O documento apresenta os princípios fundamentais da teoria cognitivista da aprendizagem. A teoria defendida por Jerome Bruner considera que a aprendizagem ocorre através da compreensão mediada por processos cognitivos internos ao indivíduo. Bruner defende que a aprendizagem é mais eficaz quando ocorre através da descoberta guiada pelo professor.
1. Trabalho Prático de
Psicologia Educacional
O COGNITIVISMO
A psicologia cognitiva é “uma revolução cujos
limites ainda não podem ser previstos.”
Jerome Bruner
2. Trabalho Prático de
Psicologia Educacional
TRABALHO REALIZADO POR:
JOÃO ANTÓNIO QUERIDO PEREIRA
MANUELA MARIA OLIVEIRA LEITE
MARIA ÂNGELA RAMOS
MARIA DA GLÓRIA PIMENTA
RUI MANUEL DE ALMEIDA FESTA
3. APRENDIZAGEM
A aprendizagem caracteriza-se por uma mudança
relativamente permanente de comportamento que ocorre
como resultado da prática. Este processo implica a
apropriação de conhecimento, levando a uma mudança de
comportamento.
4. TEORIAS DA APRENDIZAGEM
Ao longo dos tempos, o processo de aprendizagem tem
sido abordado a partir de diferentes perspetivas,
dando, por isso mesmo, origem a diferentes
teorias de aprendizagem
Behaviorismo
Sócio-Construtivismo
(comportamentalismo)
Cognitivismo
5. COGNITIVISMO
Princípios Pedagógicos Subjacentes
Até finais dos anos 60 e 70, a teoria dominante no mundo
da psicologia é o behaviorismo/comportamentalismo,
mas, a partir dessa altura, alguns autores como Jerome
Bruner e outros introduzem o cognitivismo.
O cognitivismo não é uma rejeição absoluta do
behaviorismo, pois os cognitivistas introduzem a ideia de
cognição como mediadora no processo estímulo-resposta.
A psicologia cognitiva corresponde ao estudo da nossa
capacidade de adquirir, organizar, relembrar e usar
conhecimentos e informações para guiar e orientar o
nosso comportamento.
6. COGNITIVISMO
Princípios Pedagógicos Subjacentes
O interesse dos cognitivistas gira em volta da
compreensão das representações mentais (associada
aos significados) e os seus processos de mudança, em
termos de categorias ou dimensões cognitivas, como a
atenção, a perceção, a memória, a inteligência, a
linguagem, o pensamento...
Os cognitivistas procuram atingir teorias da mente que
incidam nos processos e nas estruturas e que
permitam uma melhor compreensão de todos os
processos de mudança humana.
7. Principais ideias pedagógicas da Teoria
Cognitivista
Elementos relevantes na abordagem cognitivista
Deve dar condições para que o aluno possa aprender por si próprio.
Deve oferecer liberdade de ação real e material.
A Escola
Deve promover a prioridade psicológica da inteligência sobre a aprendizagem.
Deve promover um ambiente desafiador favorável à motivação intrínseca do aluno.
Papel essencialmente “ativo” de observar, experimentar, comparar, relacionar,
O Aluno
analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses, argumentar…
Deve criar situações desafiadoras e desequilibradoras, por meio da orientação.
O Professor Deve estabelecer condições de reciprocidade e cooperação ao mesmo tempo moral e
racional.
Deve desenvolver a inteligência, considerando o sujeito inserido numa situação social.
A inteligência constrói-se a partir da troca do organismo com o meio, por meio das
Ensino e ações do indivíduo.
aprendizagem Baseados no ensaio e no erro, na pesquisa, na investigação, na solução de problemas,
facilitando o “aprender a pensar”.
Ênfase no trabalho em equipa e nos jogos.
8. Diferentes perspetivas cognitivistas
Perspetiva Natureza
Pensamento Realidade
Cognitiva Humana
Equacionado em
Ser humano é termos de Puzzle a que o
Racionalistas essencialmente computação indivíduo acede
racional (metáfora do pela razão
computador)
Ser humano é Estrutura caótica e
essencialmente um Metafórico e complexa a que o
Construtivistas
contador de imaginativo indivíduo acede
histórias pela narrativa
9. COGNITIVISMO
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Vantagens
Identificação das várias estruturas e processos subjacentes ao ato de aprender;
ênfase do papel das características de cada indivíduo e a sua experiência anterior
(ao valorizar o facto de que as pessoas interpretam o seu ambiente de
aprendizagem e, ao interpretá-lo constroem-no, dando-lhe um significado
pessoal, há o reconhecimento que tem implicações profundas em toda a
aprendizagem decorrente);
aprendizagem entendida como uma atribuição de significados e intencional;
protagonismo do indivíduo no processo de aprendizagem (a aprendizagem pela
descoberta é muito mais duradoira e útil do que aquela que se baseia na
memorização e no condicionamento);
desenvolvimento de métodos pedagógicos para ensinar a pensar, para ensinar
estratégias de resolução de problemas, para ajudar o aluno a aprender a aprender,
ou seja, o ensino centra-se no aluno e não no professor.
10. COGNITIVISMO
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Desvantagens
Os fatores que explicam a aprendizagem não podem ser atribuídos apenas ao
sujeito, mas às interações entre este e o seu mundo (a aprendizagem não é
meramente um fenómeno individual, mas deve muito ao contexto social em que
ocorre);
a raiz sociocultural do comportamento humano não é tida em conta no processo
de aprendizagem;
desprezo pela partilha entre indivíduos (através da comunicação e da interação
social) das formas comuns de entender o mundo, de interpretar as situações, de
se conhecer e dar a conhecer – a aprendizagem é indissociável da comunicação.
11. Jerome Bruner nasceu em New York
em 1915. É um autor cognitivista cujas
ideias acerca da aprendizagem foram
influenciadas pelas conceções teóricas
da teoria da forma (ou da gestalt). O
seu estudo sobre a aprendizagem e as
aplicações ao mundo do ensino foram
divulgados em duas obras de grande
impacto no mundo da educação: o
livro The process of education (datado
de 1962) e o livro Toward a theory of
instruction (de 1966).
12. Segundo Bruner aprender é compreender e
resulta da capacidade humana de adquirir,
transformar e avaliar informações que obtemos da
nossa experiência com o mundo.
APRENDIZAGEM= COMPREENSÃO= Capacidade
de adquirir, transformar e avaliar informações.
13. É um cognitivista que acredita que a aprendizagem é
um processo que ocorre internamente, mediado
cognitivamente, e não um produto direto do
ambiente, das pessoas ou de fatores externos àquele
que aprende.
Aprendizagem por Descoberta
14. Os estímulos do meio são selecionados pelo
sujeito em função dos seus objetivos e
motivações. Assim:
Os estímulos não influenciam mecanicamente o
indivíduo e a sua aprendizagem;
Os reforços não atuam automaticamente;
A aprendizagem acontece devido à ação do sujeito
sobre o meio e não devido à influência do meio.
15. Bruner pesquisou o trabalho de sala de aula e
desenvolveu uma teoria da instrução, que sugere
metas e meios para a ação do educador.
A teoria de Bruner tem em consideração a
curiosidade do aluno e o papel do professor
como instigador dessa curiosidade, daí ser
denominada teoria (ou método) da descoberta.
É uma teoria desenvolvimentista, que tenta explicar
como a criança, em diferentes etapas da vida,
representa o mundo com o qual interage.
16. Apresenta três níveis de representação do mundo
pela criança:
Enativo
Icónico
Simbólico
17. Níveis de representação
Enativo – (até aos 3 anos) a criança
representa o mundo (objetos) pela
ação que exerce sobre eles. A ação é a
forma privilegiada de representação,
descoberta e representação da
realidade. Para uma criança
compreender melhor uma historia,
por exemplo, é melhor que lhe
mostrem uma dramatização do que
lhe contar ou ler essa mesma história,
pois o seu interesse é com a ação e o
seu objetivo é estabelecer, através do
movimento, a comunicação com o
mundo.
18. Níveis de representação
Icónico – (dos 3 aos 9
anos) já representa
mentalmente os objetos;
baseia-se na organização
visual, no uso de imagens e
na organização de perceções
e imagens. A criança é capaz
de ouvir uma história e
responder ao desafio de a
recriar pela escrita ou pela
ilustração.
19. Níveis de representação
Simbólico – (a partir dos 10
anos) utiliza símbolos, sem
necessidade de imagens ou
ação. As crianças, nesta fase,
podem consultar textos de
referência e discutir umas com
as outras as suas descobertas.
Por exemplo – Comunidade de
Leitores
20. Bruner considera que as crianças possuem quatro
características congénitas (predisposições) que
configuram o gosto por aprender:
CURIOSIDADE
COMPETÊNCIA
RECIPROCIDADE
NARRATIVA
21. Curiosidade: motivo ou impulso biológico,
necessário à sobrevivência. A curiosidade existe em
excesso nas crianças. O papel do professor é
canalizá-la, orientá-la (curiosidade disciplinada),
através de jogos sob forma de questões (designa-se
este método por ensino socrático ou ensino pela
descoberta).
22. Competência: também é um motivo inato, de onde
resulta que nos interessemos pelas atividades em que
somos competentes.
23. Reciprocidade: (necessidade
de trabalhar cooperativamente),
envolve a profunda necessidade
de responder aos outros e de
operar, em conjunto com os
outros, para alcançar objetivos
comuns.
24. Narrativa: predisposição
para criar relatos e
narrativas da nossa própria
experiência com o objetivo
de transmitir essa
experiência aos outros.
Permite a partilha de
significados e conceitos de
forma a alcançar modos de
discurso que integrem as
diferenças de significado e
de interpretação.
25. Uma ideia central na teoria da aprendizagem de Bruner é
a de que é possível ensinar tudo aos alunos desde
que se utilizem procedimentos adaptados aos estilos
cognitivos e às suas necessidades. Ao contrário de Piaget,
não via qualquer obstáculo de ordem cognitiva ao ensino
das Ciências com crianças pequenas.
26. MÉTODO proposto: APRENDIZAGEM PELA DESCOBERTA E ENSINO
SOCRÁTICO
A aprendizagem significativa implica que a
criança procure, ativamente, soluções para os Metodologias
problemas. A aprendizagem pela descoberta é
muito mais duradoira e útil do que aquela que se Expositivas
baseia na memorização e no condicionamento.
Ensinar bem é encorajar o aluno a explorar
alternativas e a descobrir novas relações, porque
factos e relações descobertos pela criança a partir
das suas explorações são melhor aprendidos.
Através de perguntas que levam ao
discernimento (insight) os alunos podem
compreender (mais do que memorizar) alguns dos
princípios básicos de cada matéria.
27. Principais implicações pedagógicas da
teoria de Bruner
O professor deve esclarecer os
objetivos das tarefas de aprendizagem. A
tarefa só se torna significativa se o seu
objetivo for compreensível para o aluno
(o aluno deve poder responder à questão
“para que é que eu hei de fazer isto?”).
O professor deve fazer com que o
aluno mantenha alguma tensão
enquanto está na tarefa. Se esta for
demasiado fácil ou demasiado difícil o
aluno desinteressa-se.
28. Principais implicações pedagógicas da
teoria de Bruner
O professor deve
estimular no aluno uma
auto perceção de
competência. Isso ajuda o
aluno a querer resolver os
problemas académicos.
29. Principais implicações pedagógicas da
teoria de Bruner
O professor deve orientar o processo de
descoberta. Para isso, não basta dizer ao aluno que se
esforce por encontrar soluções, é necessário que o
professor se mantenha ao lado do aluno e o vá ajudando
a nas suas diferentes tentativas, questionando-o,
colocando as perguntas que poderão dar origem à
descoberta das respostas adequadas e reencaminhando o
aluno quando este se desvia do caminho que a elas
conduz.
30. Principais implicações pedagógicas da
teoria de Bruner
O aluno é colocado em uma situação ativa,
encarado como o construtor de sua própria
aprendizagem e situa o professor como um elemento
desafiador e não apenas como um fornecedor de
respostas prontas.
Metodologia
de Trabalho
de Projeto
31.
32. Conclusão
Bruner abriu e continua a abrir muitas portas para o
novo conceito de escola, um novo conceito que
coloca no centro da aprendizagem o papel do aluno,
dando-lhe protagonismo ativo para que ele «aprenda
a aprender».
“A escola não desenvolve a inteligência.”
(Jerome Bruner)
Aquarela
33. Bibliografia/Fontes
ATKINSON, Rita L. et al. (2002). Introdução à Psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto
Alegre: Artmed
Marques, Ramiro. A Pedagogia de Jerome Bruner in
http://www.eses.pt/usr/ramiro/docs/etica_pedagogia/A%20Pedagogia%20de%20
JeromeBruner.pdf (consultado em 14/10/2012)
Pires, Catarina et al. (2006). Psicologia B. Porto: Areal Editores
Rodrigues, Luís (2009). Psicologia B. Lisboa: Plátano Editora
Sprinthall, N.A.& Sprinthall, R. (2001). Psicologia Educacional: Uma abordagem
Desenvolvimentista. Lisboa, Portugal: MacGraw-Hill
Vasconcelos, Teresa et al. Trabalhos por Projetos na Educação de Infância in
www.dgidc.min-edu.pt/.../data/.../trabalho_por_projeto_r.pdf (consultado em
14/10/2012)
34. Trabalho realizado por:
João António Querido Pereira, n.º 19120127
Manuela Maria Oliveira Leite, n.º 19120008
Maria Ângela Ramos, n.º 19120089
Maria da Glória Pimenta, n.º 19120010
Rui Manuel de Almeida Festa, n.º 19120013