Mitos são histórias contadas de geração em geração, usadas para explicar os fenômenos da natureza, as origens do mundo e do ser humano, a origem dos males, entre outros temas.
Os mitos explicavam fatos que a ciência ainda não havia explicado, de maneira simbólica e fantasiosa, comentando sobre personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Eles constituem uma forma de conhecimento não racional sobre o mundo e os seres.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2019
2. O que são Mitos?
Mitos são histórias contadas de geração em geração, usadas para
explicar os fenômenos da natureza, as origens do mundo e do ser
humano, a origem dos males, entre outros temas.
Os mitos explicavam fatos que a ciência ainda não havia explicado,
de maneira simbólica e fantasiosa, comentando sobre personagens
sobrenaturais, deuses e heróis. Eles constituem uma forma de
conhecimento não racional sobre o mundo e os seres.
3. Tentativa de responder questões
Os mitos tentavam responder questões que as pessoas tinham
sobre a natureza, tais como:
● Por que existe o dia e a noite?
● O que causa um trovão?
● Por que chove?
Para explicar os fenômenos da natureza, a origem do mundo e dos
seres humanos os gregos antigos criaram mitos, bem antes do
surgimento da filosofia, por volta do Período Arcaico (800-500 a.C.).
4. Ordenar a experiência de mundo
Os mitos contavam histórias de deuses e semideuses de outros
tempos, misturando sabedoria e procedimentos práticos da vida.
Orientavam a vida das pessoas e promoviam uma maneira de
compreender o mundo.
As crenças que transmitidas ajudavam a comunidade a criar uma
base de compreensão da realidade. Parece difícil para a maioria das
pessoas conceber um mundo sem ordens e caótico, sem causas ou
explicações. O papel dos mitos era dar essas respostas.
5. Mitologia Grega
● Heróis: filhos de deuses com seres humanos.
● Ninfas: seres femininos que habitavam os campos e bosques.
● Sátiros: figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
● Centauros: corpo com uma metade de homem e outra de cavalo.
● Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe.
● Górgonas: mulheres como monstros, com cabelos de serpentes.
● Quimera: mistura de leão e cabra que soltava fogo pelas ventas.
6. ● Zeus: deus de todos os deuses, senhor do Céu.
● Afrodite: deusa do amor, sexo e beleza.
● Poseidon: deus dos mares
● Hades: deus das almas dos mortos, dos cemitérios e subterrâneo.
● Hera: deusa dos casamentos e da maternidade.
● Apolo: deus da luz e das obras de artes.
● Ártemis: deusa da caça e da vida selvagem.
● Ares: divindade da guerra.
● Atena: deusa da sabedoria e da serenidade, protetora de Atenas.
● Cronos: deus da agricultura que também simbolizava o tempo.
● Hermes: mensageiro dos deuses (comércio e das comunicações).
● Hefesto: divindade do fogo e do trabalho.
Alguns Deuses da Mitologia Grega
8. Medusa
A Medusa é uma figura da mitologia da Grécia Antiga, representada
por uma mulher com serpentes na cabeça. As lendas contavam que
ela tinha o poder de transformar em estátuas de pedra as pessoas
que olhassem diretamente em seus olhos.
Era uma das três irmãs górgonas, filha divindades marinhas. Foi
transformada em monstro pela deusa Atena. Na Grécia Antiga, as
pessoas tinham muito medo da Medusa. De acordo com a
mitologia, ela habitava o extremo ocidente da Grécia, em
companhia de suas irmãs.
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10. Pandora
Os deuses criaram uma mulher encantadora, Pandora, e a ela foi
entregue uma caixa que conteria coisas maravilhosas, mas que
nunca deveria ser aberta.
Pandora foi enviada aos humanos e, cheia de curiosidade decidiu
abrir a caixa. Dela saíram todas as desgraças, doenças, pestes,
guerras e, sobretudo, a morte. Com esse mito, explica-se, a origem
dos males do mundo.
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12. Questionamentos sobre os Mitos
No séc. VI a.C. a Grécia viveu um período de muito movimento por
meio do comércio, o contato com outros povos possibilitou maior
conhecimento, e a produção artística era muito ativa.
Haviam os jogos olímpicos, o uso da linguagem, a moeda como
meio de troca e a tecnologia (de arquitetura e militar), gerando uma
nova tentativa de responder os questionamentos sobre o mundo,
não se contentando mais com as explicações mitológicas,
buscando respostas fora dos mitos, diretamente na natureza.
14. Viagens Marítimas
Permitiram aos povos descobrir que os locais que a mitologia dizia
ser habitados por deuses, titãs e heróis eram, na verdade,
habitados por outros seres humanos. As regiões dos mares que os
mitos diziam ser habitadas por monstros e seres fabulosos não
haviam nada de monstros ou seres fabulosos.
As viagens possibilitaram o desencantamento e a desmitificação do
mundo, passando assim a buscar novas explicações que os mitos já
não poderiam mais fornecer.
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16. A Invenção do Calendário
O uso do calendário corresponde a uma forma de calcular e
entender o tempo segundo algumas regularidades, como: as
estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se
repetem, revelando uma nova capacidade de abstração,
possibilitando uma percepção do tempo como algo natural e não
como um poder divino incompreensível.
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18. A Invenção da Moeda
A invenção da moeda possibilitou uma nova forma de troca, que
não se realizava mais por meio das coisas e dos objetos concretos,
que antes eram trocados por semelhança, mas uma troca abstrata,
feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes,
revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de
generalização.
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20. Vida Urbana
O desenvolvimento do comércio e do artesanato, por meio de
novas técnicas de fabricação e de troca, diminuiu o prestígio e o
valor das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem os
mitos eram difundidos, e possivelmente até criados, gerando novos
questionamentos.
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22. Invenção da Escrita Alfabética
O uso da escrita alfabética revela o aumento da capacidade de
abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou
fonética, diferentemente de outras escritas — como, por exemplo,
os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos chineses — supõe
que não se represente uma imagem da coisa tal como está sendo
dita, mas a ideia dela, o que dela se pensa e se transcreve.
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24. Invenção da Política
A ideia da lei como expressão da vontade de uma coletividade
humana, que decide por si mesma o que é melhor para todos,
definindo suas relações internas, juntamente com o surgimento de
um espaço público, faz aparecer um novo tipo de palavra ou de
discurso, diferente daquele que era proferido pelo mito.
O direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião,
discuti-la com os outros, como decisão racional e exposição dos
motivos ou das razões para fazer ou não fazer alguma coisa.
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26. Indagações sobre o Mundo
O surgimento da Filosofia foi associado a um novo modo de
pensamento, a uma nova maneira do ser humano indagar-se sobre
o mundo e buscar novas respostas para antigas perguntas.
A partir do século V a.C., os gregos viveram experiências que
modificaram suas formas de vida. A cidade passou a ser constituída
da união de seus membros e os dos sentimentos que aproximavam
os cidadãos entre si, como resultado de uma vida coletiva.
27. O surgimento da filosofia como forma de pensamento é fruto do
espanto e da admiração. Aquilo que “todo mundo” considera
normal foi colocado em questão e em dúvida, as verdades
tradicionais passaram a ser questionadas. A filosofia não aceita
passivamente as imposições do mundo sem antes investigá-las e
refletir sobre elas.
Surgimento da Filosofia
28. "Foi por conta do espanto
e do assombro
que os homens começaram
a filosofar e,
pelo mesmo motivo,
filosofam até hoje."
(Aristóteles)
29. Questões da Filosofia
Os mitos tentavam responder questões fundamentais para o
homem, como a origem e o fim de todas as coisas, a condição do
homem e as suas relações com a natureza, com o outro e com o
mundo, o sentido de existir. Esses continuaram sendo os problemas
e questões da filosofia no decorrer de sua história, porém de
maneira racional e empírica, sem aceitar respostas prontas como
verdades, como por exemplo, “os meninos de rua são pobres
porque são”, ou “os políticos são corruptos porque é assim”.
30. Filosofia como questionamento
A filosofia questiona o motivo da pobreza, da corrupção e dos
modos de ser, para a possibilidade de mudar o rumo da história,
criando meios de convivência mais respeitosa e digna para todos.
Por isso, é importante que cada indivíduo assuma uma atitude
filosófica, se coloque a refletir sobre o que envolve sua existência,
não apenas para dar respostas ou explicações, mas para rever o
que foi aprendido.
31. Origem do termo “Filosofia”
A palavra filosofia tem origem grega. O termo “philos” significa
amizade e “sophia”, sabedoria. Sendo então, a “amizade pela
sabedoria”, o desejo de estar próximo do saber, do conhecimento
verdadeiro.
Repare que a filosofia não é o “saber em si”, mas o desejo de se
aproximar dele, isso demonstra uma postura um tanto humilde do
filósofo, que não detém a verdade, mas busca saber.
Filosofia é o ato de refletir, a investigação curiosa para descobrir.
33. Por Bruno Carrasco
Psicoterapeuta existencial e professor. Graduado em Psicologia, licenciado
em Filosofia e Pedagogia, pós-graduado em Ensino de Filosofia e
Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, possui especialização
em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial, formação em Arteterapia,
Educação Popular e Educação Participativa.
Em seu trabalho busca valorizar cada pessoa em seu modo de ser
singular, colaborando para lidar com suas dificuldades e ampliar suas
possibilidades de escolha perante a vida. Acredita na liberdade de fazer
escolhas saudáveis e refazer os rumos de nossa vida, potencializando
nossa existência.
34. ex-isto
Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo e pesquisa sobre o
existencialismo e suas relações com a psicologia, filosofia, psicoterapia,
fenomenologia, literatura e artes, iniciado no final de 2016.
Tem como intuito oferecer conteúdos que facilitem a compreensão sobre
os temas pesquisados, por meio de textos, vídeos, cursos ou livros,
optando por utilizar uma linguagem acessível, de modo a promover
reflexões sobre a subjetividade, a condição humana e suas possibilidades.
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