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Aliny Barbosa
Bruno Duarte
Letícia Fernanda
Marcos Vinicius
3º A - 2013
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**Vídeo
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*Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo, em 27 de
outubro de 1892. Primeiro de dezesseis irmãos de uma
família de classe média do sertão nordestino, ele viveu
os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste
brasileiro, como Buíque (PE), Vicosa e Maceió (AL).
Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio
de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando
como jornalista.
*Em setembro de 1915, motivado pela morte dos irmãos
Otacília, Leonor e Clodoaldo e do sobrinho Heleno,
vitimados pela epidemia de peste bubônica, volta para o
Nordeste, fixando-se junto ao pai, que era comerciante
em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano
casou-se com Maria Augusta de Barros, que morreu
em 1920, deixando-lhe quatro filhos.
*Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927,
tomando posse no ano seguinte. Ficou no cargo por dois
anos, renunciando a 10 de abril de 1930. Segundo uma das
autodescrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do
interior, soltava os presos para construírem estradas." Os
relatórios da prefeitura que escreveu nesse período
chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor
carioca que o animou a publicar Caetés (1933).
*Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como
diretor da Imprensa Oficial, professor e diretor da
Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado São
Bernardo, e quando se preparava para publicar o próximo
livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado
por Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935.
Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego,
consegue publicar Angústia (1936), considerada por muitos
críticos como sua melhor obra.
*- e Partido Comunista do Brasil - PCdoB), de
orientação sovEm 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida
estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal
de ensino.
*Em 1945 ingressou no antigo Partido Comunista do Brasil -
PCB (que nos anos sessenta dividiu-se em Partido
Comunista Brasileiro - PCB iética e sob o comando de Luís
Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas
viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa
Medeiros Ramos, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda
em 1945, publicou Infância, relato autobiográfico.
*Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi
internado, mas acabou falecendo em 20 de
março de 1953, aos 60 anos, vítima
de câncer do pulmão.
*Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de
outubro de 1892 — 20 de março de 1953, Rio de
Janeiro) foi um romancista, cronista, contista,
jornalista, político e memorialista brasileiro do século
XX, mais conhecido por seu livro Vidas Secas (1938).
*
*A história em Vidas Secas começa com a fuga de uma
família nordestina fugindo da seca do sertão. Fabiano, o
pai da família, é um vaqueiro com dificuldade de se
expressar. Não tem aspirações nem esperanças de vida.
Sinhá Vitória é a mãe, é mais "madura" do que seu marido
Fabiano, também não se conforma com sua situação
miserável, e sonha com uma cama de ouro como a de
Tomás de Bolandeira. Os dois filhos e a cadela Baleia
acabam por concluir essa família.
*O menino mais novo sonha ser como o pai, já o mais velho
desejava a presença de um amigo, conformando-se assim
com a presença de sua cadela Baleia, a qual portava-se
não como um animal, mas sim tratada com um ente e
ajudava Fabiano e sua família a suportar as péssimas
condições.
*Depois de muito caminhar a família chega a uma fazenda
abandonada, onde acabam ficando. Após de um curto
período de chuva o dono da fazenda retorna e contrata
Fabiano como seu vaqueiro.
*Fabiano vai a venda comprar mantimentos e lá se põem a
beber. Aparece um policial que Fabiano chama de Soldado
Amarelo, que o convida para jogar baralho com os outros.
O jogo acontece e numa desavença com o Soldado
Amarelo, Fabiano é preso maltratado e humilhado,
aumentando assim sua insatisfação com o mundo e com
sua própria condição de homem selvagem do campo.
*Fabiano é solto e continuando assim sua vida na fazenda.
Sinhá Vitória desconfia que o patrão de Fabiano estaria
roubando nas contas do salário do marido.
*A família participa da festa de Natal da cidade onde se
sentem humilhados por diversos "patrões" e "Soldados
Amarelos". Baleia fica doente e Fabiano a sacrifica.
*Não satisfeito e sentindo-se prejudicado com o patrão,
Fabiano resolve conversar com seu patrão, este que
ameaça despejar Fabiano da fazenda. Fabiano tenta
esquecer o assunto e acaba ficando muito indignado. Na
voltada venda Fabiano encontra o Soldado Amarelo
perdido no mato. Fabiano pensa em matar o Soldado
Amarelo, porém sentindo-se fraco e impossibilitado,
acaba ajudando o soldado a voltar para a cidade.
*A seca atinge a fazenda e faz com que toda a família fuja
novamente, só que desta vez, todos vão para o Sul, em
busca da cidade grande, sem destino e sem esperança de
vida.
*
*Personagem Protagonista
*Baleia – Cadela da família, tratada como gente,
humanizada em vários momentos e muito querida das
crianças.
*Personagem Antagonista
*Fabiano – Nordestino pobre, marido de Sinhá Vitória, pai
de dois filhos. Procura trabalho desesperadamente, bebe
muito e perde dinheiro no jogo. Possui grandes
dificuldades lingüísticas, mas é consciente delas. Homem
bruto com dificuldade de se expressar, possui atitudes
selvagens. Por não saber se expressar entra num processo
de isolamento, aproximando-se dos animais, com os quais
se identifica melhor.
*Sinhá Vitória – Mulher de Fabiano, sofrida, mãe de dois
filhos, lutadora, sonhadora e inconformada com a miséria
em que vive, trabalha muito. É a mais inteligente de
todos controlando assim as contas e os sonhos de todos.
*Filho mais novo - admirava os hábitos do pai quando ele
cavalga totalmente adaptado ao cavalo - qual uma figura
lendária, e tenta imitá-lo, absorvendo um pouco daquela
grandeza que os tirava da vida resignada que levavam.
*Filho mais velho - ao contrário do mais novo, a lida de
vaqueiro não o fascina. Ele deseja descobrir o sentido
das palavras e recorre à mãe – porção mais
―intelectual‖ da família, que frequentemente o
afasta, por não ter explicações para dar.
*Personagens Secundários
*Soldado Amarelo – Corrupto, oportunista e medroso, o
Soldado Amarelo é símbolo de repressão e do
autoritarismo pelo qual é comandado (ditadura Vargas),
porém não é forte sozinho; sem as ordens da ditadura, é
fraco e acovarda-se diante de Fabiano.
*O dono da fazenda – Contrata Fabiano para trabalhar em
sua fazenda, desonesto, explorava seus empregados.
*O fiscal da prefeitura – Intolerante e explorador.
*Tomás de Bolandeira - Aparece somente por meio de
evocações, é tido como referência por Fabiano e Sinhá
Vitória.
*Seu Inácio – Dono do bar.
*
*No romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos,
encontramos a narração em terceira pessoa, com narrador
onisciente. Podemos encontrar muitas vezes os discursos
indiretos livres. É o próprio narrador que revela o interior
dos personagens através de monólogos interiores. O foco
narrativo ganha destaque ao converter em palavras os
anseios e pensamentos das personagens.
*Exemplo:
"... Aí, a coleira diminuiu e Fabiano teve pena".
(Cap. 01 – Mudança)
*
*Além da falta de linearidade do tempo, em "Vidas Secas"
há nítida valorização do tempo psicológico, em
detrimento do cronológico. Essa opção do narrador de
ocultar os marcadores temporais tem como principal
consequência o distanciamento dos personagens da
ordenação civilizada do tempo.
Dessa forma, nota-se que a ausência de uma marcação
cronológica temporal serve, enquanto elemento
estrutural, como mais uma forma de evidenciar a exclusão
dos personagens. Por outro lado, a valorização do tempo
psicológico na narrativa faz com que as angústias dos
personagens fiquem mais próximas do leitor, que as
percebe com muito mais intensidade.
*Exemplo:
"... Sinhá Vitória é saudosista. Lembra-se de
acontecimentos antigos, até ser despertada pelo grito da
ave e ter a idéia de transformá-la em alimento".
(Cap. 01 – Mudança)
*
*A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas
chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva –
somada a uma política de descaso do governo com os
investimentos sociais – transforma a paisagem em
ambiente inóspito e hostil.
Inverno, na região, é o nome dado à época de chuvas, em
que a esperança sertaneja floresce. O sonho de uma
existência menos árida e miserável esboça-se no horizonte
e dura até as chuvas cessarem e a seca retornar
implacável. No romance, essa esperança aparece no
capítulo ―Inverno‖, em que Fabiano alimenta a
expectativa de uma vida melhor, mais digna.
*O retorno à visão marcada pela falta de perspectivas
recomeça com o fim das chuvas, com o fim da esperança.
Na obra, pode-se apontar, também, para dois recortes
espaciais: o ambiente rural e o urbano. A relevância desse
recorte se deve às sensações de adequação ou
inadequação dos personagens em um ou outro espaço.
*Fabiano consegue, apesar da miséria presente, dominar o
ambiente rural. Incapaz de se comunicar, o personagem,
desempenhando a solitária função de vaqueiro, não sente
tanto as consequências de seu laconismo. Além disso,
conhece as técnicas de sua profissão, o que lhe dá uma
sensação de utilidade e permite que goze até de certa
dignidade. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo
trabalhando deixa claro isso.
*Na cidade, porém, Fabiano vivencia, a cada nova
experiência, o sentimento de inadequação. Os capítulos
―Festa‖ e ―Cadeia‖ ilustram bem essa sensação.
*Exemplo:
"... na lagoa seca, torrada, coberta de caatingas e capões
de mato".
(Cap. 11 – O soldado Amarelo)
*
*A obra se insere na segunda fase do Modernismo
brasileiro, que compreende as décadas de 1930 e 1940,
período em que o Brasil e o mundo viviam profundas
crises. O mundo, em virtude da crise da Bolsa de Nova
Iorque, do combate ao comunismo e do nazi fascismo –
que desencadearão a II Guerra Mundial; o Brasil,
principalmente em razão da crise cafeeira. Dessa
maneira, esse quadro social, econômico e político inspira
uma nova postura dos artistas diante da realidade, uma
nova posição ideológica. Na literatura brasileira, isso
influencia os escritores brasileiros a privilegiar a análise
crítica da realidade: analisando-a e/ou denunciando-a,
como é o caso de Graciliano Ramos.
*Desse modo, percebemos na prosa o interesse por temas
nacionais, a criação de uma linguagem mais brasileira e
um enfoque social mais direto em relação ao
Realismo/Naturalismo – da segunda metade do século XIX –
em que os autores apontavam críticas, porém de maneira
mais geral, sem o aprofundamento e o detalhamento das
situações evidenciadas pelos modernistas.
O romance passa a focar o regionalismo – no caso de
Graciliano Ramos, o nordestino – de modo que emergem
problemas como a seca, a migração, a miséria do
trabalhador rural e a ignorância imposta pela falta de
oportunidades.
*Exemplo:
“Ia pesado, o aió cheio a tiracolo, muitos látegos e
chocalhos pendurados num braço.”
*Está presente também na obra:
*Metáfora:
“ - você é um bicho, Fabiano!”
*Prosopopeia:
Atribui atitudes humanas a cachorra Baleia.
“Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio
de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano
enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com
ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo
ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.”
*Zoomorfização:
“Um bicho, Fabiano.”
*
*Fato: seca no nordeste;
*Causa: devido ao clima tropical semi-árido, as chuvas
escassas;
*Consequência: o nomadismo da família de Fabiano de uma
fazenda para outra e a morte da cachorra Baleia, por esta
estar doente Fabiano atira nela para aliviar o sofrimento.
*Clímax: o questionamento interno de Baleia e Fabiano.
Fabiano por Ter matado Baleia e da Baleia do porque que
Fabiano atirou nela.
*
*Sabe-se que a obra Vidas Secas de Graciliano Ramos,
retrata fielmente a vida de uma pequena e pobre família
de nordestinos, que sofrem com vários problemas: a seca
(o principal), a submissão ao homem branco, a autoridade
arbitrária e a escassa linguagem resultante da ignorância.
Com isso, é bastante perceptível o conteúdo mimético na
obra de Graciliano, visto que ele não só imita, como
também representa uma realidade marcada por injustiças
sociais ainda presente em nossa sociedade.
*Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados
da possibilidade de continuar a viver no espaço que
ocupavam. São, portanto, obrigados a retirar-se para
outros lugares. Uma das implicações dessa vida nômade
dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial.
*Exemplo:
*“- Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode
viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.”
*
*Tendo-se iniciado em Portugal em 1915, o Modernismo
levaria sete anos para começar no Brasil; porém, o
movimento modernista, num primeiro momento,
apresentou, na literatura, certas características e atitudes
que foram comuns aos dois países. Entre elas, destacam-
se:
*inconformismo político - espírito revolucionário;
*irreverência, iconoclastia;
*antiacademicismo, antitradicionalismo, antipassadismo,
anticonformismo;
*rejeição das normas estéticas consagradas;
*proposta de inovações linguísticas:
*exploração de novos temas;
*simultaneísmos, sínteses, fusões diversas;
*uso da linguagem coloquial;
*incorporação do cotidiano;
*o moderno como um valor em si mesmo;
*nova concepção do mundo e do homem.
*
*Observa-se, por meio do que já foi apresentado, que o
romance Vidas Secas do escritor modernista Graciliano
Ramos, publicado em 1938, trata de um tema ainda
existente na realidade brasileira atual: a seca. Entre
outros que se relacionam ao mesmo, como a pobreza
nordestina da época; um governo arbitrário, caracterizado
pelos soldados amarelos; a ignorância do sertanejo;
enfim, as injustiças sociais.
Essas observações resultam de uma série de pesquisas
sobre a obra, na tentativa de se fazer uma simples análise
de sua constituição. Para isso, tentou-se basear a
estruturação do trabalho nos conteúdos vistos em sala,
sobre a literatura, são eles: a mimésis, a verossimilhança,
a metáfora e a relação entre artista e artesão.
* Assim, com a elaboração desse artigo, pode-se
perceber a grande importância e contribuição de
Graciliano Ramos para a literatura brasileira. Além de
se compreender melhor sobre a estruturação de Vidas
Secas, e a relação existente dos conceitos
apresentados no decorrer do trabalho com as demais
obras literárias; o que irá auxiliar no conhecimento
dos que fazem parte da área de Letras.
*
*Segundo a professora, o vestibular pode cobrar a
hierarquia apresentada no livro: como por exemplo, o que
representa o Soldado Amarelo e a linguagem do Tomás da
bolandeira, a quem Fabiano tanto admirava. Além disso,
pode ser perguntado sobre o grau de miserabilidade dessa
família: a cadela chegando ao nível humano e o humano
descendo à condição de animal. Esta família vaga pela
caatinga tentando chegar em algum lugar, mas podem
estar perdidos, andando em círculo.
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Vidas secas graciliano ramos (1)

  • 1. Aliny Barbosa Bruno Duarte Letícia Fernanda Marcos Vinicius 3º A - 2013 *
  • 2. *
  • 4. * *Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo, em 27 de outubro de 1892. Primeiro de dezesseis irmãos de uma família de classe média do sertão nordestino, ele viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro, como Buíque (PE), Vicosa e Maceió (AL). Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista. *Em setembro de 1915, motivado pela morte dos irmãos Otacília, Leonor e Clodoaldo e do sobrinho Heleno, vitimados pela epidemia de peste bubônica, volta para o Nordeste, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano casou-se com Maria Augusta de Barros, que morreu em 1920, deixando-lhe quatro filhos.
  • 5. *Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Ficou no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930. Segundo uma das autodescrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas." Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor carioca que o animou a publicar Caetés (1933). *Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial, professor e diretor da Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado São Bernardo, e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado por Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia (1936), considerada por muitos críticos como sua melhor obra.
  • 6. *- e Partido Comunista do Brasil - PCdoB), de orientação sovEm 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino. *Em 1945 ingressou no antigo Partido Comunista do Brasil - PCB (que nos anos sessenta dividiu-se em Partido Comunista Brasileiro - PCB iética e sob o comando de Luís Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda em 1945, publicou Infância, relato autobiográfico. *Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado, mas acabou falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão.
  • 7. *Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 — 20 de março de 1953, Rio de Janeiro) foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por seu livro Vidas Secas (1938).
  • 8. * *A história em Vidas Secas começa com a fuga de uma família nordestina fugindo da seca do sertão. Fabiano, o pai da família, é um vaqueiro com dificuldade de se expressar. Não tem aspirações nem esperanças de vida. Sinhá Vitória é a mãe, é mais "madura" do que seu marido Fabiano, também não se conforma com sua situação miserável, e sonha com uma cama de ouro como a de Tomás de Bolandeira. Os dois filhos e a cadela Baleia acabam por concluir essa família. *O menino mais novo sonha ser como o pai, já o mais velho desejava a presença de um amigo, conformando-se assim com a presença de sua cadela Baleia, a qual portava-se não como um animal, mas sim tratada com um ente e ajudava Fabiano e sua família a suportar as péssimas condições.
  • 9. *Depois de muito caminhar a família chega a uma fazenda abandonada, onde acabam ficando. Após de um curto período de chuva o dono da fazenda retorna e contrata Fabiano como seu vaqueiro. *Fabiano vai a venda comprar mantimentos e lá se põem a beber. Aparece um policial que Fabiano chama de Soldado Amarelo, que o convida para jogar baralho com os outros. O jogo acontece e numa desavença com o Soldado Amarelo, Fabiano é preso maltratado e humilhado, aumentando assim sua insatisfação com o mundo e com sua própria condição de homem selvagem do campo. *Fabiano é solto e continuando assim sua vida na fazenda. Sinhá Vitória desconfia que o patrão de Fabiano estaria roubando nas contas do salário do marido.
  • 10. *A família participa da festa de Natal da cidade onde se sentem humilhados por diversos "patrões" e "Soldados Amarelos". Baleia fica doente e Fabiano a sacrifica. *Não satisfeito e sentindo-se prejudicado com o patrão, Fabiano resolve conversar com seu patrão, este que ameaça despejar Fabiano da fazenda. Fabiano tenta esquecer o assunto e acaba ficando muito indignado. Na voltada venda Fabiano encontra o Soldado Amarelo perdido no mato. Fabiano pensa em matar o Soldado Amarelo, porém sentindo-se fraco e impossibilitado, acaba ajudando o soldado a voltar para a cidade. *A seca atinge a fazenda e faz com que toda a família fuja novamente, só que desta vez, todos vão para o Sul, em busca da cidade grande, sem destino e sem esperança de vida.
  • 11. * *Personagem Protagonista *Baleia – Cadela da família, tratada como gente, humanizada em vários momentos e muito querida das crianças. *Personagem Antagonista *Fabiano – Nordestino pobre, marido de Sinhá Vitória, pai de dois filhos. Procura trabalho desesperadamente, bebe muito e perde dinheiro no jogo. Possui grandes dificuldades lingüísticas, mas é consciente delas. Homem bruto com dificuldade de se expressar, possui atitudes selvagens. Por não saber se expressar entra num processo de isolamento, aproximando-se dos animais, com os quais se identifica melhor.
  • 12. *Sinhá Vitória – Mulher de Fabiano, sofrida, mãe de dois filhos, lutadora, sonhadora e inconformada com a miséria em que vive, trabalha muito. É a mais inteligente de todos controlando assim as contas e os sonhos de todos. *Filho mais novo - admirava os hábitos do pai quando ele cavalga totalmente adaptado ao cavalo - qual uma figura lendária, e tenta imitá-lo, absorvendo um pouco daquela grandeza que os tirava da vida resignada que levavam. *Filho mais velho - ao contrário do mais novo, a lida de vaqueiro não o fascina. Ele deseja descobrir o sentido das palavras e recorre à mãe – porção mais ―intelectual‖ da família, que frequentemente o afasta, por não ter explicações para dar.
  • 13. *Personagens Secundários *Soldado Amarelo – Corrupto, oportunista e medroso, o Soldado Amarelo é símbolo de repressão e do autoritarismo pelo qual é comandado (ditadura Vargas), porém não é forte sozinho; sem as ordens da ditadura, é fraco e acovarda-se diante de Fabiano. *O dono da fazenda – Contrata Fabiano para trabalhar em sua fazenda, desonesto, explorava seus empregados. *O fiscal da prefeitura – Intolerante e explorador. *Tomás de Bolandeira - Aparece somente por meio de evocações, é tido como referência por Fabiano e Sinhá Vitória. *Seu Inácio – Dono do bar.
  • 14. * *No romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, encontramos a narração em terceira pessoa, com narrador onisciente. Podemos encontrar muitas vezes os discursos indiretos livres. É o próprio narrador que revela o interior dos personagens através de monólogos interiores. O foco narrativo ganha destaque ao converter em palavras os anseios e pensamentos das personagens. *Exemplo: "... Aí, a coleira diminuiu e Fabiano teve pena". (Cap. 01 – Mudança)
  • 15. * *Além da falta de linearidade do tempo, em "Vidas Secas" há nítida valorização do tempo psicológico, em detrimento do cronológico. Essa opção do narrador de ocultar os marcadores temporais tem como principal consequência o distanciamento dos personagens da ordenação civilizada do tempo. Dessa forma, nota-se que a ausência de uma marcação cronológica temporal serve, enquanto elemento estrutural, como mais uma forma de evidenciar a exclusão dos personagens. Por outro lado, a valorização do tempo psicológico na narrativa faz com que as angústias dos personagens fiquem mais próximas do leitor, que as percebe com muito mais intensidade.
  • 16. *Exemplo: "... Sinhá Vitória é saudosista. Lembra-se de acontecimentos antigos, até ser despertada pelo grito da ave e ter a idéia de transformá-la em alimento". (Cap. 01 – Mudança)
  • 17. * *A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva – somada a uma política de descaso do governo com os investimentos sociais – transforma a paisagem em ambiente inóspito e hostil. Inverno, na região, é o nome dado à época de chuvas, em que a esperança sertaneja floresce. O sonho de uma existência menos árida e miserável esboça-se no horizonte e dura até as chuvas cessarem e a seca retornar implacável. No romance, essa esperança aparece no capítulo ―Inverno‖, em que Fabiano alimenta a expectativa de uma vida melhor, mais digna.
  • 18. *O retorno à visão marcada pela falta de perspectivas recomeça com o fim das chuvas, com o fim da esperança. Na obra, pode-se apontar, também, para dois recortes espaciais: o ambiente rural e o urbano. A relevância desse recorte se deve às sensações de adequação ou inadequação dos personagens em um ou outro espaço. *Fabiano consegue, apesar da miséria presente, dominar o ambiente rural. Incapaz de se comunicar, o personagem, desempenhando a solitária função de vaqueiro, não sente tanto as consequências de seu laconismo. Além disso, conhece as técnicas de sua profissão, o que lhe dá uma sensação de utilidade e permite que goze até de certa dignidade. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo trabalhando deixa claro isso.
  • 19. *Na cidade, porém, Fabiano vivencia, a cada nova experiência, o sentimento de inadequação. Os capítulos ―Festa‖ e ―Cadeia‖ ilustram bem essa sensação. *Exemplo: "... na lagoa seca, torrada, coberta de caatingas e capões de mato". (Cap. 11 – O soldado Amarelo)
  • 20.
  • 21.
  • 22. * *A obra se insere na segunda fase do Modernismo brasileiro, que compreende as décadas de 1930 e 1940, período em que o Brasil e o mundo viviam profundas crises. O mundo, em virtude da crise da Bolsa de Nova Iorque, do combate ao comunismo e do nazi fascismo – que desencadearão a II Guerra Mundial; o Brasil, principalmente em razão da crise cafeeira. Dessa maneira, esse quadro social, econômico e político inspira uma nova postura dos artistas diante da realidade, uma nova posição ideológica. Na literatura brasileira, isso influencia os escritores brasileiros a privilegiar a análise crítica da realidade: analisando-a e/ou denunciando-a, como é o caso de Graciliano Ramos.
  • 23. *Desse modo, percebemos na prosa o interesse por temas nacionais, a criação de uma linguagem mais brasileira e um enfoque social mais direto em relação ao Realismo/Naturalismo – da segunda metade do século XIX – em que os autores apontavam críticas, porém de maneira mais geral, sem o aprofundamento e o detalhamento das situações evidenciadas pelos modernistas. O romance passa a focar o regionalismo – no caso de Graciliano Ramos, o nordestino – de modo que emergem problemas como a seca, a migração, a miséria do trabalhador rural e a ignorância imposta pela falta de oportunidades. *Exemplo: “Ia pesado, o aió cheio a tiracolo, muitos látegos e chocalhos pendurados num braço.”
  • 24. *Está presente também na obra: *Metáfora: “ - você é um bicho, Fabiano!” *Prosopopeia: Atribui atitudes humanas a cachorra Baleia. “Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.” *Zoomorfização: “Um bicho, Fabiano.”
  • 25. * *Fato: seca no nordeste; *Causa: devido ao clima tropical semi-árido, as chuvas escassas; *Consequência: o nomadismo da família de Fabiano de uma fazenda para outra e a morte da cachorra Baleia, por esta estar doente Fabiano atira nela para aliviar o sofrimento. *Clímax: o questionamento interno de Baleia e Fabiano. Fabiano por Ter matado Baleia e da Baleia do porque que Fabiano atirou nela.
  • 26. * *Sabe-se que a obra Vidas Secas de Graciliano Ramos, retrata fielmente a vida de uma pequena e pobre família de nordestinos, que sofrem com vários problemas: a seca (o principal), a submissão ao homem branco, a autoridade arbitrária e a escassa linguagem resultante da ignorância. Com isso, é bastante perceptível o conteúdo mimético na obra de Graciliano, visto que ele não só imita, como também representa uma realidade marcada por injustiças sociais ainda presente em nossa sociedade. *Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados da possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. São, portanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial.
  • 27. *Exemplo: *“- Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.”
  • 28. * *Tendo-se iniciado em Portugal em 1915, o Modernismo levaria sete anos para começar no Brasil; porém, o movimento modernista, num primeiro momento, apresentou, na literatura, certas características e atitudes que foram comuns aos dois países. Entre elas, destacam- se: *inconformismo político - espírito revolucionário; *irreverência, iconoclastia; *antiacademicismo, antitradicionalismo, antipassadismo, anticonformismo; *rejeição das normas estéticas consagradas; *proposta de inovações linguísticas:
  • 29. *exploração de novos temas; *simultaneísmos, sínteses, fusões diversas; *uso da linguagem coloquial; *incorporação do cotidiano; *o moderno como um valor em si mesmo; *nova concepção do mundo e do homem.
  • 30. * *Observa-se, por meio do que já foi apresentado, que o romance Vidas Secas do escritor modernista Graciliano Ramos, publicado em 1938, trata de um tema ainda existente na realidade brasileira atual: a seca. Entre outros que se relacionam ao mesmo, como a pobreza nordestina da época; um governo arbitrário, caracterizado pelos soldados amarelos; a ignorância do sertanejo; enfim, as injustiças sociais. Essas observações resultam de uma série de pesquisas sobre a obra, na tentativa de se fazer uma simples análise de sua constituição. Para isso, tentou-se basear a estruturação do trabalho nos conteúdos vistos em sala, sobre a literatura, são eles: a mimésis, a verossimilhança, a metáfora e a relação entre artista e artesão.
  • 31. * Assim, com a elaboração desse artigo, pode-se perceber a grande importância e contribuição de Graciliano Ramos para a literatura brasileira. Além de se compreender melhor sobre a estruturação de Vidas Secas, e a relação existente dos conceitos apresentados no decorrer do trabalho com as demais obras literárias; o que irá auxiliar no conhecimento dos que fazem parte da área de Letras.
  • 32. * *Segundo a professora, o vestibular pode cobrar a hierarquia apresentada no livro: como por exemplo, o que representa o Soldado Amarelo e a linguagem do Tomás da bolandeira, a quem Fabiano tanto admirava. Além disso, pode ser perguntado sobre o grau de miserabilidade dessa família: a cadela chegando ao nível humano e o humano descendo à condição de animal. Esta família vaga pela caatinga tentando chegar em algum lugar, mas podem estar perdidos, andando em círculo.