Este documento fornece um resumo das principais teorias psicológicas sobre aprendizagem de acordo com os seguintes autores: Jean Piaget, Lev Vygotsky, Henri Wallon e Paulo Freire. Ele também discute os principais estágios do desenvolvimento humano de acordo com cada teoria.
2. • Conhecer as características das principais teorias psicológicas que
investigam a aprendizagem;
• Caracterizar as principais teorias psicológicas sobre aprendizagem, suas
contribuições e limitações para a educação;
• Compreender o desenvolvimento da educação de jovens e adultos, seus
objetivos e funções;
• Conhecer as contribuições de Paulo Freire: o método proposto e
desenvolvido na Educação de jovens e adultos;
• Correlacionar os enfoques teóricos da aprendizagem: Piaget, Vygotsky,
Wallon, Freire.
3. Um olhar histórico sobre as teorias de aprendizagem;
Jean Piaget;
Lev Vygotsky;
Henri Wallon;
Paulo Freire.
4. Para compreender as teorias de aprendizagem é
importante voltar ao conceito de aprendizagem,
onde a palavra APRENDER é derivada do latim
APREHENDERE que significa: AGARRAR,
APODERAR-SE DE ALGO.
Definido aprendizagem – processo no qual o
indivíduo apropria-se de certos conhecimentos e
habilidades.
5. No entanto surgiram múltiplas visões cientificas
para a pesquisa da aprendizagem, como
veremos:
PIAGET: contribuições contemporâneas para
conceituação de aprendizagem;
VYGOTSKY: teoria sociocultural;
WALLON: a afetividade como elemento do
aprendizado cognitivo;
PAULO FREIRE: teoria sobre a educação de
jovens e adultos.
6. INATISMO: sustenta que a conduta e o conhecimento
humano são os resultados de capacidades inatas;
AMBIENTALISMO: o organismo é adaptado ao seu
ambiente, incluindo o ambiente interno ao organismo, de
forma a manter a vida;
INTERACIONISMO: desenvolvimento humano se dá numa
rede de relações, num jogo de interações em que
diferentes papéis complementares são assumidos e
atribuídos pelos e aos vários participantes. O que um
sujeito é em cada momento está ligado às interações que
ele estabelece com outros sujeitos, aos papéis que
assume em relação aos outros e os outros em relação a
ele.
7. O comportamento resulta de um processo de
APRENDIZAGEM.
Todo comportamento pode ser condicionado, por
meio do controle e manipulação das variáveis
ambientais.
O comportamento compreende apenas as
reações observadas de forma direta.
8. O comportamento operante não é automático, nem há um
estímulo específico com o qual se possa relacioná-lo.
No condicionamento operante, a resposta do organismo
produz uma modificação comportamental que tem efeitos
sobre ele. A essa modificação denomina-se REFORÇO.
REFORÇO é um fator que aumenta a possibilidade de
uma resposta ocorrer em determinada situação.
9. 1. Controle do estado de privação.
2. Controle da contiguidade temporal entre a
resposta e o reforço.
3. Introdução de reforço (positivo ou negativo) e,
em alguns casos, punição.
4. Controle do processo de extinção do
comportamento condicionado.
10. REFORÇO POSITIVO: estímulo que aumenta a incidência da
resposta, quando é apresentado simultaneamente a ela.
REFORÇO NEGATIVO: estímulo que aumenta a incidência
da resposta, quando é eliminado simultaneamente a ela.
PUNIÇÃO: consiste na apresentação de estímulo aversivo ou
na retirada de um estímulo positivo após a emissão de uma
resposta inadequada. A punição elimina a resposta, mas não
“ensina” como agir
11. a aprendizagem é uma mudança de estado interior que se
manifesta através da mudança de comportamento e na
persistência dessa mudança
a aprendizagem é uma mudança comportamental persistente
e ocorre quando o indivíduo interage com seu ambiente
externo
maturação = resultante do desenvolvimento de estruturas
internas e requer somente desenvolvimento interno
13. o “saber como” em comparação com o “saber o
que” da informação podem ser subdivididas em
muitas subcategorias que podem ser ordenadas
de acordo com sua complexidade mental.
14. A instrução é a atividade de planejamento e
execução de eventos externos à aprendizagem
com a finalidade de influenciar os processos
internos para atingir determinados objetivos
professor = gerente da instrução
15. Situa-se entre o behaviorismo e o cognitivismo;
estímulos, respostas, estimulação do ambiente,
etc. X processos internos da aprendizagem e a
importância das teorias de aprendizagem.
16. JEAN PIAGET (1896- 1980)
Princípios que fundamentam sua
teoria:
teoria
Construtivismo – conhecimento
resulta da ação do sujeito sobre
objetos do conhecimento.
Interacionismo – conhecimento resulta
de trocas realizadas pelo sujeito com
o meio ou com os objetos de
conhecimento (ideias, sentimentos,
valores, crenças)
17. Estruturalismo – construção vai além dos conteúdos
da interação, constrói-se a capacidade de pensar,
de organizar, de conhecer. Ou seja, as próprias
estruturas mentais, vão, durante o processo de
construção de conhecimentos, tornando-se cada
vez mais complexas.
Genético – associado à idéia de gênese, de evolução.
Entre uma estrutura (ponto de partida) e uma
estrutura mais complexa (ponto de chegada) temos
um processo de construção. A construção de uma
nova estrutura se dá, necessariamente, pela
conservação e superação da estrutura anterior.
18. Sensório-motor: nascimento até 18/24 meses. Presença da
inteligência, mas não do pensamento.
Inteligência – solução de um problema novo (coordenação de um
meio para atingir um fim),
Pensamento – inteligência interiorizada, apoiada sobre o
simbolismo.
Pré-Operatório: 2 anos até 7/8 anos.
Função Simbólica – representar uma coisa por meio de outra
Realiza no plano da representação o que foi construído
anteriormente.
19. Operações Concretas: 7/8 anos até 12/15 anos
Lógica dirigida a objetos manipuláveis. Capacidade de conservar
um objeto no decurso das transformações que são reversíveis..
Operações Formais: 12 anos
Lógica do discurso. Raciocínio sobre enunciados verbais,
raciocinar sob o ponto de vista do outro. Raciocínio hipotético-
dedutivo.
A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações
físicas ou mentais sobre objetos que provocam o desequilíbrio.
20. Teoria psicológica, com enfoque nas interações socioculturais . - O
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores
( consciência ) do sujeito e da humanidade resultam de um processo sócio-
histórico .
- Desenvolvimento : do intersubjetivo (de fora - exógeno) para o intrasubjetivo
(para dentro - endógeno).
Daí a importância da cultura. - Tipos de conceito: * cotidianos: presentes na vida
diária e formulados via linguagem. * científicos: formulados a partir da
aprendizagem sistematizada (escola). VYGOTSKY (1896 - 1934)
21. Quatro planos de desenvolvimento:
- Filogênese : história da espécie animal, definindo limites e possibilidades de
desenvolvimento psicológico. Plasticidade do cérebro humano.
- Ontogênese : desenvolvimento de um indivíduo de uma determinada espécie. Ligado
à filogênese.
- Sociogênese : história da cultura na qual o sujeito está inserido. As formas de
funcionamento cultura constituem o desenvolvimento humano.
- Microgênese : cada fenômeno psicológico tem sua própria história . A percepção das
singularidades de cada sujeito cognoscente rompe com o primado determinista
presente nas 3 entradas acima.
Mediação simbólica: a relação do homem com o mundo é mediada por instrumentos
(natureza concreta) e por signos (natureza simbólica).
22. Pensamento e linguagem:
- Os signos são construídos culturalmente . - Língua : principal
instrumento de representação simbólica .
- Através do intercâmbio social, via linguagem, a criança vai da
inteligência prática (plano concreto, sem mediação simbólica) para a
inteligência abstrata (plano simbólico).
- Funções da linguagem :
* comunicação (também entre os animais). * visão de mundo
(pensamento generalizante) - o ato de nomear é o ato de classificar e,
por conseguinte, de generalizar e abstrair.
- Linguagem : organizadora do pensamento .
24. A teoria do desenvolvimento humano de Henri
Wallon e sua interface com a educação Nasceu
na França em 1879
25. Seu pensamento tem raízes no materialismo histórico dialético. (indivíduo
e meio se modificam reciprocamente)
Tentativa de ver a criança de um modo mais integrado, levando em
consideração os domínios cognitivo, afetivo e motor. Não dissociar
campos que são indissociáveis (afetividade e inteligência).
Estudo do desenvolvimento humano a partir do desenvolvimento psíquico
da criança.
Desenvolvimento da criança aparece descontínuo, marcado por
contradições e conflitos, retrocessos e reviravoltas. A passagem dos
estágios de desenvolvimento não se dá linearmente.
26. Estágios ou Estádios do Desenvolvimento da Criança
1) Impulsivo-emocional ocorre no primeiro ano de vida
expressões/reações generalizadas e indiferenciadas de
bem estar/mal estar. predominância da afetividade orienta
as primeiras reações do bebê às pessoas. as emoções
são o primeiro recurso de interação do bebê com o meio
social. Emoções são extremamente contagiosas entre os
indivíduos.
27. Estágios ou Estádios do Desenvolvimento da Criança
2) Sensório-motor e projetivo inicia-se por volta de um ano
e se estende até os três anos de idade. caracteriza-se pela
investigação e exploração da realidade exterior. o andar e
a linguagem darão oportunidade à criança de ingressar em
um novo mundo, o dos símbolos. Linguagem estrutura o
pensamento. Importância de se afinar o olhar para o
movimento.
28. Estágios ou Estádios do Desenvolvimento da Criança
3 ) Personalismo Por volta dos três aos seis anos.
Enriquecimento do eu e a construção da personalidade.
Oposição ao outro busca de afirmação de si. Sedução a
criança tem necessidade de ser admirada, para se admirar
também. Imitação personagens são criados a partir das
pessoas que a criança admira. Inteligência se apóia fortemente
na atividade motora. Sincretismo não separa a qualidade da
coisa em si.
29. Estágios ou Estádios do Desenvolvimento da Criança
4) Pensamento Categorial Entre os 6 e 11 anos. Marca a
diferenciação entre o eu e o mundo exterior, em que a
criança aprende a perceber o que é de si e o que é do
outro. Pensar a realidade a partir de categorias.
Emergência de uma capacidade nova para a criança: a
atenção. É fundamental a interação do indivíduo com a
cultura.
30. Estágios ou Estádios do Desenvolvimento da Criança
5) Puberdade e Adolescência A crise pubertária rompe a
“tranquilidade” afetiva que caracterizou o estágio
categorial e impõe a necessidade de uma nova definição
dos contornos da personalidade, desestruturados devido
às modificações corporais resultantes da ação hormonal.
Oposição sistemática ao adulto. Busca diferenciar-se do
adulto.
31. A criança não é resultado linear do meio em que vive. Vive
em vários meios: familiar/escolar. Meios não concretos:
valores (família/escola/comunidade). Essa diversificação é
importante para o enriquecimento das crianças. Escola
oferece lugares diferentes para a criança ocupar. Escola é
um lugar onde se educa, mas, principalmente, onde se
deve estudar a personalidade da criança. Organização do
espaço e do tempo.
32. Educar é conhecer, é ler o mundo, para poder transformá-
lo (Paulo Freire)
• PARA ISSO precisamos de: amorosidade; respeito aos
outros, tolerância; humildade, gosto pela alegria e pela
vida, disponibilidade à mudança; recusa ao fatalismo;
abertura ao novo, identificação com a esperança.
(Paulo Freire)
33. Com certeza, podemos dizer que o pensamento de
Paulo Freire é um produto existencial e histórico. Ele
forjou seu pensamento na luta, na práxis, entendida
esta como "ação + reflexão", como ele a definia. Ele
nos dizia que práxis nada tinha a ver com a conotação
freqüente de "prática" em sua acepção pragmatista ou
utilitária. Para ela práxis é ação transformadora
34. A constituição do seu método pedagógico, Paulo Freire
fundamentava-se nas ciências da educação,
principalmente a psicologia e a sociologia; teve
importância capital a metodologia das ciências
sociais.
A sua teoria da codificação e da descodificação das
palavras e temas geradores (interdisciplinaridade),
caminhou passo a passo com o desenvolvimento da
chamada pesquisa participante.
35. O que chamou a atenção dos educadores e políticos da
época foi o fato de que o método Paulo Freire "acelerava"
o processo de alfabetização de adultos.
Paulo Freire não estava aplicando ao adulto alfabetizando
o mesmo método de alfabetização aplicado às crianças.
É verdade, outros já estavam pensando da mesma forma.
Todavia, foi ele o primeiro a sistematizar e experimentar
um método inteiramente criado para a educação de
adultos.
36. De maneira esquemática, podemos dizer que o
"Método Paulo Freire" consiste de três momentos
dialética e interdisciplinarmente entrelaçados:
37. a) A investigação temática, pela qual aluno e professor buscam, no universo
vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais
de sua biografia.
Esta é a etapa da descoberta do universo vocabular, em que são levantadas
palavras e temas geradores relacionados com a vida cotidiana dos
alfabetizandos e do grupo social a que eles pertencem.
Essas palavras geradoras são selecionadas em função da riqueza silábica, do
valor fonético e principalmente em função do significado social para o grupo. A
descoberta desse universo vocabular pode ser efetuada através de encontros
informais com os moradores do lugar em que se vai trabalhar, convivendo com
eles, sentido suas preocupações e captando elementos de sua cultura
38. b) A tematização, pela qual professor e aluno
codificam e decodificam esses temas;
ambos buscam o seu significado social, tomando
assim consciência do mundo vivido. Descobrem-se
assim novos temas geradores, relacionados com os
que foram inicialmente levantados.
É nesta fase que são elaboradas as fichas para a
decomposição das famílias fonéticas, dando subsídios
para a leitura e a escrita
39. c) A problematização, na qual eles buscam superar uma primeira visão
mágica por uma visão crítica, partindo para a transformação do
contexto vivido.
Nesta ida e vinda do concreto para o abstrato e do abstrato para o
concreto, volta-se ao concreto problematizando-o. Descobrem-se
assim limites e possibilidades existenciais concretas captadas na
primeira etapa.
Evidencia-se a necessidade de uma ação concreta, cultural, política,
social, visando à superação de situações-limite, isto é, de obstáculos
ao processo de hominização. A realidade opressiva é experimentada
como um processo passível de superação. A educação para a
libertação deve desembocar na práxis transformadora
40. ESTUDAR QUADRO DA PÁG 133
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE
ANDRAGOGIA E PEDAGOGIA
A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E
ensinar e aprender não pode dar-se fora da
procura, fora da boniteza e da alegria.
Paulo Freire
BONS ESTUDOS!!!!