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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE
MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA AZEVEDO
PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR
São Paulo
2016
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA AZEVEDO
PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR
Monografia apresentada à Faculdade
Campos Elíseos, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista
em Psicomotricidade, sob supervisão do
orientador: Prof. Maynor José Laconca.
São Paulo
2016
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA AZEVEDO
PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR
Monografia apresentada à Faculdade
Campos Elíseos, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista
em Psicomotricidade, sob supervisão do
orientador: Prof. Maynor José Laconca.
Aprovado pelos membros da banca examinadora em
___/___/___.com menção ____ (________________).
Banca Examinadora
_________________________________
_________________________________
São Paulo
2016
Dedico este trabalho as pessoas que fazem a minha vida valer
a pena. As minhas filhas Anna Carolina e Victória Elizabeth, a
minha melhor amiga e mãe Maria do Socorro, ao meu pai
Manoel Fernandes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao nosso Deus por todas as oportunidades que me concedeste nessa
caminhada.
À minha família por todo o apoio e compreensão que me dedicam.
Ao meu esposo Marcos, pelo carinho e compreensão.
Ao meu orientador.
A todos os funcionários da Faculdade Campos Elíseos.
Agradeço a todos pela contribuição para o meu crescimento profissional e pessoal
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo, mostrar a importância do brincar da criança, tanto
na educação infantil como no ensino fundamental, enfocando o brincar durante o
processo de desenvolvimento enquanto ser humano, e a sua contribuição para o
desenvolvimento no ensino e a aprendizagem, enfatizando, o prazer de descobrir o
mundo em que se esta inserida, através da brincadeira, na construção do seu caráter,
sua formação moral e social, de acordo com o ambiente no qual se encontra. As
brincadeiras enfocadas como instrumento pedagógico de suma importância no
desenvolvimento e aprendizagem da criança. Estas atividades ajudam a construir
conhecimento e ainda proporcionam momentos lúdicos e prazerosos para o
desenvolvimento da criança. Baseando-se no pressuposto de que a educação deve
valorizar a formação global da criança, enquanto sujeito este, repleto de
particularidades e subjetividades, poderá contribuir de forma significativa para um
desenvolvimento satisfatório, dentro de metas a serem traçadas e alcançadas.
Apresenta uma proposta pedagógica que valoriza a utilização de atividades lúdicas
que envolvem as expressões e o movimento corporal, como facilitadores do processo
de aprendizagem e desenvolvimento social, psíquico e motor das crianças. Para o
nosso trabalho, utilizou-se a pesquisa bibliográfica com uma abordagem qualitativa na
busca de uma melhor compreensão e organização dos dados. Os resultados
encontrados demonstram que a educação do corpo através das brincadeiras e
expressões corporais contribui de maneira significativa para o desenvolvimento da
criança, e que a prática pedagógica dos professores, deve focar-se na formação plena
dos discentes.
Palavras-chave: Brincadeiras. Expressão corporal. Psicomotricidade.
Desenvolvimento infantil. Ludicidade.
ABSTRACT
This work aims to show the importance of playing the child, both in early childhood
education as in primary education, focusing on the play during the process of
development as a human being, and their contribution to development in teaching and
learning, emphasizing, the pleasure of discovering the world in which it is inserted,
through play, in building their character, their moral and social, according to the
environment in which it is. The play focused as an educational instrument of paramount
importance in the child's development and learning. These activities help to build
knowledge and still provide entertainment and pleasant moments for the development
of the child. Based on the assumption that education should enhance the overall
development of children, while this subject, full of features and subjectivities, can
contribute significantly to a satisfactory development within targets to be traced and
accessed. It presents a pedagogical proposal that values the use of recreational
activities that involve expressions and body movement, as facilitators of the learning
process and social, psychological and motor children. For our work, we used the
bibliographic research with a qualitative approach in the search for a better
understanding and organization of data. The results show that the education of the
body through play and body language contributes significantly to the development of
the child and the pedagogical practice of teachers should focus on the full formation of
the students.
Keywords: Play. Body language. Psychomotor. Child development. Playfulness.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………….. 8
2 O BRINCAR ……………………………………………………………….. 10
2.1 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO SOCIAL …………………………. 16
2.2 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO…………………….. 17
2.3 BRINCAR E MOVIMENTO ………………………………………………. 19
3 A EXPRESSÃO CORPORAL COMO POSSIBILIDADE
PEDAGÓGICA ……………………………………………………………… 21
3.1 EXPRESSÃO CORPORAL E BRINCADEIRAS…………………………. 26
4 PSICOMOTRICIDADE INSTRUMENTO FACILITADOR DA
APRENDIZAGEM …………………………………………………………. 28
4.1 PSICOMOTRICIDADE E O AMBIENTE ESCOLAR ………………….. 29
5 CONCLUSÃO ……………………………………………………………… 31
REFERÊNCIAS ……………………………………………………………. 32
ANEXO I ……………………………………………………………………. 34
8
1. INTRODUÇÃO
A intenção deste trabalho é de analisar a relação entre a ludicidade e a
expressão corporal, estes como mediadores do desenvolvimento biopsicossocial da
criança, identificando suas contribuições para o processo educacional dos alunos, nas
séries iniciais do ensino fundamental e propor que estas brincadeiras sejam utilizadas
como recursos lúdicos, mediadores do desenvolvimento social, psíquico e motor dos
alunos e, a partir destas ações, facilitar o proceso educacional.
Definimos a psicomotricidade, como sendo a relação da ação motora com
os aspectos afetivos, cognitivos e sociais, ou ainda, segundo A Sociedade Brasileira
de Psicomotricidade, o conceito para tal ciência é: “Ciência que tem como objeto de
estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a
origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto”.
Ao desenvolver este trabalho, adotamos como foco a psicomotricidade e a
escrita.
A escrita deve proporcionar um desenvolvimento motor adequado,
desenvolvendo certas habilidades motoras como: a coordenação fina, o esquema
corporal, a lateralização, a discriminação auditiva e visual e a organização espaço
temporal.
A psicomotricidade torna-se auxiliar na execução do movimento
consciente, pois ela deve desenvolver as funções motoras e a sua relação com as
funções mentais. “ É concebida como a integração superior da motricidade, produto
de uma relação inteligível entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado
através do qual a consciência se forma e se materializa”. (MOLINARI e SENS, 1998,
p. 2).
O professor deve desenvolver ações que busquem melhorar as funções
motoras, estas ações irão melhorar a percepção dos alunos, suas possibilidades,
limitações, aliviar tensões e ansiedades, socializar a criança e consequentemente,
melhorar as suas funções mentais.
As brincadeiras corporais contribuem para o desenvolvimento psicomotor
das crianças, trazem grandes benefícios para o trabalho dos educadores, pois a
ludicidade atrelada a expressão do corpo utilizada dentro do processo educacional,
9
pode contribuir para o desenvolvimento dos alunos nas séries iniciais, possibilitando
que os mesmos possam agir na sociedade como cidadãos que valorizam as relações
sociais e as atitudes de respeito à subjetividade e singularidade dos outros.
A partir da definição de que a psicomotricidade é a relação da ação motora
com aspectos afetivos, cognitivos e sociais, como descrito acima, esta visão
transforma o pensamento e analisa o homem numa relação entre pensamento e ação,
englobando funções neurofisiológicas e psíquicas e criando uma relação entre a ação
motora e os aspectos afetivos, cognitivos e sociais.
Este trabalho caracteriza-se ainda, como uma pesquisa bibliográfica, de
abordagem qualitativa, a partir das contribuições de importantes teóricos tais como
Kishimoto (1998), Winnicott (1975), Vygotsky (1994), Piaget (1978), Wallon (1998),
Ossona (1988), Fonseca (1995, 2008 e 2010), Coll, Marchesi e Palacios (2004) dentre
outros.
O nosso trabalho fundamentou-se no pressuposto de que as
brincadeiras que envolvem a ação do corpo, podem contribuir de forma significativa
para o desenvolvimento das faculdades psíquicas, sociais, afetivas e físicas desses
alunos, e no aprofundamento das relações entre psicomotricidade e ludicidade, para
assim, possibilitar-se uma aprendizagem significativa da criança, durante o seu
período de escolarização.
10
2. O BRINCAR
O brincar está presente em diferentes tempos e lugares e de acordo com o
contexto histórico e social que a criança está inserida. As brincadeiras são criadas e
recriadas, através do poder de imaginação das crianças envolvidas.
As brincadeiras de outros tempos estão presentes nas vidas das crianças,
com diferentes formas de brincar, hoje, temos diferentes espaços geográficos e
culturais, nos quais as crianças estão envolvidas, logo, qual a relação que podemos
fazer do brincar com o desenvolvimento, a aprendizagem, a cultura e ainda, como
incorporar a brincadeira em nossa prática educacional?
O brincar é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu
cotidiano e deve se apresentar de forma espontânea, prazerosa e sem
comprometimento. A criança utiliza-se do brincar para expressar seus sentimentos,
seus valores e sua personalidade; no brincar, o movimento tem significado de
expressão, emoção e sentimentos, este constitui na primeira forma de linguagem, a
qual permite à criança agir e atuar no meio em que vive. Desta forma, a
psicomotricidade contribui de maneira efetiva para a formação e para a estruturação
global do indivíduo e tem como objetivo principal, incentivar a prática do movimento
em todas as etapas da vida da criança.
As brincadeiras são universais, estão na história da humanidade ao longo
dos tempos, fazem parte da cultura de um país, de um povo. Achados arqueológicos
do século IV a.C., na Grécia, descobriram bonecos em túmulos de crianças. Há
referências a brincadeiras e jogos em obras tão diferentes como a Odisséia de Ulisses
e o quadro, jogos infantis de Pieter Brughel, pintor do século XVI. Nessa tela, de 1560,
são apresentadas cerca de 84 brincadeiras que ainda hoje estão presentes em
diversas sociedades.
A criança brinca porque sua natureza é simbólica. Ela necessita fazer esse
trânsito entre o material e o imaterial, para assim, se relacionar com a natureza e com
o seu transcendente, aqui utilizado em sua forma total, metafísico, sobrenatural,
escelso, nobre, sublime. Ao fazer isso, ela estará demonstrando a sua essência de
ser criativa, produtora e usuária da cultura em que está inserida.
Segundo Wajskop (2007), na Antiguidade, as crianças participavam, tanto
quanto os adultos, das mesmas festas, dos mesmos ritos e mesmas brincadeiras. O
trabalho não ocupava tanto tempo do dia e nem tinha o mesmo valor existencial que
11
lhe atribuimos neste último século. A participação de toda comunidade, sem
discriminação de idade, nos jogos e divertimentos, tornou-se um dos principais meios
de que se dispunha para estreitar os laços coletivos da sociedade à época. Contudo,
com o passar dos séculos, as brincadeiras e divertimentos passam a sofrer uma
atitude moral contraditória, continuam a ser admitidos pela grande maioria mas,
proibidos e recriminados pelos moralistas e pela Igreja, que os associavam aos
prazeres carnais, ao vício e ao azar, uma negação ao trabalho e como sinônimo de
irreverência e até desinteresse pelo que é sério. Somente depois que se rompeu este
pensamento, durante o Renascimento, passou-se a valorizar a importância do brincar.
Baseando-se em alguns teóricos como Kishimoto (1998), Winnicott (1975),
Vygotsky (1994), Piaget (1978), Wallon (1998), Almeida (2008), Bee (1996) entre
outros, estes, nos mostram que, mesmo em diferentes épocas e períodos, as
brincadeiras estavam inseridas no contexto educacional, ajudando tanto no
desenvolvimento cognitivo, como social das crianças.
De acordo com Kishimoto (1998), o brincar faz com que as crianças,
exerçam a possibilidade de ensaiar novas combinações de ideias e de
comportamentos o jogo era visto como recreação. Desde a antiga Grécia, berço de
nossa civilização, este aparece nas atividades físicas, intelectual e escolar. Na idade
média, torna-se considerado “não sério”, tem a marca de estar associado ao jogo de
azar, bastante praticado na época. Já no Renascimento, período chamado de
compulsão lúdica, a brincadeira, o jogo, passam a ser vistos como uma conduta livre
que favorece o desenvolvimento da inteligência e que pode vir a facilitar o
aprendizado. No Renascimento se constituiu uma nova concepção de infância, em
que a criança “é vista como ser que imita e brinca, dotada de espontaneidade e
liberdade” (KISHIMOTO,1998, p.63)
Durante o Renascimento, período que antecede a transição para a
sociedade moderna, ocorreu a valorização do homem, neste período, as
transformações ocorrem em praticamente todos os setores da produção humana, a
educação passa por mudanças, onde as brincadeiras passam a ser utilizadas como
instrumentos de aprendizagem de conteúdos escolares, contrapondo-se aos
processos educacionais utilizados (castigos físicos), a partir desse novo
desenvolvimento, a educação passou a seguir uma vertente em que os educadores
passam então a ensinar os conteúdos escolares de forma lúdica, favorecendo o
desenvolvimento da criatividade, do imaginário e da espontaneidade das crianças.
12
Como mencionamos acima, na antiguidade, período em que a Grécia
antiga se insere, podemos afirmar o reconhecimento da importância do brincar, já na
ação educativa.
Platão, em as leis (1948), destaca a importância do ”aprender brincando”, em
oposição à utilização da violência e da repressão. Aristóteles analisa a
recreação como descanso do espírito, na Ética a Nicomano (1983) e na
Política (1996) (Apud KISHIMOTO, 1998, p.61).
Segundo Kishimoto (1998) Froebel, filósofo do período romântico,
conhecido como o formador das crianças pequenas, homem responsável pelo
primeiro jardim da infância, utilizou os jogos e brincadeiras como parte essencial do
trabalho pedagógico, afirma em sua obra:
A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem, neste estágio e
ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto um todo da vida natural
interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade,
contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança
que brinca sempre, com determinação auto – ativa, perseverando,
esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem
determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção do seu bem e de
outros... Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é trivial,
é altamente sério e de profunda significação. (Froebel, 1912c, p.55 apud
KISHIMOTO, 1998, p. 68).
Segundo Bettelheim (1988), a observação e análise de crianças brincando,
possibilita entender a visão de mundo que as mesmas possuem. Para ele, brincar é
uma atividade que deve ser praticada e respeitada, pois nela as crianças aprendem o
funcionamento de uma vida em sociedade, a inserção social, dentro do contexto sócio
cultural em que se inserem. Wallon, em A evolução psicológica da criança (1998),
ressalta que as atividades lúdicas são próprias das crianças e que fazem parte da sua
evolução. Piaget em seu livro A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e
sonho, imagem e representação (1978), ressalta que o jogo é importante para o
desenvolvimento da inteligência da criança.
Almeida (2008), afirma que as atividades lúdicas desenvolvem algumas
características nas crianças, as quais contribuem para o trabalho do educador como:
controle da ansiedade; rever limites; reduzir a descrença na autocapacidade; diminuir
a dependência e possibilitar a autonomia; aprimorar as coordenações motoras;
melhorar o controle segmentar; aumentar a atenção e a concentração; ampliar o
raciocínio lógico; desenvolver a criatividade e perceber a socialização e a coletividade.
O ato de brincar, deve ser visto como uma necessidade básica e um direito de todas
as crianças, sendo para estas uma experiência humana, rica e complexa.
13
Para Vygotsky (1984), os elementos fundamentais da brincadeira são: a
situação imaginária, a imitação e as regras. Segundo ele, sempre que brinca, a criança
cria uma situação imaginária na qual assume um papel, que pode ser, inicialmente, a
imitação de um adulto observado. Assim, ela traz consigo regras de comportamento
que estão implícitas e são culturalmente constituídas. Num momento posterior, a
criança se afasta da imitação e passa a construir novas combinações e, também,
novas regras. Assim o brincar da criança cria uma situação imaginária que pode ser
considerada um meio para desenvolver o pensamento abstrato. Como a criança está
em desenvolvimento, a brincadeira é um processo ativo utilizado por ela na exploração
do meio com o objetivo de descobrir a si mesma, apreender a realidade, vivenciar o
lúdico e tornar-se capaz de ser e interagir com o ambiente em que vive. É uma
atividade que insere o sujeito no processo de desenvolvimento social e cultural.
“É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: O brincar facilita o
crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos
grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia;
finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente
especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com
os outros” (WINNICOTT, 1975, p. 63).
A brincadeira expressa o simbolismo, quando brinca, a criança expõe os
seus anseios e necessidades. O brincar proporciona o desenvolvimento da identidade
e da autonomia, a socialização, o contato com regras sociais, possibilidades de
escolhas, resolução de situações problemas e o desenvolvimento da imaginação
através das brincadeiras de faz-de-conta, do jogo simbólico, representativo ou
imaginário. Por isso, o brincar de faz-de-conta na Educação Infantil é importante, pois
por consequência dessas brincadeiras originam-se todas as outras formas de brincar.
Segundo Winnicott (1975), a brincadeira de interpretação pode ser
comparada a uma sessão psicoterapêutica, pois nela as crianças muitas vezes,
expressam as situações vividas no seu cotidiano e demonstram suas inquietações,
pressões e outras situações vivenciadas nos ambientes que elas estão inseridas. Para
Winnicott (1975, p.74), “o brincar é por si mesmo uma terapia”.
No brincar, a criança expõe uma das ações mais importantes do ser
humano, a adaptação, adaptação a realidade vivida e observado no meio em que esta
inserida. Nas brincadeiras as crianças imitam os adultos ou crianças mais velhas,
representam papeis idealizados, exercitando assim a observação.
Na infância, quando a criança passa a frequentar creches e escolas, esta
passa a vivenciar experiências de conhecimento e aprendizagem, diferentes das do
14
ambiente familiar, nessa fase do desenvolvimento infantil, o uso de recursos lúdicos,
propicia a criança transformar e adaptar a realidade a seus interesses.
No brincar, em relação a transformação e apropriação da realidade,
Kishimoto (2001) afirma:
O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe
no cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um
dos objetivos do brinquedo é dar a criança um substituto dos objetos reais,
para que possa manipulá-los. (KISHIMOTO, 2001, P.18).
Para a criança, brinquedo e brincadeira, representam a realidade vista pelo
seu olhar, hábitos, costumes, atitudes, passam a se fixar na memória da criança,
fazendo com que assim, se adapte ao ambiente em que está inserida.
Brincar, é a linguagem que a criança utiliza para se comunicar com as
pessoas do seu convívio, familiares ou colegas, este ato, ajudará em sua formação,
passa a ser o papel da construção e constituição do sujeito.
O prazer, proporcionado por brinquedos e brincadeiras, tornam-se
fundamentais para estruturar o mundo psíquico da criança, fundamentais para o seu
equilíbrio.
Para a psicanálise, o brincar revela como a criança é, e como ela pensa.
Freud ratifica que o brinquedo e o brincar, “são representantes psíquicos dos
processos interiores da criança” (Freud, apud MRECH, 1999).
O uso da atividade lúdica como uma das formas de revelar os conflitos
interiores das crianças foi, sem duvida, uma das maiores descobertas da
psicanálise. É brincando que a criança revela seus conflitos. De uma forma
muito parecida como os adultos revelariam falando. (MRECH, 1999, p. 111)
O professor das séries iniciais deve buscar relações entre as brincadeiras
infantis, o desenvolvimento social, psicológico e cognitivo da criança, de modo que
essa relação possa favorecer o desenvolvimento do aluno. As brincadeiras facilitam a
situação de aprendizagem, na descontração destas, a criança arriscará atitudes,
ações, que talvez se evitaria em situações normais. Esta ação, resultará no
aprendizado de novos conhecimentos e experiências. É importante citar também que
o lúdico estimula o pensamento criativo, e a capacidade criadora da criança, pois “a
imaginação é o brinquedo em ação” (Vygotsky, 1994, p.123). O pensamento lúdico
criativo estimula a capacidade que o ser humano tem em se adaptar a novas
situações, transformando aquilo que lhe foi oferecido em objeto do seu desejo, dando
utilidades e transformando os objetos e situações de acordo com suas necessidades.
15
No brinquedo, o pensamento esta separado dos objetos e a ação surge das
idéias e não das coisas: Um pedaço de madeira torna-se um boneco e um
cabo de vassoura torna-se um cavalo (VYGOTSKY, 1994, p.128).
Brincadeiras auxiliam na capacidade do ser humano em se adaptar às
novas situações, encontrar soluções para problemas que se apresentam. Criar e
adaptar serão trabalhados e assim, quando da situação problema apresentada, a sua
memória poderá conter informações necessárias para vislumbrar possíveis soluções.
Não podemos deixar de mencionar que a cultura lúdica, também está
inserida na sociedade em que se apresenta, logo, moral e costumes, muitas vezes
determinará os conceitos pré-estabelecidos e visões estereotipadas sobre
determinados assuntos. Menino brinca com carrinho, menina com boneca, entre
outras coisas... Será necessário cuidado para não limitarmos assim, o horizonte de
pensamentos e imaginação em que a criança pode alcançar, limitar o que é certo e
errado é uma situação, outra seria limitar o que consideramos certo e errado dentro
da nossa visão, tanto de pais e professores.
As atividades lúdicas devem possibilitar o desenvolvimento integral da
criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente,
convive socialmente e opera mentalmente. (SANTOS, 1998, p. 20)
Estimular a interação social será o papel de pais e professores. Para
Winnicott (1982) é muito importante que os adultos estimulem a capacidade de brincar
das crianças, por que:
Se uma criança estiver brincando, haverá lugar para um sintoma ou dois, e
se ela gostar de brincar, tanto sozinha como na companhia de outras
crianças, não há qualquer problema grave à vista. Se nessa brincadeira for
empregada uma fértil imaginação e se, também, o prazer que houver nelas
depender de uma exata percepção da realidade externa, então a mãe poderá
sentir-se bastante feliz. (WINNICOT, 1982, p. 147)
As brincadeiras comprovam que as crianças são capazes de conviver em
grupo e expressar seus anseios e certezas, pois nesses ambientes as crianças são
convidadas a experimentar novas situações, ficam mais aptas a resolver o grande
quebra cabeças da nossa vida. Peças que não se encaixavam passam a fazer sentido,
graças a troca de experiências, que a brincadeira possibilita.
16
2.1 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
A criança começa a se desenvolver no mundo lúdico, nas brincadeiras
entre mamãe e seu bebê, fase em que a criança começa aprender a brincar, a criança
inicia esse processo com um papel que pode ser comparado ao do brinquedo e que
só depois passa a desempenhar um papel ativo na brincadeira. Com o passar do
tempo, a atividade lúdica se aprimora e a criança passa a brincar de outras formas,
mesmo sozinha ou com outras pessoas em novos e diferentes contextos.
A interação precoce entre mãe e bebê sempre foi e será fundamental, o
afeto demonstrado é o início das relações emocionais que irão propiciar o
desenvolvimento dos futuros contatos sociais.
A visão interacionista fundamenta-se na questão de que a aprendizagem
se desenvolve em relação a um contexto sociocultural e histórico que é mediado pela
comunicação, ou seja, o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para
dentro. “É bom lembrar que a escola, ao possibilitar uma vivencia social, diferente do
grupo familiar, desempenha um importante papel na formação da personalidade da
criança” (GALVÃO, 1995, p.101).
Neste contexto, o professor surge como o mediador do processo de
aprendizagem, deve utilizar o recurso do brinquedo e da brincadeira para estabelecer
um ambiente de aprendizagem significativa, de modo que a construção do
conhecimento possa ocorrer através de situações lúdicas e prazerosas.
Segundo Vygotsky (1994), essa mediação acorre através da zona de
desenvolvimento proximal ou iminente, que é determinada pela capacidade de
resolver um problema sem ajuda, e o seu nível potencial, determinado pela
capacidade de resolução de problemas sob a orientação de sujeitos mais experientes.
Quer dizer, é a série de informações que a criança tem a potencialidade de aprender,
mas que ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual,
mas potencialmente atingíveis.
Assim o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança.
No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento
habitual de sua idade, além de seu comportamento diário, no brinquedo é
como se ela fosse maior do que é na realidade (VYGOTSKY, 1994, p.134).
O brincar possibilitará a criança estar diante de situações, as quais irão
exigir a capacidade de solucionar problemas e se adaptar diante de novas situações.
17
No momento em que a criança começa a sua fase escolar, a brincadeira
deve ser utilizada como recurso lúdico de estímulo intelectual e interação social,
favorecendo o maior desempenho da aprendizagem. A brincadeira na escola, durante
os anos iniciais, apresenta diferentes possibilidades educativas e de construção do
sujeito social e psicológico. Brincar deve ser prazeroso e permitir a criança, a
descoberta de novas experiências e interesses.
Percebe-se que, com o passar do tempo, as brincadeiras mudam e as
crianças as utilizam conforme a sua idade, todos nós já escutamos alguma criança,
afirmar que não tem mais idade para aquela brincadeira. Ou seja, em cada fase do
desenvolvimento infantil o professor deve estar preparado para utilizar a brincadeira
adequada no processo de facilitação do desenvolvimento. Além de que o ambiente
cultural que a criança está inserida também vai determinar os interesses por
determinados tipos de brincadeira.
O professor pode utilizar as brincadeiras, atividades lúdicas com seus
alunos, e construir um ambiente de aprendizagem prazeroso, onde a relação de
ensino-aprendizagem ocorre de maneira significativa, favorecendo o desenvolvimento
global das crianças. O ambiente deve estimular a exploração e a experimentação de
situações e objetos novos, ou seja, a estrutura deve estar preparada para a interação
das crianças. Já quando se trata das relações sociais, a brincadeira livre, sem a
intervenção do docente, o imaginário no ambiente de recreação também representará
um fator fundamental para o desenvolvimento pleno dos alunos.
2.2 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
.Segundo Almeida (2008) os jogos cognitivos, facilitam o desenvolvimento
do raciocínio lógico. Estes exigem uma maior concentração e atenção, podendo
assim, contribuir para o aprendizado da resolução de problemas, nas situações em
que a criança estará inserida.
Se você observar crianças pequenas em seus momentos não estruturados,
vê-las construindo torres com blocos, conversando com suas bonecas ou
alimentando-as, fazendo “chá” com o conjunto de chá, dirigindo caminhões
pelo chão, vestindo-se com roupas de adultos. Elas estão, numa palavra,
brincando. Esta não é uma atividade trivial ou vazia; é disso que parece
depender grande parte do desenvolvimento cognitivo. (BEE, 1996, p. 199)
18
Bee (1996), afirma que as brincadeiras mudam, conforme o
desenvolvimento da criança e essas mudanças seguem uma sequência de estágios
que se assemelham aos estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget.
- O brincar sensório motor: A criança por volta dos 12 meses de idade passa
a maior parte do seu tempo explorando e manipulando objetos, fazendo uso de todos
os esquemas sensório – motores que lhe é possível. “Ela coloca coisas na boca,
sacode-as, movimenta-as pelo chão” (BEE, 1996, p. 199).
- O brincar construtivo: Depois dos 12 meses a criança utiliza os objetos
para construir coisas, nesse período os seus esquemas mentais, possibilitam que a
criança monte quebra-cabeça, utilize brinquedos de montar e encaixar para construir
torres, construir objetos com argila e massa de modelar.
- O brincar de faz de conta: “O primeiro sinal dessa situação de, faz de
conta normalmente é algo como a criança usar uma colher de brinquedo para
“alimentar-se” ou um pente de brinquedo para pentear seu cabelo“ ( BEE, 1996, p.
199 ). Nesse período entre os 15 e 21 meses de idade a criança utiliza os brinquedos,
mesmo que no faz de conta na sua finalidade, ela utiliza a xícara para fingir que está
bebendo algo, ou o pente para fingir que esta penteando o cabelo de sua boneca.
- O brincar de faz de conta substituído: Só entre os 2 e3 anos de idade que
a criança passa a utilizar os objetos para representar outros totalmente diferentes. A
vassoura vira cavalo, a massinha de modelar comida, entre tantos outros...
- Brincar sócio dramático: Nesse momento por volta dos 2 ao 4 anos de
idade a maioria das crianças, já estão em fase escolar. Nesse período elas começam
a desempenhar papéis e assumir personagens nas suas brincadeiras.
Segundo Piaget (1978), o conhecimento nas crianças é construído
progressivamente durante a sua adaptação.
Crianças que brincam aprendem a decodificar o pensamento dos parceiros
por meio da metacognição, o processo de substituição de significados, típico
de processos simbólicos. É essa perspectiva que permite o desenvolvimento
cognitivo. (KISHIMOTO, 1998, p.150)
A metacognição, igualmente conhecida como teoria da mente, conceito
este que nasceu na psicologia e nas ciências cognitivas para fazer referência à
capacidade que os seres humanos têm de atribuir pensamentos e intenções a outras
pessoas, mostra que as brincadeiras tornam-se essenciais para o desenvolvimento
cognitivo, proporcionam às crianças a possibilidade das relações destes com os
19
objetos externos, construindo um ambiente de assimilação e acomodação de novos
conhecimentos.
As brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da
criança, já que elas estimulam a descoberta de novas situações favorecendo o
desenvolvimento da aprendizagem. Através de novas estruturas mentais, novas
conexões cerebrais, as crianças percebem a sociedade, o mundo em que estão
inseridas, compreendendo-o e transformando-o.
2.3 BRINCAR E MOVIMENTO
A criança aprende brincando, antes de falar, expressam emoções e
necessidades através de gestos e expressões, com o seu desenvolvimento, tornam-
se mais compreensíveis, utiliza a expressão corporal antes de qualquer outra forma
de comunicação.
As crianças aprendem através de seus sentidos, de seus movimentos e de
suas ações. Cada dia na vida de uma criança é um dia cheio de atividades e
de novas situações de aprendizagem. A criança aprende vivendo,
experimentando, fazendo descoberta, agindo. (Coscione, apud SIQUEIRA,
2007, p. 35).
Galvão (1995) cita Wallon quando diz que o movimento tem um papel
fundamental na afetividade e também na cognição. O afeto, o ato motor a inteligência,
são campos funcionais entre os quais se distribuem a atividade infantil.
Para completar as suas ideias e pensamentos, a criança utiliza-se do corpo,
através dos gestos para tentar ser compreendida, situação em que nós educadores
devemos estar atentos.
As linguagens e as formas de expressão dinamizam a forma dos indivíduos
se relacionarem com o mundo, tornando-se sujeitos de seu corpo e de seu ambiente.
Então, a valorização das atividades em grupo através das brincadeiras no ambiente
escolar, poderá contribuir de forma significativa para as relações sociais das crianças
nessa fase.
O professor deve ajudar os alunos a utilizar todas as possibilidades que a
brincadeira oferece, e assim, desenvolver trabalhos que contribuem para o
desenvolvimento psicomotor das crianças, possibilitando aos alunos um ambiente de
aprendizagem que respeite e valorize suas necessidades.
20
Com o ato, brincar espera-se que as relações entre as crianças possam
contribuir nas atividades apresentadas pelos professores para enriquecer à dinâmica
das relações sociais na sala de aula
O educador precisa estar preparado para utilizar todos os tipos de
brincadeiras e todos os materiais que dispõe para ter uma gama maior de estratégias
a sua disposição.
A escola deve respeitar a criança como um todo e assim promover o seu
desenvolvimento integral e é por isso que não se deve levar à padronização de hábitos
que não são mais utilizados pelos professores. Os professores devem resgatar
atividades de brincar de maneira global, utilizando como um antecedente da
aprendizagem que virá com a alfabetização. Utilizando-se muitas vezes de jogos e
brincadeiras, os professores poderão estimular às crianças para uma aprendizagem
muito mais fácil.
O brincar é uma atividade normal do ser humano. Ao brincar a criança fica
tão envolvida com que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção.
O professor deverá ajudar os alunos a utilizar todas as possibilidades que
a brincadeira oferece, e assim, desenvolver trabalhos que venham a contribuir para o
desenvolvimento psicomotor dos mesmos, disponibilizando um ambiente de
aprendizagem que respeite e valorize suas necessidades.
21
3. A EXPRESSÃO CORPORAL COMO POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA
As crianças expressam suas emoções e necessidades através de gestos e
expressões corporais, antes de desenvolver a linguagem. Ao longo do tempo, esses
movimentos se aprimoram, e a expressão corporal continua sendo utilizada ao longo
da sua vida.
A criança,primeiro começa a se movimentar explorando o ambiente e
espaço com os olhos e depois segurando os objetos e trazendo para perto dos olhos
buscando uma melhor observação. Logo depois, como no início da evolução da
humanidade, a criança começa a balbuciar alguns sons, que pouco a pouco vão sendo
aprimorados dando início ao processo da comunicação verbal. Vale ressaltar que
antes da fala a criança apenas se comunica através de gestos e expressões, que
facilmente são percebidas pela mãe e outras pessoas que são próximas.
Na sequência, a criança aprende a se equilibrar de pé, e dá início a uma
nova exploração do espaço, que ressalta Gonçalves (1998) como “necessidade vital
de movimento”, pois essas explorações vão propiciar ao indivíduo novas descobertas,
e aprimoramento da linguagem do corpo. Trazendo para a análise filogenética pode-
se observar que.
È possível que a liberação dos membros pela postura bípede tenha
possibilitado que os objetos fossem trazidos para a frente dos olhos, e ao
concentra-se neles, o ser humano tenha iniciado o processo de reflexão (
Dennet apud GONÇALVES, 1998, p. 51).
De acordo com Gonçalves (1998), notamos que a reflexão nasce de um
movimento, processo que é realizado, pela maioria das crianças.
A expressão corporal é uma das formas de comunicação não verbal do ser
vivo em sua relação com os outros seres. Entre os seres humanos, algumas atitudes,
algumas expressões denotam claramente o estado de ânimo do indivíduo e a prática
da observação adquirida na própria vida de relações sociais nos ensina a distinguir e
interpretar cada uma dessas expressões, pois tudo que o ser humano realiza na
realidade de todo o dia exige uma expressão corporal que pode denotar um especial
estado de espírito.
Na educação essa expressão corporal deve ser considerada como uma
prática pedagógica que oriente os alunos a encontrar um dos caminhos para a
criatividade, pois reúne a sensibilização e a conscientização por meio de movimentos,
posturas e atitudes.
22
Como já mencionamos as crianças, demonstram seus sentimentos através
do corpo, de seus gestos e expressões faciais. Assim, a expressão corporal torna-se
uma fonte de aprendizado e também uma forma de comunicação e os profissionais
de ensino devem ficar atentos e incluí-la em suas práticas pedagógicas para explorar
as possibilidades criativas e, consequentemente, para aumentar o desenvolvimento
motor e cognitivo de seus alunos, seja através de brincadeiras, dança, teatro, música,
ou o que a sua criatividade permitir.
Seguindo a ordem filogenética da humanidade, nós aprendemos
primeiramente a nos movimentar, situar-nos no ambiente e explorá-lo. Em
seguida começa-se a tomar consciência deste corpo que existe, seus limites
e suas capacidades. (GONÇALVES, 1998, p. 49)
Dentro do desenvolvimento infantil, a criança começa a explorar o meio,
através do olhar e depois segurando objetos, observando os mesmos e assim já
começar a exercer a imaginação.
A expressão corporal é uma forma de linguagem imediata, que expressa a
si mesma, sem necessidade de recorrer a outros recursos para se comunicar.
“Não queremos dizer com isso que o corpo seja o meio mais importante da
expressão, mas sim que é uma via a mais, que tem a vantagem de ser o único
instrumento de expressão utilizado pelo homem desde que nasce”. (Stokoe,
1987, p.20)
A expressão corporal envolve a percepção e a conscientização do eu, das
posturas, dos gestos, das atitudes nas ações do cotidiano para nossas necessidades
de comunicação e interação na sociedade. Esta linguagem permite que o ser humano
se perceba e assim se expresse para os outros.
Cada criança, ou indivíduo é único, particularidades e subjetividades, assim
a expressão corporal também será única de cada um, manifestando-se através da
singularidade de cada indivíduo representada através de seus movimentos. Para
Brikman (1989) “A forma de mover-se e as atitudes posturais de cada indivíduo
expressam sempre sua personalidade, suas circunstâncias psicológicas, social e
cultural”.
Para ir ao encontro da linguagem do corpo é preciso desenvolver todas as
possibilidades do movimento corporal, o que exige a descoberta do próprio
corpo pela via da sua sensibilização, vivência e conscientização, ou seja,
perceber os aspectos, físicos e psíquicos do corpo e suas inter-relações.
(BRINKMAN, 1989, p. 13).
23
Cada ser humano tem sua subjetividade na maneira em que se relaciona
com os outros e com ele mesmo, cada indivíduo sorri, se movimenta, anda e se
comporta de um jeito único.
A expressão corporal revela a alegria de se descobrir através da exploração
do próprio corpo, os sujeitos aprendem pelas experiências do corpo a agirem
livremente no espaço que vive.
É importante esclarecer a diferença entra expressão corporal e movimento,
segundo Brikman (1989) a expressão corporal se confunde para muitos com o
movimento corporal. Um está ligado ao outro, contudo, não se pode dizer que são a
mesma coisa. No conceito de Brikman (1989) mostrado no livro A linguagem do
movimento corporal, a expressão corporal é a continuidade do movimento, limitado às
condições que o meio social impõe. Com a expressão daquilo que o corpo está
acostumado a ser e exercer, é possível libertar sensações, sentimentos, vontades as
quais o corpo oprime, devido a uma exigência social.
Também vale aqui mencionar os códigos gestuais, utilizados por pessoas
que apresentam dificuldades na fala, essas pessoas buscam em expressões corporais
e signos gestuais formas de completar seu pensamento, que não pode ser expresso
verbalmente, porém, não podemos confundir a linguagem da expressão corporal, com
a linguagem de sinais, utilizada por sujeitos surdos.
O corpo fala, a linguagem do corpo é composta de variadas e harmônicas
formas de expressão, como por exemplo, um sorriso, um olhar, a forma como um
indivíduo senta, cruza as pernas e os braços, pega no cabelo, estufa o peito ou franze
a sobrancelha.
Essas e outras expressões corporais são utilizadas espontaneamente pelo
sujeito, e refletem muito sobre sua personalidade, emoções e outros significados. Por
isso é importante que a expressão corporal seja valorizada na escola, principalmente
nas séries iniciais, fase em que a criança está descobrindo novas possibilidades de
relacionar-se com o mundo. Porém, não é comum perceber essa valorização da
linguagem do corpo na maioria das escolas de ensino fundamental. Talvez exista
alguma melhora, com a possível aprovação da reforma educacional, MP 746/2016,
que está em andamento, a qual confere a prática da educação física, a partir da
educação infantil, mas que a retira do ensino médio.
Se o movimento e a expressão corporal são inerentes ao ser humano, se
essas expressões e movimentos fazem parte da constituição do sujeito na esfera
24
biopsicossocial, às leis que regem a educação nacional, devem estar de acordo com
isto, visto que o nosso objetivo é a formação do cidadão pleno. Para que assim,
possibilite-se uma formação docente que conheça e valorize as necessidades
corporais dos alunos a partir já da educação infantil.
Devemos nunca esquecer, que o objetivo da escola é preparar o aluno para
a vida e não só nos preocupar apenas com conteúdos e informações. Educar é formar
um cidadão pleno, capaz, criativo e responsável.
O movimento significa vida. Um organismo que não apresenta nenhuma
forma de movimento orgânico está morto ou próximo dela, Ao deixarmos o
movimento corporal fora das estratégias de aprendizagem e desenvolvimento
da escola, estamos mutilando a natureza filogenética das crianças que,
feridas em sua ontogenia, tornar-se-ão futuros adultos mutilados
(GONÇALVES, 1998, p. 55).
Todo conhecimento que é adquirido através da experiência do corpo com
o mundo exterior numa relação significativa entre homem – objeto acontece de forma
prazerosa, porque através desses contatos o indivíduo experimenta uma forma de
aprendizagem pautada nas relações interpessoais, relações essas que possibilitam
uma aprendizagem fundamentada nas experiências adquiridas diariamente através
das relações do sujeito com o ambiente em que vive.
Leonardo Boff, no prefácio do livro Reencantar a educação: Rumo à
sociedade aprendente (1998), ratificou que o ser humano não aprende só com o
cérebro, ele aprende com o corpo, através das suas relações. Aprender faz parte da
vida, o ser humano aprende em todas as etapas do seu processo evolucionário.
Assim, para viver e “sobreviver” em sociedade o ser humano deve se
adaptar as novas situações, se adequar aos padrões que a sociedade exige vivenciar
novas experiências a cada dia, e desse modo, adquirir conhecimento através da
experiência pessoal para o seu desenvolvimento.
Segundo Gardner (1994), a inteligência corporal, cinestésica, é
fundamental para o desenvolvimento do todo.
“Característica dessa inteligência é a capacidade de usar o próprio corpo de
maneiras altamente diferenciadas e hábeis para propósitos expressivos
assim como voltados a objetivos (...). Igualmente características é a
capacidade de trabalhar habilmente com objetivos, tanto os que envolvem
movimentos motores finos dos dedos e mãos quanto os que exploram
movimentos motores grosseiro do corpo” (GARDNER, 1994, p. 161).
Este define como centro da inteligência corporal a capacidade do ser
humano de controlar os movimentos do corpo e a habilidade de manusear os objetos.
25
A introdução da expressão corporal na educação infantil seria um
complemento para outras disciplinas tradicionais objetivando o desenvolvimento
intelectual do aluno, sendo que o desenvolvimento intelectual é favorecido através do
desenvolvimento equilibrado de diferentes áreas da formação do sujeito como a
social, o cognitivo e o corporal.
Outro ponto também muito importante da expressão corporal para o
trabalho docente é a possibilidade que ela oferece ao professor de identificar algumas
situações em sala de aula através da expressão corporal de seus alunos. Então é
muito importante que o professor esteja habilitado para ler e interpretar a linguagem
corporal dos seus alunos, pois é fato que essas crianças vão expressar sua linguagem
corporal em sala de aula, seja como “espectador” de uma aula, ou seja, como
“protagonista” nas suas brincadeiras individuais ou em grupo.
Assim depois de observada a linguagem corporal dos seus alunos, o
professor poderá identificar algumas qualidades e necessidades dos mesmos e
desenvolver um trabalho que busque valorizar essas qualidades, atitudes das
crianças, lideranças de alguns, timidez, autoestima, entre outros... Com isso o
professor deve estar preparado para perceber as necessidades dos alunos em se
expressar através do corpo na busca da relação significativa de ensino-aprendizagem.
No desenvolvimento do trabalho educacional, as atividades pedagógicas
não podem se apresentar de forma descontextualiza, sem vínculos com a realidade e
as necessidades dos alunos, fazendo com que a aprendizagem seja pouco
significativa.
Sabendo que existem diversas formas de linguagem sendo uma delas a
linguagem corporal, possibilidade pedagógica, que pode ser trabalhada em sala de
aula objetivando o desenvolvimento de diferentes competências independentemente
da aptidão dos alunos, os diretores e coordenadores poderiam, investir na capacitação
do profissional de educação, para assim facilitar o trabalho dos docentes com a
linguagem do corpo, possibilitando o desenvolvimento de um trabalho que valoriza
uma manifestação artística que realmente integra o corpo e a mente, pois “o
importante é que o professor tenha a formação e a informação adequada e o domínio
dos recursos que possibilitem ao aluno enriquecer sua linguagem do movimento”.
(BRIKMAN, 1989, p. 82)
É na fase escolar que as crianças passam por transformações, tanto
motortas como intelectuais, nesta fase o professor deverá ajudar os alunos a utilizar
26
todas as possibilidades que a linguagem do corpo oferece, cabe ao professor oferecer
um ambiente de aprendizagem que contribua para o processo de intercâmbio entre
linguagens, auto-conscientização, descoberta de novas possibilidades de
comunicação, que valorize as necessidades de cada indivíduo e busque assim, a
formação do cidadão pleno.
3.1 EXPRESSÃO CORPORAL E BRINCADEIRAS
As atividades de expressão corporal contribuem para o desenvolvimento
físico e social da criança. A criança exposta a essas atividades, estará apta a crescer
bem mais desinibida e mais preparada para resolver conflitos relacionados ao seu
meio social. Contudo, é importante que o educador seja consciente sobre os
benefícios que a expressão corporal pode trazer para o desenvolvimento da criança e
do adolescente e esteja aberto a criar e a oferecer mais condições e atividades para
que isso ocorra.
Nas escolas podem ser aplicadas diversas atividades que possibilitem
desenvolver as capacidades de percepção das possibilidades e limitações do próprio
corpo, além da satisfação da descoberta e do alívio de tensões e ansiedades. No final
deste trabalho (ANEXO I), estão listadas algumas atividades que o professor pode
aplicar para desenvolver as capacidades de expressão corporal em seus alunos. No
final deste trabalho, estaremos listando algumas práticas que podem ser utilizadas
pelos professores.
A valorização dos trabalhos com a ação do corpo através das
brincadeiras,possibilita que os alunos aprendam a compreender o ponto de vista de si
e do outro e a expressar a sua criatividade de forma significativa dentro e fora do
ambiente escolar.
Para Bruner o jogo e as brincadeiras são muito importantes para a
aprendizagem de comportamentos sociais e o uso de ferramentas.
Ferramentas essas que são utilizadas de forma mais precisa ao passo que
se desenvolve a capacidade sensório motora. (KISHIMOTO, 1998, p.141)
As atividades lúdicas que envolvem a linguagem do corpo trazem
benefícios nos aspectos emocionais, sociais, motores e intelectuais dos alunos. A
partir dos trabalhos que valorizam e utilizam à linguagem da expressão corporal sob
o auxílio da ludicidade, os alunos obtêm contribuições na formação de um senso
27
crítico e consciente além de potencializar os processos criativos e comunicativos
despertando valores culturais, simbólicos e artísticos.
A brincadeira é a prova evidente da capacidade criadora infantil, verifica-se
que o ato de brincar, permite a criança desenvolver suas potencialidades e caminhar,
de descoberta em descoberta, criando soluções e aprendendo a viver e conviver com
os demais. A cada descoberta, a criança se sente mais curiosa, passando a
manifestar, através das formas variadas de expressão, as bases de sua personalidade
em desenvolvimento. É a fase da alegria, dos sonhos e da imaginação. Através destas
brincadeiras, desenvolve-se o desenvolvimento mental, enriquecimento da
linguagem, da criatividade, do espírito de observação e a descoberta.
28
4. PSICOMOTRICIDADE INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM.
A motricidade do ser humano e a capacidade de pensar e agir de acordo
com seus desejos desenvolvidos no intelecto é o que nos diferencia dos outros
animais. Assim, desse modo os outros animais possuem apenas a motricidade.
Do ato ao pensamento e do gesto a palavra, o ser humano dotado de novos
processos psíquicos de informação entre o corpo e o cérebro adquiriu a
postura bípede, libertou as mãos para fabricar ferramentas, emancipou a
boca e a face para comunicar sentimentos e pensamentos com os seus
semelhantes e finalmente, inventou o símbolo para fazer historia, transmitir
cultura e produzir arte e ciência. (FONSECA, 2010, p. 8)
Para Fonseca (2010), é por meio da motricidade que podemos entrar em
contato com os objetos e a partir desse contato, podemos confeccionar ferramentas
para nosso uso, e também por meio dessa motricidade podemos expressar nossas
emoções e estados de espírito, pois nela se fundamenta as comunicações verbais e
não verbais, com nossos semelhantes.
A Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades
que desenvolve a motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do
seu próprio corpo. Por isso dizemos que a mesma é um fator essencial e indispensável
ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da Educação
Psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de aprendizagem da
criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico; quando uma criança
apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte, está
no nível das bases do desenvolvimento psicomotor.
O ato antecipa a palavra, e a fala é uma importante ferramenta psicológica
organizadora. Através da fala, a criança integra os fatos culturais ao desenvolvimento
pessoal. Quando, então, ocorrem falhas no desenvolvimento motor poderá também
ocorrer falhas na aquisição da linguagem verbal e escrita. A criança, cujo
desenvolvimento psicomotor é mal constituído, poderá apresentar problemas na
escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras (ex: b/d), na ordenação de
sílabas, no pensamento abstrato (matemática), na análise gramatical, dentre outras.
A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:
dominância manual já estabelecida; conhecimento numérico para saber quantas
sílabas formam uma palavra; movimentação dos olhos da esquerda para a direita que
29
são os adequados para escrita; discriminação de sons (percepção auditiva);
adequação da escrita às dimensões do papel, bem como proporção das letras e etc;
pronúncia adequada das letras, sílabas e palavras; noção de linearidade da
disposição sucessiva das letras e palavras; capacidade de decompor palavras em
sílabas e letras; possibilidade de reunir letras e sílabas para formar palavras e etc.
4.1 PSICOMOTRICIDADE E O AMBIENTE ESCOLAR
A educação psicomotora é fundamental, sobretudo na compreensão de
que a educação não deve ocorrer de forma fragmentada, mais sim de forma que
valorize o ser humano completo formado de corpo e mente.
A educação psicomotora trata de obter a consciência do próprio corpo, o
domínio do equilíbrio, o controle e mais tarde, a eficácia das diversas
coordenações globais e segmentares, o controle da inibição voluntaria e da
respiração, a organização do esquema corporal e a orientação no espaço;
uma correta estruturação espaço-temporal e as melhores possibilidades de
adaptação ao mundo exterior. (Vayer e Picq e Vayer, 1977apud STOKOE E
HARF, 1987, p.129)
O trabalho com psicomotricidade dentro das escolas, pode contribuir para
o desenvolvimento global da criança. Portanto é importante que os professores
estejam cientes do seu papel nesse processo de desenvolvimento, e que estejam
preparados para executar um trabalho que valorize a educação psicomotora.
Uma estruturação sistemática do trabalho docente, com foco nos
resultados significativos na educação psicomotora dos discentes. Trabalho esse que
valorize o planejamento, uma vez que sem planejamento o trabalho acaba
enfrentando uma série de contratempos, que o direcionam para outros caminhos e
conseqüentemente a perca do foco inicial. Por isso o docente que visa desenvolver
um trabalho com psicomotricidade deve ter objetivos claros, e muito bem definidos.
Esse professor tem que assumir uma postura de observador/mediador, pois são as
atividades do cotidiano que serão adaptadas para a aplicação de atividades
psicomotoras.
Ao longo do crescimento da criança, ocorrem significativas mudanças no
seu cérebro, essas mudanças vão ser fundamentais no desenvolvimento da
psicomotricidade. Nesse período, nota-se uma mudança no desenvolvimento
psicomotor que é muito importante, essa mudança é o progresso da independência e
da coordenação motora.
30
A educação psicomotora corresponde não apenas ao controle de funções
e desenvolvimentos corporais, mais sim, em uma possibilidade de favorecer o
desenvolvimento global da criança em fase escolar.
Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento é
um instrumento e uma peça importante e fundamental do edifício pedagógico, que
permite à criança resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e
a prepara, por outro lado, para a sua existência futura no mundo adulto, essa atividade
não ficará mais relegada ao segundo plano, sobretudo porque o professor constatará
que esse material educativo não verbal, constituído pelo movimento é, pôr vezes, um
meio insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver certas formas de
atenção, por em jogo certos aspectos da inteligência.
31
5. CONCLUSÃO
Nesse trabalho, buscamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a
necessidade e os benefícios do brincar na escola. Percebe-se que o brincar existe
desde a antiguidade, já sendo utilizado como fonte de ensino e que até os dias atuais
podemos verificar que além de ser usado como fonte de aprendizagem, ele também
é usado para um melhor desenvolvimento em todos os aspectos da criança.
Muitas vezes as crianças ficam a mercê do espaço para brincar, espaço
que no dia a dia não pode ser utilizado, ou pouco utilizado, devido a vida do cotidiano
das cidades grandes, pais saem cedo para trabalhar, crianças ficam uma parte do dia
presas, devido a falta de segurança ou até por não ter um adulto que cuide das
mesmas, a importância do espaço para brincar é fundamental para a construção da
identidade. Podemos dizer que aquela criança que teve liberdade para brincar, criar,
recriar, com certeza será um adulto bem sucedido. Observamos que nas escolas onde
trabalhamos ou conhecemos, o espaço é um fator em questão. Nestas escolas
analisadas, percebemos que as mesmas oferecem oportunidades para as crianças
brincarem, mesmo sendo com um pouco de dificuldade. As crianças conseguem se
expressar, criar, fantasiar e as professoras também proporcionam esses momentos,
sendo colaboradoras do processo. No entanto, as escolas precisam de reformas em
relação aos espaços ou uma maior atenção a esta importância, enxergar a
necessidade do brincar de outra forma, pode ser outro desafio.
Concordar com a literatura que observa relações existentes entre o
desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da escrita e demonstra a importância
de atividades que desenvolvam o potencial psicomotor da criança para a ampliação
das condições básicas de aprendizagem escolar.
Portanto este trabalho leva a uma reflexão sobre a educação psicomotora
nas séries iniciais, tanto da educação infantil, como do ensino fundamental, tendo
como ponto de partida a psicomotricidade como uma ação preventiva que venha evitar
problemas como a desconcentração, confusão no reconhecimento de palavras,
confusão com letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à alfabetização.
32
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Teoria e Pratica em Psicomotricidade: Jogos,
Atividades Lúdicas, Expressão Corporal e Brincadeiras Infantis. 4. ed. Rio de
Janeiro: Wak, 2008.
BEE, Helen. A criança em Desenvolvimento. 7. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1996.
BRIKMAN, Lola. A Linguagem do Movimento Corporal. São Paulo: Summus
Editorial, 1989.
COOL, César e MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento Psicológico e Educação:
Psicologia Evolutiva. Volume 1. Porto Alegre: Artmed, 2004.
CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte e VIEIRA, Mauro Luís. Caracterização de
brincadeiras de crianças em idade escolar. Porto Alegre, v. 21, n. 3, 2008.
Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722008000300004 >. Acesso em 25 de outubro de 2016.
GUEDES, Ricardo Siqueira. Educação Matemática na Educação Infantil: Um
Levantamento de Propostas. Dissertação de Mestrado, apresentada a Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2007.
Disponível em http://livros01.livrosgratis.com.br/cp040365.pdf
Acesso em 25 de outubro de 2016.
FONSECA, Vitor. Psicomotricidade e Neuropsicologia: Uma Abordagem
Evolucionista. Rio de Janeiro: Wak, 2010.
GALVAO, Isabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento
INFANTIL. 9. ED. PETRÓPOLIS, RJ: VOZES, 1995.
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GONÇALVES, Clézio J. S. Ler e Escrever com o Corpo Também em Movimento in:
NEVES, Lara Conceição Bittencourt (Org.). Ler e Escrever Compromisso de
Todas as Áreas. 6. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). O brincar e suas teorias. São Paulo:
Cengage Learning, 1998.
OSSONA, Paulina. A Educação Pela Dança. 3. ed. São Paulo: Summus, 1998.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho,
imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
STOKOE, Patrícia; HARF, Ruth. Expressão Corporal na Pré- escola. 3. ed. São
Paulo: Summus editorial, 1987.
33
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente: O desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
WALLON, Henri. A Evolução Psicológica da Criança. Rio de Janeiro: Editorial
Andes, 1998.
WINNICOTT, D. W. A Criança e o seu mundo. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
KOOGAN, 1982.
http://www.escoladossonhos.blogspot.com.br/2010/11/oficina-expressao-corporal-
arte-e.html - Oficina de expressão corporal: arte e movimento
http://www.efartigos.atspace.org/efescolar/artigo39.html - Artigo: O Brincar na
Educação Infantil, Teodorico, Marcos Pinheiro de Almeida.
34
ANEXO I
ATIVIDADES SUGERIDAS:
IMITANDO OS BICHOS
Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão, corporal,criatividade
e socialização.
Material: um espaço privado
Duração: 20 minutos
Faixa Etária: 6 - 12 anos
Parte Prática:
O professor coloca a música “Arca de Noé”. Em seguida o professor e os alunos começam a
fazer coreografia que imita os bichos de acordo com a música.
Obs: a música “Arca de Noé” pode ser substituída por outra música que fala também de
animais.
MÍMICA TEATRAL
Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão corporal, criatividade
e socialização.
Material: um espaço privado, gravuras e fotografias
Duração: 30 minutos
Faixa Etária: 6 - 14 anos
Parte Prática: Separe a turma em dois grupos. Num primeiro momento um fará a mímica e
outro apenas assistirá. O professor antes de iniciar o jogo deve preparar um material com
gravuras, fotografias que tenha relação uma com a outra. Como um animal e uma floresta,
foto de uma criança e de um parque diversão ou corte as gravuras ao meio. Distribua as
gravuras entre os alunos (em número par). Ao sinal, todos terão que achar seus pares.
Quando isso acontecer terão que montar um mini-teatro ou mímica que expresse o que está
na fotografia. Os outros participantes vão tentar descobrir. Quando o primeiro grupo tiver
apresentado todas as mímicas, o que apenas assistiu irá fazer o mesmo.
ESPELHO
Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão corporal, criatividade
e socialização.
Material: um espaço privado
Duração: 20 minutos
35
Faixa Etária: 6 - 14 anos
Parte Prática: o professor separa a turma em duplas. Em seguida um dos alunos da dupla,
deve começar a brincadeira onde deve fazer movimentos de expressão corporal e o outro vai
tentar fazer exatamente igual como se fosse um espelho. Após alguns minutos o professor
sugere a troca de funções e de duplas.
ESTÓRIA SERIADA
Objetivo: Desenvolver a desinibição, capacidade de expressão corporal, criatividade e
socialização.
Material: um espaço privado, figuras diversas.
Duração: 20 minutos
Faixa Etária: 9- 14 anos
Parte Prática: o professor antes de iniciar a aula, distribui as fichas com figuras diversas e
começa uma história. A criança deve continuar a estória incluindo sua figura e a que vem em
seguida, continua a história.
Obs: É muito divertido se o professor grava tudo e no final todos ouvem o repeteco.

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Psicomotricidade e o brincar

  • 1. FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA AZEVEDO PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR São Paulo 2016
  • 2. FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA AZEVEDO PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR Monografia apresentada à Faculdade Campos Elíseos, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicomotricidade, sob supervisão do orientador: Prof. Maynor José Laconca. São Paulo 2016
  • 3. FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA AZEVEDO PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR Monografia apresentada à Faculdade Campos Elíseos, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicomotricidade, sob supervisão do orientador: Prof. Maynor José Laconca. Aprovado pelos membros da banca examinadora em ___/___/___.com menção ____ (________________). Banca Examinadora _________________________________ _________________________________ São Paulo 2016
  • 4. Dedico este trabalho as pessoas que fazem a minha vida valer a pena. As minhas filhas Anna Carolina e Victória Elizabeth, a minha melhor amiga e mãe Maria do Socorro, ao meu pai Manoel Fernandes.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradeço ao nosso Deus por todas as oportunidades que me concedeste nessa caminhada. À minha família por todo o apoio e compreensão que me dedicam. Ao meu esposo Marcos, pelo carinho e compreensão. Ao meu orientador. A todos os funcionários da Faculdade Campos Elíseos. Agradeço a todos pela contribuição para o meu crescimento profissional e pessoal
  • 6. RESUMO Este trabalho tem como objetivo, mostrar a importância do brincar da criança, tanto na educação infantil como no ensino fundamental, enfocando o brincar durante o processo de desenvolvimento enquanto ser humano, e a sua contribuição para o desenvolvimento no ensino e a aprendizagem, enfatizando, o prazer de descobrir o mundo em que se esta inserida, através da brincadeira, na construção do seu caráter, sua formação moral e social, de acordo com o ambiente no qual se encontra. As brincadeiras enfocadas como instrumento pedagógico de suma importância no desenvolvimento e aprendizagem da criança. Estas atividades ajudam a construir conhecimento e ainda proporcionam momentos lúdicos e prazerosos para o desenvolvimento da criança. Baseando-se no pressuposto de que a educação deve valorizar a formação global da criança, enquanto sujeito este, repleto de particularidades e subjetividades, poderá contribuir de forma significativa para um desenvolvimento satisfatório, dentro de metas a serem traçadas e alcançadas. Apresenta uma proposta pedagógica que valoriza a utilização de atividades lúdicas que envolvem as expressões e o movimento corporal, como facilitadores do processo de aprendizagem e desenvolvimento social, psíquico e motor das crianças. Para o nosso trabalho, utilizou-se a pesquisa bibliográfica com uma abordagem qualitativa na busca de uma melhor compreensão e organização dos dados. Os resultados encontrados demonstram que a educação do corpo através das brincadeiras e expressões corporais contribui de maneira significativa para o desenvolvimento da criança, e que a prática pedagógica dos professores, deve focar-se na formação plena dos discentes. Palavras-chave: Brincadeiras. Expressão corporal. Psicomotricidade. Desenvolvimento infantil. Ludicidade.
  • 7. ABSTRACT This work aims to show the importance of playing the child, both in early childhood education as in primary education, focusing on the play during the process of development as a human being, and their contribution to development in teaching and learning, emphasizing, the pleasure of discovering the world in which it is inserted, through play, in building their character, their moral and social, according to the environment in which it is. The play focused as an educational instrument of paramount importance in the child's development and learning. These activities help to build knowledge and still provide entertainment and pleasant moments for the development of the child. Based on the assumption that education should enhance the overall development of children, while this subject, full of features and subjectivities, can contribute significantly to a satisfactory development within targets to be traced and accessed. It presents a pedagogical proposal that values the use of recreational activities that involve expressions and body movement, as facilitators of the learning process and social, psychological and motor children. For our work, we used the bibliographic research with a qualitative approach in the search for a better understanding and organization of data. The results show that the education of the body through play and body language contributes significantly to the development of the child and the pedagogical practice of teachers should focus on the full formation of the students. Keywords: Play. Body language. Psychomotor. Child development. Playfulness.
  • 8. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………….. 8 2 O BRINCAR ……………………………………………………………….. 10 2.1 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO SOCIAL …………………………. 16 2.2 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO…………………….. 17 2.3 BRINCAR E MOVIMENTO ………………………………………………. 19 3 A EXPRESSÃO CORPORAL COMO POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA ……………………………………………………………… 21 3.1 EXPRESSÃO CORPORAL E BRINCADEIRAS…………………………. 26 4 PSICOMOTRICIDADE INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM …………………………………………………………. 28 4.1 PSICOMOTRICIDADE E O AMBIENTE ESCOLAR ………………….. 29 5 CONCLUSÃO ……………………………………………………………… 31 REFERÊNCIAS ……………………………………………………………. 32 ANEXO I ……………………………………………………………………. 34
  • 9. 8 1. INTRODUÇÃO A intenção deste trabalho é de analisar a relação entre a ludicidade e a expressão corporal, estes como mediadores do desenvolvimento biopsicossocial da criança, identificando suas contribuições para o processo educacional dos alunos, nas séries iniciais do ensino fundamental e propor que estas brincadeiras sejam utilizadas como recursos lúdicos, mediadores do desenvolvimento social, psíquico e motor dos alunos e, a partir destas ações, facilitar o proceso educacional. Definimos a psicomotricidade, como sendo a relação da ação motora com os aspectos afetivos, cognitivos e sociais, ou ainda, segundo A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, o conceito para tal ciência é: “Ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto”. Ao desenvolver este trabalho, adotamos como foco a psicomotricidade e a escrita. A escrita deve proporcionar um desenvolvimento motor adequado, desenvolvendo certas habilidades motoras como: a coordenação fina, o esquema corporal, a lateralização, a discriminação auditiva e visual e a organização espaço temporal. A psicomotricidade torna-se auxiliar na execução do movimento consciente, pois ela deve desenvolver as funções motoras e a sua relação com as funções mentais. “ É concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa”. (MOLINARI e SENS, 1998, p. 2). O professor deve desenvolver ações que busquem melhorar as funções motoras, estas ações irão melhorar a percepção dos alunos, suas possibilidades, limitações, aliviar tensões e ansiedades, socializar a criança e consequentemente, melhorar as suas funções mentais. As brincadeiras corporais contribuem para o desenvolvimento psicomotor das crianças, trazem grandes benefícios para o trabalho dos educadores, pois a ludicidade atrelada a expressão do corpo utilizada dentro do processo educacional,
  • 10. 9 pode contribuir para o desenvolvimento dos alunos nas séries iniciais, possibilitando que os mesmos possam agir na sociedade como cidadãos que valorizam as relações sociais e as atitudes de respeito à subjetividade e singularidade dos outros. A partir da definição de que a psicomotricidade é a relação da ação motora com aspectos afetivos, cognitivos e sociais, como descrito acima, esta visão transforma o pensamento e analisa o homem numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas e criando uma relação entre a ação motora e os aspectos afetivos, cognitivos e sociais. Este trabalho caracteriza-se ainda, como uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa, a partir das contribuições de importantes teóricos tais como Kishimoto (1998), Winnicott (1975), Vygotsky (1994), Piaget (1978), Wallon (1998), Ossona (1988), Fonseca (1995, 2008 e 2010), Coll, Marchesi e Palacios (2004) dentre outros. O nosso trabalho fundamentou-se no pressuposto de que as brincadeiras que envolvem a ação do corpo, podem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento das faculdades psíquicas, sociais, afetivas e físicas desses alunos, e no aprofundamento das relações entre psicomotricidade e ludicidade, para assim, possibilitar-se uma aprendizagem significativa da criança, durante o seu período de escolarização.
  • 11. 10 2. O BRINCAR O brincar está presente em diferentes tempos e lugares e de acordo com o contexto histórico e social que a criança está inserida. As brincadeiras são criadas e recriadas, através do poder de imaginação das crianças envolvidas. As brincadeiras de outros tempos estão presentes nas vidas das crianças, com diferentes formas de brincar, hoje, temos diferentes espaços geográficos e culturais, nos quais as crianças estão envolvidas, logo, qual a relação que podemos fazer do brincar com o desenvolvimento, a aprendizagem, a cultura e ainda, como incorporar a brincadeira em nossa prática educacional? O brincar é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu cotidiano e deve se apresentar de forma espontânea, prazerosa e sem comprometimento. A criança utiliza-se do brincar para expressar seus sentimentos, seus valores e sua personalidade; no brincar, o movimento tem significado de expressão, emoção e sentimentos, este constitui na primeira forma de linguagem, a qual permite à criança agir e atuar no meio em que vive. Desta forma, a psicomotricidade contribui de maneira efetiva para a formação e para a estruturação global do indivíduo e tem como objetivo principal, incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida da criança. As brincadeiras são universais, estão na história da humanidade ao longo dos tempos, fazem parte da cultura de um país, de um povo. Achados arqueológicos do século IV a.C., na Grécia, descobriram bonecos em túmulos de crianças. Há referências a brincadeiras e jogos em obras tão diferentes como a Odisséia de Ulisses e o quadro, jogos infantis de Pieter Brughel, pintor do século XVI. Nessa tela, de 1560, são apresentadas cerca de 84 brincadeiras que ainda hoje estão presentes em diversas sociedades. A criança brinca porque sua natureza é simbólica. Ela necessita fazer esse trânsito entre o material e o imaterial, para assim, se relacionar com a natureza e com o seu transcendente, aqui utilizado em sua forma total, metafísico, sobrenatural, escelso, nobre, sublime. Ao fazer isso, ela estará demonstrando a sua essência de ser criativa, produtora e usuária da cultura em que está inserida. Segundo Wajskop (2007), na Antiguidade, as crianças participavam, tanto quanto os adultos, das mesmas festas, dos mesmos ritos e mesmas brincadeiras. O trabalho não ocupava tanto tempo do dia e nem tinha o mesmo valor existencial que
  • 12. 11 lhe atribuimos neste último século. A participação de toda comunidade, sem discriminação de idade, nos jogos e divertimentos, tornou-se um dos principais meios de que se dispunha para estreitar os laços coletivos da sociedade à época. Contudo, com o passar dos séculos, as brincadeiras e divertimentos passam a sofrer uma atitude moral contraditória, continuam a ser admitidos pela grande maioria mas, proibidos e recriminados pelos moralistas e pela Igreja, que os associavam aos prazeres carnais, ao vício e ao azar, uma negação ao trabalho e como sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo que é sério. Somente depois que se rompeu este pensamento, durante o Renascimento, passou-se a valorizar a importância do brincar. Baseando-se em alguns teóricos como Kishimoto (1998), Winnicott (1975), Vygotsky (1994), Piaget (1978), Wallon (1998), Almeida (2008), Bee (1996) entre outros, estes, nos mostram que, mesmo em diferentes épocas e períodos, as brincadeiras estavam inseridas no contexto educacional, ajudando tanto no desenvolvimento cognitivo, como social das crianças. De acordo com Kishimoto (1998), o brincar faz com que as crianças, exerçam a possibilidade de ensaiar novas combinações de ideias e de comportamentos o jogo era visto como recreação. Desde a antiga Grécia, berço de nossa civilização, este aparece nas atividades físicas, intelectual e escolar. Na idade média, torna-se considerado “não sério”, tem a marca de estar associado ao jogo de azar, bastante praticado na época. Já no Renascimento, período chamado de compulsão lúdica, a brincadeira, o jogo, passam a ser vistos como uma conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e que pode vir a facilitar o aprendizado. No Renascimento se constituiu uma nova concepção de infância, em que a criança “é vista como ser que imita e brinca, dotada de espontaneidade e liberdade” (KISHIMOTO,1998, p.63) Durante o Renascimento, período que antecede a transição para a sociedade moderna, ocorreu a valorização do homem, neste período, as transformações ocorrem em praticamente todos os setores da produção humana, a educação passa por mudanças, onde as brincadeiras passam a ser utilizadas como instrumentos de aprendizagem de conteúdos escolares, contrapondo-se aos processos educacionais utilizados (castigos físicos), a partir desse novo desenvolvimento, a educação passou a seguir uma vertente em que os educadores passam então a ensinar os conteúdos escolares de forma lúdica, favorecendo o desenvolvimento da criatividade, do imaginário e da espontaneidade das crianças.
  • 13. 12 Como mencionamos acima, na antiguidade, período em que a Grécia antiga se insere, podemos afirmar o reconhecimento da importância do brincar, já na ação educativa. Platão, em as leis (1948), destaca a importância do ”aprender brincando”, em oposição à utilização da violência e da repressão. Aristóteles analisa a recreação como descanso do espírito, na Ética a Nicomano (1983) e na Política (1996) (Apud KISHIMOTO, 1998, p.61). Segundo Kishimoto (1998) Froebel, filósofo do período romântico, conhecido como o formador das crianças pequenas, homem responsável pelo primeiro jardim da infância, utilizou os jogos e brincadeiras como parte essencial do trabalho pedagógico, afirma em sua obra: A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem, neste estágio e ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto um todo da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação auto – ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção do seu bem e de outros... Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação. (Froebel, 1912c, p.55 apud KISHIMOTO, 1998, p. 68). Segundo Bettelheim (1988), a observação e análise de crianças brincando, possibilita entender a visão de mundo que as mesmas possuem. Para ele, brincar é uma atividade que deve ser praticada e respeitada, pois nela as crianças aprendem o funcionamento de uma vida em sociedade, a inserção social, dentro do contexto sócio cultural em que se inserem. Wallon, em A evolução psicológica da criança (1998), ressalta que as atividades lúdicas são próprias das crianças e que fazem parte da sua evolução. Piaget em seu livro A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho, imagem e representação (1978), ressalta que o jogo é importante para o desenvolvimento da inteligência da criança. Almeida (2008), afirma que as atividades lúdicas desenvolvem algumas características nas crianças, as quais contribuem para o trabalho do educador como: controle da ansiedade; rever limites; reduzir a descrença na autocapacidade; diminuir a dependência e possibilitar a autonomia; aprimorar as coordenações motoras; melhorar o controle segmentar; aumentar a atenção e a concentração; ampliar o raciocínio lógico; desenvolver a criatividade e perceber a socialização e a coletividade. O ato de brincar, deve ser visto como uma necessidade básica e um direito de todas as crianças, sendo para estas uma experiência humana, rica e complexa.
  • 14. 13 Para Vygotsky (1984), os elementos fundamentais da brincadeira são: a situação imaginária, a imitação e as regras. Segundo ele, sempre que brinca, a criança cria uma situação imaginária na qual assume um papel, que pode ser, inicialmente, a imitação de um adulto observado. Assim, ela traz consigo regras de comportamento que estão implícitas e são culturalmente constituídas. Num momento posterior, a criança se afasta da imitação e passa a construir novas combinações e, também, novas regras. Assim o brincar da criança cria uma situação imaginária que pode ser considerada um meio para desenvolver o pensamento abstrato. Como a criança está em desenvolvimento, a brincadeira é um processo ativo utilizado por ela na exploração do meio com o objetivo de descobrir a si mesma, apreender a realidade, vivenciar o lúdico e tornar-se capaz de ser e interagir com o ambiente em que vive. É uma atividade que insere o sujeito no processo de desenvolvimento social e cultural. “É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: O brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros” (WINNICOTT, 1975, p. 63). A brincadeira expressa o simbolismo, quando brinca, a criança expõe os seus anseios e necessidades. O brincar proporciona o desenvolvimento da identidade e da autonomia, a socialização, o contato com regras sociais, possibilidades de escolhas, resolução de situações problemas e o desenvolvimento da imaginação através das brincadeiras de faz-de-conta, do jogo simbólico, representativo ou imaginário. Por isso, o brincar de faz-de-conta na Educação Infantil é importante, pois por consequência dessas brincadeiras originam-se todas as outras formas de brincar. Segundo Winnicott (1975), a brincadeira de interpretação pode ser comparada a uma sessão psicoterapêutica, pois nela as crianças muitas vezes, expressam as situações vividas no seu cotidiano e demonstram suas inquietações, pressões e outras situações vivenciadas nos ambientes que elas estão inseridas. Para Winnicott (1975, p.74), “o brincar é por si mesmo uma terapia”. No brincar, a criança expõe uma das ações mais importantes do ser humano, a adaptação, adaptação a realidade vivida e observado no meio em que esta inserida. Nas brincadeiras as crianças imitam os adultos ou crianças mais velhas, representam papeis idealizados, exercitando assim a observação. Na infância, quando a criança passa a frequentar creches e escolas, esta passa a vivenciar experiências de conhecimento e aprendizagem, diferentes das do
  • 15. 14 ambiente familiar, nessa fase do desenvolvimento infantil, o uso de recursos lúdicos, propicia a criança transformar e adaptar a realidade a seus interesses. No brincar, em relação a transformação e apropriação da realidade, Kishimoto (2001) afirma: O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar a criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los. (KISHIMOTO, 2001, P.18). Para a criança, brinquedo e brincadeira, representam a realidade vista pelo seu olhar, hábitos, costumes, atitudes, passam a se fixar na memória da criança, fazendo com que assim, se adapte ao ambiente em que está inserida. Brincar, é a linguagem que a criança utiliza para se comunicar com as pessoas do seu convívio, familiares ou colegas, este ato, ajudará em sua formação, passa a ser o papel da construção e constituição do sujeito. O prazer, proporcionado por brinquedos e brincadeiras, tornam-se fundamentais para estruturar o mundo psíquico da criança, fundamentais para o seu equilíbrio. Para a psicanálise, o brincar revela como a criança é, e como ela pensa. Freud ratifica que o brinquedo e o brincar, “são representantes psíquicos dos processos interiores da criança” (Freud, apud MRECH, 1999). O uso da atividade lúdica como uma das formas de revelar os conflitos interiores das crianças foi, sem duvida, uma das maiores descobertas da psicanálise. É brincando que a criança revela seus conflitos. De uma forma muito parecida como os adultos revelariam falando. (MRECH, 1999, p. 111) O professor das séries iniciais deve buscar relações entre as brincadeiras infantis, o desenvolvimento social, psicológico e cognitivo da criança, de modo que essa relação possa favorecer o desenvolvimento do aluno. As brincadeiras facilitam a situação de aprendizagem, na descontração destas, a criança arriscará atitudes, ações, que talvez se evitaria em situações normais. Esta ação, resultará no aprendizado de novos conhecimentos e experiências. É importante citar também que o lúdico estimula o pensamento criativo, e a capacidade criadora da criança, pois “a imaginação é o brinquedo em ação” (Vygotsky, 1994, p.123). O pensamento lúdico criativo estimula a capacidade que o ser humano tem em se adaptar a novas situações, transformando aquilo que lhe foi oferecido em objeto do seu desejo, dando utilidades e transformando os objetos e situações de acordo com suas necessidades.
  • 16. 15 No brinquedo, o pensamento esta separado dos objetos e a ação surge das idéias e não das coisas: Um pedaço de madeira torna-se um boneco e um cabo de vassoura torna-se um cavalo (VYGOTSKY, 1994, p.128). Brincadeiras auxiliam na capacidade do ser humano em se adaptar às novas situações, encontrar soluções para problemas que se apresentam. Criar e adaptar serão trabalhados e assim, quando da situação problema apresentada, a sua memória poderá conter informações necessárias para vislumbrar possíveis soluções. Não podemos deixar de mencionar que a cultura lúdica, também está inserida na sociedade em que se apresenta, logo, moral e costumes, muitas vezes determinará os conceitos pré-estabelecidos e visões estereotipadas sobre determinados assuntos. Menino brinca com carrinho, menina com boneca, entre outras coisas... Será necessário cuidado para não limitarmos assim, o horizonte de pensamentos e imaginação em que a criança pode alcançar, limitar o que é certo e errado é uma situação, outra seria limitar o que consideramos certo e errado dentro da nossa visão, tanto de pais e professores. As atividades lúdicas devem possibilitar o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente. (SANTOS, 1998, p. 20) Estimular a interação social será o papel de pais e professores. Para Winnicott (1982) é muito importante que os adultos estimulem a capacidade de brincar das crianças, por que: Se uma criança estiver brincando, haverá lugar para um sintoma ou dois, e se ela gostar de brincar, tanto sozinha como na companhia de outras crianças, não há qualquer problema grave à vista. Se nessa brincadeira for empregada uma fértil imaginação e se, também, o prazer que houver nelas depender de uma exata percepção da realidade externa, então a mãe poderá sentir-se bastante feliz. (WINNICOT, 1982, p. 147) As brincadeiras comprovam que as crianças são capazes de conviver em grupo e expressar seus anseios e certezas, pois nesses ambientes as crianças são convidadas a experimentar novas situações, ficam mais aptas a resolver o grande quebra cabeças da nossa vida. Peças que não se encaixavam passam a fazer sentido, graças a troca de experiências, que a brincadeira possibilita.
  • 17. 16 2.1 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO SOCIAL A criança começa a se desenvolver no mundo lúdico, nas brincadeiras entre mamãe e seu bebê, fase em que a criança começa aprender a brincar, a criança inicia esse processo com um papel que pode ser comparado ao do brinquedo e que só depois passa a desempenhar um papel ativo na brincadeira. Com o passar do tempo, a atividade lúdica se aprimora e a criança passa a brincar de outras formas, mesmo sozinha ou com outras pessoas em novos e diferentes contextos. A interação precoce entre mãe e bebê sempre foi e será fundamental, o afeto demonstrado é o início das relações emocionais que irão propiciar o desenvolvimento dos futuros contatos sociais. A visão interacionista fundamenta-se na questão de que a aprendizagem se desenvolve em relação a um contexto sociocultural e histórico que é mediado pela comunicação, ou seja, o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para dentro. “É bom lembrar que a escola, ao possibilitar uma vivencia social, diferente do grupo familiar, desempenha um importante papel na formação da personalidade da criança” (GALVÃO, 1995, p.101). Neste contexto, o professor surge como o mediador do processo de aprendizagem, deve utilizar o recurso do brinquedo e da brincadeira para estabelecer um ambiente de aprendizagem significativa, de modo que a construção do conhecimento possa ocorrer através de situações lúdicas e prazerosas. Segundo Vygotsky (1994), essa mediação acorre através da zona de desenvolvimento proximal ou iminente, que é determinada pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o seu nível potencial, determinado pela capacidade de resolução de problemas sob a orientação de sujeitos mais experientes. Quer dizer, é a série de informações que a criança tem a potencialidade de aprender, mas que ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas potencialmente atingíveis. Assim o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário, no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade (VYGOTSKY, 1994, p.134). O brincar possibilitará a criança estar diante de situações, as quais irão exigir a capacidade de solucionar problemas e se adaptar diante de novas situações.
  • 18. 17 No momento em que a criança começa a sua fase escolar, a brincadeira deve ser utilizada como recurso lúdico de estímulo intelectual e interação social, favorecendo o maior desempenho da aprendizagem. A brincadeira na escola, durante os anos iniciais, apresenta diferentes possibilidades educativas e de construção do sujeito social e psicológico. Brincar deve ser prazeroso e permitir a criança, a descoberta de novas experiências e interesses. Percebe-se que, com o passar do tempo, as brincadeiras mudam e as crianças as utilizam conforme a sua idade, todos nós já escutamos alguma criança, afirmar que não tem mais idade para aquela brincadeira. Ou seja, em cada fase do desenvolvimento infantil o professor deve estar preparado para utilizar a brincadeira adequada no processo de facilitação do desenvolvimento. Além de que o ambiente cultural que a criança está inserida também vai determinar os interesses por determinados tipos de brincadeira. O professor pode utilizar as brincadeiras, atividades lúdicas com seus alunos, e construir um ambiente de aprendizagem prazeroso, onde a relação de ensino-aprendizagem ocorre de maneira significativa, favorecendo o desenvolvimento global das crianças. O ambiente deve estimular a exploração e a experimentação de situações e objetos novos, ou seja, a estrutura deve estar preparada para a interação das crianças. Já quando se trata das relações sociais, a brincadeira livre, sem a intervenção do docente, o imaginário no ambiente de recreação também representará um fator fundamental para o desenvolvimento pleno dos alunos. 2.2 BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO .Segundo Almeida (2008) os jogos cognitivos, facilitam o desenvolvimento do raciocínio lógico. Estes exigem uma maior concentração e atenção, podendo assim, contribuir para o aprendizado da resolução de problemas, nas situações em que a criança estará inserida. Se você observar crianças pequenas em seus momentos não estruturados, vê-las construindo torres com blocos, conversando com suas bonecas ou alimentando-as, fazendo “chá” com o conjunto de chá, dirigindo caminhões pelo chão, vestindo-se com roupas de adultos. Elas estão, numa palavra, brincando. Esta não é uma atividade trivial ou vazia; é disso que parece depender grande parte do desenvolvimento cognitivo. (BEE, 1996, p. 199)
  • 19. 18 Bee (1996), afirma que as brincadeiras mudam, conforme o desenvolvimento da criança e essas mudanças seguem uma sequência de estágios que se assemelham aos estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget. - O brincar sensório motor: A criança por volta dos 12 meses de idade passa a maior parte do seu tempo explorando e manipulando objetos, fazendo uso de todos os esquemas sensório – motores que lhe é possível. “Ela coloca coisas na boca, sacode-as, movimenta-as pelo chão” (BEE, 1996, p. 199). - O brincar construtivo: Depois dos 12 meses a criança utiliza os objetos para construir coisas, nesse período os seus esquemas mentais, possibilitam que a criança monte quebra-cabeça, utilize brinquedos de montar e encaixar para construir torres, construir objetos com argila e massa de modelar. - O brincar de faz de conta: “O primeiro sinal dessa situação de, faz de conta normalmente é algo como a criança usar uma colher de brinquedo para “alimentar-se” ou um pente de brinquedo para pentear seu cabelo“ ( BEE, 1996, p. 199 ). Nesse período entre os 15 e 21 meses de idade a criança utiliza os brinquedos, mesmo que no faz de conta na sua finalidade, ela utiliza a xícara para fingir que está bebendo algo, ou o pente para fingir que esta penteando o cabelo de sua boneca. - O brincar de faz de conta substituído: Só entre os 2 e3 anos de idade que a criança passa a utilizar os objetos para representar outros totalmente diferentes. A vassoura vira cavalo, a massinha de modelar comida, entre tantos outros... - Brincar sócio dramático: Nesse momento por volta dos 2 ao 4 anos de idade a maioria das crianças, já estão em fase escolar. Nesse período elas começam a desempenhar papéis e assumir personagens nas suas brincadeiras. Segundo Piaget (1978), o conhecimento nas crianças é construído progressivamente durante a sua adaptação. Crianças que brincam aprendem a decodificar o pensamento dos parceiros por meio da metacognição, o processo de substituição de significados, típico de processos simbólicos. É essa perspectiva que permite o desenvolvimento cognitivo. (KISHIMOTO, 1998, p.150) A metacognição, igualmente conhecida como teoria da mente, conceito este que nasceu na psicologia e nas ciências cognitivas para fazer referência à capacidade que os seres humanos têm de atribuir pensamentos e intenções a outras pessoas, mostra que as brincadeiras tornam-se essenciais para o desenvolvimento cognitivo, proporcionam às crianças a possibilidade das relações destes com os
  • 20. 19 objetos externos, construindo um ambiente de assimilação e acomodação de novos conhecimentos. As brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da criança, já que elas estimulam a descoberta de novas situações favorecendo o desenvolvimento da aprendizagem. Através de novas estruturas mentais, novas conexões cerebrais, as crianças percebem a sociedade, o mundo em que estão inseridas, compreendendo-o e transformando-o. 2.3 BRINCAR E MOVIMENTO A criança aprende brincando, antes de falar, expressam emoções e necessidades através de gestos e expressões, com o seu desenvolvimento, tornam- se mais compreensíveis, utiliza a expressão corporal antes de qualquer outra forma de comunicação. As crianças aprendem através de seus sentidos, de seus movimentos e de suas ações. Cada dia na vida de uma criança é um dia cheio de atividades e de novas situações de aprendizagem. A criança aprende vivendo, experimentando, fazendo descoberta, agindo. (Coscione, apud SIQUEIRA, 2007, p. 35). Galvão (1995) cita Wallon quando diz que o movimento tem um papel fundamental na afetividade e também na cognição. O afeto, o ato motor a inteligência, são campos funcionais entre os quais se distribuem a atividade infantil. Para completar as suas ideias e pensamentos, a criança utiliza-se do corpo, através dos gestos para tentar ser compreendida, situação em que nós educadores devemos estar atentos. As linguagens e as formas de expressão dinamizam a forma dos indivíduos se relacionarem com o mundo, tornando-se sujeitos de seu corpo e de seu ambiente. Então, a valorização das atividades em grupo através das brincadeiras no ambiente escolar, poderá contribuir de forma significativa para as relações sociais das crianças nessa fase. O professor deve ajudar os alunos a utilizar todas as possibilidades que a brincadeira oferece, e assim, desenvolver trabalhos que contribuem para o desenvolvimento psicomotor das crianças, possibilitando aos alunos um ambiente de aprendizagem que respeite e valorize suas necessidades.
  • 21. 20 Com o ato, brincar espera-se que as relações entre as crianças possam contribuir nas atividades apresentadas pelos professores para enriquecer à dinâmica das relações sociais na sala de aula O educador precisa estar preparado para utilizar todos os tipos de brincadeiras e todos os materiais que dispõe para ter uma gama maior de estratégias a sua disposição. A escola deve respeitar a criança como um todo e assim promover o seu desenvolvimento integral e é por isso que não se deve levar à padronização de hábitos que não são mais utilizados pelos professores. Os professores devem resgatar atividades de brincar de maneira global, utilizando como um antecedente da aprendizagem que virá com a alfabetização. Utilizando-se muitas vezes de jogos e brincadeiras, os professores poderão estimular às crianças para uma aprendizagem muito mais fácil. O brincar é uma atividade normal do ser humano. Ao brincar a criança fica tão envolvida com que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção. O professor deverá ajudar os alunos a utilizar todas as possibilidades que a brincadeira oferece, e assim, desenvolver trabalhos que venham a contribuir para o desenvolvimento psicomotor dos mesmos, disponibilizando um ambiente de aprendizagem que respeite e valorize suas necessidades.
  • 22. 21 3. A EXPRESSÃO CORPORAL COMO POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA As crianças expressam suas emoções e necessidades através de gestos e expressões corporais, antes de desenvolver a linguagem. Ao longo do tempo, esses movimentos se aprimoram, e a expressão corporal continua sendo utilizada ao longo da sua vida. A criança,primeiro começa a se movimentar explorando o ambiente e espaço com os olhos e depois segurando os objetos e trazendo para perto dos olhos buscando uma melhor observação. Logo depois, como no início da evolução da humanidade, a criança começa a balbuciar alguns sons, que pouco a pouco vão sendo aprimorados dando início ao processo da comunicação verbal. Vale ressaltar que antes da fala a criança apenas se comunica através de gestos e expressões, que facilmente são percebidas pela mãe e outras pessoas que são próximas. Na sequência, a criança aprende a se equilibrar de pé, e dá início a uma nova exploração do espaço, que ressalta Gonçalves (1998) como “necessidade vital de movimento”, pois essas explorações vão propiciar ao indivíduo novas descobertas, e aprimoramento da linguagem do corpo. Trazendo para a análise filogenética pode- se observar que. È possível que a liberação dos membros pela postura bípede tenha possibilitado que os objetos fossem trazidos para a frente dos olhos, e ao concentra-se neles, o ser humano tenha iniciado o processo de reflexão ( Dennet apud GONÇALVES, 1998, p. 51). De acordo com Gonçalves (1998), notamos que a reflexão nasce de um movimento, processo que é realizado, pela maioria das crianças. A expressão corporal é uma das formas de comunicação não verbal do ser vivo em sua relação com os outros seres. Entre os seres humanos, algumas atitudes, algumas expressões denotam claramente o estado de ânimo do indivíduo e a prática da observação adquirida na própria vida de relações sociais nos ensina a distinguir e interpretar cada uma dessas expressões, pois tudo que o ser humano realiza na realidade de todo o dia exige uma expressão corporal que pode denotar um especial estado de espírito. Na educação essa expressão corporal deve ser considerada como uma prática pedagógica que oriente os alunos a encontrar um dos caminhos para a criatividade, pois reúne a sensibilização e a conscientização por meio de movimentos, posturas e atitudes.
  • 23. 22 Como já mencionamos as crianças, demonstram seus sentimentos através do corpo, de seus gestos e expressões faciais. Assim, a expressão corporal torna-se uma fonte de aprendizado e também uma forma de comunicação e os profissionais de ensino devem ficar atentos e incluí-la em suas práticas pedagógicas para explorar as possibilidades criativas e, consequentemente, para aumentar o desenvolvimento motor e cognitivo de seus alunos, seja através de brincadeiras, dança, teatro, música, ou o que a sua criatividade permitir. Seguindo a ordem filogenética da humanidade, nós aprendemos primeiramente a nos movimentar, situar-nos no ambiente e explorá-lo. Em seguida começa-se a tomar consciência deste corpo que existe, seus limites e suas capacidades. (GONÇALVES, 1998, p. 49) Dentro do desenvolvimento infantil, a criança começa a explorar o meio, através do olhar e depois segurando objetos, observando os mesmos e assim já começar a exercer a imaginação. A expressão corporal é uma forma de linguagem imediata, que expressa a si mesma, sem necessidade de recorrer a outros recursos para se comunicar. “Não queremos dizer com isso que o corpo seja o meio mais importante da expressão, mas sim que é uma via a mais, que tem a vantagem de ser o único instrumento de expressão utilizado pelo homem desde que nasce”. (Stokoe, 1987, p.20) A expressão corporal envolve a percepção e a conscientização do eu, das posturas, dos gestos, das atitudes nas ações do cotidiano para nossas necessidades de comunicação e interação na sociedade. Esta linguagem permite que o ser humano se perceba e assim se expresse para os outros. Cada criança, ou indivíduo é único, particularidades e subjetividades, assim a expressão corporal também será única de cada um, manifestando-se através da singularidade de cada indivíduo representada através de seus movimentos. Para Brikman (1989) “A forma de mover-se e as atitudes posturais de cada indivíduo expressam sempre sua personalidade, suas circunstâncias psicológicas, social e cultural”. Para ir ao encontro da linguagem do corpo é preciso desenvolver todas as possibilidades do movimento corporal, o que exige a descoberta do próprio corpo pela via da sua sensibilização, vivência e conscientização, ou seja, perceber os aspectos, físicos e psíquicos do corpo e suas inter-relações. (BRINKMAN, 1989, p. 13).
  • 24. 23 Cada ser humano tem sua subjetividade na maneira em que se relaciona com os outros e com ele mesmo, cada indivíduo sorri, se movimenta, anda e se comporta de um jeito único. A expressão corporal revela a alegria de se descobrir através da exploração do próprio corpo, os sujeitos aprendem pelas experiências do corpo a agirem livremente no espaço que vive. É importante esclarecer a diferença entra expressão corporal e movimento, segundo Brikman (1989) a expressão corporal se confunde para muitos com o movimento corporal. Um está ligado ao outro, contudo, não se pode dizer que são a mesma coisa. No conceito de Brikman (1989) mostrado no livro A linguagem do movimento corporal, a expressão corporal é a continuidade do movimento, limitado às condições que o meio social impõe. Com a expressão daquilo que o corpo está acostumado a ser e exercer, é possível libertar sensações, sentimentos, vontades as quais o corpo oprime, devido a uma exigência social. Também vale aqui mencionar os códigos gestuais, utilizados por pessoas que apresentam dificuldades na fala, essas pessoas buscam em expressões corporais e signos gestuais formas de completar seu pensamento, que não pode ser expresso verbalmente, porém, não podemos confundir a linguagem da expressão corporal, com a linguagem de sinais, utilizada por sujeitos surdos. O corpo fala, a linguagem do corpo é composta de variadas e harmônicas formas de expressão, como por exemplo, um sorriso, um olhar, a forma como um indivíduo senta, cruza as pernas e os braços, pega no cabelo, estufa o peito ou franze a sobrancelha. Essas e outras expressões corporais são utilizadas espontaneamente pelo sujeito, e refletem muito sobre sua personalidade, emoções e outros significados. Por isso é importante que a expressão corporal seja valorizada na escola, principalmente nas séries iniciais, fase em que a criança está descobrindo novas possibilidades de relacionar-se com o mundo. Porém, não é comum perceber essa valorização da linguagem do corpo na maioria das escolas de ensino fundamental. Talvez exista alguma melhora, com a possível aprovação da reforma educacional, MP 746/2016, que está em andamento, a qual confere a prática da educação física, a partir da educação infantil, mas que a retira do ensino médio. Se o movimento e a expressão corporal são inerentes ao ser humano, se essas expressões e movimentos fazem parte da constituição do sujeito na esfera
  • 25. 24 biopsicossocial, às leis que regem a educação nacional, devem estar de acordo com isto, visto que o nosso objetivo é a formação do cidadão pleno. Para que assim, possibilite-se uma formação docente que conheça e valorize as necessidades corporais dos alunos a partir já da educação infantil. Devemos nunca esquecer, que o objetivo da escola é preparar o aluno para a vida e não só nos preocupar apenas com conteúdos e informações. Educar é formar um cidadão pleno, capaz, criativo e responsável. O movimento significa vida. Um organismo que não apresenta nenhuma forma de movimento orgânico está morto ou próximo dela, Ao deixarmos o movimento corporal fora das estratégias de aprendizagem e desenvolvimento da escola, estamos mutilando a natureza filogenética das crianças que, feridas em sua ontogenia, tornar-se-ão futuros adultos mutilados (GONÇALVES, 1998, p. 55). Todo conhecimento que é adquirido através da experiência do corpo com o mundo exterior numa relação significativa entre homem – objeto acontece de forma prazerosa, porque através desses contatos o indivíduo experimenta uma forma de aprendizagem pautada nas relações interpessoais, relações essas que possibilitam uma aprendizagem fundamentada nas experiências adquiridas diariamente através das relações do sujeito com o ambiente em que vive. Leonardo Boff, no prefácio do livro Reencantar a educação: Rumo à sociedade aprendente (1998), ratificou que o ser humano não aprende só com o cérebro, ele aprende com o corpo, através das suas relações. Aprender faz parte da vida, o ser humano aprende em todas as etapas do seu processo evolucionário. Assim, para viver e “sobreviver” em sociedade o ser humano deve se adaptar as novas situações, se adequar aos padrões que a sociedade exige vivenciar novas experiências a cada dia, e desse modo, adquirir conhecimento através da experiência pessoal para o seu desenvolvimento. Segundo Gardner (1994), a inteligência corporal, cinestésica, é fundamental para o desenvolvimento do todo. “Característica dessa inteligência é a capacidade de usar o próprio corpo de maneiras altamente diferenciadas e hábeis para propósitos expressivos assim como voltados a objetivos (...). Igualmente características é a capacidade de trabalhar habilmente com objetivos, tanto os que envolvem movimentos motores finos dos dedos e mãos quanto os que exploram movimentos motores grosseiro do corpo” (GARDNER, 1994, p. 161). Este define como centro da inteligência corporal a capacidade do ser humano de controlar os movimentos do corpo e a habilidade de manusear os objetos.
  • 26. 25 A introdução da expressão corporal na educação infantil seria um complemento para outras disciplinas tradicionais objetivando o desenvolvimento intelectual do aluno, sendo que o desenvolvimento intelectual é favorecido através do desenvolvimento equilibrado de diferentes áreas da formação do sujeito como a social, o cognitivo e o corporal. Outro ponto também muito importante da expressão corporal para o trabalho docente é a possibilidade que ela oferece ao professor de identificar algumas situações em sala de aula através da expressão corporal de seus alunos. Então é muito importante que o professor esteja habilitado para ler e interpretar a linguagem corporal dos seus alunos, pois é fato que essas crianças vão expressar sua linguagem corporal em sala de aula, seja como “espectador” de uma aula, ou seja, como “protagonista” nas suas brincadeiras individuais ou em grupo. Assim depois de observada a linguagem corporal dos seus alunos, o professor poderá identificar algumas qualidades e necessidades dos mesmos e desenvolver um trabalho que busque valorizar essas qualidades, atitudes das crianças, lideranças de alguns, timidez, autoestima, entre outros... Com isso o professor deve estar preparado para perceber as necessidades dos alunos em se expressar através do corpo na busca da relação significativa de ensino-aprendizagem. No desenvolvimento do trabalho educacional, as atividades pedagógicas não podem se apresentar de forma descontextualiza, sem vínculos com a realidade e as necessidades dos alunos, fazendo com que a aprendizagem seja pouco significativa. Sabendo que existem diversas formas de linguagem sendo uma delas a linguagem corporal, possibilidade pedagógica, que pode ser trabalhada em sala de aula objetivando o desenvolvimento de diferentes competências independentemente da aptidão dos alunos, os diretores e coordenadores poderiam, investir na capacitação do profissional de educação, para assim facilitar o trabalho dos docentes com a linguagem do corpo, possibilitando o desenvolvimento de um trabalho que valoriza uma manifestação artística que realmente integra o corpo e a mente, pois “o importante é que o professor tenha a formação e a informação adequada e o domínio dos recursos que possibilitem ao aluno enriquecer sua linguagem do movimento”. (BRIKMAN, 1989, p. 82) É na fase escolar que as crianças passam por transformações, tanto motortas como intelectuais, nesta fase o professor deverá ajudar os alunos a utilizar
  • 27. 26 todas as possibilidades que a linguagem do corpo oferece, cabe ao professor oferecer um ambiente de aprendizagem que contribua para o processo de intercâmbio entre linguagens, auto-conscientização, descoberta de novas possibilidades de comunicação, que valorize as necessidades de cada indivíduo e busque assim, a formação do cidadão pleno. 3.1 EXPRESSÃO CORPORAL E BRINCADEIRAS As atividades de expressão corporal contribuem para o desenvolvimento físico e social da criança. A criança exposta a essas atividades, estará apta a crescer bem mais desinibida e mais preparada para resolver conflitos relacionados ao seu meio social. Contudo, é importante que o educador seja consciente sobre os benefícios que a expressão corporal pode trazer para o desenvolvimento da criança e do adolescente e esteja aberto a criar e a oferecer mais condições e atividades para que isso ocorra. Nas escolas podem ser aplicadas diversas atividades que possibilitem desenvolver as capacidades de percepção das possibilidades e limitações do próprio corpo, além da satisfação da descoberta e do alívio de tensões e ansiedades. No final deste trabalho (ANEXO I), estão listadas algumas atividades que o professor pode aplicar para desenvolver as capacidades de expressão corporal em seus alunos. No final deste trabalho, estaremos listando algumas práticas que podem ser utilizadas pelos professores. A valorização dos trabalhos com a ação do corpo através das brincadeiras,possibilita que os alunos aprendam a compreender o ponto de vista de si e do outro e a expressar a sua criatividade de forma significativa dentro e fora do ambiente escolar. Para Bruner o jogo e as brincadeiras são muito importantes para a aprendizagem de comportamentos sociais e o uso de ferramentas. Ferramentas essas que são utilizadas de forma mais precisa ao passo que se desenvolve a capacidade sensório motora. (KISHIMOTO, 1998, p.141) As atividades lúdicas que envolvem a linguagem do corpo trazem benefícios nos aspectos emocionais, sociais, motores e intelectuais dos alunos. A partir dos trabalhos que valorizam e utilizam à linguagem da expressão corporal sob o auxílio da ludicidade, os alunos obtêm contribuições na formação de um senso
  • 28. 27 crítico e consciente além de potencializar os processos criativos e comunicativos despertando valores culturais, simbólicos e artísticos. A brincadeira é a prova evidente da capacidade criadora infantil, verifica-se que o ato de brincar, permite a criança desenvolver suas potencialidades e caminhar, de descoberta em descoberta, criando soluções e aprendendo a viver e conviver com os demais. A cada descoberta, a criança se sente mais curiosa, passando a manifestar, através das formas variadas de expressão, as bases de sua personalidade em desenvolvimento. É a fase da alegria, dos sonhos e da imaginação. Através destas brincadeiras, desenvolve-se o desenvolvimento mental, enriquecimento da linguagem, da criatividade, do espírito de observação e a descoberta.
  • 29. 28 4. PSICOMOTRICIDADE INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM. A motricidade do ser humano e a capacidade de pensar e agir de acordo com seus desejos desenvolvidos no intelecto é o que nos diferencia dos outros animais. Assim, desse modo os outros animais possuem apenas a motricidade. Do ato ao pensamento e do gesto a palavra, o ser humano dotado de novos processos psíquicos de informação entre o corpo e o cérebro adquiriu a postura bípede, libertou as mãos para fabricar ferramentas, emancipou a boca e a face para comunicar sentimentos e pensamentos com os seus semelhantes e finalmente, inventou o símbolo para fazer historia, transmitir cultura e produzir arte e ciência. (FONSECA, 2010, p. 8) Para Fonseca (2010), é por meio da motricidade que podemos entrar em contato com os objetos e a partir desse contato, podemos confeccionar ferramentas para nosso uso, e também por meio dessa motricidade podemos expressar nossas emoções e estados de espírito, pois nela se fundamenta as comunicações verbais e não verbais, com nossos semelhantes. A Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo. Por isso dizemos que a mesma é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da Educação Psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico; quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor. O ato antecipa a palavra, e a fala é uma importante ferramenta psicológica organizadora. Através da fala, a criança integra os fatos culturais ao desenvolvimento pessoal. Quando, então, ocorrem falhas no desenvolvimento motor poderá também ocorrer falhas na aquisição da linguagem verbal e escrita. A criança, cujo desenvolvimento psicomotor é mal constituído, poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras (ex: b/d), na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato (matemática), na análise gramatical, dentre outras. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como: dominância manual já estabelecida; conhecimento numérico para saber quantas sílabas formam uma palavra; movimentação dos olhos da esquerda para a direita que
  • 30. 29 são os adequados para escrita; discriminação de sons (percepção auditiva); adequação da escrita às dimensões do papel, bem como proporção das letras e etc; pronúncia adequada das letras, sílabas e palavras; noção de linearidade da disposição sucessiva das letras e palavras; capacidade de decompor palavras em sílabas e letras; possibilidade de reunir letras e sílabas para formar palavras e etc. 4.1 PSICOMOTRICIDADE E O AMBIENTE ESCOLAR A educação psicomotora é fundamental, sobretudo na compreensão de que a educação não deve ocorrer de forma fragmentada, mais sim de forma que valorize o ser humano completo formado de corpo e mente. A educação psicomotora trata de obter a consciência do próprio corpo, o domínio do equilíbrio, o controle e mais tarde, a eficácia das diversas coordenações globais e segmentares, o controle da inibição voluntaria e da respiração, a organização do esquema corporal e a orientação no espaço; uma correta estruturação espaço-temporal e as melhores possibilidades de adaptação ao mundo exterior. (Vayer e Picq e Vayer, 1977apud STOKOE E HARF, 1987, p.129) O trabalho com psicomotricidade dentro das escolas, pode contribuir para o desenvolvimento global da criança. Portanto é importante que os professores estejam cientes do seu papel nesse processo de desenvolvimento, e que estejam preparados para executar um trabalho que valorize a educação psicomotora. Uma estruturação sistemática do trabalho docente, com foco nos resultados significativos na educação psicomotora dos discentes. Trabalho esse que valorize o planejamento, uma vez que sem planejamento o trabalho acaba enfrentando uma série de contratempos, que o direcionam para outros caminhos e conseqüentemente a perca do foco inicial. Por isso o docente que visa desenvolver um trabalho com psicomotricidade deve ter objetivos claros, e muito bem definidos. Esse professor tem que assumir uma postura de observador/mediador, pois são as atividades do cotidiano que serão adaptadas para a aplicação de atividades psicomotoras. Ao longo do crescimento da criança, ocorrem significativas mudanças no seu cérebro, essas mudanças vão ser fundamentais no desenvolvimento da psicomotricidade. Nesse período, nota-se uma mudança no desenvolvimento psicomotor que é muito importante, essa mudança é o progresso da independência e da coordenação motora.
  • 31. 30 A educação psicomotora corresponde não apenas ao controle de funções e desenvolvimentos corporais, mais sim, em uma possibilidade de favorecer o desenvolvimento global da criança em fase escolar. Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento é um instrumento e uma peça importante e fundamental do edifício pedagógico, que permite à criança resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por outro lado, para a sua existência futura no mundo adulto, essa atividade não ficará mais relegada ao segundo plano, sobretudo porque o professor constatará que esse material educativo não verbal, constituído pelo movimento é, pôr vezes, um meio insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver certas formas de atenção, por em jogo certos aspectos da inteligência.
  • 32. 31 5. CONCLUSÃO Nesse trabalho, buscamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a necessidade e os benefícios do brincar na escola. Percebe-se que o brincar existe desde a antiguidade, já sendo utilizado como fonte de ensino e que até os dias atuais podemos verificar que além de ser usado como fonte de aprendizagem, ele também é usado para um melhor desenvolvimento em todos os aspectos da criança. Muitas vezes as crianças ficam a mercê do espaço para brincar, espaço que no dia a dia não pode ser utilizado, ou pouco utilizado, devido a vida do cotidiano das cidades grandes, pais saem cedo para trabalhar, crianças ficam uma parte do dia presas, devido a falta de segurança ou até por não ter um adulto que cuide das mesmas, a importância do espaço para brincar é fundamental para a construção da identidade. Podemos dizer que aquela criança que teve liberdade para brincar, criar, recriar, com certeza será um adulto bem sucedido. Observamos que nas escolas onde trabalhamos ou conhecemos, o espaço é um fator em questão. Nestas escolas analisadas, percebemos que as mesmas oferecem oportunidades para as crianças brincarem, mesmo sendo com um pouco de dificuldade. As crianças conseguem se expressar, criar, fantasiar e as professoras também proporcionam esses momentos, sendo colaboradoras do processo. No entanto, as escolas precisam de reformas em relação aos espaços ou uma maior atenção a esta importância, enxergar a necessidade do brincar de outra forma, pode ser outro desafio. Concordar com a literatura que observa relações existentes entre o desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da escrita e demonstra a importância de atividades que desenvolvam o potencial psicomotor da criança para a ampliação das condições básicas de aprendizagem escolar. Portanto este trabalho leva a uma reflexão sobre a educação psicomotora nas séries iniciais, tanto da educação infantil, como do ensino fundamental, tendo como ponto de partida a psicomotricidade como uma ação preventiva que venha evitar problemas como a desconcentração, confusão no reconhecimento de palavras, confusão com letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à alfabetização.
  • 33. 32 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Teoria e Pratica em Psicomotricidade: Jogos, Atividades Lúdicas, Expressão Corporal e Brincadeiras Infantis. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008. BEE, Helen. A criança em Desenvolvimento. 7. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. BRIKMAN, Lola. A Linguagem do Movimento Corporal. São Paulo: Summus Editorial, 1989. COOL, César e MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia Evolutiva. Volume 1. Porto Alegre: Artmed, 2004. CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte e VIEIRA, Mauro Luís. Caracterização de brincadeiras de crianças em idade escolar. Porto Alegre, v. 21, n. 3, 2008. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 79722008000300004 >. Acesso em 25 de outubro de 2016. GUEDES, Ricardo Siqueira. Educação Matemática na Educação Infantil: Um Levantamento de Propostas. Dissertação de Mestrado, apresentada a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007. Disponível em http://livros01.livrosgratis.com.br/cp040365.pdf Acesso em 25 de outubro de 2016. FONSECA, Vitor. Psicomotricidade e Neuropsicologia: Uma Abordagem Evolucionista. Rio de Janeiro: Wak, 2010. GALVAO, Isabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento INFANTIL. 9. ED. PETRÓPOLIS, RJ: VOZES, 1995. GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. GONÇALVES, Clézio J. S. Ler e Escrever com o Corpo Também em Movimento in: NEVES, Lara Conceição Bittencourt (Org.). Ler e Escrever Compromisso de Todas as Áreas. 6. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). O brincar e suas teorias. São Paulo: Cengage Learning, 1998. OSSONA, Paulina. A Educação Pela Dança. 3. ed. São Paulo: Summus, 1998. PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. STOKOE, Patrícia; HARF, Ruth. Expressão Corporal na Pré- escola. 3. ed. São Paulo: Summus editorial, 1987.
  • 34. 33 VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994. WALLON, Henri. A Evolução Psicológica da Criança. Rio de Janeiro: Editorial Andes, 1998. WINNICOTT, D. W. A Criança e o seu mundo. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara KOOGAN, 1982. http://www.escoladossonhos.blogspot.com.br/2010/11/oficina-expressao-corporal- arte-e.html - Oficina de expressão corporal: arte e movimento http://www.efartigos.atspace.org/efescolar/artigo39.html - Artigo: O Brincar na Educação Infantil, Teodorico, Marcos Pinheiro de Almeida.
  • 35. 34 ANEXO I ATIVIDADES SUGERIDAS: IMITANDO OS BICHOS Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão, corporal,criatividade e socialização. Material: um espaço privado Duração: 20 minutos Faixa Etária: 6 - 12 anos Parte Prática: O professor coloca a música “Arca de Noé”. Em seguida o professor e os alunos começam a fazer coreografia que imita os bichos de acordo com a música. Obs: a música “Arca de Noé” pode ser substituída por outra música que fala também de animais. MÍMICA TEATRAL Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão corporal, criatividade e socialização. Material: um espaço privado, gravuras e fotografias Duração: 30 minutos Faixa Etária: 6 - 14 anos Parte Prática: Separe a turma em dois grupos. Num primeiro momento um fará a mímica e outro apenas assistirá. O professor antes de iniciar o jogo deve preparar um material com gravuras, fotografias que tenha relação uma com a outra. Como um animal e uma floresta, foto de uma criança e de um parque diversão ou corte as gravuras ao meio. Distribua as gravuras entre os alunos (em número par). Ao sinal, todos terão que achar seus pares. Quando isso acontecer terão que montar um mini-teatro ou mímica que expresse o que está na fotografia. Os outros participantes vão tentar descobrir. Quando o primeiro grupo tiver apresentado todas as mímicas, o que apenas assistiu irá fazer o mesmo. ESPELHO Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão corporal, criatividade e socialização. Material: um espaço privado Duração: 20 minutos
  • 36. 35 Faixa Etária: 6 - 14 anos Parte Prática: o professor separa a turma em duplas. Em seguida um dos alunos da dupla, deve começar a brincadeira onde deve fazer movimentos de expressão corporal e o outro vai tentar fazer exatamente igual como se fosse um espelho. Após alguns minutos o professor sugere a troca de funções e de duplas. ESTÓRIA SERIADA Objetivo: Desenvolver a desinibição, capacidade de expressão corporal, criatividade e socialização. Material: um espaço privado, figuras diversas. Duração: 20 minutos Faixa Etária: 9- 14 anos Parte Prática: o professor antes de iniciar a aula, distribui as fichas com figuras diversas e começa uma história. A criança deve continuar a estória incluindo sua figura e a que vem em seguida, continua a história. Obs: É muito divertido se o professor grava tudo e no final todos ouvem o repeteco.