SlideShare uma empresa Scribd logo
SOFISTAS
Filósofos da antiguidade
Por Bruno Carrasco,
psicoterapeuta existencial e professor
Sofistas Os sofistas pertenciam, em geral, à
periferia do mundo grego. Eram
professores viajantes que vendiam
seus ensinamentos, empregando a
exposição ou o monólogo como
método de ensino.
Conforme o interesse dos alunos,
davam aulas de eloquência e de
sagacidade mental ou ensinavam
elementos úteis para o sucesso nas
atividades públicas e privadas.
ex-isto www.ex-isto.com
Ensinamentos dos
Sofistas
Entre os ensinamentos dos sofistas
destacavam-se o desenvolvimento da
habilidade da argumentação,
transmitindo a seus alunos raciocínios
e concepções úteis em um debate para
driblar as teses dos adversários e
convencer as pessoas.
Eles eram mestres que viajavam de
cidade em cidade oferecendo aulas,
aparições públicas e discursos. O
termo sofista significava “grande
mestre ou sábio”.
ex-isto www.ex-isto.com
ex-isto www.ex-isto.com
Ensinamentos dos
Sofistas
Os jovens que procuravam os sofistas
buscavam a “areté”, que era a
qualidade indispensável para se tornar
um cidadão bem-sucedido, seja na
vida privada como na pública.
No regime democrático que vigorava
em Atenas, o exercício da função
política dependia do bom uso da
palavra. Os sofistas foram mestres na
arte de bem falar, tanto em discursos
longos quanto breves, de perguntas e
respostas.
ex-isto www.ex-isto.com
Sofistas como
“enganadores”
Com o decorrer do tempo, o termo
‘sofista’ passou a ter o sentido de
“enganador” ou “impostor”, devido às
críticas de Platão.
Por muito tempo os sofistas foram mal
vistos pelos historiadores de filosofia,
tidos como exploradores do
conhecimento ou falsos filósofos,
porém seus pensamentos
questionavam a “verdade” e admitiam
a possibilidade de diferentes
concepções de verdade, não somente
uma única.
ex-isto www.ex-isto.com
“O sofista vai, pois, negar que
exista a verdade, ou pelo menos a
possibilidade de acesso a ela. Para
o sofista, só existem opiniões:
boas e más, melhores e piores,
úteis e prejudiciais, mas jamais
falsas e verdadeiras.”
(Antônio Rezende, em ‘Curso de Filosofia’)
ex-isto www.ex-isto.com
Protágoras de
Abdera
(490-415 a.C.)
Protágoras é considerado o primeiro e
um dos mais importantes sofistas.
Segundo ele, o mundo é aquilo que
cada indivíduo percebe que é, sendo a
realidade é relativa a cada um
indivíduo, ou grupo social, pois
depende de suas disposições,
concepções e modos de viver.
Por conta disso, ele nega a existência
de um critério absoluto para julgar os
fatos e pessoas. O critério para
diferenciação torna-se o homem, cada
homem.
ex-isto www.ex-isto.com
ex-isto www.ex-isto.com
“O homem é a medida de
todas as coisas, daquelas
que são por aquilo que
são e daquelas que não
são por aquilo que não
são.”
(Protágoras)
ex-isto www.ex-isto.com
Humanismo e
relativismo
A medida significava o julgamento e as
coisas eram os fatos e experiências de
cada pessoa. Esse fragmento de certa
forma sintetiza duas das ideias
centrais associadas aos sofistas, o
humanismo e o relativismo.
Protágoras valoriza uma explicação do
real a partir de seus aspectos
fenomenais apenas, sem apelo a
nenhum elemento externo ou
transcendente.
ex-isto www.ex-isto.com
Humanismo e
relativismo
As coisas são como nos parecem ser,
como se mostram à nossa percepção
sensorial, e não temos nenhum outro
critério para essa questão.
Portanto, nosso conhecimento
depende sempre das circunstâncias
em que nos encontramos e pode, por
isso mesmo, variar de acordo com a
situação. Protágoras aproxima-se
assim bastante dos mobilistas, tal
como Heráclito, de quem pode ter
sofrido influência, e afasta-se da visão
eleática de uma “verdade única”.
ex-isto www.ex-isto.com
“Sócrates: -Talvez tua definição de
conhecimento tenha algum valor; é a
definição de Protágoras; por outras palavras
ele dizia a mesma coisa. Afirmava que o
homem é a medida de todas as coisas, das
que são que elas são, das que não são que elas
não são. Decerto já leste isso?
Teeteto: -Sim, mais de uma vez.
Sócrates: -Não quererá ele, então, dizer que
as coisas são para mim conforme me
aparecerem, como serão para ti segundo te
aparecerem? Pois eu e tu somos homens.
Teeteto: -É isso precisamente o que ele diz.”
(Platão, em ‘Teeteto’)
ex-isto www.ex-isto.com
Górgias de
Leontinos
(487-380 a.C.)
Górgias foi considerado um dos
maiores oradores e principais mestres
da retórica de sua época. Ele afirmava
que um bom orador é capaz de
convencer qualquer pessoa sobre
qualquer coisa. Viajou por toda a
Grécia ministrando suas lições.
Ele defende a impossibilidade do
conhecimento em um sentido estável e
definitivo. Segundo ele, não podemos
ter acesso à natureza das coisas, mas
tudo de que dispomos é o discurso,
que é sempre visto como enganoso.
ex-isto www.ex-isto.com
ex-isto www.ex-isto.com
“Nada existe que possa
ser conhecido; se pudesse
ser conhecido não poderia
ser comunicado, se
pudesse ser comunicado
não poderia ser
compreendido.”
(Górgias)
ex-isto www.ex-isto.com
Referências
Bibliográficas
BOTELHO, José F. A Odisséia da Filosofia: uma
breve história do pensamento ocidental. São
Paulo: Abril, 2016.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna.
Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva,
2013.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da
Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 12
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
NIETZSCHE, Friedrich. A Filosofia na Época
Trágica dos Gregos. São Paulo: Escala, 2008.
REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia. Rio de
Janeiro: Zahar, 2016.
Por Bruno Carrasco Psicoterapeuta existencial e professor.
Graduado em Psicologia, licenciado em
Filosofia e Pedagogia, pós-graduado em
Ensino de Filosofia e Psicologia
Existencial Humanista e
Fenomenológica, possui especialização
em Psicoterapia Fenomenológico
Existencial, formação em Arteterapia,
Educação Popular e Educação
Participativa.
www.brunopsiexistencial.tk
www.fb.com/brunopsiexistencial
www.instagram.com/brunopsiexistencial
ex-isto Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo
e pesquisa sobre o existencialismo e
suas relações com a psicologia, filosofia,
psicoterapia, fenomenologia, literatura e
artes, iniciado no final de 2016.
Tem como intuito oferecer conteúdos
que facilitem a compreensão sobre os
temas pesquisados, por meio de textos,
vídeos, cursos ou livros, optando por
utilizar uma linguagem acessível, de
modo a promover reflexões sobre a
subjetividade, a condição humana e suas
possibilidades.
ex-isto
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2020

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sofistas e socrates
Sofistas e socratesSofistas e socrates
Sofistas e socrates
UNESC
 
Filosofia Grécia
Filosofia GréciaFilosofia Grécia
Filosofia Grécia
Luci Bonini
 
1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica
Daniele Rubim
 
ética aristotélica
ética aristotélicaética aristotélica
ética aristotélica
marifonseca
 

Mais procurados (20)

Sofistas e socrates
Sofistas e socratesSofistas e socrates
Sofistas e socrates
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: SócratesAula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
 
Sócrates, platão e os sofistas
Sócrates, platão e os sofistasSócrates, platão e os sofistas
Sócrates, platão e os sofistas
 
Sofistas
SofistasSofistas
Sofistas
 
Sócrates
SócratesSócrates
Sócrates
 
Mitologia e Filosofia - diferenças
Mitologia e Filosofia - diferençasMitologia e Filosofia - diferenças
Mitologia e Filosofia - diferenças
 
Filosofia Grécia
Filosofia GréciaFilosofia Grécia
Filosofia Grécia
 
Aristóteles
AristótelesAristóteles
Aristóteles
 
1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica
 
ORIGEM DA FILOSOFIA
ORIGEM DA FILOSOFIA ORIGEM DA FILOSOFIA
ORIGEM DA FILOSOFIA
 
Filosofia e Mito
Filosofia e MitoFilosofia e Mito
Filosofia e Mito
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide
 
ética aristotélica
ética aristotélicaética aristotélica
ética aristotélica
 
História da Filosofia
História da FilosofiaHistória da Filosofia
História da Filosofia
 
Aula 03 - Sócrates e o Nascimento da Filosofia
Aula 03 - Sócrates e o Nascimento da FilosofiaAula 03 - Sócrates e o Nascimento da Filosofia
Aula 03 - Sócrates e o Nascimento da Filosofia
 
Introdução à Filosofia - Os Pré-socráticos, Os Sofistas e Sócrates
Introdução à Filosofia - Os Pré-socráticos, Os Sofistas e SócratesIntrodução à Filosofia - Os Pré-socráticos, Os Sofistas e Sócrates
Introdução à Filosofia - Os Pré-socráticos, Os Sofistas e Sócrates
 
Sartre
SartreSartre
Sartre
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasAula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
 
Aula 02 - Os sofistas e Sócrates.pdf
Aula 02 - Os sofistas e Sócrates.pdfAula 02 - Os sofistas e Sócrates.pdf
Aula 02 - Os sofistas e Sócrates.pdf
 
Aula 04 e 05 - Os Pré-Socráticos
Aula 04 e 05 - Os Pré-SocráticosAula 04 e 05 - Os Pré-Socráticos
Aula 04 e 05 - Os Pré-Socráticos
 

Semelhante a Filósofos Sofistas

Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao HelenismoFilosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
Carson Souza
 
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Altair Moisés Aguilar
 
Slides Antropologia
Slides AntropologiaSlides Antropologia
Slides Antropologia
Misterios10
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
mafas_
 
Evolução da reflexão sobre a condição humana
Evolução da reflexão sobre a condição humanaEvolução da reflexão sobre a condição humana
Evolução da reflexão sobre a condição humana
LAISE RUAMA
 
Evolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humanaEvolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humana
Aniel Soares
 
Evolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humanaEvolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humana
Aniel Soares
 
Apresentações Sociais
Apresentações SociaisApresentações Sociais
Apresentações Sociais
itassa
 
Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.
itassa
 
Texto para filosofia, trabalho da bruna
Texto para filosofia, trabalho da brunaTexto para filosofia, trabalho da bruna
Texto para filosofia, trabalho da bruna
frederico194320
 
Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)
gabriela_eiras
 
Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)
gabriela_eiras
 

Semelhante a Filósofos Sofistas (20)

Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao HelenismoFilosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
 
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
 
Slides Antropologia
Slides AntropologiaSlides Antropologia
Slides Antropologia
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
Concepções filosoficas-s
Concepções filosoficas-sConcepções filosoficas-s
Concepções filosoficas-s
 
Continuidade da Imanência no Ocidente - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NA...
Continuidade da Imanência no Ocidente - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NA...Continuidade da Imanência no Ocidente - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NA...
Continuidade da Imanência no Ocidente - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NA...
 
Filosofia suple
Filosofia supleFilosofia suple
Filosofia suple
 
Evolução da reflexão sobre a condição humana
Evolução da reflexão sobre a condição humanaEvolução da reflexão sobre a condição humana
Evolução da reflexão sobre a condição humana
 
Evolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humanaEvolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humana
 
Evolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humanaEvolucao historica da reflexao humana
Evolucao historica da reflexao humana
 
o que é arché
o que é archéo que é arché
o que é arché
 
Apresentações Sociais
Apresentações SociaisApresentações Sociais
Apresentações Sociais
 
Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.
 
Antropologia Filosófica
Antropologia FilosóficaAntropologia Filosófica
Antropologia Filosófica
 
Texto para filosofia, trabalho da bruna
Texto para filosofia, trabalho da brunaTexto para filosofia, trabalho da bruna
Texto para filosofia, trabalho da bruna
 
Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)
 
Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)Material de filosofia i (1)
Material de filosofia i (1)
 
Evolução Histórica da Reflexão sobre a Condição Humana
Evolução Histórica da Reflexão sobre a Condição HumanaEvolução Histórica da Reflexão sobre a Condição Humana
Evolução Histórica da Reflexão sobre a Condição Humana
 
Humanismo 1 slides 20.03.2014
Humanismo 1 slides 20.03.2014Humanismo 1 slides 20.03.2014
Humanismo 1 slides 20.03.2014
 
VisãO Geral da Filosofia
VisãO Geral da FilosofiaVisãO Geral da Filosofia
VisãO Geral da Filosofia
 

Mais de Bruno Carrasco

Mais de Bruno Carrasco (20)

Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno Carrasco
Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno CarrascoFundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno Carrasco
Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno Carrasco
 
Revista ex-isto - no. 1
Revista ex-isto - no. 1Revista ex-isto - no. 1
Revista ex-isto - no. 1
 
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno CarrascoO uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
 
Alienação na Escola - Bruno Carrasco
Alienação na Escola - Bruno CarrascoAlienação na Escola - Bruno Carrasco
Alienação na Escola - Bruno Carrasco
 
Psicoterapia Fenomenológico Existencial
Psicoterapia Fenomenológico ExistencialPsicoterapia Fenomenológico Existencial
Psicoterapia Fenomenológico Existencial
 
Nietzsche - alguns conceitos
Nietzsche - alguns conceitosNietzsche - alguns conceitos
Nietzsche - alguns conceitos
 
Sartre - principais conceitos
Sartre - principais conceitosSartre - principais conceitos
Sartre - principais conceitos
 
Filosofias no Helenismo
Filosofias no HelenismoFilosofias no Helenismo
Filosofias no Helenismo
 
Sócrates, Platão e Aristóteles
Sócrates, Platão e AristótelesSócrates, Platão e Aristóteles
Sócrates, Platão e Aristóteles
 
Pré-Socráticos - Os Primeiros Filósofos
Pré-Socráticos - Os Primeiros FilósofosPré-Socráticos - Os Primeiros Filósofos
Pré-Socráticos - Os Primeiros Filósofos
 
Foucault e a História da Loucura
Foucault e a História da LoucuraFoucault e a História da Loucura
Foucault e a História da Loucura
 
Heráclito - o filósofo do devir
Heráclito - o filósofo do devirHeráclito - o filósofo do devir
Heráclito - o filósofo do devir
 
Adolescência e desafios
Adolescência e desafiosAdolescência e desafios
Adolescência e desafios
 
Foucault - o poder e o sujeito
Foucault - o poder e o sujeitoFoucault - o poder e o sujeito
Foucault - o poder e o sujeito
 
Sugestões para o estudo da psicologia
Sugestões para o estudo da psicologiaSugestões para o estudo da psicologia
Sugestões para o estudo da psicologia
 
Arteterapia, uma breve introdução
Arteterapia, uma breve introduçãoArteterapia, uma breve introdução
Arteterapia, uma breve introdução
 
Sartre e o existencialismo
Sartre e o existencialismoSartre e o existencialismo
Sartre e o existencialismo
 
Gabriel Marcel e o existencialismo
Gabriel Marcel e o existencialismoGabriel Marcel e o existencialismo
Gabriel Marcel e o existencialismo
 
Nietzsche e o existencialismo
Nietzsche e o existencialismoNietzsche e o existencialismo
Nietzsche e o existencialismo
 
Kierkegaard e o existencialismo
Kierkegaard e o existencialismoKierkegaard e o existencialismo
Kierkegaard e o existencialismo
 

Último

Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
luanakranz
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
AndriaNascimento27
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
LeandroTelesRocha2
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
tchingando6
 

Último (20)

Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
 
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
 
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptxATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
 
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
 
Poema - Reciclar é preciso
Poema            -        Reciclar é precisoPoema            -        Reciclar é preciso
Poema - Reciclar é preciso
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
 
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
Atividade com a música Xote  da  Alegria    -   FalamansaAtividade com a música Xote  da  Alegria    -   Falamansa
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
 
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdfProjeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
 
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdfA NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
 
Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
 
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfcurso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 

Filósofos Sofistas

  • 1. SOFISTAS Filósofos da antiguidade Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial e professor
  • 2. Sofistas Os sofistas pertenciam, em geral, à periferia do mundo grego. Eram professores viajantes que vendiam seus ensinamentos, empregando a exposição ou o monólogo como método de ensino. Conforme o interesse dos alunos, davam aulas de eloquência e de sagacidade mental ou ensinavam elementos úteis para o sucesso nas atividades públicas e privadas. ex-isto www.ex-isto.com
  • 3. Ensinamentos dos Sofistas Entre os ensinamentos dos sofistas destacavam-se o desenvolvimento da habilidade da argumentação, transmitindo a seus alunos raciocínios e concepções úteis em um debate para driblar as teses dos adversários e convencer as pessoas. Eles eram mestres que viajavam de cidade em cidade oferecendo aulas, aparições públicas e discursos. O termo sofista significava “grande mestre ou sábio”. ex-isto www.ex-isto.com
  • 5. Ensinamentos dos Sofistas Os jovens que procuravam os sofistas buscavam a “areté”, que era a qualidade indispensável para se tornar um cidadão bem-sucedido, seja na vida privada como na pública. No regime democrático que vigorava em Atenas, o exercício da função política dependia do bom uso da palavra. Os sofistas foram mestres na arte de bem falar, tanto em discursos longos quanto breves, de perguntas e respostas. ex-isto www.ex-isto.com
  • 6. Sofistas como “enganadores” Com o decorrer do tempo, o termo ‘sofista’ passou a ter o sentido de “enganador” ou “impostor”, devido às críticas de Platão. Por muito tempo os sofistas foram mal vistos pelos historiadores de filosofia, tidos como exploradores do conhecimento ou falsos filósofos, porém seus pensamentos questionavam a “verdade” e admitiam a possibilidade de diferentes concepções de verdade, não somente uma única. ex-isto www.ex-isto.com
  • 7. “O sofista vai, pois, negar que exista a verdade, ou pelo menos a possibilidade de acesso a ela. Para o sofista, só existem opiniões: boas e más, melhores e piores, úteis e prejudiciais, mas jamais falsas e verdadeiras.” (Antônio Rezende, em ‘Curso de Filosofia’) ex-isto www.ex-isto.com
  • 8. Protágoras de Abdera (490-415 a.C.) Protágoras é considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Segundo ele, o mundo é aquilo que cada indivíduo percebe que é, sendo a realidade é relativa a cada um indivíduo, ou grupo social, pois depende de suas disposições, concepções e modos de viver. Por conta disso, ele nega a existência de um critério absoluto para julgar os fatos e pessoas. O critério para diferenciação torna-se o homem, cada homem. ex-isto www.ex-isto.com
  • 10. “O homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são.” (Protágoras) ex-isto www.ex-isto.com
  • 11. Humanismo e relativismo A medida significava o julgamento e as coisas eram os fatos e experiências de cada pessoa. Esse fragmento de certa forma sintetiza duas das ideias centrais associadas aos sofistas, o humanismo e o relativismo. Protágoras valoriza uma explicação do real a partir de seus aspectos fenomenais apenas, sem apelo a nenhum elemento externo ou transcendente. ex-isto www.ex-isto.com
  • 12. Humanismo e relativismo As coisas são como nos parecem ser, como se mostram à nossa percepção sensorial, e não temos nenhum outro critério para essa questão. Portanto, nosso conhecimento depende sempre das circunstâncias em que nos encontramos e pode, por isso mesmo, variar de acordo com a situação. Protágoras aproxima-se assim bastante dos mobilistas, tal como Heráclito, de quem pode ter sofrido influência, e afasta-se da visão eleática de uma “verdade única”. ex-isto www.ex-isto.com
  • 13. “Sócrates: -Talvez tua definição de conhecimento tenha algum valor; é a definição de Protágoras; por outras palavras ele dizia a mesma coisa. Afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, das que são que elas são, das que não são que elas não são. Decerto já leste isso? Teeteto: -Sim, mais de uma vez. Sócrates: -Não quererá ele, então, dizer que as coisas são para mim conforme me aparecerem, como serão para ti segundo te aparecerem? Pois eu e tu somos homens. Teeteto: -É isso precisamente o que ele diz.” (Platão, em ‘Teeteto’) ex-isto www.ex-isto.com
  • 14. Górgias de Leontinos (487-380 a.C.) Górgias foi considerado um dos maiores oradores e principais mestres da retórica de sua época. Ele afirmava que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa. Viajou por toda a Grécia ministrando suas lições. Ele defende a impossibilidade do conhecimento em um sentido estável e definitivo. Segundo ele, não podemos ter acesso à natureza das coisas, mas tudo de que dispomos é o discurso, que é sempre visto como enganoso. ex-isto www.ex-isto.com
  • 16. “Nada existe que possa ser conhecido; se pudesse ser conhecido não poderia ser comunicado, se pudesse ser comunicado não poderia ser compreendido.” (Górgias) ex-isto www.ex-isto.com
  • 17. Referências Bibliográficas BOTELHO, José F. A Odisséia da Filosofia: uma breve história do pensamento ocidental. São Paulo: Abril, 2016. COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013. MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 12 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. NIETZSCHE, Friedrich. A Filosofia na Época Trágica dos Gregos. São Paulo: Escala, 2008. REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
  • 18. Por Bruno Carrasco Psicoterapeuta existencial e professor. Graduado em Psicologia, licenciado em Filosofia e Pedagogia, pós-graduado em Ensino de Filosofia e Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, possui especialização em Psicoterapia Fenomenológico Existencial, formação em Arteterapia, Educação Popular e Educação Participativa. www.brunopsiexistencial.tk www.fb.com/brunopsiexistencial www.instagram.com/brunopsiexistencial
  • 19. ex-isto Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo e pesquisa sobre o existencialismo e suas relações com a psicologia, filosofia, psicoterapia, fenomenologia, literatura e artes, iniciado no final de 2016. Tem como intuito oferecer conteúdos que facilitem a compreensão sobre os temas pesquisados, por meio de textos, vídeos, cursos ou livros, optando por utilizar uma linguagem acessível, de modo a promover reflexões sobre a subjetividade, a condição humana e suas possibilidades.