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E. E. Profa. Irene Dias Ribeiro ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Os Lusíadas Luís Vaz de Camões Canto  I
Proposição “As armas  e  os barões  assinalados Que, da ocidental praia lusitana,  1 Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda  além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo reino , que tanto sublimaram
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Invocação E vós, tágides minhas, pois criado  4 Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre, em verso humilde, celerado  Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo gradíloco e corrente, Por que de vossas águas  Febo  ordene Que não tenham inveja ás de Hipocrene.
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Dedicatória E vós, ó bem nascida segurança  6  Da lusitana antiga liberdade,  E não menos certíssima esperança  De aumento da pequena cristandade, Vós, ó novo temor da maura lança, Maravilha fatal da nossa idade, Dada ao mundo por Deus (que todo o mande, Pera do mundo a Deus dar parte grande);
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Concílio dos Deuses Já no largo oceano navegavam,  19 As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam  Cobertos,onde as provas vão cortando  As marítimas águas consagradas, Que do gado de  Próteu  são cortadas,
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Cilada de Baco Porém disto que o mouro aqui notou  E de tudo o que viu, com olho atento,  69 Um ódio certo na alma lhe ficou, Uma vontade má de pensamento.  Nas mostras e no gesto o não mostrou Mas, com risonho de ledo fingimento, Tratá-los brandamente determina, Até que mostrar possa o que imagina.
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Fala do poeta No mar, tanta tormenta e tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida;  106 Na terra, tanta guerra, tanto engano, Tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o céu sereno Contra um bicho da terra pequeno?

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Os Lusíadas canto I

  • 1.
  • 2. Os Lusíadas Luís Vaz de Camões Canto I
  • 3. Proposição “As armas e os barões assinalados Que, da ocidental praia lusitana, 1 Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo reino , que tanto sublimaram
  • 4.
  • 5.
  • 6. Invocação E vós, tágides minhas, pois criado 4 Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre, em verso humilde, celerado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo gradíloco e corrente, Por que de vossas águas Febo ordene Que não tenham inveja ás de Hipocrene.
  • 7.
  • 8. Dedicatória E vós, ó bem nascida segurança 6 Da lusitana antiga liberdade, E não menos certíssima esperança De aumento da pequena cristandade, Vós, ó novo temor da maura lança, Maravilha fatal da nossa idade, Dada ao mundo por Deus (que todo o mande, Pera do mundo a Deus dar parte grande);
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12. Concílio dos Deuses Já no largo oceano navegavam, 19 As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos,onde as provas vão cortando As marítimas águas consagradas, Que do gado de Próteu são cortadas,
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17. Cilada de Baco Porém disto que o mouro aqui notou E de tudo o que viu, com olho atento, 69 Um ódio certo na alma lhe ficou, Uma vontade má de pensamento. Nas mostras e no gesto o não mostrou Mas, com risonho de ledo fingimento, Tratá-los brandamente determina, Até que mostrar possa o que imagina.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21. Fala do poeta No mar, tanta tormenta e tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida; 106 Na terra, tanta guerra, tanto engano, Tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o céu sereno Contra um bicho da terra pequeno?