1. PERCEÇÃO DOS PROFESSORES
SOBRE O PERFIL DE COMPETÊNCIAS DOS FORMADORES
E SOBRE A QUALIDADE DA FORMAÇÃO NA ÁREA DAS TIC
Maria Helena Vieira Felizardo
Fernando Albuquerque Costa
Estudo inserido no âmbito do Doutoramento em Educação, na área de especialidade Tecnologias de
Informação e Comunicação na Educação, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
2. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Formadores de professores na área das TIC
ligados aos Centro de Formação de
Associação de Escolas (CFAE).
Formação contínua de professores na área das TIC:
Que perfil de formador?
Na área das TIC, que perfil
deve ter um formador para
ajudar os professores na
integração efetiva das
tecnologias digitais no processo
de ensino e de aprendizagem?
Contextualização
3. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Questionário online
15 de abril a 29 de maio de 2105
Objetivo:
Identificar a perceção dos professores do Ensino
Básico e Secundário do país sobre o perfil de
competências dos formadores e qualidade da
formação contínua de professores na área das TIC.
766 Escolas/Agrupamentos de todo o país
1578 respostas válidas
1ª fase do Estudo
4. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Questionário
1ª Parte 2º Parte
Caracterização
dos
respondentes
Duas escalas Likert de 5 pontos - 2 dimensões
- Concordo totalmente
- Concordo
- Discordo
- Discordo totalmente
- Sem opinião
1ª Dimensão “Perfil de competências dos formadores na área das TIC”
Identificar a perceção dos professores sobre a ação e as competências dos
formadores na área das TIC.
2ª Dimensão “Avaliação da formação contínua em TIC efetuada pelos CFAE”
Identificar a perceção dos professores sobre a qualidade da formação contínua de
professores na área das TIC.
5. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Resultados
Caracterização dos respondentes
IDADEGÉNERO
26%
74%
Género masculino Género feminino
< 31 anos
31 a 45 anos
> 45 anos
4.3%
34.8%
60.9%
6. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
TEMPO DE SERVIÇOSITUAÇÃO PROFISSIONAL
78.7%
9.4%
11.9%
QE / QA Zona Pedagógica Contratado/a
< 11 anos
11 a 20 anos
> 20 anos
5.2%
34.7%
60.1%
Caracterização dos respondentes
Resultados
7. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
ÁREA DE ENSINO
1º Ciclo do Ensino Básico
Línguas
Matemáticas e ciências
experimentais
Ciências sociais e humanas
Expressões (+ Educ. Especial)
Outros
17.1%
18.3%
29.9%
13.4%
18.1%
3.2%
Caracterização dos respondentes
Resultados
8. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Perceção dos professores sobre perfil de competências do formador na área das TIC (Dimensão 1)
13.9
23.4 25.5
82.1
72.4
65.9
4.1 4.2
8.6
Fator 1 Fator 2 Fator 3
DT/D C/CT S/O
Fator 1 - Conhecimentos disciplinares,
didáticos e transversais
Fator 2 – Competências metodológica
inerentes à função de formador
Fator 3 – Competência reflexiva teórico-
prática
Resultados
9. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Perceção dos professores sobre a formação efetuada pelos CFAE (Dimensão 2)
28.2
24.9
68.3 70.4
3.5 4.7
Fator 1 Fator 2
DT/D C/CT S/O
Fator 1 - Contributos da formação para a
integração das TIC e para a inovação
Fator 2 – Qualidade da formação
desenvolvida pelos CFAE
Resultados
10. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Concluindo...
Os professores têm uma
PERSPETIVA POSITIVA das
competências dos formadores
(73,46% - C/CT)
Conhecimentos
disciplinares, didáticos
e transversais
Competências
metodológicas
inerentes
Competência
reflexiva
Visão centrada na transmissão
de conteúdos….
11. Felizardo & Costa 2016
Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC
Os professores têm uma PERSPETIVA POSITIVA da
formação desenvolvida pelos CFAE (69,35% - C/CT)
“A maioria da oferta de formação na área das
TIC é organizada em função das
necessidades concretas das escolas e dos
seus projetos educativos” (Item 30)
46,9% Discordância – D/DT
Questões menos consensuais…. Exemplo:
Concluindo...
12. PERCEÇÃO DOS PROFESSORES
SOBRE O PERFIL DE COMPETÊNCIAS DOS FORMADORES
E SOBRE A QUALIDADE DA FORMAÇÃO NA ÁREA DAS TIC
Maria Helena Vieira Felizardo
Fernando Albuquerque Costa
Notas do Editor
Este trabalho insere-se no âmbito de um estudo de doutoramento ……….
o nosso objeto de estudo é o formador.
Esta opção surge na sequência de um estudo anterior que nos permitiu constatar que os formadores na área das TIC, ligados aos CFAE, não têm uma preparação específica para o exercício desta função, mas que podem assumir um papel preponderante como elemento facilitador na mudança de práticas dos professores.
(Dimensão 1 – 3 fatores: itens – 5 + 6 + 5= 16 itens – Dimensão 2 – 2 fatores: itens – 7 + 5 = 12 itens
O constructo inicial realizado com base na literatura foi validado, em primeiro lugar, por sete especialistas da área das tecnologias na Educação, professores e investigadores de várias Universidades do país
Análise fatorial confirmou o constructo inicial. (pequenas alterações: foram apagados 4 itens na 1ª dimensão - houve troca de posição de 3 itens, na segunda dimensão
A maioria dos docentes do ensino básico e secundário são mulheres, o que contrasta com o facto da maioria dos formadores da formação contínua de professores na área das TIC, respondentes no nosso estudo anterior, 63% serem do género masculino (Felizardo, 2012).
Tem havido uma diminuta contratação de jovens professores no sistema educativo, nas últimas duas décadas.
Predominância de professores respondentes da área da matemática e ciências exatas, área de proveniência da maioria dos formadores da área das TIC, de acordo com a caracterização que realizámos destes profissionais num estudo anterior.
Os valores constantes expressos em percentagem.
Agrupámos ainda os valores referentes à discordância (discordo totalmente + discordo) e os valores referentes à concordância (concordo + concordo totalmente), para uma síntese dos resultados.
Os professores revelaram uma opinião bastante positiva sobre as competências que os formadores apresentam, em particular, as que dizem respeito aos conhecimentos disciplinares, didáticos e transversais (fator 1).
Já os formadores da formação contínua de professores na área das TIC, inquiridos num estudo anterior, haviam considerado estas competências como sendo as mais importantes, quando inquiridos sobre os mesmos itens (Felizardo 2012), o que confirma que estas competências profissionais mais tradicionais são, de facto, as mais reconhecidas como necessárias, tal como afirma Houpert (2005). MESMA VISÃO
A percentagem mais elevada de respostas no ponto ”Sem opinião” recai sobre o fator 3, referente à competências reflexiva teórico–prática - este conjunto de competências são mais subjetivas e mais difíceis de observar e avaliar.
Os professores revelaram uma opinião bastante positiva sobre a formação que tem sido efetuada pelos CFAE na área das TIC,
70,4% dos professores inquiridos concordaram que a formação tem sido desenvolvida com qualidade
68,3% concordam que a formação contribuiu para a integração curricular das TIC e para a inovação de práticas pedagógicas.
No entanto, há questões menos consensuais. Destacamos o item que refere que “a maioria da oferta de formação na área das TIC é organizada em função das necessidades concretas das escolas e dos seus projetos educativos “ (Item 30), como o único que apresenta uma maior percentagem do lado da discordância (46,9%), permitindo-nos concluir que praticamente metade dos professores inquiridos consideram que a formação não responde às suas reiais necessidades.
estamos em presença de perceções bastante positivas sobre as competências dos formadores (primeira dimensão), destacando-se as competências referentes aos conhecimentos disciplinares, didáticos e transversais. Este resultado pode dever-se ao facto de as competências atitudinais, para além de conterem maior subjetividade na apreciação, serem mais difíceis de percecionar no espaço e tempo de formação. Ou dever-se ao facto de estarmos em presença de uma dimensão menos valorizada no contexto das ações de formação em TIC.
Esta perceção dos professores está na linha também do que muitos autores afirmam relativamente à formação na área das tecnologias, mais focada na aquisição de competências técnicas e técnico-pedagógicas nem sempre acompanhada com uma reflexão mais aprofundada sobre os fundamentos teóricos subjacentes à utilização das mesmas (Timperley, 2011; Alvarez, 2013).
Uma visão ainda muito centrada sobretudo na transmissão de conteúdos, e subvalorizando o papel que as tecnologias podem assumir na construção de conhecimento por parte dos alunos, por exemplo quando integradas em metodologias de projeto e de resolução de problemas e assentes no trabalho colaborativo.
Quanto à avaliação que os professores fazem da formação desenvolvida pelos Centros de Formação de Associação de Escolas, esta parece-nos bastante positiva, embora menos consensual em algumas questões particulares. (Item)
A dissonância entre as competências dos formadores e a qualidade da formação assinaladas pelos professores, por um lado, e os resultados que tardam em fazer-se sentir nas salas de aula ao nível da integração das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem, por outro lado, levantam algumas questões às quais esperamos poder vir a responder no decorrer desta investigação,