3. • Vamos, não chores
A infância está perdida
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu
• O primeiro amor passou
O segundo amor passou
O terceiro amor passou
Mas o coração continua
• Perdeste o melhor amigo
Não tentaste qualquer viagem
Não possuis carro, navio, terra
Mas tens um cão
• Algumas palavras duras
Em voz mansa, te golpearam
Nunca, nunca cicatrizam
Mas e o humor?
• A injustiça não se resolve
À sombra do mundo errado
Murmuraste um protesto tímido
Mas virão outros
• Tudo somado
Devias precipitar-te, de vez, nas
águas
Estás nu na areia, no vento
Dorme, meu filho
CONSOLO NA PRAIA
Carlos Drummond de Andrade
4. PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
• OBJETIVOS:
• Reconhecer a comunicação como elemento
básico para todo e qualquer relacionamento
humano;
• Interpretar os dispositivos legais que orientam a
formação e o exercício profissional do Técnico em
Radiologia;
• Aplicar conhecimentos da língua portuguesa no
exercício profissional e nas relações sociais;
5. EMENTA
• Elementos do processo comunicativo;
• Funções da linguagem;
• Coesão e coerência textual;
• Denotação e conotação;
• Estilo e qualidade dos textos técnicos da área de saúde;
• Concisão e objetividade;
• Variações linguísticas e níveis de linguagem; Sufixos e
Prefixos Gregos e Latinos usados em Saúde;
• Avaliação Final da disciplina.
6. Comunicação
Conceito
Comunicação é o processo de transmitir a informação e
compreensão de uma pessoa para outra; senão houver esta
compreensão, não ocorre a comunicação. Se uma pessoa
transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela
outra pessoa, a comunicação não se efetivou.
7. Comunicação
O Processo de Comunicação
Emissor:
A pessoa que envia a mensagem. Pode ser chamada de fonte ou
de origem. Apresenta o significado, que corresponde à ideia, ao
conceito que o emissor deseja comunicar, e o codificador, que
é constituído pelo mecanismo vocal para decifrar a mensagem.
8. Comunicação
O Processo de Comunicação
Mensagem:
Mensagem: a ideia que o emissor deseja comunicar. Contém o
canal, também chamado de veículo, que é o espaço situado
entre o emissor e o receptor, e o ruído, que ser refere à
perturbação dentro do processo de comunicação.
9. Comunicação
O Processo de Comunicação
Receptor:
É aquele que recebe a mensagem, a quem esta é destinada.
Apresenta o decodificador, que é estabelecido pelo mecanismo
auditivo para decifrar a mensagem, para que o receptor a
compreenda; a compreensão, que é o entendimento da
mensagem pelo receptor; e regulamentação, que é quando o
receptor confirma a mensagem recebida pelo emissor. É o
retorno da mensagem enviada.
14. Funções da Linguagem
Definição
Por meio da linguagem, também se realizam diferentes ações:
transmitem-se informações, tenta-se convencer o outro a fazer
(ou dizer) algo, assumem-se compromissos, ordena-se, pede-se,
demonstram-se sentimentos, constroem-se representações
mentais sobre o mundo. Enfim, pela linguagem organiza-se a vida
em diferentes aspectos.
Diferenciar que objetivo predomina em cada situação de
comunicação auxilia a compreender melhor o que foi dito.
15. Funções da Linguagem
Definição
As funções da linguagem estão centradas nos elementos da
comunicação. Toda comunicação apresenta uma variedade de
funções, mas elas se apresentam hierarquizadas, sendo uma
dominante, de acordo com o enfoque que o destinador quer dar
ou do efeito que quer causar no receptor. A linguagem pode ter
função emotiva, referencial, conativa, fática, metalinguística ou
poética. Sobre cada uma delas será tratado a seguir.
16. Funções da Linguagem
Função Emotiva (ou expressiva)
Centra-se no sujeito emissor e suscita a impressão de um
sentimento verdadeiro ou simulado. Observe-se o texto a seguir:
Não só baseado na avaliação do Guia da Folha, mas também por
iniciativa própria, assisti cinco vezes a “Um filme falado”. Temia que a
crítica brasileira condenasse o filme por não ser convencional, mas
tive uma satisfação imensa quando li críticas unânimes da imprensa.
Isso mostra que, apesar de tantos enlatados, a nossa crítica é
antenada com o passado e o presente da humanidade e com as coisas
que acontecem no mundo. Fantástico! Parabéns, Sérgio Rizzo, seus
textos nunca me decepcionam”.
Luciano Duarte. Guia da Folha, 10 a 16 de junho 2005.
17. Funções da Linguagem
Função Emotiva (ou expressiva)
Nota-se no texto que o emissor emprega a primeira pessoa (eu):
(assisti, temia, tive, li...), aponta qualidades subjetivas, utilizando
adjetivos (satisfação imensa, críticas unânimes, fantástico...),
advérbios (nunca me decepcionam), além de recursos gráficos
que indicam ênfase, ao utilizar ponto de exclamação (fantástico!).
Destaca-se aqui o ponto de vista do emissor, a sua percepção dos
acontecimentos, característica da função emotiva da linguagem.
18. Exemplo:
Eu não aguento mais! Todo dia é um problema,
toda semana eu tenho que ajudar alguém!
Eu preciso ter tempo para mim!
19. Funções da Linguagem
Função Referencial (ou denotativa ou cognitiva)
Esta é a função da linguagem que aponta para o sentimento real das
coisas. O texto ilustrado abaixo revelará as nuances características da
função referencial.
**** UM FILME FALADO – Idem. França/Itália/Portugal, 2003.
Direção: Manoel de Oliveira. Com: Leonor Silveira, John
Malkovich, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene Papas.
Jovem professora de história embarca com a filha em um cruzeiro
que vai de Lisboa a Bombaim. 96 min. 12 anos. Cinearte 1, desde
14. Frei Caneca Unibanco Arteplex 7, 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e
21h50.
20. Funções da Linguagem
Função Referencial (ou denotativa ou cognitiva)
Observam-se neste segundo texto outros procedimentos colocados em
destaque, tais como: o uso da terceira pessoa, explicitado no trecho:
‘jovem professora de história (ela)’; ausência de adjetivos, dado que a
indicação de que o filme é bom aparece ilustrado com 4 estrelinhas;
ausência de expressões que indiquem a opinião do emissor (tais como,
‘eu acho, eu desejo,...’); emprego de um conjunto de informações que
dizem respeito a coisas do mundo real, tais como a exatidão dos
horários, o endereço, os nomes próprios. Este conjunto de
procedimentos dá ao emissor a impressão de objetividade, como se a
informação traduzisse verdadeiramente o que acontece no mundo real,
caracterizando a função referencial ou informativa da linguagem.
21. “O morango (Fragaria spp) é um fruto típico de climas
temperados do norte e do Chile. Pequeno, de cor avermelhada brilhante,
com sabor levemente ácido, aroma agradável e forte, o alimento é
bastante versátil, servindo para o preparo de sucos, smoothies, sorvetes,
doces, bolos, biscoitos e receitas agridoces (principalmente saladas).”
Nesse parágrafo, a linguagem tem o objetivo de apresentar um fruto
existente na realidade material: o morango.
Desse modo, o texto fornece apenas características e informações
com valor de verdade material e científica
22. Funções da Linguagem
Função Conativa (ou apelativa ou imperativa)
Este tipo de função centra-se no sujeito receptor e é
eminentemente persuasória. Observe-se o texto a seguir:
RESERVA CULTURAL
Você nunca viu cinema assim.
Não perca a retrospectiva especial de inauguração, com 50% de
desconto, apresentando cinco filmes que foram sucesso de
público. E, claro, de crítica também.
23. Funções da Linguagem
Função Conativa (ou apelativa ou imperativa)
Neste texto, o destaque está no destinatário. Para tanto, o
emissor se valeu de procedimentos, tais como: o uso da segunda
pessoa (você); o uso do imperativo (Não perca!). O resultado é a
interação com o destinatário, procurando convencê-lo a realizar
uma ação (ir ao espaço cultural). Este tipo de função é
característico dos textos publicitários, que, em geral, procuram
convencer ou persuadir o destinatário a dar uma resposta, que
pode ser a mudança de comportamento, de hábitos, como abrir
conta em banco, frequentar determinados tipos de lugares ou
consumir determinado produto.
24. COMPRE AGORA E SÓ PAGUE DAQUI A 45 DIAS!
A linguagem publicitária utiliza-se da linguagem
conativa para atrair e convencer o público a adquirir um
serviço ou produto. A linguagem direciona-se diretamente
ao receptor, e utiliza de verbos imperativos “compre”,
“pague”, acompanhados de modificadores “agora”, “só” e
“daqui a 45 dias”, no intuito de persuadir o leitor.
25. Funções da Linguagem
Função Fática (ou de contato)
A função fática da linguagem visa estabelecer, prolongar ou
interromper a comunicação e serve para verificar a eficiência do
canal. É muito comum em conversações cotidianas. Aqui o
emissor usa procedimentos para manter o contato físico ou
psicológico com o interlocutor, como, por exemplo, ao iniciar
uma conversa telefônica (‘Alô!’) ou ainda utilizando fórmulas
prontas para dar continuidade à conversa, como no caso de:
‘aham, hum, bem, como?, pois é’. Este tipo de mensagem serve
para manter o contato, sustentar ou alongar (ou mesmo
interromper) a conversa.
26.
27.
28. Funções da Linguagem
Função Metalinguística
Este tipo de função consiste numa recodificação e passa a existir
quando a linguagem fala dela mesma. Checa se o emissor e
receptor estão usando o mesmo repertório. Por exemplo,
quando o emissor quer precisar, esclarecer o que está querendo
dizer e utiliza ‘eu quis dizer que’, ‘que quero dizer que esta
palavra poder ser substituída por outra mais precisa, que desse
a entender que...’. Um exemplo comum da aplicação da função
metalinguística está no preenchimento de palavras cruzadas, na
consulta a um dicionário. Aqui, faz uso da linguagem (o código)
para falar, explicar, descrever o próprio código linguístico.
29. Poesia (alguma poesia)
Carlos Drummond de Andrade
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia desse momento
inunda minha vida inteira.
30.
31. Funções da Linguagem
Função Poética
A função poética da linguagem é aquela em que o emissor
valoriza o texto na sua elaboração, utilizando a combinação de
palavras, figuras de linguagem, exploração dos sentidos e
sentimentos. Embora mais comum nos textos literários,
especialmente nos poemas, dada a sua subjetividade, é bastante
utilizada em anúncios publicitários, além de aliar-se também aos
demais tipos de função, sobretudo a emotiva. A função poética
ocupa-se mais em como dizer o que se deseja do que o que dizer.
Atente-se para o texto a seguir:
32. Funções da Linguagem
Função Poética
Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo porque ele me deu um beijo de boa noite...
[Autor anônimo]
Observa-se a falta de lógica no texto, a tentativa de o autor fugir
das formas habituais, dando ênfase a sua forma de expressão, não
levando em conta apenas ‘o que’, mas ‘como’ ele queria dizer.
33.
34.
35.
36. Questão 1 – Leia as frases seguintes, cada uma apresenta
predominância de uma das funções da linguagem. Assinale
a alternativa que identifica a função correta:
I – A frase “Alô, testando...” apresenta predominância da
função:
A) Emotiva
B) Referencial
C) Conativa
D) Fática
E) Poética
Resolução
Alternativa D. As expressões “alô” e “testando” servem para
verificar a eficácia do canal.
37. II – A frase “A água tem três
estados físicos: sólido, líquido e
gasoso” apresenta predominância
da função:
A) Referencial
B) Metalinguística
C) Fática
D) Emotiva
E) Conativa
III – A frase “Eu me sinto
exausta! Esta pandemia está me
estressando!” tem predominância
da função:
A) Fática
B) Poética
C) Metalinguística
D) Conativa
E) Emotiva
Resolução
Alternativa A. A declaração
aponta para uma verdade do
mundo material.
Resolução
Alternativa E. A frase apresenta
os sentimentos do emissor diante
do contexto pandêmico.
38. Questão 2 – Analise o fragmento e identifique quais as funções da
linguagem predominantes:
“O que o poeta quer dizer
no discurso não acaba
e se o diz é pra saber
o que ainda não acaba.”
Ferreira Gullar
A) Conativa e fática
B) Referencial e metalinguística
C) Conativa e poética
D) Referencial e fática
E) Metalinguística e poética
Resolução
Alternativa E. O fragmento apresenta predominância das funções metalinguística
e poética. A metalinguagem expressa-se no poeta falando sobre o ser poeta. A
função poética expressa-se no trabalho artístico e estético com a língua.
39. Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não
desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que
não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou
sublime.
Trecho do poema Tabacaria.
Poesias de Álvaro de Campos.
Lisboa: Ática, 1944.
40. A interpretação de texto é o elemento-chave para o resultado
acadêmico, eficiência na solução de exercícios. interpretação de
textos é entender o sentido do que está escrito, em vez de apenas
saber o que está escrito.
Dicas:
Leia todo o texto pausadamente;
Releia o texto e marque todas as palavras que não sabe o
significado;
Identifique o objetivo do autor do texto;
Sublinhe as principais ideias do texto e comece
sua interpretação por elas. Tente reescrever o texto com suas
palavras.
Interpretação de Texto
41. Narrativo: Os textos narrativos se caracterizam pela narração de
acontecimentos. Os acontecimentos narrados podem ser verídicos
ou fictícios. Narra uma história, podendo ser ficcional ou real.
Descritivo: O texto descritivo é um tipo textual que constrói um
retrato verbal de algo ou de alguém, como um objeto, um lugar,
uma pessoa, entre outros.
Dissertativo: é um tipo de texto argumentativo e opinativo, uma
vez que expõe a opinião sobre determinado assunto ou tema, por
meio de uma argumentação lógica, coerente e coesa.
Estrutura textual
42. Narrativo: Alguns exemplos de textos narrativos são:
romance, novela, conto, crônica e fábula.
Descritivo: Reportagens, biografias, listas de compras,
relatos históricos ou sobre viagens, anúncios de
classificados e currículos são alguns exemplos de textos
descritivos
Dissertativo: O texto dissertativo-argumentativo é
dividido em três partes: introdução, desenvolvimento e
conclusão
Estrutura textual
43. A linguagem mista, conforme o nome diz, apresenta uma
mescla entre linguagem verbal e linguagem não verbal. Se
quisermos pensar em linguagem mista, podemos citar os
anúncios publicitários em TV e jornais, as histórias em
quadrinhos e as diversas produções audiovisuais.
Dizemos que a linguagem é mista, quando há um uso
simultâneo da linguagem verbal e da não verbal para a
construção da mensagem.
Ex: Cinema e Tv.
Linguagem Mista
44. Sessão: é o espaço de tempo em que se realiza uma
atividade (sessão de cinema, sessão de fotos).
Secção: palavra é utilizada para indicar a parte de um
todo, uma divisão, um departamento
Seção: Significa parte ou divisão (seção de livro, seção de
loja)
Cessão: é usada no sentido de ceder algo, no caso, os
direitos autorais.
Questões gramaticais de uso
45. Emissor: Transmite a mensagem.
Receptor: Recebe a mensagem.
Mensagem: Informação/Conteúdo.
Ruído: Na comunicação quando se há ruídos a
comunicação deixa de ser efetivada, assim, não houve
comunicação.
Elementos da comunicação
46. É o ato de falar e ser compreendido.
É emitir uma mensagem com clareza e sem dar margem a
qualquer ruído ou desentendimento.
Benefícios:
Aumenta a produtividade e inovação;
Evita atrasos e erros;
Melhora o clima e a integração da equipe
(competitividade).
Comunicação Eficiente