O documento discute os conceitos de racionalismo, empirismo e iluminismo. Apresenta as visões de filósofos como Descartes, Bacon, Newton e Hume sobre a origem e natureza do conhecimento, destacando que o racionalismo se baseia na razão enquanto o empirismo se baseia na experiência sensível. Também discute os métodos indutivo e dedutivo para a aquisição do saber.
2. Racionalismo
O Racionalismo é uma corrente filosófica baseada nas
operações mentais para definir a viabilidade e efetividade das
proposições apresentadas.
Essa corrente surgiu como doutrina no século I antes de Cristo
para enfatizar que tudo que é existente é decorrente de uma causa.
A partir da Idade Moderna, o Racionalismo obteve grande
crescimento como corrente filosófica e não se pode desvincular
essas ideias das aplicações matemáticas. Tradicionalmente, o
Racionalismo era definido pelo raciocínio como operação mental,
discursiva e lógica para extrair conclusões.
3. Para o Racionalismo, tudo tem uma causa inteligível, mesmo
que não possa ser demonstrada empiricamente. O Racionalismo foi
importante elemento do mundo Moderno para superar o mundo
Medieval, pois privilegia a razão em detrimento das experiências do
mundo sensível, ou seja, o método mítico como se tinha acesso ao
conhecimento durante a Idade Média. Assim, o Racionalismo é
baseado na busca da certeza e da demonstração.
O Racionalismo se tornou central ao pensamento liberal, que,
por sua vez, pretende propor e estabelecer caminhos para alcançar
determinados fins em nome do interesse coletivo. Assim, o
Racionalismo está na base do planejamento da organização
econômica e espacial da reprodução social, abrindo espaço para as
soluções racionais de problemas econômicos e/ou urbanos com
base em soluções técnicas e eficazes.
4. Racionalismo método cientifico
Nesse caminho de conhecer há uma série de etapas
(fases) para se tentar resolver um problema, tornado
objeto de investigação. Quando se fala em método,
buscam-se explicitar quais são os motivos pelos quais o
pesquisador escolheu determinados caminhos e não
outros. Diante disso, se compreende que o método, no
sentido geral, é um conjunto de ações, procedimentos e
atividades sistemáticas que permitem o ordenamento e
alcance de um objetivo no processo de construção do
conhecimento na ciência. E que a questão do método diz
respeito a pressupostos que fundamentam o modo de pesquisar e
são anteriores a coleta de dados na realidade.
5. Na discussão sobre os polos que compõem o conhecimento
científico aparece de um lado o homem que se propõe a conhecer
(sujeito) e do outro a realidade a ser conhecida (objeto). Esse
debate inaugura na Ciência Moderna caminhos para o
conhecimento cujo foco está no sujeito, no objeto ou em ambos.
Esses caminhos metódicos irão identificar as bases de construção
do saber científico e da pesquisa científica na modernidade
6. Método indutivo
É um método responsável pela generalização, isto é, partimos
de algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de
dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma
verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas.
Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões
cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas
quais se basearam.
No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações
de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam
à elaboração de generalizações. Nesse método, partimos da
observação de fatos ou fenômenos cujas causas desejamos
conhecer. A seguir, procuramos compará-los com a finalidade de
descobrir as relações existentes entre eles. Por fim, procedemos à
generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou
fenômenos.
7. Método matemático
O desenvolvimento do método matemático, considerado como
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados
empíricos, e sua aplicação às ciências físicas conduziram, uma
crescente fé na capacidade do intelecto humano para isolar a
essência no real e ao surgimento de uma série de sistemas
metafísicos fundados na convicção de que a razão constitui o
instrumento fundamental para a compreensão do mundo, cuja
ordem interna, aliás, teria um caráter racional. Essa era a ideia
central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas
tradicionalmente como racionalismo.
8. Duvida metódica
A sua função primordial é libertar a razão dos falsos pontos de
partida do saber. Se queremos um edifício científico com um
fundamento ou alicerce absolutamente verdadeiro, o certificado de
verdade não pode ser passado sem que antes submetamos aquilo
que é considerado fundamento à prova rigorosa da dúvida. Assim
se compreende que absolutamente verdadeiro seja sinónimo de
absolutamente indubitável (absolutamente claro e distinto) ou
seja, um conhecimento que por mais que dele tentemos duvidar
não pode ser posto em causa, resiste.
A dúvida é estabelecida com a função de, submetendo os
conhecimentos a um exame rigoroso, encontrar algo que resista a
essa prova e assim mostre ser um conhecimento indubitável.
9. Dualismo
Descarte chegou à conclusão que no mundo haveria apenas
duas substâncias distintas e separadas:
→substância pensante, pode enganar-nos em tudo o que
pensamos, mas o fato de pensar e de dúvida, deve-se admitir que
ser "penso, logo existo". O cogito cartesiano não é uma dedução,
mas uma intuição, porque os sentidos mente uma vez que a
relação necessária entre o pensamento e a existência. No
pensamento encontra as ideias que ele pensa de si. A ideia não
garante a existência da realidade que merece.
→substância extensa, apende através dos sentidos, o corpo, a uma
analogia com a apreensão da alma racional como substância
pensante, penso a ideia de substância extensa como fundamento
dos corpos, correspondente ao mundo corpóreo.
10. Isaac newton: nascido em 1643, newton foi muito importante
para a filosofia por fundamentar a ciência que influenciará os
pensadores iluministas. Para ele o universo só pode ter sido criado
por um Ser com capacidade de entender todo o seu funcionamento
nos mínimos detalhes e com poderes superiores a todo o universo.
11. Rene descartes: nascido em 1596 em La Haye, frança, ficou
conhecido como pai da filosofia moderna. Descartes afirmava que,
para conhecermos a verdade, é preciso, de início, colocarmos
todos os nossos conhecimentos em dúvida, questionando tudo para
criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que
possamos ter plena certeza.
12. Francis bacon: Bacon é considerado o pai do empirismo
moderno por ter formulado os fundamentos dos métodos de análise
e pesquisa da ciência moderna. Sua reflexão filosófica busca um
método para o conhecimento da natureza que possa ser definido
como científico e que possa ser repetido. Para ele esse método é o
indutivo, mas não na forma entendida por Aristóteles como a
enumeração simples da observação de diversos casos e da criação
de uma regra geral com base nesses casos
13. Galileu Galile: nascido em fevereiro de 1564 foi um físico,
matemático, astrônomo e filósofo, para ele com a razão o homem
poderá interpretar e transcrever em forma de conceitos, a
matemática é o grande auxílio da razão nesse trabalho de
interpretação. Galileu procura também separar ciência da religião.
faz a comparação de que no mundo existem dois livros com o
objetivo de revelarem a mesma verdade, mas de forma diferente. O
primeiro livro é a Bíblia que busca a salvação e a redenção das
almas e cujos escritos científicos são simplificados e próprios para
o entendimento do povo. A natureza é o segundo livro que para ser
interpretado tem que ser lido de forma científica e objetiva. Os dois
livros são obras de um único Autor e por isso mesmo não podem
ser contraditórios.
14. Baruch Espinosa: nascido em novembro de 1632, na cidade
de Amsterdã, na Holanda. Spinoza fez uma análise histórica da
Bíblia, colocando-a como fruto de seu tempo. Ele Critica os dogmas
rígidos e rituais sem sentido nem poder, bem como o luxo e a
ostentação da Igreja. Spinoza diz que percebemos o tempo e o
espaço a medida para essas duas extensões. A medida é usada
para explicarmos as coisas. Ele explica que a realidade é uma
coisa muito mais vasta do que as categorias humanas de
entendimento podem conhecer. Isso porque existe a essência. O
povo que percebemos confunde o real com a razão, e o filósofo,
numa postura investigativa, não pode se deixar enganar. O ente da
razão não existe fora da mente.
15. Blaise Pascal: nascido em 1623 em Clermont-Ferrand, na
França, para ele a razão não é suficiente a si mesma, ela tem
limites, demonstrou grande preocupação com as questões
teológicas de sua época, defendia que as ações humanas não são
suficientes para a salvação dos indivíduos, para que as pessoas se
salvem é necessária a interferência, o auxílio de Deus, a salvação
dessa forma se torna mais difícil e não é o resultado direto das
ações humanas. São nas nossas ações que vão aparecer o livre
arbítrio e no livre arbítrio aparece a ação de Deus pois foi ele que
nos concedeu a liberdade de escolher nossos atos.
16. Características Gerais Empirismo
O nome empirismo vem do latim: empiria (experiência) e -ismo
(sufixo que determina, entre outras coisas, uma corrente filosófica).
Temos, assim, a “corrente filosófica da experiência”.
O empirismo é a escola do pensamento filosófico relacionada à
teoria do conhecimento, que pensa estar na experiência a origem
de todas as ideias.
17. Conhecimento cientifico:
Para o Empirismo, a Experiência é a base do conhecimento
científico, ou seja, adquire-se a Sabedoria através da percepção do
Mundo externo, ou então do exame da atividade da nossa mente,
que abstrai a Realidade que nos é exterior e as modifica
internamente. Daí ser o empirismo de carácter individualista, pois
tal conhecimento varia da percepção, que é diferente de um
indivíduo para o outro.
18. Origem das ideias:
O empirismo diz que a origem das Ideias é o processo
de abstração que se inicia com a percepção que temos das coisas
através dos nossos sentidos. Daí diferencia-se o empirismo: não
preocupado com a coisa em si, estritamente objetivista; nem tão
pouco com a ideia que fazemos da coisa atribuída pela Razão,
como ensina o Racionalismo; mas puramente como percebemos
esta coisa, ou melhor dizendo, como esta coisa chega até nós
através dos sentidos.
19. Relação de causa-efeito:
Para o empirismo a relação de causa e efeito nada mais é do
que o resultado da nossa forma habitual de perceber fenómenos e
relacioná-los como causa e consequência através de uma repetição
constante. Ou seja, as leis da Natureza só seriam leis porque se
observaram repetidamente pelos Homens.
20. Autonomia do sujeito:
O empirismo nega tal identidade permanente, pois o conteúdo
da nossa consciência varia de um momento para outro de tal forma
que ao longo do tempo essa consciência teria, em momentos
diferentes, um conteúdo diferente. A explicação está no facto de
que a consciência, como sendo um conjunto de representações,
dependeria das impressões que temos das coisas, mas sendo
impressões estariam sujeitas a variações.
21. Concepção de razão:
O empirismo apesar de não possuir pensamento contraditório
entende de forma bem diferente: diz que a Razão é dependente da
experiência sensível, logo não vê dualidade entre espírito e
extensão (como no Racionalismo), de tal forma que ambos são
extremidades de um mesmo objeto.
22. Matemática como linguagem:
No empirismo tal método matemático não é aceite. A
experiência é o ponto de partida de nosso conhecimento, logo não
há necessidade de fazer hipóteses. Assim caracteriza-se o método
indutivo que parte do particular (experiências) para a elaboração de
princípios gerais.
23. Materialismo e Empirismo
O que é Materialismo:
Materialismo é a atitude das pessoas que entendem que tudo é
matéria e que têm uma vida voltada unicamente para os bens
materiais. Ao adeptos do materialismo são chamados
de materialistas.
Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta
que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria;
que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria
e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que
a matéria é a única substância.
24. História
O termo foi inventado em 1702 por Gottfried Leibniz, e reivindicado
pela primeira vez em 1748 por La Mettrie. Entretanto, em termos da
origem das ideias, pode-se considerar que os
primeiros filósofos materialistas, são alguns filósofos pré-
socráticos: Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os estóicos, que
se opunham na questão da continuidade da matéria:
os átomos evoluiriam no vácuo?
Para o materialismo científico, o pensamento se relaciona a fatos
puramente materiais (essencialmente mecânicos) ou
constituem epifenômeno.
25. Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo
histórico) é uma forma de materialismo, estabelecida por Karl
Marx e Friedrich Engels, que, introduzindo o processo dialético
na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças
qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência,
que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos
de ordem material.
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a
qual o modo de produção da vida material determina, em última
instância, o conjunto da vida social, política e espiritual. É um
método de compreensão e análise da história, das lutas e das
evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada
por Karl Marx
O termo materialismo é também utilizado para designar a atitude
ou o comportamento daqueles que se apegam aos bens, valores
e prazeres materiais .
26. Teses
Os limites do materialismo provêm essencialmente dos conceitos
que são forjados inicialmente e que provocam bloqueios quando se
cristalizam por uma razão ou outra (crenças diversas).
27. Ética e Politica
O que é Ética:
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos
morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que
pertence ao caráter.
Num sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender
um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do
nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao
comportamento de alguns profissionais tais como um médico,
jornalista, advogado, empresário, um político e até mesmo um
professor.
28. Ética e Moral
Ética e moral são temas relacionados, mas são diferentes,
porque moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou
mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a ética, busca
fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano.
Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é
entendida como costume, ou hábito, mas busca a fundamentação
teórica para encontrar o melhor modo de viver; a busca do melhor
estilo de vida. A ética abrange diversos campos, como antropologia,
psicologia, sociologia, economia, pedagogia, política, e até mesmo
educação física e dietética.
29. O que é Ética na Filosofia:
Ética na filosofia é o estudo dos assuntos morais, do modo de
ser e agir dos seres humanos, além dos seus comportamentos e
caráter. A ética na filosofia procura descobrir o que motiva cada
indivíduo de agir de um determinado jeito, diferencia também o que
significa o bom e o mau, e o mal e o bem.
A ética na filosofia estuda os valores que regem os
relacionamentos interpessoais, como as pessoas se posicionam na
vida, e de que maneira elas convivem em harmonia com as demais.
O termo ética é oriundo do grego, e significa “aquilo que pertence
ao caráter”. A ética diferencia-se de moral, uma vez que, a moral é
relacionada a regras e normas, costumes de cada cultura, e a ética
é o modo de agir das pessoas.
30. Para a filosofia clássica, a ética estudava a maneira de buscar a
harmonia entre todos os indivíduos, uma forma de conviver e viver
com outras pessoas, de modo que cada um buscasse seus
interesses e todos ficassem satisfeitos. A ética na filosofia clássica
abrangia diversas outras áreas de conhecimento, como a estética,
a psicologia, a sociologia, a economia, pedagogia, política, e etc.
Com o crescimento mundial e o início da Revolução Industrial,
surgiu a ética na filosofia contemporânea. Diversos filósofos como
Sócrates, Aristóteles, Epicuro e outros, procuraram estudar a ética
como uma área da filosofia que estudava as normas da sociedade,
a conduta dos indivíduos e o que os faz escolher entre o bem e o
mal.
31. O que é Política:
Política é a ciência da governança de um Estado ou Nação e
também uma arte de negociação para compatibilizar interesses. O
termo tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que
designa aquilo que é público. O significado de política é muito
abrangente e está, em geral, relacionado com aquilo que diz
respeito ao espaço público.
32. Filosofia política é o campo de investigação filosófica que tem
por objeto o Direito. Ela pode ser definida como o conjunto de
respostas à pergunta “o que é o direito?”, ou ainda como o
entendimento da natureza e do contexto do empreendimento
jurídico.
O filósofo francês do século XVI, la Boétie, dizia que a história
das associaçôes políticas entre os homens é a história da própria
servidão,e ela, em seu conceito, era voluntária. Tal afirmação
envolve várias questões sobre a condição humana, muitas
respostas a essas apontam para questões éticas, para aspiração
de um bem comum entre os homens. Talvez entrevendo a
necessidade de uma relação íntima entre a ética - a busca de
felicidade e justiça - e a política, em seu sentido superior.
33. Desde fins da Idade Média, a Filosofia Política e os pensadores
tratam das mais variadas questões sobre a legitimação e a
justificação do Estado e do governo:
- Os limites e a organização do Estado frente ao indivíduo
- As relações gerais entre sociedade, Estado e moral
- As relações entre a economia e política
- O poder como constituidor do "indivíduo"
- As questões sobre a liberdade
- As questões sobre justiça e Direito
- As questões sobre participação e deliberação
- Sobre a importância da tradição, da liberdade de comércio,
da prudência e da cultura cristã para a manutenção de uma
sociedade politicamente e economicamente sadia
- As questões sobre a contingência, liberdade e solidariedade na
acepção do declínio da verdade redentora e ascensão da cultura
literária
34. Critica ao Absolutismo
Ao criticar o Antigo Regime, a burguesia foi desenvolvendo sua
própria ideologia, baseando-se no seguinte argumento: O Estado
só é verdadeiramente poderoso se for rico;
para enriquecer, ele precisa expandir as atividades capitalistas;
para expandir as atividades capitalistas é preciso dar liberdade e
poder à burguesia.
Foi esse argumento burguês que, investindo implicitamente contra
os privilégios da nobreza ocorreu, aos poucos, o equilíbrio de
forças sociais do Estado absolutista e do Antigo Regime. Ao mesmo
tempo, propiciou o surgimento do movimento cultural que ficou
conhecido com Iluminismo (também denominado Ilustração ou
Filosofia das Luzes).
35. O que o Iluminismo defendia
Segundo o sociólogo Lucien Goldman, os princípios do Iluminismo
estão relacionados ao comércio, uma das principais atividades
econômicas da burguesia.
Assim, o Iluminismo defendia:
- Igualdade: no comércio, isto é, no ato de compra e venda,
todas as eventuais desigualdades sociais entre compradores e
vendedores não tinham importância. Na compra e venda, o que
importava era a igualdade jurídica dos participantes do ato
comercial. Por isso, os iluministas defendiam que todos deveriam
ser iguais perante a lei. Ninguém teria, então, privilégios de
nascença, como os da nobreza. Entretanto, a igualdade jurídica não
significava igualdade econômica. No plano econômico, a maioria
dos iluministas acreditava que a desigualdade correspondia à
ordem natural das coisas.
36. - Tolerância religiosa ou filosófica: na realização do ato
comercial, não importavam as convicções religiosas ou filosóficas
dos participantes do negócio. Do ponto de vista econômico, a
burguesia compreendeu que seria irracional excluir compradores ou
vendedores em função de suas crenças ou convicções pessoais.
Fosse mulçumano, judeu, cristão ou ateu, a capacidade econômica
das pessoas definia-se pelo ter e não pelo ser.
- Liberdade pessoal e social: a atividade comercial burguesa só
poderia desenvolver-se numa economia de mercado, ou seja, era
preciso que existisse o livre jogo da oferta e da procura. Por isso, a
burguesia se opôs à escravidão humana e passou a defender uma
sociedade livre. Afinal sem trabalhadores livres, que recebessem
salários, não podiam haver mercado comercial.
37. - Propriedade privada: comércio só era possível entre os
proprietários de bens ou de dinheiro. O proprietário podia comprar
ou vender porque tinha o direito de usar e dispor livremente de
seus bens. Assim, a burguesia defendia o direito à propriedade
privada, que característica essencial da sociedade capitalista.
O que o Iluminismo combatia
A nova mentalidade burguesa, expressa pelos princípios
iluministas, chocava-se com o Antigo Regime. Assim, o Iluminismo
combatia:
- O absolutismo monárquico: porque protegia a nobreza e
mantinha seus privilégios. O absolutismo era considerado injusto
por impedir a participação da burguesia nas decisões políticas,
inviabilizando a realização de seus ideias;
38. - O mercantilismo: porque a intervenção do Estado na vida
econômica era considerada prejudicial ao individualismo burguês, à
livre iniciativa e ao desenvolvimento espontâneo do capitalismo;
- A autonomia intelectual: defendia pelo individualismo e pelo
racionalismo burguês. Assim, à burguesia não interessava apenas
a religião. Ela desejava o avanço da ciência e das técnicas, que
favoreciam os transportes, as comunicações, a medicina, etc.
39. Contrato Social
Contrato social (ou contratualismo) indica uma classe
abrangente de teorias que tentam explicar os caminhos que levam
as pessoas a formarem Estados e/ou manterem a ordem social.
Essa noção de contrato traz implícito que as pessoas abrem mão
de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de
obter as vantagens da ordem social. Nesse prisma, o contrato
social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual
reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto
de regras, de um regime político ou de um governante.
O ponto inicial da maior parte dessas teorias é o exame da
condição humana na ausência de qualquer ordem social
estruturada, normalmente chamada de "estado de natureza".
40. Nesse estado, as ações dos indivíduos estariam limitadas
apenas por seu poder e sua consciência. Desse ponto em comum,
os proponentes das teorias do contrato social tentam explicar, cada
um a seu modo, como foi do interesse racional do indivíduo abdicar
da liberdade que possuiria no estado de natureza para obter os
benefícios da ordem política.
As teorias sobre o contrato social se difundiram entre os séculos
XVI e XVIII como forma de explicar ou postular a origem legítima
dos governos e, portanto, das obrigações políticas dos governados
ou súditos. Thomas Hobbes (1651), John Locke (1689) e Jean-
Jacques Rousseau (1762) são os mais famosos filósofos do
contratualismo.
41. John Locke (1632-1704)
Nasceu em 29 de agosto de 1632 na cidade inglesa de Wrington. É
considerado um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como
empirismo e um dos ideólogos do liberalismo e do iluminismo.
Pensamento e ideias defendidas
Locke defendia a garantia dos direitos de um povo (proteção da
vida, da liberdade e da propriedade). Para ele, esses direitos
deviam ser prioridade de um governo, e se os governantes não
pudessem, ou não quisessem respeitar esses direitos, o povo
poderia derrubá-los e substituí-los por alguém melhor.
42. Principais obras de John Locke
- Cartas sobre a tolerância (1689)
- Dois Tratados sobre o governo (1689)
- Ensaio a cerca do entendimento humano (1690)
- Pensamentos sobre a educação (1693)
Frases de John Locke
- "Não se revolta um povo inteiro a não ser que a opressão seja
geral."
- "A leitura fornece conhecimento à mente. O pensamento
incorpora o que lemos".
- "As ações dos seres humanos são as melhores intérpretes de
seus pensamentos".
43. Thomas Hobbes: Nasceu em Westport, nos Estados Unidos da
América, em 1588. Era um empirista inglês, que crê na
possibilidade de uma lógica pura, de um raciocínio demonstrativo
muito rigoroso.
Pensamento e ideias defendidas:
Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver
em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e
centralizado. O Estado não pode estar sujeito às leis por ele criadas
pois isso seria infringir sua soberania. Para ele, a Igreja cristã e o
Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo
monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir
questões religiosas e presidir o culto. Neste sentido, critica a livre-
interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa forma,
enfraquecer o monarca.
44. David Hume foi filósofo, historiador, sociólogo e economista
escocês do período do Iluminismo (século XVIII). É considerado um
dos mais importantes filósofos iluministas ocidentais. É considerado
um dos pais do empirismo.
David Hume nasceu na cidade de Edimburgo (Escócia) em 07
de maio de 1711 e morreu em 25 de agosto de 1776.
Principais ideias e teorias
- A experiência e a observação são os fundamentos sólidos para a
ciência.
- Toda hipótese que não pode ser comprovada por meio da
experiência deve ser descartada.
- Não houve evolução linear do politeísmo para o monoteísmo
durante a história da humanidade, mas sim uma oscilação irracional
(teoria da oscilação).
45. Principais obras
- Tratado da Natureza Humana, 1740
- Investigação sobre o Entendimento Humano, 1748
- Investigação sobre o princípio da moral, 1751
- Discursos Políticos, 1752
- Diálogos sobre a religião natural, póstumo
- História natural da religião, 1757
- História da Inglaterra, 1762
- Minha Vida, 1776 - autobiografia
Frases
- "Afirmações extraordinárias necessitam de provas
extraordinárias."
- "Cada solução leva a uma nova pergunta..."
- "O auto-controle da mente é limitado, assim como é o domínio do
corpo."
46. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
Nasceu em 28 de junho de 1712 na cidade de Genebra (Suíça) e
morreu em 2 de julho de 1778 em Ermenoville (França). É
considerado um dos principais filósofos do iluminismo, sendo que
suas ideias influenciaram a Revolução Francesa.
Pensamento e ideias defendidas:
Para Rousseau, as instituições educativas corrompem o homem e
tiram-lhe a liberdade. Para a criação de um novo homem e de uma
nova sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a
natureza, desenvolvendo progressivamente seus sentidos e a
razão com vistas à liberdade e à capacidade de julgar.
47. Obras principais
- Discurso Sobre as Ciências e as Artes
- Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens
- Do Contrato Social
- Emílio, ou da Educação
Frases
- "O mais forte não é suficientemente forte se não conseguir
transformar a sua força em direito e a obediência em dever"
- "Vosso filho nada deve obter porque pede, mas porque precisa,
nem fazer nada por obediência, mas por necessidade"
- "A razão forma o ser humano, o sentimento o conduz."
48. Montesquieu (1689-1755)
Nasceu em 18 de janeiro de 1689, na cidade de Bordeaux (França).
É considerado um dos grandes filósofos do iluminismo, foi um
importante filósofo, político e escritor.
Pensamento e ideias defendidas:
Era contra o absolutismo por isso, defendia a divisão do poder em
três:
Poder Executivo (órgão responsável pela administração do território
e concentrado nas mãos do monarca ou regente);
Poder Legislativo (órgão responsável pela elaboração das leis e
representado pelas câmaras de parlamentares);
Poder Judiciário (órgão responsável pela fiscalização do
cumprimento das leis e exercido por juízes e magistrados).
49. Principais Obras
- Cartas Persas (1721)
- O Espírito das Leis (1748)
- Considerações sobre as causas da grandeza dos romanos e de
sua decadência
- Contribuições para a Enciclopédia (organizada por Diderot e
D'Alembert)
Frases
- "Um governo precisa apenas vagamente o que a traição é, e vai
contribuir para o despotismo".
- "A pessoa que fala sem pensar, assemelha-se ao caçador que
dispara sem apontar."
- "Leis inúteis enfraquecem as leis necessárias."
50. Voltaire (1694-1778)
Nasceu na cidade de Paris, em 21 de novembro de 1694 e morreu,
na mesma cidade, em 30 de novembro de 1778. Foi um importante
ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês. Durante sua vida
escreveu diversos ensaios, romances, poemas e até peças de
teatro.
Pensamento e ideias defendidas:
Voltaire foi um crítico severo das instituições religiosas bem como
dos hábitos feudais que ainda vigoravam na Europa, afirmando que
apenas aqueles dotados de razão e liberdade poderiam conhecer
as vontades e desígnios divinos.
51. Principais obras de Voltaire
Édipo, 1718
Mariamne, 1724
La Henriade, 1728
História de Charles XII, 1730
Frases
- "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".
- "A leitura engrandece a alma".
- "Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo."
52. Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg,
12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo prussiano, geralmente
considerado como o último grande filósofo dos princípios da era
moderna.
Principais ideias defendidas:
Idealismo transcendental (também chamado formal ou crítico) é
uma doutrina kantiana, segundo a qual os fenômenos da realidade
objetiva, por serem incapazes de se mostrar aos homens
exatamente tais como são, não aparecem como coisas-em-si, mas
como representações subjetivas construídas pelas faculdades
humanas de cognição. Seu oposto seria o idealismo dogmático.
53. Principais obras
Obras:
* Pensamentos sobre o verdadeiro valor das forças vivas (1747)
* Monodologia Física (1756)
* Meditações sobre o Optimismo (1759)
* A Falsa Subtileza das Quatro Figuras Silogisticas (1762)
* Dissertação de 1770. Sobre a Forma e os Princípios do Mundo
Sensível e do Inteligível (1770)
* Prolegómenos a toda a Metafísica Futura (1783)
* A Religião nos Limites da Simples Razão.
* Fundamentação Metafísica dos Costumes (1785)
Frases
-“Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele
trata os animais.”
-“A amizade é semelhante a um bom café; uma vez frio, não se
aquece sem perder bastante do primeiro sabor.”
54. Denis Diderot (1713-1784)
Nasceu na cidade francesa de Langres em 5 de outubro de 1713 e
faleceu em Paris em 31 de julho de 1784. É considerado uma das
principais figuras do Iluminismo. Sua grande obra foi a elaboração
editorial da " Enciclopédia", em parceria com d'Alembert.
Pensamento e ideias defendidas:
- Importância da Ciência como principal motor do desenvolvimento
e progresso humano;
- A política deve se incumbir de eliminar as diferenças sociais;
- A religião deve ficar restrita ao campo de formação do
comportamento humano.
- A tecnologia é de fundamental importância para o
desenvolvimento econômico das nações.
- Foi um crítico do Absolutismo e do poder e influência da Igreja na
sociedade.
55. Principais obras
- Enciclopédia
- Pensamentos Filosóficos
- A joias indiscretas
- Carta sobre os cegos para uso dos que enxergam
Frases
- O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado
com as entranhas do último padre".
- "Cuidado com qualquer pessoa que queira trazer a ordem".
- " A vida selvagem é tão simples, e as nossas sociedades são
máquinas tão complicadas!"