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O QUE É INDÚSTRIA CULTURAL
INTRODUÇÃO

         Indústria cultural é o nome dado a empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, canais,
jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração, baseadas na cultura, visando o lucro. Sua origem se deu
através da sociedade capitalista que transformou a cultura num produto comercializado.
         A principal forma cultural construída por estas indústrias é a televisão que ensina e forma indivíduos cada vez
mais cedo. Nela podem-se observar diferentes temas e culturas expostas a qualquer horário e idade. Os conteúdos nela
existentes possuem mensagens subliminares que conseguem escapar da consciência, o que tende a provocar
alienação.
         Diante disso pode-se perceber este meio cultural como um produto bom que é capaz de mostrar conteúdos
reveladores e contribuir para o desenvolvimento humano e um produto ruim capaz de alienar uma pessoa levando-a a
pensar e agir como lhe é proposto sem qualquer tipo de argumentação.
         A produção realizada pela indústria cultural é centralizada no interesse lucrativo, o que impõe um determinado
padrão a ser mostrado que transforma o espectador numa pessoa de crítica rebaixada e de mente narcotizada.

INDÚSTRIA CULTURAL E CULTURA DE MASSA

         A modernidade terminou um processo que a Filosofia começara desde a Grécia: o desencantamento do mundo,
isto é, a passagem do mito à razão, da magia à ciência e à lógica. Esse processo liberou as artes da função e finalidade
religiosas, dando-lhes autonomia.
         No entanto, a partir da segunda revolução industrial no século XIX e prosseguindo no que se denomina agora
sociedade pós-industrial ou pós-moderna (iniciada nos anos 70 do século passado), as artes foram submetidas a uma
nova servidão: as regras do mercado capitalista e a ideologia da indústria cultural, baseada na idéia e na prática do
consumo de “produtos culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo o que existe no
capitalismo.
         Perdida a aura, a arte não se democratizou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos
meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, sinal de status social, prestígio
político e controle cultural.
         Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo culturais, as artes correm o risco de perder três de suas
principais características:

1. de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas;
2. de trabalho da criação, tornarem-se eventos para consumo;
3. de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo.

         A arte possui intrinsecamente valor de exposição ou exponibilidade, isto é, existe para ser contemplada e fruída.
É essencialmente espetáculo, palavra que vem do latim e significa: dado à visibilidade. No entanto, sob o controle
econômico e ideológico das empresas de produção artística, a arte se transformou em seu oposto: é um evento para
tornar invisível a realidade e o próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não para ser conhecido,
fruído e superado por novas obras.
         As obras de arte e de pensamento poderiam democratizar-se com os novos meios de comunicação, pois todos
poderiam, em princípio, ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em suas vidas, criticá-las, e os artistas e
pensadores poderiam superá-las em outras, novas.
         A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais (no sentido restrito de obras
de arte e de pensamento e não no sentido antropológico amplo, que apresentamos no estudo sobre a idéia de Cultura)
são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras
culturais, direito à informação e à formação culturais, direito à produção cultural.
         Ora, a indústria cultural acarreta o resultado oposto, ao massificar a Cultura. Por quê? Em primeiro lugar, porque
separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que
podem pagar por elas, formando uma elite cultural; e há obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa. Assim, em vez
de garantir o mesmo direito de todos à totalidade da produção cultural, a indústria cultural introduz a divisão social entre
elite “culta” e massa “inculta”. O que é a massa? É um agregado sem forma, sem rosto, sem identidade e sem pleno
direito à Cultura.
         Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que todos têm acesso aos mesmos bens culturais, cada um
escolhendo livremente o que deseja, como o consumidor num supermercado. No entanto, basta darmos atenção aos
horários dos programas de rádio e televisão ou ao que é vendido nas bancas de jornais e revistas para vermos que,
através dos preços, as empresas de divulgação cultural já selecionaram de antemão o que cada grupo social pode e
deve ouvir, ver ou ler.
         No caso dos jornais e revistas, por exemplo, a qualidade do papel, a qualidade gráfica de letras e imagens, o tipo
de manchete e de matéria publicada definem o consumidor e determinam o conteúdo daquilo a que terá acesso e tipo de
informação que poderá receber. Se compararmos, numa manhã, cinco ou seis jornais, perceberemos que o mesmo
                                                                                                                          1
mundo – este no qual todos vivemos – transforma-se em cinco ou seis mundos diferentes ou mesmo opostos, pois um
mesmo acontecimento recebe cinco ou seis tratamentos diversos, em função do leitor que a empresa jornalística
pretende atingir.
         Em terceiro lugar, porque inventa uma figura chamada “espectador médio”, “ouvinte médio” e “leitor médio”, aos
quais são atribuídas certas capacidades mentais “médias”, certos conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”,
oferecendo-lhes produtos culturais “médios”. Que significa isso?
         A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá-
lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe,
com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A “média” é o senso comum cristalizado que a indústria cultural
devolve com cara de coisa nova.
         Em quarto lugar, porque define a Cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração, de modo que tudo o
que nas obras de arte e de pensamento significa trabalho da sensibilidade, da imaginação, da inteligência, da reflexão e
da crítica não tem interesse, não “vende”. Massificar é, assim, banalizar a expressão artística e intelectual. Em lugar de
difundir e divulgar a Cultura, despertando interesse por ela, a indústria cultural realiza a vulgarização das artes e dos
conhecimentos.

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

         Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais do que todos os outros esses
traços da indústria cultural.
         Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A, B, C e D) e a dos horários (a
programação se organiza em horários específicos que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores
manuais, profissionais liberais, executivos -, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o sexo).
         Essa divisão é feita para atender às exigências dos patrocinadores, que financiam os programas em vista dos
consumidores potenciais de seus produtos e, portanto, criam a especificação do conteúdo e do horário de cada
programa. Em outras palavras, o conteúdo, a forma e o horário do programa já trazem em seu próprio interior a marca do
patrocinador.
         Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver, diretamente, com o conteúdo e a forma
veiculados. Ele o faz porque, nesse caso, não está vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por
exemplo, que uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um programa feminino, patrocinar concertos de
música clássica; uma revendedora de motocicletas, em lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode
patrocinar um programa sobre ecologia.
         A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas, ainda que não patrocinados por
ele. Por exemplo, um banco de um governo estadual pode patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente
para atrair clientes, mas pode, indiretamente, influenciar o conteúdo veiculado pelos noticiários. Por quê?
         Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o programa de auditório é muito
elevada e interessa aos proprietários daquela rádio ou televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao
governo do Estado ao qual pertence o banco, este pode suspender o patrocínio do programa de auditório. Para não
perder o cliente, a emissora de rádio ou de televisão não veicula notícias desfavoráveis àquele governo e, pior, veicula
apenas as que lhe são favoráveis. Dessa maneira, o direito à informação desaparece e os ouvintes ou telespectadores
são desinformados ou ficam mal informados.
         A desinformação, aliás, é o principal resultado da maioria dos noticiários de rádio e televisão. Com efeito, como
são apresentadas as notícias? De modo geral, são apresentadas de maneira a impedir que o ouvinte e o espectador
possam localizá-la no espaço e no tempo.
         Falta de localização espacial: o espaço real é o aparelho de rádio e a tela da televisão, que tem a peculiaridade
de retirar as diferenças e distâncias geográficas, de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados
Unidos ou em Campina Grande pareça igualmente próximo e igualmente distante.
         Falta de localização temporal: os acontecimentos são relatados como se não tivessem causas passadas nem
efeitos futuros; surgem como pontos puramente atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem
conseqüências; existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem transmitidos.
         Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal
maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no
espaço e no tempo. Nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.
         Também é interessante a inversão entre realidade e ficção produzida pela mídia. Acabamos de mencionar o
modo como o noticiário nos apresenta um mundo irreal, sem História, sem causas nem conseqüências, descontínuo e
fragmentado. Em contrapartida, as novelas criam o sentimento de realidade. Elas o fazem usando três procedimentos
principais:

1. o tempo dos acontecimentos novelísticos é lento para dar a ilusão de que, a cada capítulo, passou-se apenas um dia
de nossa vida, ou passaram-se algumas horas, tais como realmente passariam se fôssemos nós a viver os
acontecimentos narrados;
2. os personagens, seus hábitos, sua linguagem, suas casas, suas roupas, seus objetos são apresentados com o
máximo de realismo possível, de modo a impedir que tenhamos distância diante deles (ao contrário do cinema e do
teatro, que suscitam em nós o sentimento de proximidade justamente porque nos fazem experimentar o da distância);
                                                                                                                        2
3. como conseqüência, a novela nos aparece como relato do real, enquanto o noticiário nos aparece como irreal. Basta
ver, por exemplo, a reação de cidades inteiras quando uma personagem da novela morre (as pessoas choram, querem ir
ao enterro, ficam de luto) e a falta de reação das pessoas diante de chacinas reais, apresentadas nos noticiários.

         Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas mentes: a dispersão da
atenção e a infantilização.
         Para atender aos interesses econômicos dos patrocinadores, a mídia divide a programação em blocos que
duram de sete a dez minutos, cada bloco sendo interrompido pelos comerciais. Essa divisão do tempo nos leva a
concentrar a atenção durante os sete ou dez minutos de programa e a desconcentrá-la durante as pausas para a
publicidade.
         Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um espetáculo, sentem o
público ficar desatento a cada sete minutos. Professores observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez
minutos e só voltam a se concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em “programa” e
“comercial”.
         Ora, um dos resultados dessa mudança mental transparece quando criança e jovem tentam ler um livro: não
conseguem ler mais do que sete a dez minutos de cada vez, não conseguem suportar a ausência de imagens e
ilustrações no texto, não suportam a idéia de precisar ler “um livro inteiro”. A atenção e a concentração, a capacidade de
abstração intelectual e de exercício do pensamento foram destruídas. Como esperar que possam desejar e interessar-se
pelas obras de arte e de pensamento?
         Por ser um ramo da indústria cultural e, portanto, por ser fundamentalmente uma vendedora de Cultura que
precisa agradar o consumidor, a mídia infantiliza. Como isso acontece? Uma pessoa (criança ou não) é infantil quando
não consegue suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação dele. A criança é infantil justamente porque
para ela o intervalo entre o desejo e a satisfação é intolerável (por isso a criança pequenina chora tanto).
Ora, o que faz a mídia? Promete e oferece gratificação instantânea. Como o consegue? Criando em nós os desejos e
oferecendo produtos (publicidade e programação) para satisfazê-los. O ouvinte que gira o dial do aparelho de rádio
continuamente e o telespectador que muda continuamente de canal o fazem porque sabem que, em algum lugar, seu
desejo será imediatamente satisfeito.
         Além disso, como a programação se dirige ao que já sabemos e já gostamos, e como toma a cultura sob a forma
de lazer e entretenimento, a mídia satisfaz imediatamente nossos desejos porque não exige de nós atenção,
pensamento, reflexão, crítica, perturbação de nossa sensibilidade e de nossa fantasia. Em suma, não nos pede o que as
obras de arte e de pensamento nos pedem: trabalho sensorial e mental para compreendê-las, amá-las, criticá-las,
superá-las. A Cultura nos satisfaz, se tivermos paciência para compreendê-la e decifrá-la. Exige maturidade. A mídia nos
satisfaz porque nada nos pede, senão que permaneçamos sempre infantis.
         Um último traço da indústria cultural que merece nossa atenção é seu autoritarismo, sob a aparência de
democracia. Um dos melhores exemplos encontra-se nos programas de aconselhamento. Um especialista – é sempre
um especialista – nos ensina a viver, um outro nos ensina a criar os filhos, outro nos ensina a fazer sexo, e assim vão se
sucedendo especialistas que nos ensinam a ter um corpo juvenil e saudável, boas maneiras, jardinagem, meditação
espiritual, enfim, não há um único aspecto de nossa existência que deixe de ser ensinado por um especialista
competente.
         Em princípio, seria absurdo e injusto considerar tais ensinamentos como autoritários. Pelo contrário, deveríamos
considerá-los uma forma de democratizar e sociabilizar conhecimentos. Onde se encontra o lado autoritário desse tipo
de programação (no rádio e na televisão) e de publicação (no caso de jornais, revistas e livros)? No fato de que
funcionam como intimidação social.
         De fato, como a mídia nos infantiliza, diminui nossa atenção e capacidade de pensamento, inverte realidade e
ficção e promete, por meio da publicidade, colocar a felicidade imediatamente ao alcance de nossas mãos, transforma-
nos num público dócil e passivo. Uma vez que nos tornamos dóceis e passivos, os programas de aconselhamento, longe
de divulgar informações (como parece ser a intenção generosa dos especialistas) torna-se um processo de inculcação
de valores, hábitos, comportamentos e idéias, pois não estamos preparados para pensar, avaliar e julgar o que vemos,
ouvimos e lemos. Por isso, ficamos intimidados, isto é, passamos a considerar que nada sabemos, que somos
incompetentes para viver e agir se não seguirmos a autoridade competente do especialista.
         Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural
tornam-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado em massa inculta,
desinformada e passiva.




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o que é indústria cultural

  • 1. O QUE É INDÚSTRIA CULTURAL INTRODUÇÃO Indústria cultural é o nome dado a empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, canais, jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração, baseadas na cultura, visando o lucro. Sua origem se deu através da sociedade capitalista que transformou a cultura num produto comercializado. A principal forma cultural construída por estas indústrias é a televisão que ensina e forma indivíduos cada vez mais cedo. Nela podem-se observar diferentes temas e culturas expostas a qualquer horário e idade. Os conteúdos nela existentes possuem mensagens subliminares que conseguem escapar da consciência, o que tende a provocar alienação. Diante disso pode-se perceber este meio cultural como um produto bom que é capaz de mostrar conteúdos reveladores e contribuir para o desenvolvimento humano e um produto ruim capaz de alienar uma pessoa levando-a a pensar e agir como lhe é proposto sem qualquer tipo de argumentação. A produção realizada pela indústria cultural é centralizada no interesse lucrativo, o que impõe um determinado padrão a ser mostrado que transforma o espectador numa pessoa de crítica rebaixada e de mente narcotizada. INDÚSTRIA CULTURAL E CULTURA DE MASSA A modernidade terminou um processo que a Filosofia começara desde a Grécia: o desencantamento do mundo, isto é, a passagem do mito à razão, da magia à ciência e à lógica. Esse processo liberou as artes da função e finalidade religiosas, dando-lhes autonomia. No entanto, a partir da segunda revolução industrial no século XIX e prosseguindo no que se denomina agora sociedade pós-industrial ou pós-moderna (iniciada nos anos 70 do século passado), as artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e a ideologia da indústria cultural, baseada na idéia e na prática do consumo de “produtos culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo o que existe no capitalismo. Perdida a aura, a arte não se democratizou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, sinal de status social, prestígio político e controle cultural. Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo culturais, as artes correm o risco de perder três de suas principais características: 1. de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas; 2. de trabalho da criação, tornarem-se eventos para consumo; 3. de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo. A arte possui intrinsecamente valor de exposição ou exponibilidade, isto é, existe para ser contemplada e fruída. É essencialmente espetáculo, palavra que vem do latim e significa: dado à visibilidade. No entanto, sob o controle econômico e ideológico das empresas de produção artística, a arte se transformou em seu oposto: é um evento para tornar invisível a realidade e o próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não para ser conhecido, fruído e superado por novas obras. As obras de arte e de pensamento poderiam democratizar-se com os novos meios de comunicação, pois todos poderiam, em princípio, ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em suas vidas, criticá-las, e os artistas e pensadores poderiam superá-las em outras, novas. A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais (no sentido restrito de obras de arte e de pensamento e não no sentido antropológico amplo, que apresentamos no estudo sobre a idéia de Cultura) são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras culturais, direito à informação e à formação culturais, direito à produção cultural. Ora, a indústria cultural acarreta o resultado oposto, ao massificar a Cultura. Por quê? Em primeiro lugar, porque separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem pagar por elas, formando uma elite cultural; e há obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa. Assim, em vez de garantir o mesmo direito de todos à totalidade da produção cultural, a indústria cultural introduz a divisão social entre elite “culta” e massa “inculta”. O que é a massa? É um agregado sem forma, sem rosto, sem identidade e sem pleno direito à Cultura. Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que todos têm acesso aos mesmos bens culturais, cada um escolhendo livremente o que deseja, como o consumidor num supermercado. No entanto, basta darmos atenção aos horários dos programas de rádio e televisão ou ao que é vendido nas bancas de jornais e revistas para vermos que, através dos preços, as empresas de divulgação cultural já selecionaram de antemão o que cada grupo social pode e deve ouvir, ver ou ler. No caso dos jornais e revistas, por exemplo, a qualidade do papel, a qualidade gráfica de letras e imagens, o tipo de manchete e de matéria publicada definem o consumidor e determinam o conteúdo daquilo a que terá acesso e tipo de informação que poderá receber. Se compararmos, numa manhã, cinco ou seis jornais, perceberemos que o mesmo 1
  • 2. mundo – este no qual todos vivemos – transforma-se em cinco ou seis mundos diferentes ou mesmo opostos, pois um mesmo acontecimento recebe cinco ou seis tratamentos diversos, em função do leitor que a empresa jornalística pretende atingir. Em terceiro lugar, porque inventa uma figura chamada “espectador médio”, “ouvinte médio” e “leitor médio”, aos quais são atribuídas certas capacidades mentais “médias”, certos conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”, oferecendo-lhes produtos culturais “médios”. Que significa isso? A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá- lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A “média” é o senso comum cristalizado que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova. Em quarto lugar, porque define a Cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração, de modo que tudo o que nas obras de arte e de pensamento significa trabalho da sensibilidade, da imaginação, da inteligência, da reflexão e da crítica não tem interesse, não “vende”. Massificar é, assim, banalizar a expressão artística e intelectual. Em lugar de difundir e divulgar a Cultura, despertando interesse por ela, a indústria cultural realiza a vulgarização das artes e dos conhecimentos. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais do que todos os outros esses traços da indústria cultural. Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A, B, C e D) e a dos horários (a programação se organiza em horários específicos que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais, profissionais liberais, executivos -, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o sexo). Essa divisão é feita para atender às exigências dos patrocinadores, que financiam os programas em vista dos consumidores potenciais de seus produtos e, portanto, criam a especificação do conteúdo e do horário de cada programa. Em outras palavras, o conteúdo, a forma e o horário do programa já trazem em seu próprio interior a marca do patrocinador. Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver, diretamente, com o conteúdo e a forma veiculados. Ele o faz porque, nesse caso, não está vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por exemplo, que uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um programa feminino, patrocinar concertos de música clássica; uma revendedora de motocicletas, em lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode patrocinar um programa sobre ecologia. A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas, ainda que não patrocinados por ele. Por exemplo, um banco de um governo estadual pode patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente para atrair clientes, mas pode, indiretamente, influenciar o conteúdo veiculado pelos noticiários. Por quê? Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o programa de auditório é muito elevada e interessa aos proprietários daquela rádio ou televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao governo do Estado ao qual pertence o banco, este pode suspender o patrocínio do programa de auditório. Para não perder o cliente, a emissora de rádio ou de televisão não veicula notícias desfavoráveis àquele governo e, pior, veicula apenas as que lhe são favoráveis. Dessa maneira, o direito à informação desaparece e os ouvintes ou telespectadores são desinformados ou ficam mal informados. A desinformação, aliás, é o principal resultado da maioria dos noticiários de rádio e televisão. Com efeito, como são apresentadas as notícias? De modo geral, são apresentadas de maneira a impedir que o ouvinte e o espectador possam localizá-la no espaço e no tempo. Falta de localização espacial: o espaço real é o aparelho de rádio e a tela da televisão, que tem a peculiaridade de retirar as diferenças e distâncias geográficas, de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados Unidos ou em Campina Grande pareça igualmente próximo e igualmente distante. Falta de localização temporal: os acontecimentos são relatados como se não tivessem causas passadas nem efeitos futuros; surgem como pontos puramente atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem conseqüências; existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem transmitidos. Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo. Nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo. Também é interessante a inversão entre realidade e ficção produzida pela mídia. Acabamos de mencionar o modo como o noticiário nos apresenta um mundo irreal, sem História, sem causas nem conseqüências, descontínuo e fragmentado. Em contrapartida, as novelas criam o sentimento de realidade. Elas o fazem usando três procedimentos principais: 1. o tempo dos acontecimentos novelísticos é lento para dar a ilusão de que, a cada capítulo, passou-se apenas um dia de nossa vida, ou passaram-se algumas horas, tais como realmente passariam se fôssemos nós a viver os acontecimentos narrados; 2. os personagens, seus hábitos, sua linguagem, suas casas, suas roupas, seus objetos são apresentados com o máximo de realismo possível, de modo a impedir que tenhamos distância diante deles (ao contrário do cinema e do teatro, que suscitam em nós o sentimento de proximidade justamente porque nos fazem experimentar o da distância); 2
  • 3. 3. como conseqüência, a novela nos aparece como relato do real, enquanto o noticiário nos aparece como irreal. Basta ver, por exemplo, a reação de cidades inteiras quando uma personagem da novela morre (as pessoas choram, querem ir ao enterro, ficam de luto) e a falta de reação das pessoas diante de chacinas reais, apresentadas nos noticiários. Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas mentes: a dispersão da atenção e a infantilização. Para atender aos interesses econômicos dos patrocinadores, a mídia divide a programação em blocos que duram de sete a dez minutos, cada bloco sendo interrompido pelos comerciais. Essa divisão do tempo nos leva a concentrar a atenção durante os sete ou dez minutos de programa e a desconcentrá-la durante as pausas para a publicidade. Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um espetáculo, sentem o público ficar desatento a cada sete minutos. Professores observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez minutos e só voltam a se concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em “programa” e “comercial”. Ora, um dos resultados dessa mudança mental transparece quando criança e jovem tentam ler um livro: não conseguem ler mais do que sete a dez minutos de cada vez, não conseguem suportar a ausência de imagens e ilustrações no texto, não suportam a idéia de precisar ler “um livro inteiro”. A atenção e a concentração, a capacidade de abstração intelectual e de exercício do pensamento foram destruídas. Como esperar que possam desejar e interessar-se pelas obras de arte e de pensamento? Por ser um ramo da indústria cultural e, portanto, por ser fundamentalmente uma vendedora de Cultura que precisa agradar o consumidor, a mídia infantiliza. Como isso acontece? Uma pessoa (criança ou não) é infantil quando não consegue suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação dele. A criança é infantil justamente porque para ela o intervalo entre o desejo e a satisfação é intolerável (por isso a criança pequenina chora tanto). Ora, o que faz a mídia? Promete e oferece gratificação instantânea. Como o consegue? Criando em nós os desejos e oferecendo produtos (publicidade e programação) para satisfazê-los. O ouvinte que gira o dial do aparelho de rádio continuamente e o telespectador que muda continuamente de canal o fazem porque sabem que, em algum lugar, seu desejo será imediatamente satisfeito. Além disso, como a programação se dirige ao que já sabemos e já gostamos, e como toma a cultura sob a forma de lazer e entretenimento, a mídia satisfaz imediatamente nossos desejos porque não exige de nós atenção, pensamento, reflexão, crítica, perturbação de nossa sensibilidade e de nossa fantasia. Em suma, não nos pede o que as obras de arte e de pensamento nos pedem: trabalho sensorial e mental para compreendê-las, amá-las, criticá-las, superá-las. A Cultura nos satisfaz, se tivermos paciência para compreendê-la e decifrá-la. Exige maturidade. A mídia nos satisfaz porque nada nos pede, senão que permaneçamos sempre infantis. Um último traço da indústria cultural que merece nossa atenção é seu autoritarismo, sob a aparência de democracia. Um dos melhores exemplos encontra-se nos programas de aconselhamento. Um especialista – é sempre um especialista – nos ensina a viver, um outro nos ensina a criar os filhos, outro nos ensina a fazer sexo, e assim vão se sucedendo especialistas que nos ensinam a ter um corpo juvenil e saudável, boas maneiras, jardinagem, meditação espiritual, enfim, não há um único aspecto de nossa existência que deixe de ser ensinado por um especialista competente. Em princípio, seria absurdo e injusto considerar tais ensinamentos como autoritários. Pelo contrário, deveríamos considerá-los uma forma de democratizar e sociabilizar conhecimentos. Onde se encontra o lado autoritário desse tipo de programação (no rádio e na televisão) e de publicação (no caso de jornais, revistas e livros)? No fato de que funcionam como intimidação social. De fato, como a mídia nos infantiliza, diminui nossa atenção e capacidade de pensamento, inverte realidade e ficção e promete, por meio da publicidade, colocar a felicidade imediatamente ao alcance de nossas mãos, transforma- nos num público dócil e passivo. Uma vez que nos tornamos dóceis e passivos, os programas de aconselhamento, longe de divulgar informações (como parece ser a intenção generosa dos especialistas) torna-se um processo de inculcação de valores, hábitos, comportamentos e idéias, pois não estamos preparados para pensar, avaliar e julgar o que vemos, ouvimos e lemos. Por isso, ficamos intimidados, isto é, passamos a considerar que nada sabemos, que somos incompetentes para viver e agir se não seguirmos a autoridade competente do especialista. Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural tornam-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado em massa inculta, desinformada e passiva. 3