SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
ESCOLA DE FRANKFURT 
A teoria crítica contra a opressão
•Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores alemães do Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, fundado na década de 1920. 
•Sua produção ficou conhecida como teoria crítica. Entre eles destacaram-se Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jurgen Habermas.
•Identificamos neles a preocupação comum de estudar variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo. 
•Investigaram as relações existentes entre os campos da economia, da psicologia, da história e da antropologia. 
•Os pontos de partida fundamentais de suas reflexões foram a teoria marxista e a teoria freudiana, que trouxe à tona elementos novos sobre o psiquismo das pessoas. Mas há também influências de Hegel, Kant ou do sociólogo Max Weber.
•A Escola de Frankfurt concentrou seu interesse na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.
ADORNO E HORKHEIMER 
•Na análise da sociedade de massa, que se desdobra em vários aspectos, um tema muito presente é a crítica da razão. 
•De acordo com os autores a razão iluminista (que visava a emancipação dos indivíduos e ao progresso social), terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico-industrial. 
•Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão controladora e instrumental, que busca sempre a dominação, tanto da natureza quanto do próprio ser humano.
•Em “A dialética do esclarecimento”, de 1947, os dois fazem dura crítica ao Iluminismo, que estimulou o desenvolvimento dessa razão controladora e instrumental que predomina na sociedade contemporânea. 
•Denunciam também o desencantamento do mundo, a deturpação das consciências individuais, a assimilação dos indivíduos ao sistema social dominante. 
•Em resumo... 
•Horkheimer e Adorno denunciam a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Se denúncias semelhantes já haviam sido feitas no campo do marxismo, o que há de característico nos filósofos da Escola de Frankfurt é a desesperança em relação à possibilidade de transformação dessa realidade social. 
•Isso se deveria a uma ausência de consciência revolucionária no proletariado (trabalhadores), que teria assimilado, absorvido pelo sistema capitalista, seja pelas conquistas trabalhistas alcançadas, seja pela alienação de suas consciências promovida pela indústria cultural.
INDÚSTRIA CULTURAL
•Indústria cultural é um termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão vulgar, veiculada pela televisão, rádio, revistas, jornais, músicas, propagandas etc. 
•Através da indústria cultural e da diversão se obteria a homogeneização dos comportamentos, a massificação das pessoas. 
•A falta de perspectiva de transformação social levou Adorno a se refugiar na teoria estética, por entender que o campo da arte é o único reduto autêntico da razão emancipatória e da crítica à opressão social.
BENJAMIN 
•Se distingue de Adorno e Horkheimer por uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural. Em seu texto ”A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”, ele se mostra otimista com a possibilidade de que a arte, a partir do desenvolvimento das técnicas de reprodução (discos, reprografia e processos semelhantes), se torne acessível a todos. 
•Enquanto, na visão de Adorno e Horkheimer, a cultura veiculada pelos meios de comunicação de massa não permite que as classes assalariadas assumam uma posição crítica em relação à realidade, Benjamin acredita que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização.
HABERMAS 
•Discorda de Adorno e Horkheimer no que se refere aos conceitos centrais da análise realizada por esses dois filósofos: razão, verdade e democracia. 
•De acordo com essa análise, Adorno e Horkheimer chegam a um impasse quanto à possibilidade de uma razão emancipatória já que a razão estaria asfixiada pelo desenvolvimento do capitalismo. 
•De acordo com Habermas essa é uma posição perigosa em filosofia, pois poderia conduzir a uma crítica radical da modernidade e, em consequência, da razão, que levaria ao irracionalismo.
•Em seu artigo “Modernidade versus pós-modernidade”, ele enfatiza esse ponto, afirmando, contra a tendência ao irracionalismo presente na chamada filosofia pós-moderna, que “o projeto da modernidade ainda não foi cumprido”. 
•Ou seja, que o potencial para a racionalização do mundo ainda não está esgotado. Por isso Habermas costuma ser descrito como “o último grande racionalista”. 
•Discorda dos resultados pessimistas da análise de Adorno e Horkheimer, segundo a qual a razão não mais se realizaria no mundo, porque o capitalismo, em sua complexidade, teria conseguido narcotizar a consciência do proletariado e, dessa forma, perpetuar-se como sistema. 
•Para Habermas, existem pontos falhos nessa análise cuja identificação permitiria propor uma retomada do projeto emancipatório, porém em novas bases. Na realidade, o filósofo rompe com a teoria marxista em seus pontos fundamentais, tais como a centralidade do trabalho e a identificação do proletariado como agente da transformação social.
AÇÃO COMUNICATIVA 
•Habermas propõem, então, como nova perspectiva, outro conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. É a razão que surge da chamada ação comunicativa, do uso da linguagem como meio de conseguir um consenso. 
•Para tanto, é necessária uma ação social que fortaleça as estruturas capazes de promover as condições de liberdade e de não constrangimento, imprescindíveis ao diálogo.
VERDADE INTERSUBJETIVA 
•O conceito de verdade também se modifica em função dessa nova perspectiva. 
•O autor propõe o entendimento da verdade não mais como uma adequação do pensamento à realidade, mas como um fruto da ação comunicativa. 
•Não como verdade subjetiva, mas como verdade intersubjetiva, que surge do diálogo entre os indivíduos ao qual se aplicam algumas regras, como a não-contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de ordem social.
•Deste modo, razão e verdade deixam de ser conteúdos ou valores absolutos e passam a ser definidos consensualmente. E sua validade será tanto maior quanto melhores forem as condições nas quais se dê o diálogo, o que se consegue como aperfeiçoamento da democracia (crítica ao nazismo). 
•O pensamento de Habermas incorpora e desenvolve reflexões propostas pela filosofia da linguagem. A ênfase dada à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar “salvar” a razão, que teria chegado a um beco sem saída. 
• Assim, se o mundo contemporâneo é regido pela razão instrumental, conforme denunciaram os filósofos que antecederam na Escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental.
Escola de  Frankfurt - Indústria Cultural

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasAula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
 
Introdução à Sociologia
Introdução à SociologiaIntrodução à Sociologia
Introdução à Sociologia
 
Poder, Política e Estado.
Poder, Política e Estado.Poder, Política e Estado.
Poder, Política e Estado.
 
01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: SócratesAula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
 
Emile Durkheim
Emile DurkheimEmile Durkheim
Emile Durkheim
 
Emile Durkheim
Emile DurkheimEmile Durkheim
Emile Durkheim
 
Sociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula IntrodutóriaSociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula Introdutória
 
Aula 3 - Durkheim
Aula 3 - DurkheimAula 3 - Durkheim
Aula 3 - Durkheim
 
Filosofia
Filosofia Filosofia
Filosofia
 
Clássicos da sociologia
Clássicos da sociologiaClássicos da sociologia
Clássicos da sociologia
 
Max weber
Max weberMax weber
Max weber
 
O surgimento da filosofia
O surgimento da filosofiaO surgimento da filosofia
O surgimento da filosofia
 
Slide sociologia 1
Slide sociologia 1Slide sociologia 1
Slide sociologia 1
 
Surgimento da Sociologia
Surgimento da SociologiaSurgimento da Sociologia
Surgimento da Sociologia
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A Liberdade Filosófica
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A Liberdade FilosóficaSlides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A Liberdade Filosófica
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre A Liberdade Filosófica
 
Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)
Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)
Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)
 
Religião e Sociologia
Religião e SociologiaReligião e Sociologia
Religião e Sociologia
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide
 
Karl marx
Karl marxKarl marx
Karl marx
 

Destaque

teoria Crítica e Escola de Frankfurt
teoria Crítica e Escola de Frankfurtteoria Crítica e Escola de Frankfurt
teoria Crítica e Escola de FrankfurtLucio Braga
 
Escola de frankfurt (1)
Escola de frankfurt (1)Escola de frankfurt (1)
Escola de frankfurt (1)alemisturini
 
Apresentação - Fotografia
Apresentação - FotografiaApresentação - Fotografia
Apresentação - FotografiaMayara Borges
 
o que é indústria cultural
o que é indústria culturalo que é indústria cultural
o que é indústria culturalJorge Miklos
 
Industria Cultural e Cultura de Massa
Industria Cultural e Cultura de MassaIndustria Cultural e Cultura de Massa
Industria Cultural e Cultura de MassaElisama Lopes
 
Sociologia – Industria Cultural 2º Ano
Sociologia – Industria Cultural   2º AnoSociologia – Industria Cultural   2º Ano
Sociologia – Industria Cultural 2º Anoguest8b5b051
 

Destaque (9)

teoria Crítica e Escola de Frankfurt
teoria Crítica e Escola de Frankfurtteoria Crítica e Escola de Frankfurt
teoria Crítica e Escola de Frankfurt
 
Escola de frankfurt (1)
Escola de frankfurt (1)Escola de frankfurt (1)
Escola de frankfurt (1)
 
Indústria Cultural
Indústria CulturalIndústria Cultural
Indústria Cultural
 
Teoria Crítica
Teoria CríticaTeoria Crítica
Teoria Crítica
 
Apresentação - Fotografia
Apresentação - FotografiaApresentação - Fotografia
Apresentação - Fotografia
 
o que é indústria cultural
o que é indústria culturalo que é indústria cultural
o que é indústria cultural
 
Industria Cultural e Cultura de Massa
Industria Cultural e Cultura de MassaIndustria Cultural e Cultura de Massa
Industria Cultural e Cultura de Massa
 
Sociologia – Industria Cultural 2º Ano
Sociologia – Industria Cultural   2º AnoSociologia – Industria Cultural   2º Ano
Sociologia – Industria Cultural 2º Ano
 
Indústria Cultural
Indústria CulturalIndústria Cultural
Indústria Cultural
 

Semelhante a Escola de Frankfurt - Indústria Cultural

aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.pptaula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.pptadrianomcosta3
 
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão públicaAula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão públicaFábio Fonseca de Castro
 
Ecola de frankfurt
Ecola de frankfurtEcola de frankfurt
Ecola de frankfurtcelio correa
 
Resume-industria cultural.ppt Theodo Adorno
Resume-industria cultural.ppt Theodo AdornoResume-industria cultural.ppt Theodo Adorno
Resume-industria cultural.ppt Theodo AdornoIsraelLopes33
 
Design gráfico 2011 2a aula -17/08/2011
Design  gráfico  2011  2a aula -17/08/2011Design  gráfico  2011  2a aula -17/08/2011
Design gráfico 2011 2a aula -17/08/2011Unip e Uniplan
 
Teoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVTeoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVHarutchy
 
Aula 05 escola de frankfurt e teoria crítica 01
Aula 05   escola de frankfurt e teoria crítica 01Aula 05   escola de frankfurt e teoria crítica 01
Aula 05 escola de frankfurt e teoria crítica 01Elizeu Nascimento Silva
 
Teoria crítica apresentação
Teoria crítica apresentaçãoTeoria crítica apresentação
Teoria crítica apresentaçãoPaulo Bastos
 
Teoria crítica paulo bastos
Teoria crítica   paulo bastosTeoria crítica   paulo bastos
Teoria crítica paulo bastosPaulo Bastos
 
Theodor W. Adorno
Theodor W. AdornoTheodor W. Adorno
Theodor W. AdornoFrei Ofm
 
Teoria crítica e educação
Teoria crítica e educaçãoTeoria crítica e educação
Teoria crítica e educaçãorichard_romancini
 

Semelhante a Escola de Frankfurt - Indústria Cultural (20)

aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.pptaula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
 
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão públicaAula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
 
Ecola de frankfurt
Ecola de frankfurtEcola de frankfurt
Ecola de frankfurt
 
Resume-industria cultural.ppt Theodo Adorno
Resume-industria cultural.ppt Theodo AdornoResume-industria cultural.ppt Theodo Adorno
Resume-industria cultural.ppt Theodo Adorno
 
Design gráfico 2011 2a aula -17/08/2011
Design  gráfico  2011  2a aula -17/08/2011Design  gráfico  2011  2a aula -17/08/2011
Design gráfico 2011 2a aula -17/08/2011
 
Teoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVTeoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IV
 
24 68-1-pb
24 68-1-pb24 68-1-pb
24 68-1-pb
 
Escola de frankfurt 33 ana
Escola de frankfurt 33 anaEscola de frankfurt 33 ana
Escola de frankfurt 33 ana
 
As teorias
As teoriasAs teorias
As teorias
 
Escola frankfurt
Escola frankfurtEscola frankfurt
Escola frankfurt
 
Aula 05 escola de frankfurt e teoria crítica 01
Aula 05   escola de frankfurt e teoria crítica 01Aula 05   escola de frankfurt e teoria crítica 01
Aula 05 escola de frankfurt e teoria crítica 01
 
Teoria crítica apresentação
Teoria crítica apresentaçãoTeoria crítica apresentação
Teoria crítica apresentação
 
Teoria crítica paulo bastos
Teoria crítica   paulo bastosTeoria crítica   paulo bastos
Teoria crítica paulo bastos
 
Escola de frankfurt
Escola de frankfurtEscola de frankfurt
Escola de frankfurt
 
Theodor W. Adorno
Theodor W. AdornoTheodor W. Adorno
Theodor W. Adorno
 
25720 29773-1-pb
25720 29773-1-pb25720 29773-1-pb
25720 29773-1-pb
 
Teoria crítica e educação
Teoria crítica e educaçãoTeoria crítica e educação
Teoria crítica e educação
 
tc1_aula3
tc1_aula3tc1_aula3
tc1_aula3
 
Ftc sociologia
Ftc sociologiaFtc sociologia
Ftc sociologia
 
4.Escola_de_Frankfurt
4.Escola_de_Frankfurt4.Escola_de_Frankfurt
4.Escola_de_Frankfurt
 

Mais de Juliana Corvino de Araújo (16)

Filosofia medieval
Filosofia medievalFilosofia medieval
Filosofia medieval
 
Período Sistemático - novo
Período Sistemático - novoPeríodo Sistemático - novo
Período Sistemático - novo
 
Movimentos sociais
Movimentos sociaisMovimentos sociais
Movimentos sociais
 
Nietzsche
NietzscheNietzsche
Nietzsche
 
Filosofia contemporânea - Jean Paul Sartre
Filosofia contemporânea - Jean Paul SartreFilosofia contemporânea - Jean Paul Sartre
Filosofia contemporânea - Jean Paul Sartre
 
Iluminismo
IluminismoIluminismo
Iluminismo
 
Kant
KantKant
Kant
 
Francis bacon
Francis baconFrancis bacon
Francis bacon
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Filosofia Renascentista
Filosofia  RenascentistaFilosofia  Renascentista
Filosofia Renascentista
 
Filosofia Medieval
Filosofia MedievalFilosofia Medieval
Filosofia Medieval
 
Modernidade
ModernidadeModernidade
Modernidade
 
Período helenístico
Período helenísticoPeríodo helenístico
Período helenístico
 
Período Sistemático
Período Sistemático Período Sistemático
Período Sistemático
 
Filosofia Socrática
Filosofia SocráticaFilosofia Socrática
Filosofia Socrática
 
Filósofos Pré socráticos
Filósofos Pré socráticosFilósofos Pré socráticos
Filósofos Pré socráticos
 

Último

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...Ilda Bicacro
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaPaula Duarte
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffNarlaAquino
 

Último (20)

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 

Escola de Frankfurt - Indústria Cultural

  • 1. ESCOLA DE FRANKFURT A teoria crítica contra a opressão
  • 2. •Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores alemães do Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, fundado na década de 1920. •Sua produção ficou conhecida como teoria crítica. Entre eles destacaram-se Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jurgen Habermas.
  • 3. •Identificamos neles a preocupação comum de estudar variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo. •Investigaram as relações existentes entre os campos da economia, da psicologia, da história e da antropologia. •Os pontos de partida fundamentais de suas reflexões foram a teoria marxista e a teoria freudiana, que trouxe à tona elementos novos sobre o psiquismo das pessoas. Mas há também influências de Hegel, Kant ou do sociólogo Max Weber.
  • 4. •A Escola de Frankfurt concentrou seu interesse na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.
  • 5. ADORNO E HORKHEIMER •Na análise da sociedade de massa, que se desdobra em vários aspectos, um tema muito presente é a crítica da razão. •De acordo com os autores a razão iluminista (que visava a emancipação dos indivíduos e ao progresso social), terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico-industrial. •Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão controladora e instrumental, que busca sempre a dominação, tanto da natureza quanto do próprio ser humano.
  • 6. •Em “A dialética do esclarecimento”, de 1947, os dois fazem dura crítica ao Iluminismo, que estimulou o desenvolvimento dessa razão controladora e instrumental que predomina na sociedade contemporânea. •Denunciam também o desencantamento do mundo, a deturpação das consciências individuais, a assimilação dos indivíduos ao sistema social dominante. •Em resumo... •Horkheimer e Adorno denunciam a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Se denúncias semelhantes já haviam sido feitas no campo do marxismo, o que há de característico nos filósofos da Escola de Frankfurt é a desesperança em relação à possibilidade de transformação dessa realidade social. •Isso se deveria a uma ausência de consciência revolucionária no proletariado (trabalhadores), que teria assimilado, absorvido pelo sistema capitalista, seja pelas conquistas trabalhistas alcançadas, seja pela alienação de suas consciências promovida pela indústria cultural.
  • 8. •Indústria cultural é um termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão vulgar, veiculada pela televisão, rádio, revistas, jornais, músicas, propagandas etc. •Através da indústria cultural e da diversão se obteria a homogeneização dos comportamentos, a massificação das pessoas. •A falta de perspectiva de transformação social levou Adorno a se refugiar na teoria estética, por entender que o campo da arte é o único reduto autêntico da razão emancipatória e da crítica à opressão social.
  • 9. BENJAMIN •Se distingue de Adorno e Horkheimer por uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural. Em seu texto ”A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”, ele se mostra otimista com a possibilidade de que a arte, a partir do desenvolvimento das técnicas de reprodução (discos, reprografia e processos semelhantes), se torne acessível a todos. •Enquanto, na visão de Adorno e Horkheimer, a cultura veiculada pelos meios de comunicação de massa não permite que as classes assalariadas assumam uma posição crítica em relação à realidade, Benjamin acredita que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização.
  • 10. HABERMAS •Discorda de Adorno e Horkheimer no que se refere aos conceitos centrais da análise realizada por esses dois filósofos: razão, verdade e democracia. •De acordo com essa análise, Adorno e Horkheimer chegam a um impasse quanto à possibilidade de uma razão emancipatória já que a razão estaria asfixiada pelo desenvolvimento do capitalismo. •De acordo com Habermas essa é uma posição perigosa em filosofia, pois poderia conduzir a uma crítica radical da modernidade e, em consequência, da razão, que levaria ao irracionalismo.
  • 11. •Em seu artigo “Modernidade versus pós-modernidade”, ele enfatiza esse ponto, afirmando, contra a tendência ao irracionalismo presente na chamada filosofia pós-moderna, que “o projeto da modernidade ainda não foi cumprido”. •Ou seja, que o potencial para a racionalização do mundo ainda não está esgotado. Por isso Habermas costuma ser descrito como “o último grande racionalista”. •Discorda dos resultados pessimistas da análise de Adorno e Horkheimer, segundo a qual a razão não mais se realizaria no mundo, porque o capitalismo, em sua complexidade, teria conseguido narcotizar a consciência do proletariado e, dessa forma, perpetuar-se como sistema. •Para Habermas, existem pontos falhos nessa análise cuja identificação permitiria propor uma retomada do projeto emancipatório, porém em novas bases. Na realidade, o filósofo rompe com a teoria marxista em seus pontos fundamentais, tais como a centralidade do trabalho e a identificação do proletariado como agente da transformação social.
  • 12. AÇÃO COMUNICATIVA •Habermas propõem, então, como nova perspectiva, outro conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. É a razão que surge da chamada ação comunicativa, do uso da linguagem como meio de conseguir um consenso. •Para tanto, é necessária uma ação social que fortaleça as estruturas capazes de promover as condições de liberdade e de não constrangimento, imprescindíveis ao diálogo.
  • 13. VERDADE INTERSUBJETIVA •O conceito de verdade também se modifica em função dessa nova perspectiva. •O autor propõe o entendimento da verdade não mais como uma adequação do pensamento à realidade, mas como um fruto da ação comunicativa. •Não como verdade subjetiva, mas como verdade intersubjetiva, que surge do diálogo entre os indivíduos ao qual se aplicam algumas regras, como a não-contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de ordem social.
  • 14. •Deste modo, razão e verdade deixam de ser conteúdos ou valores absolutos e passam a ser definidos consensualmente. E sua validade será tanto maior quanto melhores forem as condições nas quais se dê o diálogo, o que se consegue como aperfeiçoamento da democracia (crítica ao nazismo). •O pensamento de Habermas incorpora e desenvolve reflexões propostas pela filosofia da linguagem. A ênfase dada à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar “salvar” a razão, que teria chegado a um beco sem saída. • Assim, se o mundo contemporâneo é regido pela razão instrumental, conforme denunciaram os filósofos que antecederam na Escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental.