O documento discute os desafios da avaliação escolar e do fracasso escolar. Argumenta que a avaliação atual é um mecanismo de exclusão social que se distancia do processo de ensino-aprendizagem. Defende uma abordagem de avaliação como prática de inclusão, diálogo e investigação que reconheça a heterogeneidade dos alunos.
Reflexões sobre avaliação escolar como prática de inclusão
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REFLEXÕES SOBRE AVALIAÇÃO
E FRACASSO ESCOLAR
... A partir da leitura de:
ESTEBAN, M. Teresa. O QUE SABE QUEM
ERRA? Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar...
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Ambigüidades do processo de
avaliação escolar
Fracasso Escolar: problema social (ñ técnico)
posicionamento
relevância do papel docente
Avaliação:
Questão administrativo-burocrática
(ñ de conhecimento)
Impossibilidade de fomentar a superação do
fracasso
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Avaliação na ótica do exame
Exigência de natureza administrativa
Impossibilidade de responder a questões
efetivamente importantes como: que
saber se privilegia e por que? Como se
aprende? Que limites para a
aprendizagem? Como superar esses
limites?Qual a validade do processo
avaliativo?
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DESAFIO:
Construção de uma perspectiva de avaliação
mais favorável ao sucesso escolar, ou seja que
vá além da constatação do fracasso.
“Por em diálogo a teoria e a prática
avaliativa”
“Articular a prática da avaliação à construção
de uma pedagogia crítica comprometida com o
sucesso escolar.”
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Avaliação como mecanismo
escolar de exclusão social
Padrão: medida/comparação/mérito/
classificação/exclusão
Distanciamento do processo de ensino e
aprendizagem
Controle social mediado pela prática
pedagógica
Exigências extra-escolares
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Avaliação...fator de exclusão
social
Fio condutor da atividade escolar: Dicotomia
erro/ acerto
conhecimento/ ignorância
saber/ não saber
Fronteiras: isolamento dos sujeitos
Fortalece: pensamento convergente
subordinação
conformismo
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“O rendimento dos alunos e alunas –
bom ou mau – se converte numa
qualidade intrínseca do próprio
sujeito, atuando na dinâmica de
inclusão/exclusão social.”
“A questão fundamental subjacente
ao debate sobre avaliação parece ser
quem irá adquirir o conhecimento
socialmente produzido e valorizado e
o que significa possuí-lo (ou não).”
(p. 104)
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“Tanto alunos e alunas
quanto professores e
professoras estão
aprisionados pela lógica
seletiva da avaliação escolar,
que não tem como objeto o
processo de conhecimento.”
(p 110)
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DESAFIO:
“...necessidade de outro referencial no
qual fundamentar o processo avaliativo,
um marco favorável à interação entre
teoria e prática e ao diálogo entre
alunos/as e professores/as com a finalidade
de compreender os processos desenvolvidos
na relação pedagógica e os resultados
alcançados.” (p 106)
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...DESAFIO
“A compreensão deste processo
demanda o desenvolvimento de
uma atuação pedagógica atenta
aos conflitos, contradições,
fissuras, fragmentos, vozes que
constituem o panorama escolar e
que se escondem/revelam nos
episódios cotidianos.” (p 125)
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Considerações sobre avaliação
como prática de inclusão
Práticas “articuladas por fios teóricos
Necessidade de “construção de relações
democráticas e horizontais entre pessoas,
grupos, instituições e conhecimentos”
Avaliação: “prática de investigação”
Importância dos pedagogos no processo de
redefinição teórica e reconstrução prática
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Avaliação...prática de inclusão
“A teoria não é guia da ação; é parte da ação.
O desenvolvimento teórico se entrelaça à
prática e toma como objeto de reflexão as
conseqüências sociais de seus resultados(...). A
teoria é aceita como prática social.” (p 167)
Renovação do senso comum: não negá-lo, mas
realimentá-lo e reconstruí-lo
permanentemente.
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Avaliação...prática de inclusão
Avaliação como interrogação/reflexão:
compromisso com a democratização da escola
Educadores: pesquisadores da própria prática
Intenção política de romper com avaliação
como prática de exclusão
Assumir a heterogeneidade, o movimento, a
diferença, a complexidade como marcas do
cotidiano escolar
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Avaliação...prática de inclusão
“Não acreditamos que a escola possa
transformar a sociedade. Tampouco
acreditamos que uma sociedade excludente
como a nossa possa deixar de produzir
fracasso escolar. No entanto acreditamos (...)
que é possível instaurar práticas que atuem no
sentido da transformação da escola como
parte do processo de transformação social.”(p
187)
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Avaliação ...Prática de inclusão
“Essas mudanças não podem ser impostas,
precisam ser construídas cotidianamente de
modo que a perspectiva democrática vá
impregnando as práticas, sendo incorporada
pelo senso comum, convencendo as pessoas e
se constituindo como consenso.” (p187)
“O diálogo tem que estar enlaçado ao debate
sobre a função social da escola e do
conhecimento.” (p 188)
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“Novos olhares que mostram a
produtividade do diálogo entre
conhecimento e desconhecimento, que
percebem todo ponto de chegada como
indício de novos pontos de partida, sendo
ambos marcados pelos erros e acertos,
num processo contínuo e desafiador.
Desafio inscrito na
necessidade/possibilidade humana de
sonhar utopias e tecer coletivamente
trajetos para torná-las realidade.” (p 188)