TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A possibilidade de aproveitamento do patrimônio arqueológico pré-colonial dos municípios de Garopaba, Imaruí e Imbituba (SC) para a promoção do desenvolvimento sustentável na região.
Dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Regional - Universidade Regional de Blumenau.
Autor: Viegas Fernandes da Costa
Esta pesquisa tem como objetivo estudar as possibilidades do turismo arqueológico enquanto estratégia para a promoção do desenvolvimento sustentável da região compreendida pelos municípios catarinenses de Garopaba, Imaruí e Imbituba. A partir da constatação de que o modelo de desenvolvimento adotado por estes municípios não promoveu o desenvolvimento sustentável, gerou concentração de renda, fomentou o turismo de massas, promoveu a sazonalidade econômica, legou passivos ambientais e contribuiu para destruição do patrimônio cultural, discute-se o turismo arqueológico como alternativa complementar para o desenvolvimento sustentável e articulação da região. A pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas: discussão do conceito de desenvolvimento sustentável a partir das suas dimensões segundo Sachs (2006) e sua relação com o turismo e os processos de patrimonialização; caracterização do território, apresentando seus aspectos históricos, identitários, socioeconômicos e suas diferentes escalas de regionalização; estudo da percepção dos atores locais sobre o turismo arqueológico através de entrevistas com lideranças locais e gestores municipais de turismo, aplicação de questionário aos grupos de condutores ambientais com atuação na região e aplicação de questionário a turistas que visitaram alguns dos municípios estudados; valoração do patrimônio arqueológico da região por meio da adaptação de metodologia de valoração aplicada por Dabezies (2011). A pesquisa mostra o estado atual e a capacidade que os vestígios arqueológicos pré-coloniais remanescentes na região possuem para atuar como atrativos turísticos, bem como a viabilidade do turismo arqueológico na região.
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...Viegas Fernandes da Costa
1) O documento discute a inclusão do patrimônio arqueológico de Garopaba no projeto de fortalecimento do ecoturismo de observação de baleias na região.
2) Propõe que os sítios arqueológicos sejam incluídos nos roteiros turísticos para promover o desenvolvimento sustentável local.
3) Argumenta que o turismo arqueológico pode agregar valor à indicação geográfica pretendida e promover a cidadania cultural no território.
Patrimônio arqueológico e turismo:Proposições a respeito dos municípios deG...Viegas Fernandes da Costa
Patrimônio arqueológico e turismo:Proposições a respeito dos municípios deGaropaba, Imbituba e Imaruí (SC).
Autores: Viegas Fernandes da Costa e Clóvis Reis.
2014.
Este documento discute o uso de atrativos culturais no turismo rural de fazendas na Ilha do Marajó no Pará. Analisa cinco empreendimentos turísticos rurais nas cidades de Soure e Salvaterra que se concentram principalmente em atrativos ecológicos, com pouca ênfase na cultura local. Defende que o turismo rural deve valorizar mais a cultura para promover benefícios econômicos e socioculturais às comunidades.
Turismo de Aventura Especial -Socorro, Brazil - MTURScott Rains
O documento descreve o turismo no município de Socorro, SP. Ele destaca que Socorro é referência no turismo de aventura especial, sendo o primeiro destino turístico brasileiro a unir turismo de aventura com acessibilidade para pessoas com deficiência. O documento também ressalta os resultados positivos alcançados pelo destino em termos de inclusão social, geração de empregos e preservação ambiental.
Este documento apresenta um Atlas Ambiental da cidade de Guajará, no Amazonas. O Atlas contém mapas e dados sobre aspectos naturais e sociais do município, com o objetivo de apoiar educadores na formação de estudantes sobre a paisagem local e questões ambientais. O documento é dividido em seções tratando de tópicos como localização, demografia, cultura, povos tradicionais, história natural e urbanismo na região de Guajará.
1) O documento apresenta uma proposta de intervenção na trilha das Samambaias localizada no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia em Marituba-Pará, com o objetivo de formular sugestões de uso público voltadas para o lazer e turismo.
2) Foram realizados mapeamento, diagnóstico e classificação da trilha, identificando pontos interpretativos e de intervenção. Também foi proposta uma atividade ecoturística de observação da biodiversidade na trilha.
3) A proposta visa prom
O documento apresenta três projetos para o eixo de Meio Ambiente do Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável da região: (1) Turismo Ecológico para divulgar atrativos naturais e culturais e gerar emprego; (2) Aterros Sanitários para tratar lixo de forma sustentável; (3) Recuperação de mananciais para preservar recursos hídricos e garantir o abastecimento.
O documento discute a importância do ensino sobre turismo de forma transversal e interdisciplinar. Aborda os principais tópicos a serem ensinados como patrimônios naturais e culturais, turismo sustentável, leitura de mapas turísticos. Também fornece sugestões de como ensinar o tema por meio de pesquisas, visitas a destinos turísticos e atividades que estimulem o olhar geográfico dos estudantes.
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...Viegas Fernandes da Costa
1) O documento discute a inclusão do patrimônio arqueológico de Garopaba no projeto de fortalecimento do ecoturismo de observação de baleias na região.
2) Propõe que os sítios arqueológicos sejam incluídos nos roteiros turísticos para promover o desenvolvimento sustentável local.
3) Argumenta que o turismo arqueológico pode agregar valor à indicação geográfica pretendida e promover a cidadania cultural no território.
Patrimônio arqueológico e turismo:Proposições a respeito dos municípios deG...Viegas Fernandes da Costa
Patrimônio arqueológico e turismo:Proposições a respeito dos municípios deGaropaba, Imbituba e Imaruí (SC).
Autores: Viegas Fernandes da Costa e Clóvis Reis.
2014.
Este documento discute o uso de atrativos culturais no turismo rural de fazendas na Ilha do Marajó no Pará. Analisa cinco empreendimentos turísticos rurais nas cidades de Soure e Salvaterra que se concentram principalmente em atrativos ecológicos, com pouca ênfase na cultura local. Defende que o turismo rural deve valorizar mais a cultura para promover benefícios econômicos e socioculturais às comunidades.
Turismo de Aventura Especial -Socorro, Brazil - MTURScott Rains
O documento descreve o turismo no município de Socorro, SP. Ele destaca que Socorro é referência no turismo de aventura especial, sendo o primeiro destino turístico brasileiro a unir turismo de aventura com acessibilidade para pessoas com deficiência. O documento também ressalta os resultados positivos alcançados pelo destino em termos de inclusão social, geração de empregos e preservação ambiental.
Este documento apresenta um Atlas Ambiental da cidade de Guajará, no Amazonas. O Atlas contém mapas e dados sobre aspectos naturais e sociais do município, com o objetivo de apoiar educadores na formação de estudantes sobre a paisagem local e questões ambientais. O documento é dividido em seções tratando de tópicos como localização, demografia, cultura, povos tradicionais, história natural e urbanismo na região de Guajará.
1) O documento apresenta uma proposta de intervenção na trilha das Samambaias localizada no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia em Marituba-Pará, com o objetivo de formular sugestões de uso público voltadas para o lazer e turismo.
2) Foram realizados mapeamento, diagnóstico e classificação da trilha, identificando pontos interpretativos e de intervenção. Também foi proposta uma atividade ecoturística de observação da biodiversidade na trilha.
3) A proposta visa prom
O documento apresenta três projetos para o eixo de Meio Ambiente do Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável da região: (1) Turismo Ecológico para divulgar atrativos naturais e culturais e gerar emprego; (2) Aterros Sanitários para tratar lixo de forma sustentável; (3) Recuperação de mananciais para preservar recursos hídricos e garantir o abastecimento.
O documento discute a importância do ensino sobre turismo de forma transversal e interdisciplinar. Aborda os principais tópicos a serem ensinados como patrimônios naturais e culturais, turismo sustentável, leitura de mapas turísticos. Também fornece sugestões de como ensinar o tema por meio de pesquisas, visitas a destinos turísticos e atividades que estimulem o olhar geográfico dos estudantes.
O documento resume as principais atividades e eventos realizados recentemente na Escola do Campo Florestan Fernandes, incluindo: 1) uma campanha de preservação da fauna e flora nos assentamentos da região; 2) a visita de estudantes de agronomia da UFCA ao Assentamento Santana; 3) as comemorações de 28 anos do Assentamento Santana.
Palestra sobre projetos culturais de revitalização e uso turístico dos Fortes da Baia da Guanabara, apresentada no VI Seminãrio de Cidades Fortificadas e I Encontro de Gestores de Fortificações, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
O artigo descreve o sítio arqueológico da Lapa do Santo em Lagoa Santa, Minas Gerais. O sítio continha um rico acervo arqueológico intocado de esqueletos humanos datados do final do Pleistoceno. Os esqueletos revelaram práticas mortuárias complexas dos primeiros americanos, como sepultamentos individuais e coletivos, marcas de corte, seleção de ossos e uso de ocre. O sítio fornece novas perspectivas sobre a espiritualidade e cosmologia
O documento descreve a estratégia de desenvolvimento do turismo na Bahia, com foco na Baía de Todos os Santos, por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional (Prodetur). O programa irá investir US$ 85 milhões em infraestrutura turística, como bases náuticas, pontos de apoio, sinalização e recuperação do patrimônio histórico-cultural para transformar a região em um distrito turístico-cultural.
O documento descreve o relatório de atividades de 2009 do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga de Pernambuco, incluindo a realização de reuniões, eventos regionais sobre a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, e seminários sobre a conservação da Caatinga.
Este documento discute a relação entre atividade turística e meio ambiente. Ele explora como a educação ambiental pode revitalizar o uso do território pelos moradores locais e visitantes de forma sustentável, buscando um equilíbrio entre a preservação da natureza e o consumo turístico. Além disso, reconhece que o planejamento adequado do turismo pode trazer benefícios socioeconômicos às localidades, desde que os impactos negativos sobre o meio ambiente sejam diagnosticados e mitigados.
O Turismo No Parque Nacional do Superagui Beatriz Neves
O documento discute o potencial e fraquezas do turismo no Parque Nacional do Superagui a partir da perspectiva dos donos de pousadas na região. Ele apresenta um diagnóstico do turismo local, caracterizando a atividade de hospedagem e identificando a necessidade de melhorias na infraestrutura, capacitação dos trabalhadores e gestão dos recursos naturais.
A antiga cadeia pública de Salinas foi reformada e inaugurada em 2010 como sede da Fundação de Cultura de Salinas. A fundação promove eventos culturais e artísticos e preserva objetos históricos da cidade. Alunos visitaram a fundação para aprender sobre seu patrimônio cultural e histórico.
O documento discute o potencial do turismo como alternativa de desenvolvimento para áreas improdutivas no município de São Francisco de Assis, RS. A atividade turística poderia agregar valor a espaços com ocorrência de areais atualmente desvalorizados, possibilitando o incremento do desenvolvimento local. O turismo na natureza é apontado como um segmento adequado que não estaria ligado apenas a "sol e praia". Contudo, destaca-se a necessidade de planejamento para garantir a sustentabilidade dos espaços naturais e o aproveitamento
GEOPARQUE Uberaba - Terra dos Dinossauros do Brasil (MG)Gabriela Leal
O documento descreve a proposta para o estabelecimento do Geoparque Uberaba - Terra dos Dinossauros do Brasil no município de Uberaba, Minas Gerais. O município é notável por seus achados paleontológicos de dinossauros, tornando a região conhecida como a Terra dos Dinossauros do Brasil. A proposta visa promover o desenvolvimento sustentável da região por meio do geoturismo, protegendo o patrimônio geológico e paleontológico local e popular
O documento apresenta uma proposta pedagógica interdisciplinar entre as disciplinas de Geografia do 1o, 2o e 3o ano do Colégio E.P.M.M. da Silva sobre desenvolvimento social sustentável local. O projeto visa ampliar a visibilidade dos aspectos ambientais da região por meio de pesquisa, entrevistas e análise SWOT para identificar potenciais, fragilidades e propor um plano estratégico de desenvolvimento sustentável.
Este documento propõe um projeto de pesquisa interdisciplinar envolvendo geografia e educação ambiental. O projeto visa ampliar a visibilidade dos aspectos ambientais da região local para promover o desenvolvimento sustentável. Ele abrangerá estudos históricos, geográficos e ambientais da região por meio de pesquisas, entrevistas e registro em documentário. O projeto será realizado por grupos de alunos utilizando métodos como mapeamento, análise SWOT e proposição de plano de desenvolvimento sustentável.
O documento descreve uma oficina de educação socioambiental para reunir diferentes segmentos sociais de Cotegipe, Bahia, com o objetivo de mapear a rede de aprendizado social e questões ambientais locais para subsidiar um programa de educação ambiental. A oficina será facilitada por representantes de órgãos ambientais e ocorrerá no Centro Educacional Anfrísio Mariani Passos em 28 de agosto de 2007, das 9h às 17h30.
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilKatia Kopp
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
Formação em Cooperativismo no PARANA da Serra do Divisor-AcreAugusto Rocha
O documento descreve um projeto de formação em cooperativismo realizado no Parque Nacional da Serra do Divisor no Acre. O objetivo foi capacitar atores locais em gestão de cooperativas e ecoturismo para desenvolver a cadeia do turismo na região de forma sustentável. O projeto teve duração de 8 dias e capacitou 23 pessoas de 8 comunidades em tópicos como administração e juridicidade de cooperativas e apresentação de produtos ecoturísticos locais. A avaliação foi positiva e o projeto será expandido para
1) O documento discute o turismo e patrimônio arqueológico na Amazônia brasileira, com foco nos desafios de preservação e planejamento no uso dos sítios arqueológicos para o turismo.
2) É observada a necessidade de ações como criar uma equipe multidisciplinar para pesquisa e gestão dos sítios, definir zonas de visitação versus áreas intangíveis, e identificar estruturas para facilitar acesso e proteger os sítios.
3) O turismo pode ser um fator
O documento descreve uma visita técnica de alunos e professores à cidade histórica de Grão Mogol, MG. Eles visitaram pontos turísticos como a Água Mineral Grão Mogol, o maior presépio natural do mundo, igrejas de pedra construídas por escravos, e a Serra Rica com suas grutas históricas. Os alunos aprenderam sobre a história, cultura e atrações naturais da região. Os professores consideraram a visita importante para associar o ensino em sala de aula à prática.
Artigo: Quando a geo-história avança sobre os significados de um espaço urbano...Muriel Pinto
O documento analisa a cidade de São Borja no Rio Grande do Sul, Brasil e como suas paisagens culturais refletem a história da região e a identidade local. O estudo mapeou o patrimônio cultural da cidade, analisou representações culturais e identidades para entender como os processos históricos moldaram o território urbano ao longo do tempo.
(1) Os primeiros povos a habitarem Santa Catarina foram os caçadores-coletores da tradição Umbu e Humaitá, que viviam na região há cerca de 8 mil anos. (2) Posteriormente, chegaram os povos agricultores xokleng e kaingang vindos do Brasil Central e os tupi-guaranis vindos da Amazônia. (3) A colonização européia teve início no século XVI, com os primeiros navegadores, porém o povoamento efetivo ocorreu apenas a partir do século XVIII
Questões de História de Santa CatarinaElton Zanoni
I. O documento discute questões históricas de Santa Catarina presentes em vestibulares, abordando temas como a Guerra do Contestado, a escravidão e os povos indígenas no estado.
II. São apresentadas diversas questões sobre esses temas, com imagens, textos e afirmações a serem analisadas.
III. O documento serve como um guia para estudantes se prepararem para questões sobre a história de Santa Catarina em exames vestibulares.
I. O documento apresenta um teste de história sobre povos pré-históricos do Brasil, contendo questões sobre estratigrafia, povos que viviam no sul há 1500 anos, grupos de povos pré-históricos, sambaquis e sítios arqueológicos como Clóvis e Monte Verde.
II. As questões abordam temas como a teoria do povoamento da América, origem da agricultura e da cerâmica, datação por radiocarbono e animais extintos que viviam no período glacial.
O documento apresenta questões sobre a história do Brasil colonial, abordando tópicos como a vinda da família real portuguesa para o Brasil, a escravidão e a exploração de ouro. As questões examinam eventos como a Inconfidência Mineira, o Tratado de Tordesilhas e as consequências culturais da colonização para os povos indígenas.
O documento resume as principais atividades e eventos realizados recentemente na Escola do Campo Florestan Fernandes, incluindo: 1) uma campanha de preservação da fauna e flora nos assentamentos da região; 2) a visita de estudantes de agronomia da UFCA ao Assentamento Santana; 3) as comemorações de 28 anos do Assentamento Santana.
Palestra sobre projetos culturais de revitalização e uso turístico dos Fortes da Baia da Guanabara, apresentada no VI Seminãrio de Cidades Fortificadas e I Encontro de Gestores de Fortificações, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
O artigo descreve o sítio arqueológico da Lapa do Santo em Lagoa Santa, Minas Gerais. O sítio continha um rico acervo arqueológico intocado de esqueletos humanos datados do final do Pleistoceno. Os esqueletos revelaram práticas mortuárias complexas dos primeiros americanos, como sepultamentos individuais e coletivos, marcas de corte, seleção de ossos e uso de ocre. O sítio fornece novas perspectivas sobre a espiritualidade e cosmologia
O documento descreve a estratégia de desenvolvimento do turismo na Bahia, com foco na Baía de Todos os Santos, por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional (Prodetur). O programa irá investir US$ 85 milhões em infraestrutura turística, como bases náuticas, pontos de apoio, sinalização e recuperação do patrimônio histórico-cultural para transformar a região em um distrito turístico-cultural.
O documento descreve o relatório de atividades de 2009 do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga de Pernambuco, incluindo a realização de reuniões, eventos regionais sobre a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, e seminários sobre a conservação da Caatinga.
Este documento discute a relação entre atividade turística e meio ambiente. Ele explora como a educação ambiental pode revitalizar o uso do território pelos moradores locais e visitantes de forma sustentável, buscando um equilíbrio entre a preservação da natureza e o consumo turístico. Além disso, reconhece que o planejamento adequado do turismo pode trazer benefícios socioeconômicos às localidades, desde que os impactos negativos sobre o meio ambiente sejam diagnosticados e mitigados.
O Turismo No Parque Nacional do Superagui Beatriz Neves
O documento discute o potencial e fraquezas do turismo no Parque Nacional do Superagui a partir da perspectiva dos donos de pousadas na região. Ele apresenta um diagnóstico do turismo local, caracterizando a atividade de hospedagem e identificando a necessidade de melhorias na infraestrutura, capacitação dos trabalhadores e gestão dos recursos naturais.
A antiga cadeia pública de Salinas foi reformada e inaugurada em 2010 como sede da Fundação de Cultura de Salinas. A fundação promove eventos culturais e artísticos e preserva objetos históricos da cidade. Alunos visitaram a fundação para aprender sobre seu patrimônio cultural e histórico.
O documento discute o potencial do turismo como alternativa de desenvolvimento para áreas improdutivas no município de São Francisco de Assis, RS. A atividade turística poderia agregar valor a espaços com ocorrência de areais atualmente desvalorizados, possibilitando o incremento do desenvolvimento local. O turismo na natureza é apontado como um segmento adequado que não estaria ligado apenas a "sol e praia". Contudo, destaca-se a necessidade de planejamento para garantir a sustentabilidade dos espaços naturais e o aproveitamento
GEOPARQUE Uberaba - Terra dos Dinossauros do Brasil (MG)Gabriela Leal
O documento descreve a proposta para o estabelecimento do Geoparque Uberaba - Terra dos Dinossauros do Brasil no município de Uberaba, Minas Gerais. O município é notável por seus achados paleontológicos de dinossauros, tornando a região conhecida como a Terra dos Dinossauros do Brasil. A proposta visa promover o desenvolvimento sustentável da região por meio do geoturismo, protegendo o patrimônio geológico e paleontológico local e popular
O documento apresenta uma proposta pedagógica interdisciplinar entre as disciplinas de Geografia do 1o, 2o e 3o ano do Colégio E.P.M.M. da Silva sobre desenvolvimento social sustentável local. O projeto visa ampliar a visibilidade dos aspectos ambientais da região por meio de pesquisa, entrevistas e análise SWOT para identificar potenciais, fragilidades e propor um plano estratégico de desenvolvimento sustentável.
Este documento propõe um projeto de pesquisa interdisciplinar envolvendo geografia e educação ambiental. O projeto visa ampliar a visibilidade dos aspectos ambientais da região local para promover o desenvolvimento sustentável. Ele abrangerá estudos históricos, geográficos e ambientais da região por meio de pesquisas, entrevistas e registro em documentário. O projeto será realizado por grupos de alunos utilizando métodos como mapeamento, análise SWOT e proposição de plano de desenvolvimento sustentável.
O documento descreve uma oficina de educação socioambiental para reunir diferentes segmentos sociais de Cotegipe, Bahia, com o objetivo de mapear a rede de aprendizado social e questões ambientais locais para subsidiar um programa de educação ambiental. A oficina será facilitada por representantes de órgãos ambientais e ocorrerá no Centro Educacional Anfrísio Mariani Passos em 28 de agosto de 2007, das 9h às 17h30.
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilKatia Kopp
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
Formação em Cooperativismo no PARANA da Serra do Divisor-AcreAugusto Rocha
O documento descreve um projeto de formação em cooperativismo realizado no Parque Nacional da Serra do Divisor no Acre. O objetivo foi capacitar atores locais em gestão de cooperativas e ecoturismo para desenvolver a cadeia do turismo na região de forma sustentável. O projeto teve duração de 8 dias e capacitou 23 pessoas de 8 comunidades em tópicos como administração e juridicidade de cooperativas e apresentação de produtos ecoturísticos locais. A avaliação foi positiva e o projeto será expandido para
1) O documento discute o turismo e patrimônio arqueológico na Amazônia brasileira, com foco nos desafios de preservação e planejamento no uso dos sítios arqueológicos para o turismo.
2) É observada a necessidade de ações como criar uma equipe multidisciplinar para pesquisa e gestão dos sítios, definir zonas de visitação versus áreas intangíveis, e identificar estruturas para facilitar acesso e proteger os sítios.
3) O turismo pode ser um fator
O documento descreve uma visita técnica de alunos e professores à cidade histórica de Grão Mogol, MG. Eles visitaram pontos turísticos como a Água Mineral Grão Mogol, o maior presépio natural do mundo, igrejas de pedra construídas por escravos, e a Serra Rica com suas grutas históricas. Os alunos aprenderam sobre a história, cultura e atrações naturais da região. Os professores consideraram a visita importante para associar o ensino em sala de aula à prática.
Artigo: Quando a geo-história avança sobre os significados de um espaço urbano...Muriel Pinto
O documento analisa a cidade de São Borja no Rio Grande do Sul, Brasil e como suas paisagens culturais refletem a história da região e a identidade local. O estudo mapeou o patrimônio cultural da cidade, analisou representações culturais e identidades para entender como os processos históricos moldaram o território urbano ao longo do tempo.
(1) Os primeiros povos a habitarem Santa Catarina foram os caçadores-coletores da tradição Umbu e Humaitá, que viviam na região há cerca de 8 mil anos. (2) Posteriormente, chegaram os povos agricultores xokleng e kaingang vindos do Brasil Central e os tupi-guaranis vindos da Amazônia. (3) A colonização européia teve início no século XVI, com os primeiros navegadores, porém o povoamento efetivo ocorreu apenas a partir do século XVIII
Questões de História de Santa CatarinaElton Zanoni
I. O documento discute questões históricas de Santa Catarina presentes em vestibulares, abordando temas como a Guerra do Contestado, a escravidão e os povos indígenas no estado.
II. São apresentadas diversas questões sobre esses temas, com imagens, textos e afirmações a serem analisadas.
III. O documento serve como um guia para estudantes se prepararem para questões sobre a história de Santa Catarina em exames vestibulares.
I. O documento apresenta um teste de história sobre povos pré-históricos do Brasil, contendo questões sobre estratigrafia, povos que viviam no sul há 1500 anos, grupos de povos pré-históricos, sambaquis e sítios arqueológicos como Clóvis e Monte Verde.
II. As questões abordam temas como a teoria do povoamento da América, origem da agricultura e da cerâmica, datação por radiocarbono e animais extintos que viviam no período glacial.
O documento apresenta questões sobre a história do Brasil colonial, abordando tópicos como a vinda da família real portuguesa para o Brasil, a escravidão e a exploração de ouro. As questões examinam eventos como a Inconfidência Mineira, o Tratado de Tordesilhas e as consequências culturais da colonização para os povos indígenas.
1) O documento contém uma avaliação bimestral de geografia aplicada a um aluno do 7o ano do ensino fundamental.
2) A avaliação contém questões sobre divisão política e regional do Brasil, tipos de vegetação, relevo, clima, entre outros tópicos geográficos.
3) Também inclui questões sobre a influência dos fatores naturais na agricultura e diferenças entre a vida no campo e na cidade.
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...Viegas Fernandes da Costa
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA
Campus Garopaba
HISTÓRIA PRÉ-COLONIAL DE SANTA CATARINA
Professor Viegas Fernandes da Costa
Material produzido para o componente curricular “História Local” do curso de Condutor Ambiental Local de Garopaba. Data: 30/03/2014.
O documento descreve a história inicial da ocupação do território de Santa Catarina pelos portugueses a partir de 1500. Fala sobre os primeiros contatos com os povos indígenas que viviam na região, como os carijós, e a fundação dos primeiros povoados por bandeirantes paulistas no século XVII. Também aborda a imigração de açorianos para a região no século XVIII e a disputa territorial com os espanhóis até a definição das fronteiras no século XVIII.
Os povos indígenas que viviam no Brasil antes de 1500 dependiam da natureza para sobreviver e respeitavam seus espíritos. Eles viviam em tribos lideradas por caciques e pajés, que também eram responsáveis por cerimônias religiosas e curas com ervas. Arqueólogos estimam que havia entre 3 e 4 milhões de índios no Brasil na época.
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Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...Viegas Fernandes da Costa
O documento discute o potencial do turismo arqueológico para promover o desenvolvimento sustentável no município de Garopaba (SC), que possui sítios arqueológicos pré-coloniais. Apresenta uma revisão teórica sobre patrimônio cultural e turismo arqueológico e descreve os sítios arqueológicos de Garopaba. Defende que o turismo arqueológico pode gerar alternativas de trabalho e renda na região, além de proteger o patrimônio cultural local.
Relatório Final do Projeto de Extensão: Ocupação pré-colonial e patrimônio ar...Viegas Fernandes da Costa
O projeto de extensão teve como objetivo conscientizar estudantes sobre a ocupação pré-colonial e patrimônio arqueológico em Garopaba através de palestras. Nove palestras foram ministradas para 270 alunos de duas escolas, abordando as culturas pré-coloniais da região e a importância da preservação dos sítios arqueológicos. A avaliação indica que as palestras contribuíram para informar sobre a riqueza do patrimônio pré-colonial local.
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede ...Viegas Fernandes da Costa
COSTA, Viegas Fernandes da Costa. O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede pública municipal de ensino. Anais do II Seminário Internacional História do Tempo Presente, 13 a 15 de outubro de 2014, Florianópolis, SC. Universidade do Estado de Santa Catarina, 2014.
Este documento apresenta o plano de ensino para o componente curricular de História Local no Curso de Condutor Ambiental Local de Garopaba no Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Garopaba. O plano descreve as competências, conhecimentos, habilidades e atitudes esperadas, o cronograma de aulas com os temas a serem abordados e a metodologia de ensino.
Catálogo da Exposição Fotográfica O PATRIMÔNIO CULTURAL NO OLHAR DOS CONDUTOR...Viegas Fernandes da Costa
This document describes a photographic exhibition that shows images of cultural heritage in Garopaba taken by students in an environmental guide course. The exhibition aims to promote interest and debate around Garopaba's identity. The photos depict various aspects of local cultural heritage, including religious monuments, fishing traditions, old mills, and the history reflected in people's faces.
O documento discute como a Copa do Mundo de 2014 em São Lourenço da Mata, PE pode promover o desenvolvimento sustentável local. Ele descreve as obras de um estádio sustentável e como o evento pode impulsionar a economia e mudar os modos de vida da comunidade, desde que adote estratégias de turismo comunitário e solidário que valorizem a cultura local e gerem renda extra. O objetivo é aplicar modelos de sustentabilidade que tornem a cidade independente após o evento.
Estado de Conservação dos Sítios Arqueológico de Queimadas PBJacqueline Liedja
Este documento trata de uma monografia sobre o estado de conservação de sítios arqueológicos no município de Queimadas, Paraíba. A autora analisa seis sítios arqueológicos com inscrições rupestres que representam três tradições: Itacoatiara, Nordeste e Agreste. Os sítios estão sofrendo impactos como lixo, queimadas e extração de pedra, colocando em risco esse patrimônio cultural. É necessária uma proteção efetiva desses sítios através de
Plano de Ensino de História Local para o curso de Condutor Ambiental de ImbitubaViegas Fernandes da Costa
Este documento apresenta o plano de ensino para o componente curricular de História Local no curso de Condutor Ambiental Local de Imbituba no Instituto Federal de Santa Catarina. O plano descreve as competências, conhecimentos, habilidades e atitudes a serem desenvolvidos, o cronograma de aulas com seus respectivos temas e metodologias, e as referências bibliográficas utilizadas. O cronograma inclui aulas expositivas, discussões, visitas a museus e pontos históricos, além da produção de
Educação Ambiental Patrimonial (EAP)
Argumentos e estudos iniciais do potencial regional em patrimônios da humanidade (UNESCO) –
Artemis/Piracicaba/SP/BRA.
O documento descreve a história e as características culturais e sociais da cidade de São Borja no Rio Grande do Sul. A cidade teve importância como uma redução jesuítica-guarani nos séculos XVII-XVIII e é reconhecida por sua herança missioneira. O documento também discute as paisagens culturais e o patrimônio histórico da cidade, incluindo edifícios, museus e identidades culturais híbridas. Um projeto de extensão visa promover a educação patrimonial
Apresentação inicial Plano de Desenvolvimento do Ecoturismo em ItanhaémTales Oliver
O documento descreve um plano para desenvolver o ecoturismo e turismo rural na região de Itanhaém, São Paulo, com o objetivo de promover o uso sustentável dos recursos naturais e aumentar as oportunidades econômicas para a população local de forma sustentável. O plano inclui consolidar a vocação ecoturística da região, melhorar os serviços no Parque Estadual da Serra do Mar, educar as comunidades locais e atrair profissionais para o turismo sustentável.
Este documento apresenta o planejamento estratégico 2012 da Associação FloripaManhã, que visa estimular a implementação da Agenda Estratégica de Desenvolvimento Sustentável de Florianópolis até 2030. A visão é tornar Florianópolis sinônimo de qualidade de vida através de 5 estratégias: torná-la uma cidade multicultural e polinuclear, pioneira em reserva de biosfera urbana, com maior mobilidade pública, e integrando os municípios da Grande Florianópolis.
2 categoria etnica palikur tese - 01 alvaro augusto neves musolino - doutor...Jose Adnilton Adnilton
Esta tese analisa a migração, identidade e cidadania do povo indígena Palikur que habita a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. O trabalho explora como os Palikur assumem as nacionalidades brasileira e francesa sem abandonar sua identidade étnica, deslocando-se entre os dois países para trabalho, casamento e manutenção de atividades culturais. A tese é resultado de estudos etnográficos sobre as relações interétnicas internacionais dos Palikur nesta fronteira.
2 categoria etnica palikur tese - 01 alvaro augusto neves musolino - doutor...Jose Adnilton Adnilton
Esta tese analisa a migração, identidade e cidadania do povo indígena Palikur que habita a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. O trabalho explora como os Palikur assumem as nacionalidades brasileira e francesa sem abandonar sua identidade étnica, deslocando-se entre os dois países para trabalho, casamento e manutenção de atividades culturais. A tese é resultado de estudos etnográficos sobre as relações interétnicas internacionais dos Palikur nesta fronteira.
O documento apresenta as atividades e projetos desenvolvidos pela Território Empresa Junior de Turismo da UFMG ao longo dos anos, incluindo a organização de eventos, pesquisas, inventários turísticos, consultorias e projetos sociais relacionados ao turismo. A empresa junior tem como objetivo contribuir para a formação profissional dos estudantes de turismo da UFMG e promover o desenvolvimento sustentável por meio do planejamento e operacionalização de atividades turísticas.
Slides da apresentação do artigo “Tourism as a vector for environmental, social, cultural and economic risen: visiting script of to the project “workshop Art in the Quotas”, Cubatão, São Paulo, Brazil*”, que é um estudo de caso de um roteiro de turismo de base comunitária desenvolvido pela Caiçara Expedições. O material, elaborado a partir de parceria da [RH em Hospitalidade], por meio do pesquisador Aristides Faria, e da Caiçara Expedições, idealizadora e operadora do citado roteiro, foi apresentado durante o XIV Safety, Health and Environment World Congress (SHEWC’2014).
Aristides Faria é aluno do programa de Mestrado em Hospitalidade da Universidade Anhembi Morumbi. O trabalho apresentado nesse evento é parte de seus estudos nesse programa. Renato Marchesini e Renata Antunes da Cruz são profissionais atuantes na área de turismo e meio ambiente por meio de atividades docentes e, sobretudo, da agência de viagens e turismo Caiçara Expedições, sediada em São Vicente.
Informativo mensal do mês de Outubro de 2014ObsDrFurb
O documento resume as atividades recentes do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da FURB, incluindo a abertura de vagas para mestrado, projetos de pesquisa sobre diversidade religiosa e interculturalidade, e apresentações sobre desenvolvimento regional.
PERCEPÇÃO DO URBANO A PARTIR DE IMAGENS GEOFOTOGRÁFICAS DO MUNICÍPIO DE GUARA...guest14728fc
Este trabalho analisa as transformações urbanas, sociais e culturais do município de Guarabira-PB a partir de imagens geofotográficas antigas e atuais, bem como depoimentos de moradores antigos. Utilizando a linha de pesquisa da percepção geográfica e da geografia cultural, o estudo compara imagens de prédios, ruas, praças e outros elementos do espaço urbano ao longo do tempo, mostrando tanto modificações quanto aspectos preservados. Conclui que o patrimônio cultural e
1ª Parte PERCEPÇÃO DO URBANO A PARTIR DE IMAGENS GEOFOTOGRÁFICAS DO MUNICÍPIO...Sâmia Érika Bandeira
Este trabalho analisa as transformações urbanas, sociais e culturais do município de Guarabira-PB a partir de imagens geofotográficas antigas e atuais, bem como depoimentos de moradores antigos. Utilizando fundamentação teórica da percepção geográfica e geografia cultural, o estudo compara imagens de prédios, ruas, praças e outros espaços ao longo do tempo, mostrando como o patrimônio cultural vem sendo substituído por inovações que desrespeitam a memória local.
Semelhante a TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A possibilidade de aproveitamento do patrimônio arqueológico pré-colonial dos municípios de Garopaba, Imaruí e Imbituba (SC) para a promoção do desenvolvimento sustentável na região. (20)
Tombamento das Dunas da Ribanceira do Município de Imbituba (SC): parecer téc...Viegas Fernandes da Costa
Este documento apresenta um parecer técnico sobre o tombamento das Dunas da Ribanceira no município de Imbituba (SC). Após contextualizar a história da região e sua dependência da indústria de carvão e portuária, o texto justifica o tombamento das dunas por representarem um patrimônio paisagístico e cultural único capaz de conferir identidade ao local. O documento argumenta que a lei municipal prevê a preservação de bens naturais e culturais que tenham valor histórico, artístico ou p
O documento descreve diversos antigos reinos africanos, incluindo o Império Egípcio, o Reino de Cuche/Núbia, o Império de Axum e Cartago. O Império Egípcio se estabeleceu ao longo do rio Nilo por volta de 3200 a.C. e durou até ser conquistado pelos romanos no século I a.C. O Reino de Cuche emergiu na Núbia por volta de 3200 a.P. e conquistou o Egito entre 750-660 a.C., d
Este documento apresenta imagens de páginas de jornais e anúncios publicados entre 1831 e 1889 em Santa Catarina. Inclui a primeira página do mais antigo jornal da região, O Catharinense, além de publicações em alemão, italiano e português que refletem a diversidade cultural do estado na época.
Território em disputa: o reconhecimento das Dunas da Ribanceira (Imbituba, SC...Viegas Fernandes da Costa
As Dunas da Ribanceira são um importante patrimônio natural e cultural de Imbituba, abrigando vestígios arqueológicos pré-coloniais e sendo parte integrante da memória e identidade da população local. Sua preservação é defendida por moradores como forma de proteger a biodiversidade, o meio ambiente e a história da região. No entanto, há disputas em torno do reconhecimento e uso da área, envolvendo projetos imobiliários e de mineração.
O documento conta a história de um homem que viveu preso em uma cela por duas décadas. Após ser abandonado no local, ele consegue sair e explorar o mundo exterior pela primeira vez. Ao andar pela propriedade, ele emite um grito primitivo e começa a correr em direção a um barulho estrondoso que se aproxima.
PACHECO, Larissa Migliavacca. Centro histórico de Garopaba (SC): relações entre patrimônio e identidade. In. CASTELLS, Alicia Norma González de; NARDI, Letícia (orgs.). PATRIMÔNIO CULTURAL E CIDADE CONTEMPORÂNEA. Florianópolis, 2012, p. 143-157.
O documento discute o patrimônio material e imaterial, mencionando: 1) A comissão do IFSC que realizou pesquisa sobre o patrimônio de Garopaba; 2) Exemplos de patrimônio cultural, histórico e paisagístico em Garopaba; 3) A importância da memória e da história oral para compreender o patrimônio.
PIMENTA, Margareth de Castro Afeche. Turismo e paisagens históricas nas vilas litorâneas catarinenses. In. PIMENTA, Margareth de Castro Afeche; FIGUEIREDO, Lauro César. LUGARES: Patrimônio, memória e paisagens. Florianópolis: Edufsc, 2014, p. 205-234.
O documento descreve a história do litoral centro-sul de Santa Catarina, com foco em aspectos como a colonização, a economia baseada no latifúndio e na mão de obra escrava, a influência dos imigrantes açorianos, e detalhes sobre as cidades de Laguna, Garopaba e Imaruí.
O documento resume aspectos da arte brasileira, incluindo:
1) Apresenta obras de arte moderna como Campbell's Soup Can de Andy Warhol e os ready-mades de Marcel Duchamp que questionaram o que poderia ser considerado arte.
2) Discute a arte rupestre brasileira, incluindo exemplares encontrados em Santa Catarina e no sítio arqueológico Ilha da Aranha.
3) Aborda características da arquitetura colonial brasileira como a taipa de pilão e o pau-a-pique, e
O documento descreve a história das cidades de Garopaba, Imbituba e Imaruí, desde suas origens até meados do século XX. Relata os primeiros povoamentos em 1752, 1793/1795 e 1833 respectivamente e detalha as atividades das armações baleeiras em Garopaba no final do século XVIII. Também aborda a Batalha de Imbituba em 1839 durante a Revolução Farroupilha e o crescimento dessas cidades ao longo dos séculos XIX e XX.
O documento resume o patrimônio pré-colonial de Santa Catarina, com foco no patrimônio arqueológico de Imbituba e Garopaba. Apresenta informações sobre sambaquis, tradições Umbu e Humaitá, artefatos líticos, sepultamentos, oficinas líticas e inscrições rupestres encontradas nestas regiões. Também discute arqueólogos importantes como Guilherme Tiburtius e João Alfredo Rohr.
O documento discute os conceitos de cultura, identidade e desenvolvimento sustentável. Apresenta definições de cultura de antropólogos como Mauss, Tylor e Geertz. Também aborda o eurocentrismo e como ele influenciou a visão sobre os povos indígenas e a valorização do patrimônio cultural. Por fim, discute a importância da memória, do território e da participação comunitária para um desenvolvimento sustentável que proteja a herança cultural.
O documento discute o patrimônio material e imaterial, abordando conceitos como patrimônio cultural, memória, história oral e formas de preservação como tombamento e registro. Exemplos de patrimônio cultural brasileiro reconhecido pela UNESCO e pelo IPHAN também são apresentados.
As questões que levantamos aqui partem da problematização que fizemos do artigo de Kissler, Leo; Heidemann, Francisco G. Governança pública: novo modelo regulatório para as relações entre Estado, mercado e sociedade? RAP, maio/jun. 2006, p. 479-499.
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede p...Viegas Fernandes da Costa
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede pública municipal de ensino.
Autor: Viegas Fernandes da Costa (Professor de História do Instituto Federal de Santa Catarina).
Apresentação realizada no II Simpósio Internacional História do Tempo Presente, 2014.
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA
Campus Garopaba
O DISCURSO DO PROGRESSO EM IMBITUBA
Professor: Viegas Fernandes da Costa
Material produzido para o componente curricular “História Local” do curso de Condutor Ambiental Local de Imbituba.
2014
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Professor Viegas Fernandes da Costa
ppt da palestra proferida aos professores do SESI / Blumenau em 24/07/2014.
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em Cristo, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
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TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A possibilidade de aproveitamento do patrimônio arqueológico pré-colonial dos municípios de Garopaba, Imaruí e Imbituba (SC) para a promoção do desenvolvimento sustentável na região.
1. FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
VIEGAS FERNANDES DA COSTA
TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
A possibilidade de aproveitamento do patrimônio arqueológico pré-colonial dos
municípios de Garopaba, Imaruí e Imbituba (SC) para a promoção do desenvolvimento
sustentável na região.
BLUMENAU
2016
2. 2
VIEGAS FERNANDES DA COSTA
TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
A possibilidade de aproveitamento do patrimônio arqueológico pré-colonial dos
municípios de Garopaba, Imaruí e Imbituba (SC) para a promoção do desenvolvimento
sustentável na região.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós Graduação em Desenvolvimento
Regional – PPGDR do Centro de Ciências
Humanas e da Comunicação da
Universidade Regional de Blumenau –
FURB, como requisito parcial para a
obtenção de grau de Mestre em
Desenvolvimento Regional.
Prof. Dr. Clóvis Reis – Orientador
BLUMENAU
2016
3. 3
AGRADECIMENTOS
Este trabalho é resultado de uma pesquisa de dois anos à qual se somaram
diversas pessoas, sem cujo apoio não teríamos alcançado os resultados aqui
apresentados. Cumpre-me agora agradecer a estas pessoas.
Primeiramente, reconhecer e agradecer o apoio da minha esposa Fernanda Denise
Satler, primeira e principal incentivadora desta caminhada que partilhou comigo, seja na
troca de ideias, nas sugestões, nos questionamentos ou me acompanhando em campo,
auxiliando-me nos registros fotográficos e nas observações, seja na paciência que me
concedeu quando da minha ausência nas atividades do lar.
Aos meus pais, mãe Anneli Fernandes da Costa, pai Carlos Alberto Fernandes da
Costa, que nunca mediram esforços para a educação dos seus filhos e que sempre me
incentivaram a curiosidade, a persistência e a leitura de mundo.
Ao meu orientador, Professor Doutor Clóvis Reis, pela confiança, paciência,
orientações e por me conceder a liberdade de experimentar novos caminhos sempre
quando necessários.
Aos professores e colegas alunos do Programa de Pós Graduação em
Desenvolvimento Regional de Blumenau, pelos debates, leituras, questionamentos e
apoio concedido.
Ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC),
que me proporcionou estímulo e estrutura para que esta pesquisa fosse possível e,
principalmente, por me desafiar para um novo território.
Aos meus alunos do IF-SC Campus Garopaba, primeiros interlocutores e com os
quais tive a oportunidade de compartilhar resultados preliminares e testar hipóteses.
Agradecimentos especiais também aos professores João Henrique Quoos e Juliani
Brignol Walotek (IF-SC) pela troca de informações, parceria e pelos registros
fotográficos; ao Professor Doutor Luciano Félix Florit (FURB), membro da Banca de
Qualificação e de Defesa, pela amizade, apoio, leitura crítica e sugestões; à Professora
Doutora Marilda Rosa Galvão Checcucci da Silva (FURB), membro da Banca de
Qualificação, pela leitura crítica e sugestões; e ao Professor Carlos Marcelo Ardigó
(UNIVALI), membro da Banca de Defesa, pela leitura crítica e sugestões.
À Secretária do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional,
Kathleen Simone Hüskes, sempre disponível e atenta às questões de suporte que
necessitávamos no âmbito do PPGDR.
4. 4
Registro também que diversas pessoas despenderam voluntariamente tempo e
conhecimentos para a realização desta pesquisa, fornecendo-me informações,
conduzindo-me a sítios, auxiliando-me nos registros fotográficos e me indicando
materiais. A estas pessoas reitero aqui meus agradecimentos, em especial a: Zeno
Moreira de Castilho Neto, Luiz Fernando Alves Bintencourt, Maria Aparecida Ferreira,
Paulo Sefton, Fernando Ambrósio e Agenor Garcia Felipe pelas entrevistas que me
concederam; aos grupos de condutores ambientais ACAIG, Vidamar, Taiá Terra e ao
Ismael Furtado do Garopaba Mountain Bike Tours que, por meio dos seus
representantes, prontamente responderam aos questionários enviados; Ronaldo Augusto
e Jean Pierre Vasconcellos por me apresentarem e conduzirem a diversos sítios
arqueológicos; e a todos que participaram desta pesquisa respondendo aos questionários
e partilhando das expectativas, das etapas do trabalho e das dúvidas.
5. 5
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo estudar as possibilidades do turismo arqueológico
enquanto estratégia para a promoção do desenvolvimento sustentável da região
compreendida pelos municípios catarinenses de Garopaba, Imaruí e Imbituba. A partir
da constatação de que o modelo de desenvolvimento adotado por estes municípios não
promoveu o desenvolvimento sustentável, gerou concentração de renda, fomentou o
turismo de massas, promoveu a sazonalidade econômica, legou passivos ambientais e
contribuiu para destruição do patrimônio cultural, discute-se o turismo arqueológico
como alternativa complementar para o desenvolvimento sustentável e articulação da
região. A pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas: discussão do conceito de
desenvolvimento sustentável a partir das suas dimensões segundo Sachs (2006) e sua
relação com o turismo e os processos de patrimonialização; caracterização do território,
apresentando seus aspectos históricos, identitários, socioeconômicos e suas diferentes
escalas de regionalização; estudo da percepção dos atores locais sobre o turismo
arqueológico através de entrevistas com lideranças locais e gestores municipais de
turismo, aplicação de questionário aos grupos de condutores ambientais com atuação na
região e aplicação de questionário a turistas que visitaram alguns dos municípios
estudados; valoração do patrimônio arqueológico da região por meio da adaptação de
metodologia de valoração aplicada por Dabezies (2011). A pesquisa mostra o estado
atual e a capacidade que os vestígios arqueológicos pré-coloniais remanescentes na
região possuem para atuar como atrativos turísticos, bem como a viabilidade do turismo
arqueológico na região.
Palavras Chave: Desenvolvimento Sustentável, Turismo Arqueológico, Garopaba,
Imaruí, Imbituba.
6. 6
ABSTRACT
This research aims to study the possibilities of the archaeological tourism as a strategy
for the promotion of sustainable development of Garopaba, Imaruí and Imbituba, cities
of the Brazilian state of Santa Catarina. Since the model of development adopted in
these cities has not promoted sustainable development, generating concentration of
income, encouraging mass tourism, promoting an economic seasonality, bequeathing
environmental liabilities and contributing to the destruction of cultural heritage, it is
discussed the archaeological tourism as a complementary alternative for sustainable
development and region articulation. The research was developed in the following steps:
discussion of the concept of sustainable development from its dimensions according to
Sachs (2006) and its relationship with the tourism and the patrimonialization processes;
territory characterization, introducing historical, identity, and socioeconomic aspects in
its different regionalization scales; study of the perception of local actors about
archaeological tourism through interviews with local leaders and tour managers, survey
with local guiding professionals and with tourists who visited some of the studied cities;
valuation of the archaeological heritage of the region through the adaptation of the
valuation methodology applied by Dabezies (2011). The research shows the current
status of the regional remaining pre-colonial archaeological vestiges and its capacity to
act as tourist attractions, as well as the archaeological tourism viability in the region.
Keywords: Sustainable Development, Archaeological Tourism, Garopaba, Imaruí,
Imbituba.
7. 7
LISTA DE SIGLAS
ACIG – Associação Comercial e Industrial de Garopaba,
AMUREL – Associação de Municípios da Região de Laguna.
AP – Antes do Presente.
APA – Área de Proteção Ambiental.
CNSA – Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos.
CONAPA – Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental.
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo (Empresa Brasileira de Turismo – 1966
a 1991).
FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau.
GERCO – Gerenciamento Costeiro.
IBGE – Instituto Brasilero de Geografia e Estatística.
ICC – Indústria Carboquímica Catarinense.
ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
IF-SC – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina.
GRANFPOLIS – Associação de Municípios da Grande Faloruanópolis.
GRUPEP – Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia.
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Reursos Naturais Renováveis.
ICOMOS - Internacional Council on Monuments and Sites.
IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano por Município.
IG – Indicação Geográfica.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
MAE-USP – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
MARÉ – Movimento Açoriano de Res
gate.
MN-UFRJ – Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
NRM – Nível Relativo do Mar.
ONU – Organização das Nações Unidas.
PND – Plano Nacional de Desenvolvimento.
PPGDR – Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional.
PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.
RESEX – Reserva Extrativista.
8. 8
SANTUR – Santa Catarina Turismo.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
SGPA – Sistema de Gerenciamento do Patrimônio Arqueológico.
SPHAN – Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.
UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina.
UTM – Sistema Universal Transversa de Mercator.
WTC - World Championship Tour
ZPE – Zona de Processamento de Exportação.
9. 9
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................ 12
1.1 Tema da Pesquisa ..................................................................................................... 12
1.2 Problematização........................................................................................................ 12
1.3 Pressupostos ............................................................................................................. 15
1.4 Questões da pesquisa................................................................................................ 16
1.5 Objetivos................................................................................................................... 17
1.5.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 17
1.5.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 17
1.6 Justificativa............................................................................................................... 18
1.6.1 Relevância teórica.................................................................................................. 18
1.6.2 Relevância Prática ................................................................................................. 20
1.7 Organização do trabalho e metodologia ................................................................... 21
2 – TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...... 27
2.1 Desenvolvimento, sustentabilidade e turismo. ......................................................... 27
2.2 O patrimônio arqueológico....................................................................................... 34
2.3 O turismo arqueológico. ........................................................................................... 41
3 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.................................................... 51
3.1 Aspectos históricos dos municípios.......................................................................... 52
3.1.1 Garopaba................................................................................................................ 52
3.1.2 Imaruí. ................................................................................................................... 55
3.1.3 Imbituba................................................................................................................. 57
3.2 Aspectos identitários ................................................................................................ 60
3.3 População, renda e perspectivas de desenvolvimento.............................................. 61
3.4 A ocupação pré-colonial da região ........................................................................... 64
3.5 As regionalizações dos municípios em questão ....................................................... 76
3.6 O turismo na região .................................................................................................. 81
3.7 Sítios e vestígios arqueológicos como atrativos turísticos ....................................... 88
3.8 Uma nova escala de representação social e a abertura de uma janela...................... 91
4 – O TURISMO ARQUEOLÓGICO NA PERCEPÇÃO DOS ATORES LOCAIS.... 96
4.1 A percepção dos representantes da comunidade ...................................................... 96
4.1.1 Entrevistado: Zeno Moreira de Castilho Neto....................................................... 98
4.1.2 Entrevistado: Luiz Fernando Alves Bintencourt ................................................. 101
10. 10
4.1.3 Entrevistada: Maria Aparecida Ferreira .............................................................. 104
4.1.4 Considerações gerais ........................................................................................... 108
4.2 A percepção dos grupos de Condutores Ambientais Locais .................................. 110
4.3 A perspectiva do Poder Público Municipal............................................................ 115
4.3.1 Entrevistado: Paulo Sefton, Secretário de Turismo, Esporte e Cultura de Imbituba.
...................................................................................................................................... 115
4.3.2 Entrevistado: Fernando Ambrósio, Secretário de Turismo, Esporte e
Desenvolvimento de Garopaba..................................................................................... 119
4.3.3 Entrevistado: Agenor Garcia Felipe, Secretário da Indústria, Comércio e Turismo
de Imaruí....................................................................................................................... 122
4.3.4 Considerações gerais ........................................................................................... 123
4.4 A percepção dos turistas......................................................................................... 125
4.4.1 Discussão............................................................................................................. 135
5 – VALORAÇÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO ..................................... 138
5.1 Valoração do patrimônio arqueológico da região................................................... 138
5.2 Valoração Arqueológica......................................................................................... 142
5.2.1 Quadros síntese dos sítios arqueológicos de Garopaba, Imaruí e Imbituba. ....... 144
5.2.2 Análise................................................................................................................. 150
5.2.2.1 Aspectos gerais................................................................................................. 150
5.2.2.2 Garopaba........................................................................................................... 151
5.2.2.3 Imaruí ............................................................................................................... 151
5.2.2.4 Imbituba............................................................................................................ 152
5.2.2.5 Discussão.......................................................................................................... 153
5.3 Valoração “la puesta en valor” reduzida ................................................................ 156
5.3.1 Ponta do Galeão (Garopaba) ............................................................................... 160
5.3.2 Oficina Lítica da Vigia (Garopaba)..................................................................... 163
5.3.3 Capão de Garopaba (Garopaba) .......................................................................... 164
5.3.4 Praia do Siriú ....................................................................................................... 167
5.3.5 Rosa Sul (Imbituba)............................................................................................. 168
5.3.6 Canto Norte da Praia da Vila (Imbituba)............................................................. 170
5.3.7 Porto do Nato, Guaiúba (Imbituba)..................................................................... 173
5.3.8 Barra da Lagoa de Ibiraquera .............................................................................. 175
5.4 Os resultados da valoração “la puesta en valor”: potencialidades e fragilidades dos
sítos arqueológicos valorados....................................................................................... 176
11. 11
6 – VERIFICANDO PRESSUPOSTOS E RESPONDENDO QUESTÕES ............... 181
7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 192
8 - REFERÊNCIAS...................................................................................................... 196
8.1 Referências gerais................................................................................................... 196
8.2 Documentos e relatórios técnicos........................................................................... 203
8.3 Guias e prospectos turísticos .................................................................................. 203
8.4 Entrevistas .............................................................................................................. 204
APÊNDICES ................................................................................................................ 205
APÊNDICE A: Questionário destinado aos grupos de condutores ambientais ........... 206
APÊNDICE B: Questionário virtual aplicado com turistas que já visitaram alguns dos
municípios estudados.................................................................................................... 208
APÊNDICE C: Ficha de valoração “la puesta en valor” reduzida............................... 210
12. 12
1 – INTRODUÇÃO
1.1 Tema da Pesquisa
As possibilidades representadas pelo patrimônio arqueológico pré-colonial dos
municípios de Garopaba, Imaruí e Imbituba (SC) na promoção do turismo arqueológico
enquanto estratégia de desenvolvimento sustentável na região.
1.2 Problematização
O antropólogo Roberto Cardoso Oliveira (2000), ao discutir o fazer antropológico,
defende que o autor de uma pesquisa não deve se esconder sob o texto, dando o falso
caráter de impessoalidade. Cardoso, ao se referir à Antropologia, reconhece a polifonia
inerente ao seu campo de saber. Polifonia esta que compreendemos se estender ao
campo dos estudos do Desenvolvimento Regional.
A proposta de estudar a relação existente entre o patrimônio arqueológico, o
turismo e o desenvolvimento sustentável na região compreendida pelos municípios
catarinenses de Garopaba, Imaruí e Imbituba surgiu quando, em 2013, travei meus
primeiros contatos com estes municípios. Nascido no Vale do Itajaí, e imerso em suas
discussões, vi-me deslocado e desterritorializado trabalhando como professor de
História Local para o curso de Condutor Ambiental no Campus de Garopaba do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC). O
contato abrupto com esta nova realidade e as exigências profissionais que me foram
apresentadas, levaram-me a perceber as contradições existentes no desenvolvimento da
região e a necessidade de compreendê-la mais sistematicamente, de modo a tornar
assertiva minha prática enquanto professor e pesquisador voltado à formação
profissional e ao desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Daí a escolha pelo
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e pela questão do
patrimônio cultural enquanto dimensão do desenvolvimento sustentável.
Os três municípios que estudei, localizados no litoral centro sul de Santa Catarina,
a despeito das suas diferenças, possuem elementos em comum. Comecemos por aí. O
primeiro deles diz respeito aos modelos de desenvolvimento. Conforme veremos, estes
modelos implementados na região, apesar de distintos para cada município, resultaram
13. 13
em índices de desenvolvimento humano inferiores aos da média catarinense, grandes
passivos ambientais e sociais e desterritorialização identitária. Garopaba optou pelo
turismo “sol e mar”, atividade sazonal que relega a maior parte da sua população a
atividades laborais informais. Sua característica de turismo de massa promove impactos
ambientais e sociais consideráveis, bem como pressiona a ocupação do solo e a
descaracterização cultural do território. Imbituba, por sua vez, apesar de investimentos
na atividade turística, especialmente na Praia do Rosa e na Lagoa do Ibiraquera,
observou seu modelo de desenvolvimento sendo imposto exogenamente a partir de um
discurso de modernidade inserido na região nas primeiras décadas do século XX, com
os investimentos do empresário Henrique Lage. De vila de pescadores, Imbituba
transformou-se em uma cidade portuária especializada em exportar minérios extraídos
mais ao sul do Estado. A opção deixou a cidade dependente das vicissitudes do mercado
internacional de minérios, especialmente do carvão mineral. Na década de 1970 este
modelo de desenvolvimento exógeno levou para a cidade um polo carboquímico hoje
falido e que legou à população passivos ambientais, desemprego, pobreza e problemas
de saúde pública. Atualmente o município aposta na ativação da Zona de Processamento
de Exportações (ZPE), que promete alavancar o desenvolvimento da região, e na
revitalização do porto. De qualquer modo, a aposta reproduz o modelo de
desenvolvimento exógeno, que já se comprovou insustentável. Por fim, Imaruí,
município localizado às margens de uma lagoa homônima, possui seu desenvolvimento
estruturado principalmente na economia primária (pesca artesanal e atividades
agropecuárias) e, diferente dos demais municípios estudados, apresenta redução
demográfica.
Considerando que os modelos de desenvolvimento implementados não são
capazes de garantir o desenvolvimento sustentável dos municípios, estes precisam
encontrar alternativas capazes de garantir a sustentabilidade. É neste sentido que esta
pesquisa propõe se situar. Garopaba, Imaruí e Imbituba estão localizados em uma região
sensível sob o aspecto ambiental, junto à faixa litorânea e abrigando um importante
complexo lagunar. Modelos de desenvolvimento que impliquem em presença massiva
de pessoas, indústrias e atividades extrativistas, reproduzindo experiências já
implementadas e falidas, contribuirão para que o equilíbrio socioambiental fique ainda
mais comprometido, aumentando os passivos já citados e promovendo desigualdade
social e concentração de renda. Daí a necessidade destes municípios pensarem um
modelo de desenvolvimento que seja endógeno e sustentável.
14. 14
É desta percepção que pretendemos estudar as possibilidades do turismo
arqueológico enquanto estratégia para a promoção do desenvolvimento sustentável da
região compreendida pelos municípios catarinenses de Garopaba, Imaruí e Imbituba.
Este é o segundo elemento comum, e nos desafiou a pensar na possibilidade de
articulação regional a partir do aproveitamento dos vestígios arqueológicos existentes.
Entretanto, e aqui surgem os problemas que nos desafiam, desconhece-se o estado em
que se encontram estes sítios e se podem efetivamente representar atrativo turístico.
Também se torna imperativo conhecer quais são as reais possibilidades do turismo
arqueológico na promoção de um desenvolvimento sustentável, endógeno, e como os
agentes locais pensam este assunto.
Sabemos que a atividade turística, por si só, é incapaz de promover o
desenvolvimento sustentável da região. O que propomos com esta pesquisa é pensar o
turismo arqueológico enquanto complementar no planejamento de uma atividade
turística sustentável que contribua para a sustentabilidade, compreendida de forma
ampla, conforme discutiremos.
Neste contexto, a inserção do turismo arqueológico na região, considerando-o
enquanto fomentador de práticas de educação patrimonial, resultado de planos de gestão
e acompanhado, tanto em seu planejamento quanto na sua gestão e na interface com o
turista, por profissionais especializados, pode contribuir especialmente para práticas de
conhecimento dos sítios ainda existentes, para atividades de educação que permitam às
comunidades locais o empoderamento sobre estes espaços e uma relação de
reconhecimento destes vestígios enquanto constituidores da identidade local, e como
fonte alternativa e/ou complementar de trabalho e renda. Ou seja, anuncia-se aqui a
perspectiva do desenvolvimento territorial sustentável, na medida em que se abrem as
possibilidades para a investigação e construção das quatro dimensões básicas da noção
de território, desenvolvidas por Abramovay (2010), a saber: horizontes multisetoriais; a
superação da ideia de desenvolvimento como sendo estritamente crescimento
econômico; o estudo empírico dos atores e suas organizações para a compreensão das
situações apresentadas no âmbito da região; e a maneira como a sociedade utiliza seus
recursos (neste caso. o turismo no geral e o turismo arqueológico no específico).
As dimensões apresentadas por Abramovay (2010) ampliam as possibilidades de
investigação deste trabalho, que aqui se limita a identificar alguns elementos que
permitam observar Garopaba, Imaruí e Imbituba enquanto constituidores de uma região
articulada pelo seu patrimônio arqueológico e pelo horizonte do turismo arqueológico.
15. 15
Restringimo-nos a um esboço de sujeitos e escalas, que autorizam a operação de
regionalização, mas que apontam, também, para a necessidade de um estudo com base
na dimensão territorial.
1.3 Pressupostos
A seguir são enunciados/apresentados os pressupostos desta pesquisa.
P1: O turismo arqueológico contribui para a promoção do desenvolvimento
sustentável.
O pressuposto se sustenta principalmente a partir das discussões sobre o
ecodesenvolvimento de Sachs (2006a), para o qual a sustentabilidade cultural é uma das
dimensões do desenvolvimento sustentável. Segundo autores como Brenner (2005),
Bastos (2007) e Barretto (2007, 2009), o turismo cultural, quando planejado e
comprometido com o desenvolvimento endógeno, pode contribuir para o fortalecimento
das identidades locais, para a preservação e ressignificação de práticas culturais e
fomentar trabalho e renda.
O turismo arqueológico, que integra a segmentação do turismo cultural (BRASIL,
2010), possui princípios próprios do ecodesenvolvimento, tais como a geração de renda
e trabalho, o empoderamento da população local sobre seu território e a interpretação
cultural (BASTOS, 2005), dentre outros. Guimarães (2012a) vai além, afirmando que a
busca da sustentabilidade pelo turismo arqueológico ocorre de forma ampla, envolvendo
aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos. Para Veloso e Cavalcanti (2007), o
turismo arqueológico é importante veículo de desenvolvimento socioeconômico.
Nascimento (2010) mostra que em diversos lugares do mundo o turismo arqueológico é
o principal promotor de emprego e renda. O turismo arqueológico sustentável também
contribui com a preservação do patrimônio cultural e gera interesse sobre ele
(BARRETO, 2007; NÓBREGA, 2015), e em regiões como Palmares (AL), Canudos
(BA) e São Paulo, onde foi implementado, contribuiu com o empoderamento das
populações locais e com a inclusão social (FUNARI, MANZATO e ALFONSO, 2013).
P2: O patrimônio arqueológico pré-colonial existente nos municípios de
Garopaba, Imaruí e Imbituba pode servir de suporte para o desenvolvimento do
turismo arqueológico na região.
16. 16
Considerando o exposto no pressuposto anterior (P1), este segundo pressuposto se
sustenta na existência de diversos sítios arqueológicos pré-coloniais nos três municípios,
conforme demonstrado por Rohr (1984) e segundo os registros disponíveis no Cadastro
Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA/SGPA) desenvolvido pelo IPHAN. Levamos
em consideração o argumento de que o interesse pelo turismo arqueológico tem sido
incentivado no Brasil e crescido significativamente se comparado a outras segmentações
turísticas (MANZATO, 2013), bem como no estado de Santa Catarina (COMERLATO,
2005).
A relevância do turismo para a região (SPERB, SERVA e FIRMINO, 2013;
ALVIM, 2014), a destruição a que muitos sítios arqueológicos da região foram (e são)
submetidos (BASTOS, 2007) e a existência de diversos sítios remanescentes, permite-
nos supor a possibilidade do turismo arqueológico na região. Cabe citar aqui o estudo de
Guimarães (2012a) no município amazonense de Iranduba, no qual a autora mostrou
que mesmo sítios arqueológicos de baixa monumentalidade podem ter viabilidade
turística quando o turismo arqueológico acontece em complementariedade a outras
segmentações turísticas.
P3: O patrimônio arqueológico pode atuar como elemento articulador de
uma região.
Este pressuposto entende a região como resultado de uma operacionalização que
envolve diferentes atores e interesses, aproximando-a das operações de territorialização
(BRANDÃO, 2004; ABROMOVAY, 2010), e apresentando uma dimensão concreta e
outra abstrata (NÓBREGA e ARAÚJO, 2015). Enquanto dimensão concreta temos o
patrimônio arqueológico remanescente e o turismo como importante atividade
econômica e social da região; como dimensão abstrata temos o interesse pelo
desenvolvimento de segmentos turísticos que promovam a sustentabilidade.
1.4 Questões da pesquisa
A seguir são enunciados/apresentados as questões desta pesquisa.
Q1: Qual o estado do patrimônio arqueológico da região? Este apresenta
monumentalidade? Os sítios arqueológicos estão acessíveis ao público?
Q2: A comunidade local manifesta interesse e articulação em torno do patrimônio
arqueológico pré-colonial?
17. 17
Q3: Há interesse, ou algum tipo de articulação, por parte do poder público, no
aproveitamento do patrimônio arqueológico pré-colonial enquanto atrativo turístico?
Q4: Os turistas que frequentam a região e os operadores locais do turismo
conhecem os vestígios arqueológicos e demonstram interesse pelo turismo
arqueológico?
Q5: É possível indicar o turismo arqueológico como estratégia para a promoção
do desenvolvimento sustentável na região compreendida pelos municípios de Garopaba,
Imaruí e Imbituba?
1.5 Objetivos
A seguir são enunciados/apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos
desta pesquisa.
1.5.1 Objetivo Geral
Analisar as possibilidades do turismo arqueológico enquanto estratégia para a
promoção do desenvolvimento sustentável da região compreendida pelos municípios
catarinenses de Garopaba, Imaruí e Imbituba.
1.5.2 Objetivos Específicos
- Verificar as condições gerais do patrimônio arqueológico nos municípios de
Garopaba, Imaruí e Imbituba.
- Investigar a existência de manifestações da sociedade civil relacionadas ao
patrimônio arqueológico pré-colonial na região.
- Conhecer a perspectiva dos representantes do poder público a respeito do
patrimônio arqueológico pré-colonial da região e o nível de interesse para seu
aproveitamento turístico.
- Verificar o conhecimento que turistas e operadores locais do turismo possuem
sobre o patrimônio arqueológico pré-colonial da região e o interesse que manifestam
pelo turismo arqueológico.
- Refletir sobre as relações entre turismo arqueológico e desenvolvimento
sustentável.
18. 18
1.6 Justificativa
A seguir são apresentadas as relevâncias prática e teórica e prática desta pesquisa.
1.6.1 Relevância teórica
O turismo é atualmente uma importante fonte de renda e trabalho no Brasil. Em
2009 a produção das atividades características do turismo representou 3,9% do total de
valores brutos produzidos na economia brasileira, e os rendimentos (salários e outras
remunerações) pagos por estas atividades representaram 3,5% do total de rendimentos
pagos no país naquele mesmo ano (IBGE, 2012).
Dentre os diversos segmentos turísticos, o turismo cultural é um dos que mais
cresce. Em 2006, conforme Veloso e Cavalcanti (2007), este segmento estava em
terceiro lugar nas preferências daqueles que viajavam pelo Brasil, ficando atrás do
ecoturismo e do turismo de aventura. Para os autores, o crescimento deste segmento
turístico:
(...) está associado ao crescente fenômeno da globalização que gera,
pelo lado das culturas receptoras, a necessidade de redescobrir e
fortalecer a identidade cultural como também de resignificar seu
patrimônio e, pelo lado dos visitantes, o surgimento renovado do
interesse pela cultura. (VELOSO e CAVALCANTI, 2007, p. 156)
Neste mesmo sentido concorrem Bastos (2005), quando afirma que a globalização
promoveu o “elogio das diferenças”, e Barretto, que constata que a demanda por lugares
históricos aumentou de forma inédita a partir da última década do século XX, explicada
pelo processo de internacionalização, “que provocou uma espécie de nostalgia, uma
necessidade de sentir uma ligação emocional com os lugares, com a história dessas
localidades e com o próprio passado” (BARRETTO, 2007, p. 109).
Apesar da importância econômica, e dos impactos que promove na realidade, seu
estudo acadêmico é relativamente recente e marginalizado. Segundo Barretto, “a
academia não se interessa pelo turismo porque o considera uma atividade marginal; e a
atividade continua marginal porque não tem os subsídios acadêmicos para um
planejamento adequado” (BARRETTO, 2007, p. 14).
O turismo arqueológico como segmento do turismo cultural, desenvolveu-se
originalmente no Brasil como forma de divulgar as pesquisas desenvolvidas pela
19. 19
Arqueologia. Segundo o Ministério do Turismo, “o estudo e a prática do turismo
arqueológico podem ser consideradas atividades recentes no Brasil, bem como as
discussões sobre os conceitos básicos do segmento” (BRASIL, 2010, p. 23). Entretanto,
apesar de recente, “é expressiva a forma com que as iniciativas para a prática do
Turismo Arqueológico têm sido amplamente instigadas (..) [e que este] vem
experimentando um significativo crescimento em relação aos outros segmentos
turísticos”. (MANZATO, 2013, p. 39).
Portanto, por se tratar de atividade e campo de saber ainda recente no Brasil, e
considerando que a prática do turismo arqueológico ocorre em sítios sensíveis sob
diversos aspectos e, por isso, só podendo ser praticado mediante rigoroso planejamento,
torna-se fundamental que suas potencialidades, planejamento e experiências sejam
estudadas cientificamente, a fim de oferecer subsídios seguros para sua organização, de
modo que este tipo de turismo contribua para o desenvolvimento sustentável dos
territórios em que seja viável e para a preservação do próprio patrimônio arqueológico.
Também Guimarães (2012a) defende a necessidade de se estudar academicamente
o turismo arqueológico como maneira de problematizar visões, muitas vezes
preconceituosas, que atribuem a este tipo de turismo em específico (e ao turismo de
modo geral) um caráter exclusivamente predatório. Segundo esta autora,
Como para a arqueologia brasileira, no âmbito das discussões
acadêmicas, esse tema é relativamente novo, são frequentes as
opiniões preconceituosas em relação à atividade turística. Qualquer
discussão parece menosprezá-la, tanto enquanto atividade econômica
complexa, quanto como ciência (...). As opiniões simplistas chegam
mesmo a desprezar o potencial benéfico da atividade nos campos
social, cultural e econômico, bem como ignoram a formação
acadêmica do profissional da área. (GUIMARÃES, 2012a, p. 21-22).
Guimarães (2012a) lembra que ainda são poucos os estudos acadêmicos acerca do
turismo arqueológico no Brasil, apesar do interesse crescente sobre o tema; que o
Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), já na década de 1990,
apontava para a necessidade da gestão do patrimônio arqueológico requerer altos
padrões acadêmicos; e que sua abordagem deveria ser multidisciplinar. Para a autora, “a
gestão do patrimônio arqueológico não deve ser a expressão do desejo de um grupo
específico – arqueólogos, governantes, turismólogos – mas, sim, o resultado de um
interesse legítimo da sociedade” (GUIMARÃES, 2012a, p. 45). Esta é a mesma
perspectiva de Sampaio ao discutir o turismo de base comunitária (com o qual o turismo
arqueológico apresenta muitas convergências). Segundo ele o turismo deve ser tratado
20. 20
“com um enfoque transdisciplinar, diferentemente do que normalmente se verifica nos
estudos teóricos, metodológicos e empíricos inseridos às ciências sociais aplicadas”
(SAMPAIO, 2005, p. 132). Da mesma forma Santana, ao estudar os aspectos
antropológicos do turismo, afirma que a atividade turística e seus atores devem ser
compreendidos por meio de “um esforço conjunto de antropólogos, sociólogos,
geógrafos, economistas e outros cientistas sociais e naturais, carecendo, desde seu
início, das amarras impostas pelas tradicionais barreiras disciplinares” (SANTANA,
2009, p. 22).
Este trabalho, ao discutir as possibilidades do turismo arqueológico enquanto
estratégia para a promoção do desenvolvimento sustentável, contribui com o debate
teórico acerca do turismo de modo geral, e do turismo arqueológico de modo específico,
oferecendo subsídios para seu planejamento e sua reflexão acadêmica.
1.6.2 Relevância Prática
Apesar da grande quantidade de sítios e vestígios arqueológicos pré-coloniais
registrados em Garopaba, Imaruí e Imbituba, não há políticas de turismo voltadas para o
desenvolvimento do turismo arqueológico no âmbito da região turística Encantos do
Sul. Sequer estes sítios e vestígios são mencionados na publicação “Bíblia do Turismo”,
publicação voltada aos profissionais de turismo com atuação em Santa Catarina. Nesta
publicação, os atrativos turísticos da região Encantos do Sul são assim descritos:
No litoral, cidades históricas e vilas de pescadores dividem a
paisagem com belas praias, algumas com enseadas protegidas onde as
baleias-francas buscam refúgio. No interior, estâncias hidrotermais e
cidades de origens italiana e alemã são os principais atrativos.
(BÍBLIA DO TURISMO, s.d., p. 38)
Constata-se também que as informações existentes junto ao Cadastro Nacional de
Sítios Arqueológicos do IPHAN, a respeito do estado e da abrangência dos sítios
arqueológicos da região, estão incompletas e desatualizadas, e que a pressão urbana e
econômica contribui para a destruição e perda dos vestígios ainda existentes. Conhecer
o estado e condições de acessibilidade dos sítios arqueológicos é fundamental para o
planejamento de atividades de turismo sustentável e para fornecer subsídios à pesquisa
arqueológica, às atividades de educação patrimonial e à preservação do patrimônio
arqueológico enquanto bem comum da comunidade.
21. 21
Toda atividade turística sustentável exige planejamento e envolvimento da
comunidade, especialmente o turismo arqueológico, conforme defendem Manzato
(2013), Guimarães (2012), Alfonso (2009), Bastos (2005, 2007 e 2008), Veloso e
Cavalcanti (2007), Pardi (2007), Funari, Manzato e Alfonso (2013) e Bueno (2011).
Tanto o reconhecimento e envolvimento da comunidade, quanto o planejamento das
atividades turísticas, exigem conhecimento do patrimônio e sua apropriação e
interpretação por parte da comunidade.
A bibliografia que consultamos permite inferir que o desenvolvimento do turismo
arqueológico pode significar possibilidade de trabalho e renda na perspectiva de um
desenvolvimento territorial sustentável, e contribuir para a interpretação dos vestígios
arqueológicos, bem como com atividades de educação patrimonial que promovam
cidadania cultural e empoderamento da população local no território.
O debate em torno da proposição do turismo arqueológico em uma perspectiva
regional e de complementaridade de segmentos turísticos, fortalecendo agentes locais, a
partir do patrimônio arqueológico, pode ampliar as possibilidades para que Garopaba,
Imaruí e Imbituba pensem suas alternativas de desenvolvimento na perspectiva da
sustentabilidade, reduzindo a dependência da sazonalidade econômica promovida pelo
turismo “sol e mar” e subsidiando a comunidade local para que esta exercite a cidadania
cultural, combatendo atividades econômicas predatórias do patrimônio natural e cultural
e criando condições para seu empoderamento no território.
1.7 Organização do trabalho e metodologia
O presente trabalho está organizado em 5 capítulos, além desta Introdução e das
considerações finais. Nesta Introdução (1) apresentamos o tema da pesquisa, sua
problematização, seus pressupostos e questões, objetivos, a justificativa e a
metodologia.
No capítulo intitulado “Desenvolvimento Sustentável e Turismo Arqueológico”
(2) discutiremos os conceitos de desenvolvimento sustentável e suas características,
tendo como parâmetros teóricos Sachs (2006), Max-Neef (2012), Sampaio (2005),
Mielke e Gandara (2009), Brenner (2005) dentre outros, e sua relação com o turismo.
Procedemos também uma revisão bibliográfica das discussões sobre patrimônio
arqueológico e dos trabalhos que discutem o turismo arqueológico no Brasil.
22. 22
Procuramos relacionar a discussão do turismo arqueológico às discussões da
ecossocioeconomia e do turismo de base local.
O capítulo intitulado “Caracterização da Área de Estudo” (3) está dividido em 8
partes. Na primeira parte apresentamos uma breve caracterização histórica de cada um
dos municípios (Garopaba, Imaruí e Imbituba). Através de uma pesquisa bibliográfica
em livros e artigos, apresentamos o processo de colonização destes municípios e os
investimentos econômicos durante o século XX que resultaram na conjuntura atual. Na
segunda parte situaremos brevemente a questão identitária a partir dos conceitos de
identidade de Glissant (1996) e Hall (2004), considerando que o debate acerca do
patrimônio arqueológico e do fomento do turismo arqueológico é perpassado pelo
conceito de identidade na medida em que dialogam com a perspectiva de cidadania
cultural (SANTOS, 2007). A terceira parte caracteriza aspectos populacionais,
socioeconômicos e as perspectivas de desenvolvimento dos municípios estudados.
Tomando como base os conceitos de desenvolvimento sustentável, efetuou-se uma
pesquisa exploratória que reuniu dados estatísticos, relatórios e análises sobre o
desenvolvimento da região. Os dados estatísticos tiveram como fonte o IBGE e foram
considerados: população total, população ocupada, IDHM e renda per capita mensal por
domicílio. Na quarta parte realizamos uma revisão bibliográfica a respeito da ocupação
pré-colonial na região. Partimos do macro (ocupação pré-colonial no Brasil) para o
micro (ocupação pré-colonial em cada um dos municípios). Nesta revisão bibliográfica
destacam-se os autores De Blasis, Gaspar, Rohr, Giannini, Comerlato e Prous. A quinta
parte apresenta as diferentes escalas de regionalização às quais pertencem os três
municípios. Iniciamos com uma revisão bibliográfica dos conceitos de região, tendo
como partida a discussão da Geografia, e aproximamos a operação de regionalização à
de territorialização, conforme entendimento de Brandão (2004) e Abramovay (2010).
Na sequência apresentamos as diferentes escalas regionais. A discussão regional se
justifica na medida em que a organização regional influencia o território em suas
políticas de desenvolvimento e nas articulações entre seus diferentes atores. Na sexta
parte discutimos a configuração do turismo nos três municípios. Utilizamos dados dos
estudos das demandas turísticas realizados pela Santur em 2010 e procedemos uma
revisão bibliográfica sobre o assunto. Na sétima parte procuramos identificar se há sítios
e vestígios arqueológicos apresentados como atrativos turísticos nos municípios em
questão. Procedemos o levantamento e análise das principais publicações de divulgação
turística editadas nos municípios estudados, verificamos se há menção ao patrimônio
23. 23
arqueológico e de que forma este é apresentado ao público. A última parte resultou do
caráter dinâmico do território. No transcorrer da pesquisa e após a qualificação do
projeto da dissertação, o SEBRAE apresentou um projeto que propõe o fortalecimento
do ecoturismo de observação de baleias, articulando os municípios de Garopaba,
Imbituba e Laguna. Na pesquisa de campo observamos que a proposta do SEBRAE
impactou o discurso local sobre o turismo, de modo que entendemos oportuno discuti-lo
neste trabalho, compreendendo-o como uma “abertura de janela”, conforme conceito de
Kingdon descrito por Capella (2006).
Em “O turismo arqueológico na percepção dos atores locais” (4) partimos dos
questionamentos de partida para um debate que tenha como base o território
apresentados por Brandão (2004) e identificamos como atores locais: a) representantes
da comunidade; b) representantes do trade turístico (condutores ambientais); c)
representantes do poder público (Secretários Municipais de Turismo); d) turistas. Para a
categoria “a” adotamos como critérios para a seleção dos entrevistados o apego ao
território, conforme entendimento de Lee (2013), ser liderança comunitária e ter
envolvimento com o turismo e com o patrimônio arqueológico. A partir de conversas
com pessoas relacionadas a movimentos sociais, educadores e líderes comunitários,
selecionamos três entrevistados que atenderam aos critérios definidos, tratando-se,
portanto, de uma amostragem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas
utilizando técnicas da História Oral. As mesmas foram decupadas e os trechos de
relevância para os objetivos da pesquisa foram transliterados para o corpo do capítulo.
As entrevistas tiveram como objetivo investigar a ocorrência de manifestações da
comunidade relacionadas à defesa e/ou reconhecimento do patrimônio arqueológico
pré-colonial da região, a percepção do entrevistado a respeito do turismo na região e as
possibilidades de utilização do patrimônio arqueológico pré-colonial como atrativo
turístico. Para a categoria “b” aplicamos um questionário com questões fechadas de
múltipla escolha a respeito do patrimônio arqueológico e as possibilidades do turismo
arqueológico na região com os grupos de condutores ambientais com atuação na região.
Os condutores ambientais foram escolhidos em função das características da sua
atuação profissional e sua vinculação com o território. Na categoria “c” realizamos
entrevistas semiestruturadas com o propósito de conhecermos o contexto do turismo em
cada um dos municípios, as prioridades de investimento do poder público neste setor e
as dificuldades encontradas, se há interesse na segmentação turística e quais as
propostas para a promoção turística dos municípios na baixa temporada, bem como
24. 24
compreendermos o nível de reconhecimento e de interesse que o poder público
manifesta em relação ao patrimônio arqueológico do seu município e seu
aproveitamento na economia. Para a categoria “d” aplicamos um questionário eletrônico
com questões fechadas a partir da plataforma Google Forms. A técnica aplicada foi a do
survey (levantamento). As questões inseridas no formulário buscaram identificar o
território de origem dos turistas, seu nível de contato e interesse em relação ao turismo
arqueológico (em geral e na região) e seu nível de contato e conhecimento em relação
ao patrimônio arqueológico da região. Em todo capítulo, para cada um dos grupos,
explicamos a metodologia utilizada, apresentamos os dados e procedemos a discussão.
No capítulo intitulado “Valoração do patrimônio arqueológico” (5) apresentamos
a valoração arqueológica e a valoração “la puesta em valor” dos sítios arqueológicos
selecionados. Na valoração do patrimônio arqueológico submetemos a metodologia de
seleção de sítios arqueológicos adaptada por Dabezies (2011) ao princípio teórico da
redução sociológica de Ramos (1965), em um procedimento que chamaremos de
redução metodológica. Para a valoração arqueológica analisamos as fichas dos sítios
arqueológicos pré-coloniais dos três municípios estudados disponíveis no Cadastro
Nacional de Sítios Arqueológicos do Sistema de Gerenciamento do Patrimônio
Arqueológico (CNSA/SGPA) realizado pelo IPHAN. A análise resultou na produção de
quadros sínteses destes sítios. Para a valoração “la puesta en valor” foram selecionados
sítios arqueológicos nos municípios de Garopaba e Imbituba tendo como base os
resultados da valoração arqueológica e as entrevistas e questionários realizados com os
representantes da comunidade local e grupos de condutores ambientais. Para esta etapa
da cadeia valorativa construímos uma ficha a partir de critérios apresentados no
capítulo. O preenchimento das fichas foi realizado durante pesquisa de campo que
realizamos aos sítios arqueológicos selecionados e a partir de observação superficial
destes. No capítulo apresentamos as diferentes etapas da cadeia valorativa, os critérios
metodológicos utilizados, os dados produzidos e a discussão dos resultados.
No Quadro 1 apresentamos uma síntese relacionando as questões da pesquisa,
objetivos espécíficos e procedimentos metodológicos correspondentes.
25. 25
QUESTÕES OBJETIVOS PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Situação do patrimônio
arqueológico da região, se
apresenta
monumentalidade e se os
sítios arqueológicos estão
acessíveis ao público
Verificar as condições
gerais do patrimônio
arqueológico nos
municípios de Garopaba,
Imaruí e Imbituba.
- Valoração arqueológica
por meio de pesquisa
bibliográfica e consulta ao
CNSA/SGPA do IPHAN,
adaptando a metodologia
de seleção de sítios
arqueológicos utilizada por
Dabezies (2011).
- Valoração “la puesta en
valor” através da
observação de superfície
dos sítios arqueológicos
selecionados na valoração
arqueológica e de
entrevistas realizadas com
representantes da
comunidade local e grupos
de condutores ambientais.
- Registro fotográfico e
fichamento dos sítios
arqueológicos submetidos
à observação de superfície.
Se a comunidade local
manifesta interesse e
articulação em torno do
patrimônio arqueológico
pré-colonial.
Investigar a existência de
manifestações da sociedade
civil relacionadas ao
patrimônio arqueológico
pré-colonial na região.
- Entrevistas
semiestruturadas com
representantes da
comunidade.
- Aplicação de questionário
aos grupos de condutores
ambientais que atuam nos
municípios.
- Pesquisa exploratória em
publicações diversas
(físicas e virtuais).
Se há interesse ou algum
tipo de articulação, por
parte do poder público, no
aproveitamento do
patrimônio arqueológico
pré-colonial enquanto
atrativo turístico.
Conhecer a perspectiva dos
representantes do poder
público a respeito do
patrimônio arqueológico
pré-colonial da região e o
nível de interesse para seu
aproveitamento turístico.
- Entrevistas
semiestruturadas com os
gestores públicos do
turismo nos municípios
estudados.
Se os turistas que
frequentam a região e os
operadores locais do
turismo conhecem os
vestígios arqueológicos e
demonstram interesse pelo
turismo arqueológico.
Analisar o conhecimento
que turistas e operadores
locais do turismo possuem
sobre o patrimônio
arqueológico pré-colonial
da região e o interesse que
manifestam pelo turismo
arqueológico.
- Aplicação de questionário
por meio de plataforma
virtual a turistas que
visitaram algum dos
municípios estudados.
- Aplicação de questionário
aos grupos de condutores
ambientais que atuam nos
26. 26
municípios.
- Levantamento e análise
de publicações de
divulgação turística dos
municípios.
Se é possível indicar o
turismo arqueológico como
estratégia para a promoção
do desenvolvimento
sustentável na região
compreendida pelos
municípios de Garopaba,
Imaruí e Imbituba.
Refletir sobre as relações
entre turismo arqueológico
e desenvolvimento
sustentável.
- Pesquisa bibliográfica.
- Análise de indicadores
sociais e econômicos.
Quadro 1: Quadro síntese relacionando as questões da pesquisa, objetivos
específicos e respectivos procedimentos metodológicos.
No capítulo intitulado “Verificando pressupostos e respondendo questões”
buscamos realizar a síntese das discussões realizadas no trabalho, verificando se os
pressupostos e questões de pesquisa aqui apresentados se confirmaram ou não.
Apresentamos ainda as Considerações Finais, Referências e Apêndices.
27. 27
2 – TURISMO ARQUEOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
2.1 Desenvolvimento, sustentabilidade e turismo.
Em setembro de 2015 a Cúpula das Nações Unidas aprovou os Objetivos Globais
para o Desenvolvimento Sustentável, documento onde estão relacionados 17 objetivos e
169 metas, dentre as quais o turismo sustentável é citado três vezes como gerador de
empregos e promotor de cultura e produtos locais. O turismo sustentável integra o
objetivo 8, relacionado à promoção do crescimento econômico sustentado, inclusivo e
sustentável; o objetivo 12, que busca assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis; e o objetivo 14, que pretende garantir a conservação e o uso sustentável
dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável (ONU, 2015).
Discutir a relação entre patrimônio arqueológico, turismo e desenvolvimento é
tarefa complexa, primeiramente porque não há consenso a respeito do conceito de
desenvolvimento, mesmo quando delimitado por categorias como a de “sustentável”,
por exemplo. Ortiz (2008), ao tratar do hiato existente entre os debates sobre
desenvolvimento e políticas culturais, alerta que o termo desenvolvimento pode
encobrir realidades que se excluem, e, portanto, a primeira questão a ser colocada diz
respeito a que tipo de desenvolvimento estamos nos referindo. Isto porque usualmente
compreende-se o desenvolvimento enquanto teleológico.
Esta percepção do desenvolvimento, cujo sentido comumente filia-se à noção de
progresso econômico, tecnológico e de valores políticos como o da democracia é,
segundo Ortiz, uma invenção ou conquista da modernidade (atrelada ao Ocidente), e
não se aplica às sociedades ocidentais antigas. Na antiguidade, as categorias eram
claramente definidas, como as de “civilizado” e “bárbaro”, de modo que o contato entre
elas implicava em choques, o que difere da concepção de desenvolvimento, que indica
movimento, apesar de considerar estados da sociedade como estágios. Ou seja, “o que
se encontra na etapa primeira é vista como incompleto em relação ao que se situa acima
dela” (ORTIZ, 2008, p. 125). Assim, argumenta que há múltiplas modernidades, já que
esta se configura de diferentes maneiras no espaço. A preocupação, então, passa a ser
propor uma reflexão que escape da perspectiva teleológica, que concebe a ideia de
desenvolvimento como algo que obedece a um sentido único e a modernidade como
uma categoria absoluta. Portanto, ao pensar a modernidade enquanto múltipla, Ortiz
28. 28
defende que o desenvolvimento é inerente às sociedades modernas, das quais não
podemos escapar.
A partir da década de 1960, as grandes alterações ambientais promovidas pela
ação humana e os riscos de um conflito bélico generalizado alertaram para a
necessidade de se discutir o modelo de desenvolvimento hegemônico. Neste sentido,
durante a segunda metade do século XX é possível elencar três principais marcos
internacionais para esta discussão: a Conferência das Nações Unidas em Estocolmo
(1972), o Relatório Brundtland (1987) e a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro (1992).
Nestes marcos a ideia de sustentabilidade começa a ser apresentada como alternativa de
desenvolvimento. No Relatório Brundtland, por exemplo, compreendeu-se por
desenvolvimento sustentável aquele que atende às necessidades da geração presente,
garantindo que as gerações futuras disponham dos recursos para atender as suas. Este
mesmo documento, segundo Cooper et. al. (2007), arrolou os princípios básicos da
sustentabilidade, dentre os quais está a proteção da herança cultural humana. Fazemos
este destaque por integrar o patrimônio arqueológico esta “herança cultural humana”,
na medida em que se configura como categoria do patrimônio cultural. Este mesmo
princípio já estava presente na Conferência Geral da UNESCO de 1972, na qual foi
adotada a primeira convenção referente ao patrimônio mundial, cultural e natural e se
passou a considerar os patrimônios da humanidade como bens comuns a todos os povos
do mundo (FUNARI e PELIGRINI, 2006).
Diante da possibilidade de esgotamento dos recursos naturais, se mantidos os
hábitos de consumo e o crescimento demográfico, Sachs propôs discutir as
possibilidades do ecodesenvolvimento, ou desenvolvimento socioeconômico equitativo,
também chamado de desenvolvimento sustentável. Nesta perspectiva, em 1991 escreveu
um artigo (2006a) que antecipou as discussões da Rio-92, com reflexões que remontam
à reunião de Founex de 1972. Escrito sob a tese da bomba demográfica, seu principal
objetivo foi contestar um modelo de desenvolvimento ancorado exclusivamente no
crescimento econômico, principalmente aquele defendido pela economia de mercado, e
propor um modelo preocupado com o desenvolvimento social e equitativo em níveis
globais, nos quais as economias desenvolvidas deveriam arcar com parte dos custos do
desenvolvimento dos países economicamente menos favorecidos, de modo que estes
pudessem efetivamente se desenvolver. Sachs chamou também atenção para a
necessidade de mudanças nos hábitos de consumo, já que, se os países
29. 29
subdesenvolvidos adotassem o modelo consumista das nações economicamente
desenvolvidas, o resultado seria o esgotamento dos recursos naturais.
Sachs, no texto de 1991 (2006a), argumentou que os discursos ancorados no
crescimento econômico não promoveram, durante a década de 1980, equidade social,
pelo contrário, aprofundaram índices de pobreza e perpetuaram a dicotomia Norte – Sul.
Assim, insistiu na necessidade da dimensão ecológica como garantia para a
sobrevivência humana e, principalmente, que o desenvolvimento qualitativo deveria
liberar recursos dos países mais ricos para os mais pobres. Alertou para os riscos de se
superestimar o desenvolvimento tecnológico, de modo que as transição para o
ecodesenvolvimento deveria ser imediata. Sachs, apresentou também as cinco
dimensões do ecodesenvolvimento: sustentabilidade social, sustentabilidade econômica,
sustentabilidade ecológica, sustentabilidade espacial (equilíbrio rural – urbano) e
sustentabilidade cultural. (SACHS, 2006a).
Como forma de ação, Sachs defendeu que uma estratégia de desenvolvimento só
tem sucesso se contar com a participação dos grupos e comunidades locais. Sugeriu que
o conceito de economias de aglomeração fosse revisto e propôs uma alteração dos
modelos de concentração urbana através da promoção do campo. Ainda segundo o
autor, as estratégias de transição para este novo modelo de desenvolvimento devem
derivar de políticas públicas de planejamento capitaneadas pelo Estado, e que estas
transições precisam facultar mudanças nos modos de vida, nos padrões de consumo e
nas funções produtivas (SACHS, 2006a).
Em 1995, a pedido da UNESCO, Sachs escreveu o artigo (2006b) que serviu de
material preparatório para o encontro de cúpula dos Chefes de Estado, convocado pela
ONU e realizado em Copenhague naquele mesmo ano. Neste artigo, Sachs apontou
novamente para a necessidade de um desenvolvimento cujo foco principal não seja a
economia, mas o ecológico e o social, e criticou as teorias neoliberais, defendendo a
necessidade de se pactuar valores éticos universais capazes de assegurar a
sustentabilidade da vida, o uso da ciência e da tecnologia para garanti-la, e o papel do
Estado como regulador e fomentador de políticas relacionadas ao desenvolvimento.
Alertou ainda para a necessidade de se construir novos paradigmas de desenvolvimento
que tenham como centro o bem estar de todos, e este novo paradigma passaria pela
superação do economicismo. As bases para este novo paradigma de desenvolvimento,
segundo Sachs, são a prudência ecológica, a solidariedade para a equidade, a eficiência
econômica e “o social no comando, o ecológico enquanto restrição assumida e o
30. 30
econômico recolocado em seu papel instrumental” (SACHS, 2006b, p. 266). Além
disso, o autor defendeu uma nova distribuição espacial que promovesse empregos no
campo, não apenas voltados para a agricultura.
As proposições de Sachs para o desenvolvimento sustentável sustentam uma série
de reflexões e propostas de desenvolvimento que têm, como fim último, o princípio da
sustentabilidade baseada no protagonismo dos sujeitos a partir de seus territórios locais.
Propostas estas que fundamentarão as perspectivas de um turismo sustentável. Dentre
estas, está a do Desenvolvimento à Escala Humana, apresentada por Max-Neef (2012).
Segundo este autor, o Desenvolvimento à Escala Humana,
(...) se concentra e sustenta na satisfação das necessidades humanas
fundamentais, na geração de níveis crescentes de autodependência e
na articulação orgânica dos seres humanos com a natureza e com a
tecnologia, na interação de processos globais com comportamentos
locais, do pessoal com o social, do planejamento com a autonomia e
da sociedade civil com o estado. (MAX-NEEF, 2012, p. 22).
Max-Neef advoga que “o desenvolvimento precisa fomentar a existência de
espaços locais, facilitar as micro-organizações e dar apoio à multiplicidade de matrizes
culturais que fazem parte da sociedade civil” (2012, p. 24). Portanto, um
Desenvolvimento à Escala Humana, que tem por objetivo satisfazer as necessidades
humanas, deve ter início com políticas que mobilizem a sociedade civil. “A questão
fundamental é fazer com que seja possível às pessoas, a partir dos seus espaços
pequenos e heterogêneos, estabelecer, sustentar e desenvolver seus próprios projetos”
(MAX-NEEF, 2012, p. 82).
A perspectiva socioeconômica, que é esta defendida por Max-Neef,
(...) pretende é transformar a sociedade civil numa terceira esfera de
poder que, conjuntamente com a primeira, o Estado, e a segunda
esfera, o mercado, possam através de novos modelos de ação humana
até mesmo repensar o círculo vicioso entre alienação e mais-valia,
desencadeando um efeito cascata de estratégias alternativas de
desenvolvimento nos níveis local, microrregional, estadual, nacional,
global. (SAMPAIO, 2005, p, 62).
A mobilização da sociedade civil a partir do seu território para pensar
possibilidades de desenvolvimento que sejam sustentáveis, é condição também para
assegurar a identidade da própria comunidade. Para Max-Neff,
(...) estamos vivendo num mundo dominado por um sistema
econômico em que comunidades, isto é, lugares onde gente nasceu,
morreu, viveu, sonhou, trabalhou, brigou, fez amor, deixa de ser
31. 31
viável, e se colapsa em prol de supostas vantagens para a economia.
(MAX-NEEF, 2005, p. 13).
Portanto, a despeito do interesse que a globalização provoca pelo exótico ou pelo
“autêntico”, o modelo de desenvolvimento capitalista baseado na competitividade, no
individualismo e na produção em massa de produtos globais, pressiona também o fim
das comunidades tradicionais de vida comunitária.
Para Mielke e Gandara (2009), no contexto de um mundo globalizado que gerou
processos de flexibilização e descentralização, é possível perceber um movimento de
endogenização das perspectivas de desenvolvimento, no qual o território começou a ser
visto como agente de desenvolvimento. Neste debate, a atividade turística passa a ser
compreendida “não somente como ator coadjuvante, mas também como ferramenta de
fomento de geração de renda e emprego para as comunidades locais. Ou seja, tem sido
visto como instrumento estratégico de desenvolvimento econômico” (MIELKE e
GANDARA, 2009, p. 86).
A relação entre turismo e desenvolvimento econômico endógeno é compartilhada
por diversos autores, dentre estes Brenner (2005), que ao discutir o turismo cultural
chama a atenção para a contribuição desta segmentação turística no desenvolvimento
endógeno de uma comunidade, não apenas porque valora economicamente o patrimônio
cultural, seja ele material ou imaterial, mas porque se apresenta como promotor da
sustentabilidade no processo de desenvolvimento. Sustentabilidade relacionada não
apenas aos aspectos materiais (estruturais e infraestruturais), mas também aos
simbólicos, dentre os quais a valorização da memória histórica como importante
elemento constituidor de identidade. Ressalta-se também que um turismo que parte do
patrimônio cultural de determinado território “representa um método de
desenvolvimento turístico sustentável porque respeita o patrimônio de uma área e
habilita seus habitantes, gerando uma base verdadeira para o desenvolvimento”
(BRENNER, 2005, p. 367).
A perspectiva do desenvolvimento endógeno, que passou a assumir maior
importância nos países em desenvolvimento a partir da década de 1980, é também
conhecida como o desenvolvimento que se dá de baixo para cima e algumas das suas
características são: “desenvolvimento baseado no sistema de pequenas unidades”,
“enfoque territorial e empresarial”, “políticas específicas para cada território”,
“crescimento qualitativo”, “gestão local” e “propostas desde os âmbitos territoriais”
32. 32
(MIELKE e GANDARA, 2009, p. 86). Estas características colocam a proposta em
diálogo com as perspectivas de desenvolvimento apresentadas por Sachs e Max-Neef.
O turismo, enquanto atividade econômica e fenômeno social, precisa ser
compreendido e planejado a partir das perspectivas de desenvolvimento. A mesma
compreensão deve ser adotada para o patrimônio cultural, dentre este, o arqueológico,
pois, segundo Bastos, constitui também recurso econômico e, assim, “as medidas que
levam a sua preservação e adequada utilização não só guardam relação com os planos
de desenvolvimento, mas fazem ou devem fazer parte deles” (BASTOS, 2007, p. 39).
É após a 2ª Guerra Mundial que se começa a atribuir ao turismo de massa a
capacidade de recuperar a economia dos países empobrecidos. Santana afirma que “pela
primeira vez na história da humanidade foram criadas as condições para que as pessoas
começassem a se deslocar massivamente, não motivadas pelas guerras, nem pelo
trabalho ou pela fé, mas por prazer” (SANTANA, 2009, p. 18). Esta grande
movimentação de pessoas para destinos não habituais aos seus, motivadas por interesses
de lazer e/ou descanso, associado à percepção de um turismo capaz de recuperar
economicamente os locais receptivos, levou a investimentos desordenados em
equipamentos turísticos e promoveu importantes impactos ambientais, sociais e
culturais, o que contribuiu para a construção de uma percepção negativa desta atividade
econômica.
Com o objetivo de discutir se o turismo estaria beneficiando as populações mais
necessitadas ou não, em 1976 o Banco Mundial e a UNESCO promoveram um
seminário em Washington sobre o tema. Segundo Barretto, foi neste seminário “que,
pela primeira vez, se discutiu que o sucesso do turismo depende de uma integração com
as políticas nacionais de desenvolvimento e distribuição das riquezas, e com a
infraestrutura existente” (BARRETO, 2007, p. 26).
Ao discutir os aspectos e possibilidades do turismo cultural, Barretto (2007) não
nega os efeitos negativos promovidos pelo turismo e cita os estudos de Mc Intosh e
Goeldner, que verificaram as seguintes consequências: introdução da prostituição,
drogas, jogo, insegurança, xenofobia, racismo, desenvolvimento de atitudes servis,
banalização do artesanato e marginalização da população nativa. Ainda assim, afirma a
autora:
Na atualidade já não parece caber a discussão – muito comum na
década de 1970 – de se o turismo é uma benção ou uma maldição. Do
ponto de vista econômico, sem dúvida foi uma benção para muitas
33. 33
pessoas que viviam de forma miserável e que, com o advento do
turismo, puderam ter alguma oportunidade de trabalho, mesmo que
mal remuneradas. Do ponto de vista da cultura e da sociedade, sem
dúvida muitos aspectos mudaram, mudanças essas que podem ser
positivas ou negativas dependendo das circunstâncias e do contexto.
(BARRETTO, 2007, p. 44).
Neste mesmo sentido argumenta Alfonso (2009) ao tratar do “Projeto Circuito
Arqueológico do Sertão Alagoano”, que formatou quatro roteiros turísticos
(arqueológico, histórico, religioso e rural) nos municípios de Piranhas, Olho D’Água do
Casado e Delmiro Gouveia (AL). Para esta autora, o turismo é uma realidade dada, que
movimenta economia e pessoas e, quando planejado adequadamente, pode proporcionar
benefícios não só socioeconômicos, mas também no sentido de preservar o próprio
patrimônio local.
Para Sampaio (2005), o turismo é discutido como atividade principalmente
econômica, e daí o termo “indústria do turismo”, quando na realidade deve ser
compreendido como uma atividade econômico-socioambiental. Em consonância com
as dimensões do ecodesenvolvimento de Sachs e com a socioeconomia de Max-Neff,
Sampaio condena as práticas de planejamento turístico que não levam em consideração
as comunidades receptoras, privilegiando os grupos que se deslocam, como é o caso do
turismo sol e praia.
(...) tomando o turismo como uma atividade empresarial
predominantemente sazonal, restringindo-se aos meses de verão,
sujeitando as comunidades a conviver nas demais estações do ano com
o subtrabalho ou com o não-trabalho ou, ainda, com a
descaracterização da pesca. Os municípios de Bombinhas, Garopaba e
Imbituba, todos localizados em Santa Catarina, estão sujeitos a
enfrentar ou viver tais dramas. (SAMPAIO, 2005, p. 22-23).
Ao propor o turismo como atividade econômico-socioambiental, Sampaio
trabalha com a perspectiva do turismo de base comunitária. Esta perspectiva interessa
especialmente à pesquisa que desenvolvemos, na medida em que as características do
turismo arqueológico sustentável convergem em muitos aspectos com as do turismo de
base comunitária, sem, entretanto, configurarem um mesmo.
O turismo de base comunitária, ou local, tem como objetivo oferecer uma
alternativa ao turismo de massa, que é aquele que privatiza lucros e socializa, no longo
prazo, prejuízos (SAMPAIO, 2005). O foco do turismo de base comunitária recai no
fortalecimento da comunidade local, sujeito político do desenvolvimento local (sem se
restringir, entretanto, ao “localismo”), e no fortalecimento das redes associativas (ou
34. 34
arranjos produtivos locais), integrando rotas e circuitos que promovam atividades
complementares, valorizem a cultura local e garantam a sobrevivência das atividades
tradicionais, considerando a sustentabilidade ambiental e a cooperação. Por ser
comunitário, rejeita a competitividade individualista e apresenta as bases de um tipo de
desenvolvimento que seja sustentável. “Ele se baseia na relação dialética entre turista e
comunidade receptora (e não na sobreposição da comunidade ao turista), ambos
considerados agentes da ação socioeconômica e ambiental” (SAMPAIO, 2005, p. 113).
Ou seja, para o autor, “a atividade turística pode ser vista além da sua dimensão
econômica (negócio do ócio), (...) podendo transformar-se em uma (...) alternativa para
um desenvolvimento mais sustentável, balizando nos princípios da socieconomia”
(SAMPAIO, 2005, p. 134).
É nesta perspectiva que se pretende pensar o turismo arqueológico. Ainda que
guardadas as diferenças para com o turismo de base comunitária, o turismo
arqueológico, como veremos, parte também da organização local, valora o patrimônio
cultural, contribui para a preservação do patrimônio e, quando pensado em
complementaridade e organizado em roteiros ou circuitos, pode participar de e
fortalecer os arranjos produtivos locais, empoderando populações e atividades
tradicionais e promovendo trabalho e renda.
2.2 O patrimônio arqueológico.
O patrimônio não é um fato dado. Seu reconhecimento social é resultado de um
processo de patrimonialização sobre o qual incidem interesses políticos, econômicos e
simbólicos que visam produzir memória e reconhecimento identitário. Em outras
palavras, o reconhecimento do patrimônio resulta das relações de poder que o
ressignificam.
Sabemos desde Halbwachs (1976) da importância da organização
social do espaço e dos lugares de memória para a construção e a
dinâmica de identidades individuais e sociais. (...) Assim estamos
lidando, ao examinarmos as políticas públicas de patrimônio, com
complexas questões que envolvem emoções, afetos, interesses os mais
variados, preferências, gostos e projetos heterogêneos e contraditórios.
(VELHO, 2006, p. 244-245).
Reconhecer, portanto, um bem cultural enquanto bem comum, ou seja, como
patrimônio cultural, é construir um lugar de memória a partir da organização social do
35. 35
espaço, considerando os conflitos e diferentes interesses em disputa. Conforme
discutido por Funari e Peligrini (2006), é a partir da construção do Estado Nacional
Moderno que entra em cena a necessidade de se reconhecer determinados bens como
representativos de uma identidade nacional. Este reconhecimento resulta de um
processo de inclusão e consecutiva exclusão de bens, estabelecendo assim uma cultura –
e, consecutivamente, uma memória social – hegemônica. Este “bem comum” a ser
legado às futuras gerações como patrimônio é primeiramente resultado de um esforço
para se construir uma identidade nacional e, mais recentemente, como dispositivo de
resistência identitária também das minorias.
Na atualidade, a área do patrimônio engloba um conjunto significativo
de questões de ordem política, de relações de poder, de campos de
força e âmbitos do social. Anteriormente alheio a essa prática, hoje o
patrimônio toma em consideração questões relativas à propriedade
intelectual, ao meio ambiente, aos direitos culturais, aos direitos
difusos, ao direito autoral, ao impacto cultural causados pelos grandes
empreendimentos, além dos temas já tradicionais, como aqueles que
envolvem questões de urbanismo e uso do solo, expansões urbanas
sobre áreas históricas decadentes, questão habitacional em áreas
históricas urbanas e, principalmente, os limites que o tombamento
impõe à propriedade privada. (CHUVA, 2012, p. 152).
Deste modo, os vestígios do passado, para serem considerados patrimônio, ficam
sujeitos a um processo de “seleção consciente do que se deseja legar ao futuro, que
mostra que algo é valioso individualmente ou socialmente” (GUIMARÃES, 2012a, p.
6). Assim, por mais que se afirme que o patrimônio arqueológico é importante, a
questão que se apresenta é: importante para quem?
Se, por um lado, o Brasil herdou a tradição latina de patrimônio, que “considera a
propriedade privada sujeita a restrições, derivadas dos direitos dos outros ou da
coletividade em geral” (FUNARI e PELEGRINI, 2006, p. 17-18), por outro, seu
reconhecimento estatal e sua proteção por meio de políticas de salvaguarda são regidas
por interesses ideológicos, econômicos e identitários. Funari e Ferreira (2015) lembram
que o termo alemão para patrimônio (denkelmalplege) remete a sentidos diferente do
inglês (heritage – aquilo que se herda) e do latim (aquilo que se herda do pai).
Denkemalplege remete àquilo que deve ser cuidado, àquilo que faz pensar. Esta
diferença não é apenas semântica. Ao assumir o significado latino, o Estado brasileiro
assume seu paternalismo patriarcal sobre aquilo que deve ser preservado, considerando
o patrimônio não como algo socialmente construído e contestado, mas como algo que
36. 36
possui um valor inerente e a-histórico. Funari e Ferreira (2015) propõem que o
patrimônio não seja visto como inspirador de admiração, mas inspirador de reflexão.
Velho (2006), ao discutir a preservação do patrimônio cultural enquanto ato
político, antes mesmo de técnico, mostra os conflitos presentes nos processos de
tombamento e preservação patrimoniais nos espaços urbanos, naquilo que chama de
negociação da realidade. No Brasil, até meados da década de 1980, a maioria dos bens
tombados como patrimônio histórico brasileiro estavam relacionados à tradição luso-
brasileira e diziam respeito a uma representação de Estado e de nação que privilegiava a
perpetuação desta tradição.
A patrimonialização como resultado das relações de poder ajuda a explicar, por
exemplo, a pequena quantidade de sítios arqueológicos efetivamente tombados no
Brasil, e o baixo investimento na pesquisa arqueológica.
Tombar um patrimônio, ou reconhecê-lo como bem comum, portanto, implica em
atuar sobre o campo simbólico e econômico. No simbólico, a construção e o
reconhecimento de identidades; no econômico, o conflito entre interesses públicos e
privados. A discussão é extensa e não é proposta deste trabalho aprofundá-la. Importa
ressaltar, entretanto, que no caso específico do patrimônio arqueológico pré-colonial
brasileiro, o problema é o mesmo.
O investimento em políticas de preservação do patrimônio cultural passou a ser
uma questão de Estado no Brasil a partir da década de 1930, com a discussão da
intelectualidade modernista pretendendo uma reformulação da cultura brasileira, a
chegada de Getúlio Vargas à presidência da República e o país se inserindo na lógica do
nacionalismo populista que caracterizou o Ocidente naquele momento. Em 1937,
através do Decreto Federal nº 25, é criado o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (SPHAN1
) com o objetivo de proteger e fiscalizar os bens móveis e imóveis
considerados exemplares da história e com excepcional valor arqueológico,
etnográfico, bibliográfico e artístico. As discussões sobre o patrimônio histórico no
SPHAN passaram a ser dominadas pelos arquitetos orientados pela “tese das três raças
formadoras da sociedade brasileira”, desenvolvida a partir da noção de civilização
material apresentada por Afonso Arinos de Melo Franco, “que percebia no branco
português a maior influência, em razão da maior perenidade dos materiais utilizados nos
1
Em 1990 o SPHAN passa a se chamar Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural e, em 1996, por meio
da Medida Provisória nº 752, adota a nomenclatura Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN).
37. 37
processos construtivos, e na presença do negro africano e do índio autóctone influências
de menor envergadura” (CHUVA, 2012, p. 154).
A tradição luso-brasileira à qual se refere Velho (2006), carregando em suas bases
o catolicismo e influenciando no tipo de relação que estabelecemos com o patrimônio
arqueológico pré-colonial, e a noção de civilização material de Arinos explicam a
grande quantidade de bens imóveis representativos da colonização portuguesa tombados
como patrimônio nacional. A legislação de 1937, que definiu a proteção do patrimônio
histórico nacional, praticamente excluiu do seu escopo a contribuição das culturas pré-
coloniais na construção identitária nacional.
Na prática essa lei foi direcionada quase exclusivamente a sítios
históricos, igrejas, fortalezas e construções arquitetônicas vinculadas a
uma visão específica da história do Brasil, equiparada à História
colonial e à influência europeia na constituição da sociedade
brasileira. (BUENO, 2011, p. 58).
Funari, Manzato e Alfonso (2013) também discutem a relação entre patrimônio,
“turismo patrimonial” e a construção de uma identidade nacional monolítica,
especialmente nos períodos ditatoriais, a saber, 1937-1945 e 1964-1985. O próprio
SPHAN, surgido nos moldes do seu congênere na Itália fascista, atuou, segundo estes
autores, como um órgão centralizador do patrimônio nacional.
El patrimonio fue esencial en ambos lapsos para propagar la identidad
nacional como monolítica, con la intención de producir un pasado
homogéneo como modelo para un presente también homogéneo,
centrado en la ley y el orden, la armonía social y conformidad.
(FUNARI, MANZATO e ALFONSO, 2013, p. 40.)
O fim do Estado Novo em 1945 permitiu o surgimento de uma diversidade
ideológica que resultou em uma discussão um pouco mais ampliada a respeito do
patrimônio nacional. Neste contexto, os professores Paulo Duarte e Darcy Ribeiro
tentam incluir o patrimônio pré-colonial e as culturas indígenas no patrimônio cultural
brasileiro. Em 1961 foi publicada a Lei 3924, estabelecendo que todo monumento
arqueológico pré-histórico está submetido à guarda e proteção da União, sendo proibido
seu uso econômico, destruição ou mutilação antes de ser pesquisado. Entretanto,
segundo Bueno (2011), esta lei é criada antes da existência de um suficiente corpo
técnico-científico em condições de atendê-la, o que impulsionou o surgimento de cursos
e seminários de arqueologia, muitos deles ministrados por arqueólogos estrangeiros,
formando-se a partir daí a primeira geração de arqueólogos brasileiros, onde se incluem
38. 38
João Alfredo Rohr e Walter Piazza, ambos responsáveis pelos primeiros registros de
sítios arqueológicos no litoral sul de Santa Catarina.
O golpe de 1964 e a instalação da ditadura militar impôs novamente uma
homogeneização do patrimônio nacional, bem como fortaleceu os destinos turísticos
relacionados ao patrimônio colonial. Um exemplo foi a EMBRATUR, criada em 1966
para conferir ao turismo brasileiro “uma cara nacionalista e conservadora” (FUNARI,
MANZATO e ALFONSO, 2013, p. 42). A Ditadura Militar, com seu discurso
desenvolvimentista, também reforçou a ideia de que o país precisava superar seu atraso
atávico, rejeitando o antigo para que o novo pudesse se impor. Este ideário, próprio do
positivismo que fundou a República, ao ser reforçado pelo regime militar, reforçou o
estereótipo de que as populações nativas atrapalhavam o progresso. Assim, superar esta
herança de indolência e atraso significava também superar o patrimônio que
representava este atraso, colocando-o a serviço da civilização e do progresso.
(...) há muitos fatores que inibem o engajamento ativo da gente
comum na proteção patrimonial. Em primeiro lugar, estereótipos do
passado continuam vivos no presente. Os índios, tradicionalmente,
eram considerados ferozes inimigos (...).
(...)
A gente comum sente-se alienada tanto em relação ao patrimônio
erudito quanto aos humildes vestígios arqueológicos, já que são
ensinados a desprezar índios, negros, mestiços, pobres, em outras
palavras, a si próprios e a seus antepassados. (FUNARI e FERREIRA,
2015, p. 139 e 141).
Especificamente no caso catarinense, se por um lado os jesuítas tiveram um papel
importante no registro e nas pesquisas dos vestígios das civilizações pré-coloniais,
principalmente na atuação do padre João Alfredo Rohr, que investigou uma grande
quantidade de sítios; por outro, contribuíram para que o reconhecimento destas
civilizações ficasse limitado ao aspecto da curiosidade histórica exposta em museus, e
não como elemento significativo de composição identitária contemporânea. Para
exemplificar este paradoxo, citamos o caso do “Santinho”.
Na Praia do Santinho, em Florianópolis, até o ano de 1946 os
pescadores locais faziam oferendas e rezavam, pedindo proteção e boa
pescaria, em frente a uma arte rupestre com o formato de um pequeno
santo, que era a figura de um antropomorfo com a cabeça constituída
por um círculo concêntrico. Tal “Santinho”, que deu nome à praia, foi
arrancado do lugar pelos padres que achavam que aquilo era um
sacrilégio e nunca mais foi encontrado. É um caso raro em que um
símbolo sagrado pré-histórico continua sendo sagrado até os dias de
hoje. (LUCAS, 1996, p.16)
39. 39
Lucas relata ainda que, após a remoção do “Santinho”, que teria sido levado ao
Colégio Catarinense, ligado aos jesuítas, a comunidade local protestou, cercando a
escola e exigindo a devolução da imagem, em claro exemplo de como um vestígio
arqueológico pode ser reconhecido como patrimônio comum e elemento de identidade.
Percebe-se, assim, que o tratamento dispensado ao “Santinho” vai ao encontro do relato
de Velho sobre o terreiro Casa Branca, já que em ambos os casos encontramos a disputa
pelo simbólico mediada por uma sacralidade considerada espúria pela tradição
hegemônica. Tradição que é ideológica, e que influenciará discursos e práticas de
desvalorização do patrimônio arqueológico pré-colonial brasileiro, muitas vezes
considerado menor e sem valor, como no caso de Garopaba, onde, em 1975, a prefeitura
“mandou quebrar a marretadas os amoladores do Costão da Casqueira para aproveitar as
pedrinhas negras no calçamento da praça central” (LUCAS, 1996, p. 109).
Posturas como esta da prefeitura de Garopaba foram comuns durante toda a
ditadura militar, cujo discurso desenvolvimentista chancelou a destruição de sítios
arqueológicos, especialmente sambaquis, para a construção de estradas e obras de
engenharia diversas e outros usos. Bastos (2007) constatou que na década de 1980, dos
110 sambaquis do Sul de Santa Catarina registrados no IPHAN à época, apenas 20
estavam em bom estado, 60 parcialmente destruídos e 30 totalmente destruídos. O autor
destacou as principais causas da destruição.
1) A industrialização de conchas de sítios para a fabricação de cal,
corretivo de solo, ração para avicultura e, recentemente, a utilização
diversa na química fina; 2) Utilização dos vestígios arqueológicos
diretamente no solo para melhoramento das condições da lavoura,
jardins e praças; 3) Utilização dos vestígios arqueológicos para
aterros, misturas para argamassas e obras particulares; 4) Utilização
do material arqueológico como lastro para pavimentação de estradas,
vias, ruas, ruelas e logradouros públicos em geral; 5) Comercialização
dos sítios para as mais diversas finalidades; 6) Utilização da superfície
do sítio para moradia, processo de favelização, loteamentos
clandestinos, loteamentos legalizados sem avaliações ambientais e
arqueológicas, implantação de grandes condomínios e resorts à beira
mar; 7) Vandalismo, caçadores de tesouros, esportes radicais
(motocross e jeepcross em sítios) e intervenções de amadores; 8)
Tentativa de implantação de rodovia interpraias, não contemplando a
questão dos sítios arqueológicos nos estudos de impacto ambiental e
relatórios de impacto ambiental. (BASTOS, 2007, p. 19-20).
A abertura política da década de 1980 reposicionou o debate a respeito do
patrimônio cultural brasileiro, trazendo para a discussão novos atores e ampliando o
conceito de identidade nacional. É neste contexto que a discussão de Velho (2006),
40. 40
relatando o processo de tombamento de um terreiro de candomblé em Salvador (Bahia),
se torna possível. O elogio das diferenças promovido pela globalização dá nova
perspectiva a culturas e patrimônios antes marginalizados. Segundo Funari, Manzato e
Alfonso (2013), com a abertura política no Brasil também passou a existir uma maior
diversidade de destinos turísticos, bem como a promoção da participação das
comunidades locais nas discussões a respeito do turismo e da própria arqueologia. Esta
perspectiva mais globalizada do patrimônio cultural brasileiro permite que se olhe para
o patrimônio arqueológico como um bem que “aporta nossas ligações com o passado
mais remoto, operando simbolicamente e psiquicamente nosso sentimento de
continuidade enquanto entes vivos na natureza” (BASTOS, 2005, p. 67).
Apesar da democratização e da modernização da legislação do patrimônio cultural
brasileiro, os longos períodos de autoritarismo no Brasil e suas influências nas
discussões sobre o patrimônio e sobre a própria arqueologia ainda se refletem nas
relações que a maior parte da população estabelece com os vestígios arqueológicos.
(...) ao invés de dizermos que os brasileiros não têm memória, o que
vemos é que os brasileiros, de um modo geral, não participam da
construção dessa memória. Por mais que ela seja veiculada,
transmitida e afirmada, ela não é interiorizada, não é vivenciada, o que
se reflete diretamente na relação que este público estabelece com o
Patrimônio, a qual passa muitas vezes pelo não reconhecimento ou
pela negação e até mesmo pela destruição. (BUENO, 2011, p. 66).
Como consequência, lembra Bueno (2011), de modo geral a arqueologia continua
sendo vista pela população brasileira como uma atividade exótica e, consecutivamente,
o patrimônio arqueológico como uma curiosidade. Isto quando preservado, já que sua
destruição é o principal “sintoma de uma sociedade que não contempla como de sua
propriedade os bens arqueológicos, e não os entende como bens de alcance social”
(BASTOS, 2007, p. 20).
Segundo Galdino (2012) o atual ordenamento jurídico brasileiro do patrimônio
arqueológico prevê sua proteção e conservação integrada, por meio de políticas de
proteção associadas a políticas culturais, de planejamento urbano, de educação e
ambientais. Seu estatus jurídico é de bem comum à sociedade, de recurso finito e,
fundamentado que é a partir do direito ambiental, o Estado tem o direito de garantir ao
povo a fruição deste patrimônio, disponibilizando o acesso da sociedade a ele mas, ao
mesmo tempo, considerando a irreversibilidade dos danos que lhe pode ser causados.
41. 41
Deste modo a fruição do patrimônio arqueológico deve ter por princípio a educação
patrimonial.
(...) a proteção do patrimônio arqueológico, enquanto bem comum do
povo brasileiro, é prerrogativa do Estado (entendido como a ação
conjunta de todos os entes da federação), que deve exercer seu poder de
polícia, pertinente à fiscalização e à penalização ante ações lesivas.
Porém, o exercício exclusivo de procedimentos repreensivos, além de
diminuir a possibilidade de prevenção de impactos negativos, não
imprime terreno favorável à participação da sociedade na gestão de seu
patrimônio. Assim, apresenta-se a necessidade de fomentar, por parte
do poder público, a utilização adequada dos recursos culturais como
vetores de desenvolvimento (...). (GALDINO, 2012, p. 16).
Assim, a proteção do patrimônio arqueológico brasileiro não se limita no
conservacionismo, muito pelo contrário. Conforme aponta Galdino (2012), a legislação
impõe a proteção física e, ao mesmo tempo, o incentivo a sua fruição através da
pesquisa, da educação e da geração de renda.
2.3 O turismo arqueológico.
O turismo arqueológico ou arqueoturismo integra o segmento do turismo cultural,
conforme segmentação adotada pelo Ministério do Turismo (BRASIL, 2010)2
. O
Ministério do Turismo define o turismo cultural como aquele que “compreende as
atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do
patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os
bens materiais e imateriais da cultura” (BRASIL, 2010, p. 15). A Organização Mundial
de Turismo define o turismo cultural como aquele que,
(...) inclui o conhecimento da cultura e dos ambientes culturais,
compreendendo a paisagem do lugar. Nesses atributos encaixam-se os
sítios arqueológicos, monumentos históricos e outras manifestações
artísticas do local, bem como os valores e formas de vida, o
patrimônio, as artes visuais e performáticas, as indústrias, os idiomas,
as atividades cotidianas, as tradições e as formas de recreação da
população local. (Apud. BARRETTO, 2007, p. 87).
Segundo Costa,
(...) o conceito de turismo cultural é ainda imprecisamente definido,
com o foco direcionado especialmente para o objeto de atenção da
2
Segundo a segmentação adotada pelo Ministério do Turismo (BRASIL, 2010), são tipos de turismo
cultural: cívico, religioso, místico e esotérico, étnico, cinematográfico, arqueológico, gastronômico,
ecoturismo e ferroviário.
42. 42
visita, o que, embora seja uma de suas características mais
fundamentais, é somente uma parte do fenômeno. Um conceito mais
completo de turismo cultural deve ser construído considerando-se
também uma análise mais ampla das motivações de seus participantes,
das características de seu objeto e de seu público, da interatividade ou
vivência de experiências culturais e das possíveis inter-relações com a
preservação e a educação por meio do patrimônio cultural. (COSTA,
2009, p. 39).
Barretto (2007) discute o turismo cultural enquanto alternativa ao turismo de
massa, partindo da premissa de que os turistas que buscam este segmento turístico
constituem um público com características próprias.
O turismo cultural surge como uma alternativa por tratar-se de um
turismo de minorias, cujos protagonistas, que seriam turistas não
institucionalizados, experimentais, experienciais e existenciais, são
mais educados e respeitam o meio ambiente natural e cultural. O
turismo cultural, de acordo com essa premissa, teria menos efeitos
negativos nos núcleos receptores, e durante um tempo seu aumento
proporcional foi bem recebido. (BARRETTO, 2007, p. 84).
Por turismo arqueológico compreende-se o “deslocamento de pessoas a sítios
arqueológicos, escavações e cavernas com inscrições e pinturas rupestres com
acompanhamento obrigatório de guia especializado” (BENI (2008, p. 482). Para
Manzato, o turismo arqueológico consiste,
(...) no processo decorrente do deslocamento e da permanência de
visitantes a locais denominados sítios arqueológicos, onde são
encontrados os vestígios remanescentes de antigas sociedades, sejam
elas pré-históricas e/ou históricas passíveis de visitação terrestre ou
subaquática. (MANZATO, 2005, p. 35).
Em 1976 o Internacional Council on Monuments and Sites, reunido em Bruxelas,
publicou a Carta de Turismo Cultural. Neste documento o turismo cultural foi definido
como “aquela forma de turismo que tem como objetivo, entre outros fins, o
conhecimento de monumentos e sítios histórico-artísticos” (ICOMOS, 1976). Esta
Carta, à época, já alertava para uma influência significativa do turismo nos monumentos
e sítios histórico-artísticos. Se, por um lado, o turismo pode oferecer riscos à integridade
destes monumentos e sítios, por outro, quando acompanhado de políticas específicas,
concorre para a preservação do patrimônio cultural na medida em que signifique
benefícios sociais, culturais e econômicos à população implicada.
Ainda que a discussão aqui proposta não se pretenda do campo da Arqueologia, a
proposição de um turismo arqueológico convida a olhar para o debate travado no âmbito
do saber arqueológico, de modo a compreendermos como seus profissionais estão
43. 43
compreendendo seu papel social, e de que modo a relação turismo – arqueologia pode
ser (ou/e é) recebida por estes. Neste sentido, recorremos a Bastos (2008) que, ao
analisar as atividades desenvolvidas pelos arqueólogos na Zona da Mata Mineira, tece
interessantes observações a respeito da relação entre a arqueologia e o desenvolvimento
regional. Bastos chama a atenção para a existência de uma “nova arqueologia
brasileira”, preocupada em “modificar realidades locais através da sua práxis educativa,
participativa e inclusiva” (2008, p. 9). A gênese desta nova arqueologia estaria nos
Estudos de Impacto Ambiental, e hoje se estende amplamente, convocada que é,
inclusive, pelos interesses de um mercado globalizado e pela exigência de trabalhos de
arqueologia preventiva. Vale ressalvar, entretanto, o fato do autor alertar para que a
arqueologia não se submeta às pressões do mercado, já que este transforma tudo em
mercadoria.
Ao refletir sobre o papel a ser desempenhado pela arqueologia brasileira no
desenvolvimento regional, Bastos apresenta seu entendimento de desenvolvimento
regional, que consiste no conjunto das “ações e atividades que geram oportunidades de
engajamento sociais, econômicos e culturais realizadas no âmbito do território
envolvente e que dele tirem proveito de forma direta e/ou indireta” (BASTOS, 2008, p.
7). No referido artigo o autor fala a partir da perspectiva da arqueologia e da prática
profissional do arqueólogo, tendo como campo de observação os trabalhos
desenvolvidos na Zona da Mata Mineira. Neste contexto, constatou que a aproximação
do trabalho do arqueólogo com os municípios (o autor não especificou o nível de
aproximação) valorizou o poder local e fortaleceu ações decididas conjuntamente. Isto
porque “os atores sociais têm mecanismos muito mais eficazes de controle e pressão por
se encontrarem no município” (BASTOS, 2008, p. 9).
Os atores locais, segundo Bastos, possuem um sentimento de pertencimento, de
ser e estar em um lugar, onde estabelecem suas relações sociais. Daí a necessidade de se
desenvolver um trabalho “interpessoal, interinstitucional, interdisciplinar, interétnico e
transversal que possibilite o exercício pleno dos direitos culturais” (2008, p.10),
avançando para aquilo que Santos (2007) compreende como cidadania cultural. Este
trabalho deve ser anterior ao próprio uso turístico do patrimônio arqueológico, na
medida em que este só “será instrumento de desenvolvimento turístico após ter sido
instrumento de Educação Patrimonial e inclusão social” (BASTOS, 2005, p. 65), de
modo a garantir a dimensão da sustentabilidade. É sob a ótica da cidadania cultural que