriada, na exclusão da infecção e no controle da mesma.
• Exames específicos incluem o isolamento do agente em fluidos corporais estéreis como
sangue, liquor e urina.
Diagnóstico
Sepse tardia
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Exames específicos
• Hemocultura: colher duas amostras, em locais diferentes, ao mesmo tempo ou com
intervalo de até 12-24 horas entre elas. Colher um volume mínimo de 1 ml e técnica
asséptica. Cerca de 64% do crescimento bacteriano ocorre em até 24 horas, 94% em até
36 horas e 97% em 48 horas.
• Liquor: a meningite está presente em até 30% dos quadros sépticos. Pleocitose,
hiperproteinorraquia e glicose 2/3 menor que a glicemia são achados comuns, mas o
diagnóstico definitivo é a cultura positiva.
• Urina: o padrão ouro é a coleta por punção supra púbica ou sondagem vesical.
Diagnóstico
Sepse tardia
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• O tratamento empírico visa a cobertura dos agentes mais frequentes: seja, estafilococo
coagulase negativa e Gram-negativos.
• Esquema antibiótico mais indicado: Oxacilina e aminoglicosídeo (Amicacina)
• Recomenda-se o uso de Oxacilina mesmo para unidades com alta incidência de
estafilococo coagulase negativa oxacilina resistente, uma vez que é um agente insidioso
com baixa evolução para choque e óbito, sendo possível aguardar o padrão de
sensibilidade da bactéria para o ajuste antimicrobiano.
• Amicacina apresenta baixo potencial de resistência e bom espectro para bactérias Gram-
negativas hospitalares.
Tratamento empírico
Sepse tardia
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• 5 a 7 dias para pneumonia e sepse clinica com boa evolução
• 7 a 10 dias para sepse confirmada
• 14 dias para meningite por Gram-positivos
• 21 dias para Gram-negativos.
A suspensão de antibióticos deve ocorrer em até 48 horas quando não
houver crescimento bacteriano nas culturas e o estado clínico for favorável.
Tratamento empírico
Sepse tardia
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ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS!
Experiências exitosas no tratamento empírico
• Unidades que trocaram o esquema do tratamento empírico com cefalosporinas de
terceira geração para aminoglicosídeos observaram redução na incidência de agentes
Gram-negativos e de germes multirresistentes.
• As cefalosporinas aumentam em até 34 vezes o risco de infecções por germes
multirresistentes beta lactamase de espectro expandido. Não é uma boa prática seu uso
empírico.
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• O uso da vancomicina como tratamento empírico da sepse tardia é desencorajado pois está
associado a emergência de germes resistentes, entre eles: S. aureus resistente à oxacilina e
até com resistência intermediaria à vancomicina, enterococos resistente a vancomicina e
Gram-negativos multirresistentes.
• Uma boa prática é a coleta de duas hemoculturas. Se estafilococo coagulase negativa
resistente à oxacilina for isolado em apenas uma hemocultura não trocar para vancomicina,
repetir a coleta.
Experiências exitosas no tratamento empírico
Em 80% dos casos o estafilococo coagulase negativa cresce na cultura em 24 horas. Portanto é
possível aguardar a nova cultura e fazer a troca do antibiótico se o estafilococo coagulase
negativa resistente à oxacilina for isolado ou, até mesmo, suspender o tratamento se não
houver crescimento bacteriano em até 36 a 48 horas.
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• Estudo nacional sobre a troca do esquema empírico de vancomicina por oxacilina
mostrou que após essa mudança, houve redução da densidade de incidência de infecção
tardia e do tempo de uso de antibióticos de 11,5 dias para 6 dias
• Houve também aumento da frequência do estafilococo coagulase negativa mas sem
aumento da morbimortalidade, redução do S. aureus sem notificação de casos de
endocardite ou meningite e não houve aumento na incidência de Gram-negativos ou
fungos.
Experiências exitosas no tratamento empírico
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Programas de melhoria de qualidade na redução do uso de antibióticos
Vários programas exitosos são descritos, entre eles:
• CDC (Center for Disease Control and Prevention of Disease): programa 12 passos com
incentivo ao uso racional de antibióticos e também à prevenção da infecção, da
transmissão horizontal (higienização das mãos) e da otimização do diagnóstico e
tratamento.
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Programas de melhoria de qualidade na redução do uso de antibióticos
• O programa Smart use of Antibiotics Program (SMAP) contempla 5 ações e mostrou-se
bastante exitoso (China):
1. Time que é a equipe SMAP trabalhando com motivação
2. Metas de segurança e qualidade
3. Grupos administrativo, de supervisão e de implementação
4. Estratégias com auditoria de prontuários, feedback para equipe (uma das mais
importantes), autorização da prescrição e intervenção na prescrição quando necessária;
5. Desfechos incluindo re-hospitalizações, sepse tardia, enterocolite, colonização por
germes multirresistentes e morte.
Comparando o período pré e pós implementação do programa, houve redução do uso e do
tempo de uso de antibióticos, da incidência de bactérias multirresistentes, sem nenhuma
interferência nos desfechos.
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Oportunidades de melhoria para reduzir sepse tardia e o uso de antibióticos
Além dos programas de melhoria de qualidade, o investimento em práticas assistenciais
simples e altamente impactantes são fundamentais, entre elas:
• Nutrição enteral precoce dando preferência sempre ao leite da mãe e na sua ausência, no
leite humano de banco, reduzindo assim o uso de nutrição parenteral e consequentemente
de cateter vascular
• Uso de bundles de cateteres vasculares tanto para inserção quanto para manutenção, com
retirada de cateter o mais rápido possível
• Uso de modalidades ventilatórias não invasivas evitando ao máximo a ventilação
mecânica.
Lembrando que a higienização das mãos
permeia sempre nossas práticas.
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Não tenha medo de mudanças!
• Não use antibióticos na ausência de infecção clínica, tenha protocolos
no seu serviço e obtenha culturas antes de iniciar antibióticos.
• Reavalie seu diagnóstico clínico em até 48h e reveja a necessidade de
manter esses antibióticos. Se não confirmar infecção, suspenda em
até 48 horas.
• Invista em seu laboratório de microbiologia e em boas práticas
assistenciais: nutrição enteral com leite materno, retirada de
cateteres vasculares, ventilação não invasiva e higienização das mãos
sempre!
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Referências
• Ho T, Buus- Frank M, Edwards EM, Morrow KA, Ferrelli K, Srinivassan A et al. Adherence of Newborn-Specific Antibiotic Stewardship Programs to
CDC Recommendations. Pediatrics 2018; 142(6)e20174322.
• Ibukunoluwa C. Akinboyo MD, Jeffrey S. Gerber MD .Principles, Policy and Practice of Antibiotic Stewardship Seminars in Perinatology 2020; 44(8):
151324 .
• Aleem S, WohlfarthM, Cotton M, Greenberg RG. Infection control and other stewardship strategies in late onset sepsis, necrotizing enterocolitis,
and localized infection in the neonatal intensive care unit. Seminars in Perinatology 2020; 44(8): 151326 .
• Rub DM, Dhudasia , Healy , Mukhopadhyay S. Role of microbiological tests and biomarkers in antibiotic stewardship. Seminars in Perinatology
2020; 44(8): 151328.
• Wang T, Udomkittivorakul M, Bonfield M, Nadeem A, Gray J. Deshmukh H. Early Life Antibiotic Exposure and Host Health: Role of the Microbiota-
Immune Interaction. Seminars in Perinatology 2020; 44(8): 151323.
• Le J, Nguyen T, Okamoto M, McKamy S, Lieberman JM. Impact of empiric antibiotic use on development of infections caused by extended-
spectrum beta-lactamase bacteria in a neonatal intensive care unit. Pediatr Infect Dis J. 2008; 27(4):314-8.
• Sánchez PJ, Moallem M, Cantey JB, Milton A, Michelow IC Empiric therapy with vancomycin in the neonatal intensive care unit: let's "get smart"
globally!.J Pediatr (Rio J). 2016; 92(5):432-5
• Romanelli RM, Anchieta LM, Bueno E Silva AC, de Jesus LA, Rosado V, Clemente WT .Empirical antimicrobial therapy for late-onset sepsis in a
neonatal unit with high prevalence of coagulase-negative Staphylococcus.J Pediatr (Rio J). 2016; 92(5):472-8.
• Lu C, Liu Q, Yuan H, Wang L . Implementation of the Smart Use of Antibiotics Program to Reduce Unnecessary Antibiotic Use in a Neonatal ICU: A
Prospective Interrupted Time-Series Study in a Developing Country. Crit Care Med. 2019; 47(1):e1-e7
ATENÇÃO AO
RECÉM-NASCIDO
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Material de 13 de agosto de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção ao Recém-nascido
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Uso de Antibióticos em Neonatologia: menos é mais!

  • 2. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • Estima-se que para cada infecção documentada entre 11 e 23 recém-nascidos não infectados são tratados com antibióticos nas Unidades Neonatais. • O antibiótico, se bem indicado, salva vidas mas seu uso inapropriado traz consequências graves ao recém-nascido em curto e longo prazo.
  • 3. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Objetivos dessa apresentação: Abordar: • Os riscos associados ao uso inapropriado de antibióticos • A epidemiologia da sepse neonatal tardia • O diagnóstico e tratamento empírico da sepse tardia • As experiências exitosas de esquemas de antibióticos empíricos • Os programas de melhoria de qualidade no uso de antibióticos • As oportunidades de melhoria para redução da sepse tardia
  • 4. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Riscos do uso de antibióticos • Toxicidade - hepática, renal e medular • Necessidade de acesso vascular ou punção venosa - risco de infecção e dor • Multirresistência - seleção de flora • Prolonga o tempo de internação e aumento dos custos hospitalares • Aumenta o custo social e compromete o aleitamento materno ao separar mães e filhos Em curto prazo
  • 5. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Consequências não intencionais do uso de antibióticos • Os antibióticos alteram o microbioma intestinal e respiratório, levando a disbiose e propiciando mais infecções hospitalares, enterocolite necrosante, infecções fúngicas; • Maior mortalidade prematuros; • Em longo prazo essa disbiose tem sido associada a doenças da vida adulta como obesidade, alergias e asma. Em longo prazo
  • 6. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • Os antibióticos estão entre as medicações mais prescritas em neonatologia. Aproximadamente 70% dos prematuros de muito peso utilizam antibióticos após o 3º dia de vida, em função de infecções. • A sepse tardia é aquela que ocorre após 48 - 72 horas de vida, de origem ambiental, incluindo infecções de comunidades mas principalmente as hospitalares. • Dados de mais de 10.000 recém-nascidos de muito baixo peso da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais, mostrou incidência média de 23% de sepse confirmada por hemocultura e 20% de sepse clinica, entre os anos de 2009 - 2016, ou seja, quase 50% desses prematuros desenvolveram sepse. Epidemiologia Sepse tardia
  • 7. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • A sepse tardia relaciona-se com características do hospedeiro (prematuridade e baixo peso ao nascer), com práticas assistenciais (uso de cateteres vasculares, nutrição parenteral, intubação traqueal, ventilação mecânica, drenagens, cirurgias e uso de outros dispositivos. • Também relaciona-se com a infraestrutura da unidade (inadequação de equipamentos e insumos) e com a escassez de recursos humanos. • A transmissão horizontal por mãos de profissionais de saúde é um dos aspectos mais importantes. • Os agentes etiológicos dependem do perfil de cada Unidade, mas os estafilococos coagulase negativa costumam ser os mais frequentes, seguidos de bactérias gram- negativas , S. aureus e fungos. Epidemiologia Sepse tardia
  • 8. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • O diagnóstico clínico é inespecífico • Em relação ao diagnóstico laboratorial, o hemograma tem alto valor preditivo negativo, ou seja, é útil na exclusão da infecção. Reagentes de fase aguda, especialmente a proteína C reativa, não são considerados marcadores precoces de infecção, mas são úteis quando avaliados de forma seriada, na exclusão da infecção e no controle da mesma. • Exames específicos incluem o isolamento do agente em fluidos corporais estéreis como sangue, liquor e urina. Diagnóstico Sepse tardia
  • 9. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Exames específicos • Hemocultura: colher duas amostras, em locais diferentes, ao mesmo tempo ou com intervalo de até 12-24 horas entre elas. Colher um volume mínimo de 1 ml e técnica asséptica. Cerca de 64% do crescimento bacteriano ocorre em até 24 horas, 94% em até 36 horas e 97% em 48 horas. • Liquor: a meningite está presente em até 30% dos quadros sépticos. Pleocitose, hiperproteinorraquia e glicose 2/3 menor que a glicemia são achados comuns, mas o diagnóstico definitivo é a cultura positiva. • Urina: o padrão ouro é a coleta por punção supra púbica ou sondagem vesical. Diagnóstico Sepse tardia
  • 10. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • O tratamento empírico visa a cobertura dos agentes mais frequentes: seja, estafilococo coagulase negativa e Gram-negativos. • Esquema antibiótico mais indicado: Oxacilina e aminoglicosídeo (Amicacina) • Recomenda-se o uso de Oxacilina mesmo para unidades com alta incidência de estafilococo coagulase negativa oxacilina resistente, uma vez que é um agente insidioso com baixa evolução para choque e óbito, sendo possível aguardar o padrão de sensibilidade da bactéria para o ajuste antimicrobiano. • Amicacina apresenta baixo potencial de resistência e bom espectro para bactérias Gram- negativas hospitalares. Tratamento empírico Sepse tardia
  • 11. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • 5 a 7 dias para pneumonia e sepse clinica com boa evolução • 7 a 10 dias para sepse confirmada • 14 dias para meningite por Gram-positivos • 21 dias para Gram-negativos. A suspensão de antibióticos deve ocorrer em até 48 horas quando não houver crescimento bacteriano nas culturas e o estado clínico for favorável. Tratamento empírico Sepse tardia
  • 12. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Experiências exitosas no tratamento empírico • Unidades que trocaram o esquema do tratamento empírico com cefalosporinas de terceira geração para aminoglicosídeos observaram redução na incidência de agentes Gram-negativos e de germes multirresistentes. • As cefalosporinas aumentam em até 34 vezes o risco de infecções por germes multirresistentes beta lactamase de espectro expandido. Não é uma boa prática seu uso empírico.
  • 13. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • O uso da vancomicina como tratamento empírico da sepse tardia é desencorajado pois está associado a emergência de germes resistentes, entre eles: S. aureus resistente à oxacilina e até com resistência intermediaria à vancomicina, enterococos resistente a vancomicina e Gram-negativos multirresistentes. • Uma boa prática é a coleta de duas hemoculturas. Se estafilococo coagulase negativa resistente à oxacilina for isolado em apenas uma hemocultura não trocar para vancomicina, repetir a coleta. Experiências exitosas no tratamento empírico Em 80% dos casos o estafilococo coagulase negativa cresce na cultura em 24 horas. Portanto é possível aguardar a nova cultura e fazer a troca do antibiótico se o estafilococo coagulase negativa resistente à oxacilina for isolado ou, até mesmo, suspender o tratamento se não houver crescimento bacteriano em até 36 a 48 horas.
  • 14. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! • Estudo nacional sobre a troca do esquema empírico de vancomicina por oxacilina mostrou que após essa mudança, houve redução da densidade de incidência de infecção tardia e do tempo de uso de antibióticos de 11,5 dias para 6 dias • Houve também aumento da frequência do estafilococo coagulase negativa mas sem aumento da morbimortalidade, redução do S. aureus sem notificação de casos de endocardite ou meningite e não houve aumento na incidência de Gram-negativos ou fungos. Experiências exitosas no tratamento empírico
  • 15. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Programas de melhoria de qualidade na redução do uso de antibióticos Vários programas exitosos são descritos, entre eles: • CDC (Center for Disease Control and Prevention of Disease): programa 12 passos com incentivo ao uso racional de antibióticos e também à prevenção da infecção, da transmissão horizontal (higienização das mãos) e da otimização do diagnóstico e tratamento.
  • 16. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Programas de melhoria de qualidade na redução do uso de antibióticos • O programa Smart use of Antibiotics Program (SMAP) contempla 5 ações e mostrou-se bastante exitoso (China): 1. Time que é a equipe SMAP trabalhando com motivação 2. Metas de segurança e qualidade 3. Grupos administrativo, de supervisão e de implementação 4. Estratégias com auditoria de prontuários, feedback para equipe (uma das mais importantes), autorização da prescrição e intervenção na prescrição quando necessária; 5. Desfechos incluindo re-hospitalizações, sepse tardia, enterocolite, colonização por germes multirresistentes e morte. Comparando o período pré e pós implementação do programa, houve redução do uso e do tempo de uso de antibióticos, da incidência de bactérias multirresistentes, sem nenhuma interferência nos desfechos.
  • 17. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Oportunidades de melhoria para reduzir sepse tardia e o uso de antibióticos Além dos programas de melhoria de qualidade, o investimento em práticas assistenciais simples e altamente impactantes são fundamentais, entre elas: • Nutrição enteral precoce dando preferência sempre ao leite da mãe e na sua ausência, no leite humano de banco, reduzindo assim o uso de nutrição parenteral e consequentemente de cateter vascular • Uso de bundles de cateteres vasculares tanto para inserção quanto para manutenção, com retirada de cateter o mais rápido possível • Uso de modalidades ventilatórias não invasivas evitando ao máximo a ventilação mecânica. Lembrando que a higienização das mãos permeia sempre nossas práticas.
  • 18. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Não tenha medo de mudanças! • Não use antibióticos na ausência de infecção clínica, tenha protocolos no seu serviço e obtenha culturas antes de iniciar antibióticos. • Reavalie seu diagnóstico clínico em até 48h e reveja a necessidade de manter esses antibióticos. Se não confirmar infecção, suspenda em até 48 horas. • Invista em seu laboratório de microbiologia e em boas práticas assistenciais: nutrição enteral com leite materno, retirada de cateteres vasculares, ventilação não invasiva e higienização das mãos sempre!
  • 19. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS! Referências • Ho T, Buus- Frank M, Edwards EM, Morrow KA, Ferrelli K, Srinivassan A et al. Adherence of Newborn-Specific Antibiotic Stewardship Programs to CDC Recommendations. Pediatrics 2018; 142(6)e20174322. • Ibukunoluwa C. Akinboyo MD, Jeffrey S. Gerber MD .Principles, Policy and Practice of Antibiotic Stewardship Seminars in Perinatology 2020; 44(8): 151324 . • Aleem S, WohlfarthM, Cotton M, Greenberg RG. Infection control and other stewardship strategies in late onset sepsis, necrotizing enterocolitis, and localized infection in the neonatal intensive care unit. Seminars in Perinatology 2020; 44(8): 151326 . • Rub DM, Dhudasia , Healy , Mukhopadhyay S. Role of microbiological tests and biomarkers in antibiotic stewardship. Seminars in Perinatology 2020; 44(8): 151328. • Wang T, Udomkittivorakul M, Bonfield M, Nadeem A, Gray J. Deshmukh H. Early Life Antibiotic Exposure and Host Health: Role of the Microbiota- Immune Interaction. Seminars in Perinatology 2020; 44(8): 151323. • Le J, Nguyen T, Okamoto M, McKamy S, Lieberman JM. Impact of empiric antibiotic use on development of infections caused by extended- spectrum beta-lactamase bacteria in a neonatal intensive care unit. Pediatr Infect Dis J. 2008; 27(4):314-8. • Sánchez PJ, Moallem M, Cantey JB, Milton A, Michelow IC Empiric therapy with vancomycin in the neonatal intensive care unit: let's "get smart" globally!.J Pediatr (Rio J). 2016; 92(5):432-5 • Romanelli RM, Anchieta LM, Bueno E Silva AC, de Jesus LA, Rosado V, Clemente WT .Empirical antimicrobial therapy for late-onset sepsis in a neonatal unit with high prevalence of coagulase-negative Staphylococcus.J Pediatr (Rio J). 2016; 92(5):472-8. • Lu C, Liu Q, Yuan H, Wang L . Implementation of the Smart Use of Antibiotics Program to Reduce Unnecessary Antibiotic Use in a Neonatal ICU: A Prospective Interrupted Time-Series Study in a Developing Country. Crit Care Med. 2019; 47(1):e1-e7
  • 20. ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br Material de 13 de agosto de 2021 Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br Eixo: Atenção ao Recém-nascido Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal. ANTIBIÓTICOS EM NEONATOLOGIA: MENOS É MAIS!