3. 1.INTRODUÇÃO
Os hemocomponentes e hemoderivados se originam da doação de sangue por um doador.
Os produtos gerados um a um nos serviços de hemoterapia, a partir do sangue total, por
meio de processos físicos (centrifugação, congelamento) são denominados
hemocomponentes.
Existem duas formas para obtenção dos hemocomponentes, mas a mais comum é a
coleta do sangue total. A outra forma, mais específica e de maior complexidade, é a coleta
por meio de aférese, que consiste na retirada de sangue do doador, seguida da separação
de seus componentes por um equipamento próprio, retenção da porção do sangue que se
deseja retirar na máquina e devolução dos outros componentes ao doador.
4. 2.INDICAÇÕES
Plasma
O plasma fresco congelado consiste na porção acelular do sangue e apresenta
três funções básicas: mediar a coagulação e a fibrinólise, manter efeito oncótico
e propriedades antissépticas.
Suas principais indicações são: deficiência múltipla de fatores de coagulação,
deficiência de um único fator de coagulação, sangramento severo causado por
uso de anticoagulantes orais ou necessidade urgente de reversão da
anticoagulação, profilaxia de sangramento causado por deficiência de fator de
coagulação.
Fonte: Ministério da Saúde, 2010.
5. 2.INDICAÇÕES
Concentrado de plaquetas
O concentrado de plaquetas consiste de uma suspensão de plaquetas em plasma,
preparada mediante dupla centrifugação de uma unidade de sangue total, sendo
importante que este componente não seja colhido em tempo maior que 15 minutos.
As indicações de transfusão de concentrado de plaquetas estão associadas: à
plaquetopenias desencadeadas por falência medular, reposição em plaquetopenias por
destruição periférica ou alterações congênitas de função plaquetária.
Fonte: Ministério da Saúde, 2010.
6. 2.INDICAÇÕES
Concentrado de hemácias
O concentrado de hemácias é obtido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue
total e da remoção da maior concentração do plasma. Seu principal objetivo é restabelecer
a capacidade de transporte de oxigênio e a massa eritrocitária, ou seja, seu uso está
relacionado com o comprometimento da oferta de oxigênio aos tecidos, causado pelo
baixo nível de hemoglobina.
Fonte: Ministério da Saúde, 2010.
7. 3.CONTRAINDICAÇÕES
Plasma
Sangramento sem coagulopatia;
Quadro de septicemias;
Queimaduras extensas;
Tratamento de desnutrição;
Acelerar processos de cicatrização;
Manutenção da pressão oncótica do plasma;
Recomposição de sangue total
Imunodeficiências;
Hipovolemias agudas;
Expansor volêmico.
Fonte: HSL,2010
8. 3.CONTRAINDICAÇÕES
Concentrado de plaquetas
Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT);
Trombocitopenia induzida por heparina (HIT);
Púrpura Trombocitopênica Imune: em sangramentos com risco de morte,
associados a terapêutica imunossupressora.
Fonte: HSL,2010
9. 3.CONTRAINDICAÇÕES
Concentrado de hemácias
Promover aumento da sensação de bem-estar;
Promover aceleração no processo de cicatrização de feridas;
Expansão do volume vascular, quando a capacidade de transporte de oxigênio
estiver adequada;
Incompatibilidade ABO e RhD.
Fonte: Ministério da Saúde, 2010.
10. 4.CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO
Plasma
PFC deve ser completamente descongelado em banho-maria a 37°C ou em equipamentos
apropriados para este fim;
Deve ser infundido preferencialmente em acesso venoso periférico exclusivo, utilizando
equipos que contenham filtros de 170 – 200 μm;
A punção venosa pode ser feita com “scalps” ou cateter de pequeno calibre;
O tempo de infusão deve ser de 30 a 60 minutos, não devendo permanecer a temperatura
ambiente por mais de 2 horas;
Deve ser examinada bolsas com sinais de vazamento quando submetidas à pressão e
alterações de cor não podem ser utilizadas para transfusão;
O tempo máximo de infusão deve ser de 1 hora.
Fonte: Ministério da Saúde, 2010
11. 4.CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO
Concentrado de plaquetas
O tempo de infusão da dose de CP deve ser de aproximadamente 30 minutos (min) em
pacientes adultos ou pediátricos;
A avaliação da resposta terapêutica a transfusão de CPs deve ser feita através de nova
contagem das plaquetas 1 hora (h) após a transfusão;
Temperatura de armazenamento 22 ± 2°C, sob agitação constante;
A dose preconizada é de 1 unidade de CP para cada 7 a 10kg de peso do paciente, porém
pode-se considerar também a contagem de plaquetas desejada dependendo da presença ou
ausência de sangramento.
Fonte: Hemocentro UNICAMP,2008
12. 4.CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO
Concentrado de hemácias
Infundir em acesso venoso periférico exclusivo, utilizando “scapls” ou cateteres de
calibre superior a 19 e 20;
O tempo de infusão deve ser de 90 a 120 minutos (min), não devendo permanecer a
temperatura ambiente por mais de 6 horas, o tempo de infusão não deve ser superior a
4 horas;
Em situações especiais como em portadores de sobrecarga volêmica ou doença
cardíaca grave com ICC, o tempo de infusão pode ser mais longo, porém respeitando o
limite máximo de 4 horas;
O CH deve ser armazenado a temperaturas constantes de +2 a +6º C, em câmaras de
conservação específicas para esta finalidade;
Fonte: Hemocentro UNICAMP,2008
13. 5.REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
Os efeitos adversos das transfusões de sangue e hemoderivados são inevitáveis, porém
os benefícios deste procedimento devem superar os riscos. Os sinais e sintomas mais
freqüentes são:
Mal-estar
Tremores
Calafrios
Febre
Taquicardia
Cianose
Palidez cutânea
Vômitos
Etc.
Lembramos ainda que estes sinais e sintomas são inespecíficos, isto é, para uma definição
específica da reação transfusional (RT) é necessário a investigação laboratorial e o
seguimento clínico do paciente.
Fonte: Hemocentro UNICAMP,2008
14. 6.CONDUTA DIAGNÓSTICA
Esta conduta tem por objetivo identificar a causa da reação transfusional, bem como
detectar as possíveis repercussões clínicas no paciente e a futura conduta transfusional.
Conduta padrão frente a sinais ou sintomas de RT:
Suspender a infusão de sangue ou hemocomponentes;
Manter acesso venoso com solução isosmolar;
Examinar todas as etiquetas, rótulos e registros, conferir a identificação do paciente;
Hidratar o paciente (SF 0,9%) e controlar os dados vitais periodicamente;
Comunicar ao laboratório de imunohematologia;
Colher exames laboratoriais conforme avaliação inicial;
Registrar no prontuário do paciente a reação transfusional e sua evolução;
Exames complementares podem ser necessários para melhor caracterização da RT ou
seguimento do paciente como: avaliação de função renal ou metabólica, gasometria arterial,
coagulograma, pesquisa de hemoglobinúria, etc.
Fonte: Hemocentro UNICAMP,2008
15. 7.CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Os principais cuidados de enfermagem incluem: verificar se o paciente assinou um
termo de consentimento autorizando o procedimento, conferir qual o hemocomponente
solicitado, examinar o sangue quanto à presença de bolhas, coloração diferente ou
turvação,identificar o paciente, pedindo-lhe que diga seu próprio nome e comparar com
a da etiqueta, monitorar sinais vitais etc.
Fonte: Silvia et al,2010
16. 8.CONCLUSÃO
A hemoterapia hoje se constitui em uma das alternativas terapêuticas mais efetivas no
tratamento de determinadas patologias e na reposição de hemocomponentes e
hemoderivados essenciais à manutenção da vida.
A Enfermagem tem papel preponderante no processo de trabalho exigido pela hemoterapia,
porquanto, necessita manter-se atualizada quanto aos procedimentos visando à
qualificação da assistência.
A administração de sangue e de hemocomponentes demanda conhecimento das técnicas de
aplicação, riscos e capacidade de intervir de forma efetiva nas complicações.
17. 9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada.
Guia para o uso de hemocomponentes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Especializada. – Brasília. [on line] Brasília [DF]; 2010. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_uso_hemocomponentes.pdf (17 nov 2016);
Hemocentro UNICAMP. Manual de orientações em Hemoterapia. Hemocentro UNICAMP – Campinas.
[on line] Campinas [SP]. Disponível em:
http://www.hemocentro.unicamp.br/dbarquivos/manual_de_orientacoes_em_hemoterapia.pdf (17 nov
2016);
Silva LAA, Somavilla MB. Conhecimentos da equipe de enfermagem sobre Terapia Transfusional.
Revista Cogitare Enfermagem. [periódico on line]. 2010; [citado em 17 nov 2016]; 15 (2): 327-33.
Disponível em: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/17871/11661.
Comitê Transfusional Multidisciplinar Hospital Sírio Libanês. Guia de condutas Hemoterápicas. Hospital
Sírio Libanês. [on line] São Paulo [SP], 2010. Disponível em:
https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/Documents/guia-conduta.pdf (17 nov 2016).