O documento descreve as experiências da farmácia clínica pediátrica do Hospital Universitário da USP. Apresenta detalhes sobre a estrutura da farmácia, o processo de prescrição médica e avaliação farmacêutica, etapas do trabalho do farmacêutico como entrevista, triagem e seguimento. Inclui casos exemplificando intervenções farmacêuticas relacionadas a adesão, segurança, posologia e alta hospitalar.
1. Hospital Universitário da USP
Experiências da Farmácia
Clínica Pediátrica do
Hospital Universitário da
USP
Farm. Sandra C. Brassica
2. Hospital Universitário da USP
Profissão Farmácia
FOCO
..........................
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3. Hospital Universitário da USP
Importância da Farmácia Clínica
Pediátrica
• Apenas ¼ dos medicamentos possuem indicações
específicas para crianças aprovadas pelo FDA-EUA
• Poucas informações sobre farmacocinética, eficácia e
segurança
• Uso “off-Label” de medicamentos: polêmica mundial
• As crianças são mais suscetíveis a ocorrência de
eventos adversos a medicamentos.
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4. Hospital Universitário da USP
Farmácia Clínica
“ciência da saúde cuja responsabilidade é
assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos
e funções relacionados ao cuidado dos pacientes,
que o uso dos medicamentos seja seguro e
apropriado; necessita, portanto, de educação
especializada e interpretação de dados, da
motivação pelo paciente e de interações
multiprofissionais”
(In STORPIRTIS, S.Rev Med HU-USP v.5(1/2), p. 49-53, 1995).
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5. Hospital Universitário da USP
Estrutura da Farmácia Clínica Pediátrica do
HU - USP
Farmacêuticos/ Unidades/ número de leitos
• 1 farmacêutico no período da manhã para as unidades de
Berçário/ UTI Neonatal e Pediátrica totalizando 44 leitos.
• 1 farmacêutico no período da manhã para a enfermaria pediátrica
com 48 leitos.
• 1 farmacêutico à tarde para todas as unidade pediátricas.
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6. Hospital Universitário da USP
Processo de prescrição médica e
avaliação farmacêutica
Médico – Assistente Médico – Residente
Farmacêutico Clínico
Dispensação e
Administração
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7. Hospital Universitário da USP
Etapas do Trabalho do Farmacêutico Clínico
no HU - USP
• Entrevista e coleta de dados
• Avaliação ou triagem farmacêutica da prescrição
médica
• Seguimento
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8. Hospital Universitário da USP
Entrevista farmacêutica e coleta de dados
Objetivo:
Obter informações sobre o paciente
• procedência
• hipótese diagnóstica
• comorbidades
• histórico medicamentoso
• alergias
• fatores sociais, culturais ou econômicos
• enfermidade em tratamento
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9. Hospital Universitário da USP
Problemas Relacionados a
Medicamentos (PRM)
A realização de entrevistas pelo farmacêutico
demonstrou maior poder de detecção de PRM
que as entrevistas realizadas por outros
profissionais (4,4 x 2,4 PRM/paciente).
(Kirsten K et al. Pharmacoepidemiology and
Drug Safety, 15: 667-674, 2006.)
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10. Hospital Universitário da USP
Caso 1
N.S.M., lactente 2 meses, sexo masculino, admitido por pneumonia.
Na internação mãe entregou à farmacêutica um frasco de vidro âmbar sem
identificação, contendo aproximadamente 2/3 do volume de AZT.
Durante a entrevista a farmacêutica identificou os possíveis problemas
relativos a terapia:
•Falha de adesão ao tratamento do lactente devido a quantidade de
medicamento remanescente no frasco apresentado em relação a dose
recomendada e conhecida pela mãe;
•Problema de aceitação da condição da mãe e do lactente.
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11. Hospital Universitário da USP
Avaliação ou triagem da prescrição médica
Objetivo:
Garantir a utilização racional do medicamento.
• indicações;
• posologia (necessidade de ajustes);
• forma farmacêutica (pacientes pediátricos, psiquiátricos,
neuropatas, biodisponibilidade, etc);
• horários de administração (conveniência, adequação, interações);
• interação entre medicamentos ou entre alimentos.
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12. Hospital Universitário da USP
Caso 2
L.B.S. RNT, AIG, internado em unidade de terapia intensiva neonatal,
algumas horas após o nascimento, devido a cardiopatia grave (Transposição
de Grandes Vasos, CIV, PCA) iniciou uso de alprostadil e prosseguiu em uso
por 35 dias.
Intervenção farmacêutica:
•análise do custo da terapia
•manipulação da especialidade farmacêutica de forma a garantir qualidade e
estabilidade adequadas
Resultados
Economia de R$ 22.300,00
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13. Hospital Universitário da USP
Caso 3
RN de G.S.P. em tratamento de infecção por CMV com ganciclovir.
O SF do HU terceiriza a manipulação de medicamentos injetáveis
citotóxicos.
A dose prescrita de medicamento era de 11,5 mg. A concentração da
solução de infusão era de 1 mg/ ml. A bolsa foi preparada contendo
11,5 mg ( 11.5 ml) + 24,5 ml de solução 1 mg/ml para preenchimento
do equipo (totalizando 36 ml).
Durante a avaliação farmacêutica foram detectados:
•Erro de administração;
•Erro de manipulação.
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14. Hospital Universitário da USP
Seguimento Farmacêutico
Objetivo:
Verificar a ocorrência de eventos desejados e/ou indesejados
associados ao uso do medicamento a fim de identificar pontos
críticos e implementar ações de segurança.
• Monitoramento da ocorrência de eventos adversos a
medicamentos (EAM´s).
• Relato às autoridades competentes e ao fabricante da ocorrência
de reações adversas a medicamentos (RAM´s).
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15. Hospital Universitário da USP
Seguimento Farmacêutico
• Orientação à equipe médica sobre outras alternativas disponíveis e
alertas farmacoterapêuticos oficiais.
• Orientação da equipe de enfermagem sobre o correto manuseio e
administração dos medicamentos prescritos.
• Garantia de técnicas adequadas para os processos de preparo e
dispensação de medicamentos a pacientes.
• Participação na elaboração e controle de processos de prevenção,
relato e gerenciamento de erros de medicação .
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16. Hospital Universitário da USP
Seguimento Farmacêutico
• Verificação ( com o paciente, cuidador ou equipe de enfermagem)
da aceitação e/ ou dificuldades da terapêutica proposta.
• Esclarecimento de dúvidas dos pacientes ou cuidadores
relacionadas a medicamentos.
• Comunica à equipe multidisciplinar dúvidas, inquietações ou
qualquer outro fator que possa influenciar a terapêutica proposta.
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17. Hospital Universitário da USP
Caso 4
Comunicação por parte da empresa que manipula Nutrição Parenteral
de possível não conformidade com 1 bolsa.
Ações tomadas:
•Comunicação à equipe médica e CCIH;
•Observação do paciente;
•Observação de todos os pacientes em uso de nutrição parenteral;
•Coleta de amostra;
•Acompanhamento do paciente;
•Relato a ANVISA;
•Inspeção do fornecedor;
•Solicitação de realização de teste de esterilidade de todas as bolsas
manipuladas para o HU.
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18. Hospital Universitário da USP
Atualização e Suporte Técnico
Orienta a equipe médica sobre outras alternativas disponíveis e
alertas farmacoterapêuticos oficiais.
Atualização diária através de sites oficiais:
www.anvisa.gov.br
www.fda.medscape.org
Leitura de periódicos:
Brittish Medical Journal
New England Journal Medicine
American Journal of Heathy System Pharmacy
Hospital Pharmacy
Pharmacotherapy
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20. Hospital Universitário da USP
Indispensável
• Conhecimentos em farmacoterapia
• Conhecimento sobre aspectos sócio-culturais da população
atendida
• Saber ouvir e saber perguntar
• Adaptar linguagem quando necessário para que a mensagem seja
bem entendida
• Observar e interpretar mensagens não verbais
• Verificar habilidades cognitivas e de aprendizado, dificuldades
físicas ou visuais dos pais ou cuidadores
• Verificar a intenção em aderir ao tratamento
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21. Hospital Universitário da USP
Caso 5
L.H.S.S., 2m, RNPT nascido no HU, tendo
recebido alta cinco dias antes da readmissão.
Chegou ao PSI sonolento, emagrecido e com
história de sonolência e recusa de mamadas.
Fazia uso domiciliar de fenobarbital , vitamina A e
D e sulfato ferroso.
Diagnóstico: intoxicação por fenobarbital.
Na entrevista a farmacêutica identificou falta de
orientação adequada e orientação incorreta
sobre dose do medicamento.
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24. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas aceitas
Fevereiro 2006
Pediatria UTI Pediátrica/ Berçário
neonatal
43 37 42
* 16% 13,8% 15,6%
* Porcentagem do número total de prescrições
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25. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas
Fevereiro 2006
Segurança na prescrição Número %
Abreviações ou siglas 5 1,9
Identificação de paciente equivocada 2 0,7
Ilegibilidade 23 8,6
Modo de prescrição segura (recomendações) 9 3,3
Nomenclatura comercial 4 1,5
Nomenclatura equivocada 6 2,2
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26. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas
Fevereiro 2006
Posologia Número %
Correção de sobredose 15 5,6
Confirmação de dose – Off label 15 5,6
Alteração de intervalo 11 4,1
Correção de unidade 10 3,7
Posologia incompleta 7 2,6
Ajuste por idade pós concepcional 7 2,6
Arredondamento 5 1,9
Correção de subdose 5 1,9
Ajuste – insuficiência renal ou hepática 1 0,4
Dose máxima ultrapassada 1 0,4
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27. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas
Fevereiro 2006
Administração de medicamentos Número %
Restrição hídrica 20 7,4
Modo de preparo, administração, estabilidade 17 6,3
Ausência de horário de administração 1 0,4
Horário de administração inadequado 18 6,7
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28. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas
Fevereiro 2006
Alta hospitalar Número %
Apresentação de medicamento 2 0,7
substituída
Correção de receita 2 0,7
Substituição por disponível na UBS 2 0,7
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29. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas
Fevereiro 2006
Nutrição parenteral Número %
Ausência ou erro de volume final 5 1,9
Ausência de componente 8 3
Risco incompatibilidade 2 0,7
Correção de dose de componente 2 0,7
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30. Hospital Universitário da USP
Intervenções Farmacêuticas
Fevereiro 2006
Outros Número %
Suspensão de medicamento 15 5,6
Substituição/ suspensão de não padronizado 9 3,3
Inclusão de medicamento 7 2,6
Alteração de via de administração 6 2,2
Item esquecido 4 1,5
Substituição EV para VO 3 1,1
Interação medicamento alimento 3 1,1
Protocolo – adequação 2 0,7
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