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historiografia da literatura
O CLASSICISMO EM PORTUGAL
              Manoel Neves
CRONOLOGIA DO CLASSICISMO
                                    marcos históricos
                   1427                                           1580
                Sá de Miranda                                  Luís Vaz de Camões
volta da Itália, trazendo novas formas literárias   ano em que morre o maior poeta português
ASPECTOS GERAIS
    classicismo
DEFINIÇÃO
               o que é o classicismo?
        continuação dos ideais do Humanismo;
     desdobramento do Renascimento na literatura;
           revitalização da tradição clássica;
afirmação da superioridade humana [antropocentrismo];
valorização das proporções, do equilíbrio e da harmonia;
               idealização da realidade.
O homem vitruviano, de Da Vinci, sintetiza o Ideal Renascentista.
SONETO
                                        Petrarca
                            Se amor não é qual é este sentimento?
                         Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
                               Se boa por que tem ação mortal?
                          Se má por que é tão doce o seu tormento?
                           Se eu ardo por querer por que o lamento
                              Se sem querer o lamentar que vai?
                                 Ó viva morte, ó deleitoso mal,
                            Tanto podes sem meu consentimento?
                             E se eu consinto sem razão pranteio.
                             A tão contrário vento em frágil barca,
                              Eu vou por alto-mar e sem governo.
                            É tão grave de error, de ciência é parca
                         Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
                          E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
   lirismo amoroso: o sujeito poético tenta explicar/definir o amor por intermédio da razão
trabalho linguístico: tom angustiado e tenso expresso por interrogações, antíteses e paradoxos.
SONETO
                              William Shakespeare
                        Quando a hora dobra em triste e tardo toque
                         E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
                          Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
                              A prata a preta têmpora assedia;
                          Quando vejo sem folha o tronco antigo
                          Que ao rebanho estendia sombra franca
                            E em feixe atado agora o verde trigo
                          Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
                             Sobre tua beleza então questiono
                         Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
                          Pois as graças do mundo em abandono
                          Morrem ao ver nascendo a graça nova.
                          Contra a foice do Tempo é vão combate,
                         Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.
             lirismo filosófico/amoroso: inexorabilidade da passagem do tempo;
lirismo amoroso/filosófico: o eu lírico vê o amor como arma para se vencer o tempo e a morte.
Trecho do filme O homem que copiava, de Jorge Furtado. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=tOqpWG59AbI
CONTEXTO HISTÓRICO EM PORTUGAL
              o classicismo
            grandes navegações;
         prosperidade econômica;
      conquista no Norte da África;
     caminho marítimo para as Índias;
          era dos descobrimentos.
O teatro do globo terrestre, de Abraham Ortelius, considerado primeiro atlas moderno.
O PROJETO LITERÁRIO
                      o classicismo
      retomada dos ideais da Antiguidade Clássica;
a razão é o parâmetro de observação e análise da realidade;
  antropocentrismo: afirmação da superioridade humana;
      volta do uso das formas clássicas: ode e elegia;
         linguagem sóbria: sem excesso de figuras;
        predomínio da razão sobre os sentimentos;
       busca da universalidade e da impessoalidade;
     substituição da medida velha pela medida nova.
FRANCISCO DE SÁ DE MIRANDA
         classicismo
Poema de Sá de Miranda em azulejos na Casa do Barreiro, Gemieira, Ponte de Lima.
FRANCISCO DE SÁ DE MIRANDA
                    o classicismo
na Itália, entra em contato com as inovações literárias;
  usa tanto a medida velha quanto a medida nova;
elogio da vida rústica e defesa da liberdade individual;
crítica dos costumes e da ambição provocada pelo ouro.
LUÍS VAZ DE CAMÕES
     classicismo
Retrato de Camões, feito por Fernão Gomes. Considerando o mais autêntico retrato do poeta.
LUÍS VAZ DE CAMÕES
                  classicismo
               o Camões épico
       Os lusíadas são uma epopeia de imitação;
seguem modelo estabelecido na Antiguidade por Homero;
            celebra as glórias portuguesas.
Capa da primeira edição de Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões
LUIZ VAZ DE CAMÕES
                  classicismo
       estrutura de Os lusíadas
                     dez cantos;
       1.102 versos em oitava rima [ABABABCC];
              8.816 versos decassílabos;
      TEMA: glória do povo navegador português
TEMA: memória dos reis que dilataram a Fé e o Império;
O HERÓI: o navegador Vasco da Gama e o povo português
OS LUSÍADAS
  Luís Vaz de Camões
  As armas e os barões assinalados
  Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
 Passaram ainda além da Taprobana,
  Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
  E entre gente remota edificaram
 Novo reino, que tanto sublimaram.
  CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto I.
CARNEIRO, António: Camões lendo Os lusíadas.
OS CANTOS DE OS LUSIADAS
                             Luís Vaz de Camões
                                    proposição
Trata-se da apresentação do poema, com a identificação do tema e do herói [três primeiras
estrofes do Canto I].
OS CANTOS DE OS LUSÍADAS
      Luís Vaz de Camões
    Cessem do sábio Grego e do Troiano
     As navegações grandes que fizeram;
      Cale-se de Alexandro e de Trajano
       A fama das vitórias que tiveram;
    Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
   A quem Neptuno e Marte obedeceram:
   Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
    Que outro valor mais alto se alevanta.
      CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto I.
Monumento aos descobrimentos portugueses em Belém, Lisboa, Portugal.
OS CANTOS DE OS LUSIADAS
                                Luís Vaz de Camões
                                         invocação
O poeta pede às musas que lhe deem um engenho ardente e um som alto e sublimado [estrofes
4 e 5 do Canto I]; no caso de Camões, as musas escolhidas são as Tágides, ninfas do Rio Tejo, que
corta a cidade de Lisboa.
OS CANTOS DE OS LUSÍADAS
        Luís Vaz de Camões
        E vós, Tágides minhas, pois criado
   Tendes em mim um novo engenho ardente,
     Se sempre em verso humilde celebrado
        Foi de mim vosso rio alegremente,
     Dai-me agora um som alto e sublimado,
        Um estilo grandíloquo e corrente,
      Porque de vossas águas, Febo ordene
    Que não tenham inveja às de Hipocrene.
      Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
     E não de agreste avena ou frauta ruda,
          Mas de tuba canora e belicosa,
   Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
     Dai-me igual canto aos feitos da famosa
      Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
     Que se espalhe e se cante no universo,
       Se tão sublime preço cabe em verso.
       CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto I.
As tágides camonianas são uma versão portuguesa das nereidas [ninfas gregas associadas à água].
OS CANTOS DE OS LUSIADAS
                               Luís Vaz de Camões
                                      dedicatória
Camões dedica o poema a Dom Sebastião, rei de Portugal [estrofes 6 a 18 do Canto I].
El-Rei Dom Sebastião, monarca a quem Camões dedicou Os lusíadas.
OS CANTOS DE OS LUSIADAS
                                Luís Vaz de Camões
                                         narração
Desenvolvimento do tema, com o relato dos episódios da viagem de Vasco da Gama e com a
reconstituição da história passada dos reis portugueses [inicia na estrofe 19 do canto I e termina
na estrofe 144 do canto X].
Representação de Vasco da Gama, chegando às Índias.
OS CANTOS DE OS LUSIADAS
                              Luís Vaz de Camões
                                        epílogo
Encerramento do poema; o poeta pede às musas que calem a voz de sua lira, pois se encontra
desiludido com uma pátria que não merece ter suas glórias louvadas [estrofes 145 e 156 do
Canto X].
OS CANTOS DE OS LUSÍADAS
        Luís Vaz de Camões
   Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
     Destemperada e a voz enrouquecida,
     E não do canto, mas de ver que venho
       Cantar a gente surda e endurecida.
       CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto X.
Caminho percorrido pela expedição de Vasco da Gama, em preto.
LUÍS VAZ DE CAMÕES
                                 classicismo
                              o Camões lírico
                   usa tanto a medida velha como a medida nova;
as redondilhas [medida velha] eram compostas geralmente de um mote e glosas [voltas];
   mote: motivo inicial fornecido por alguém ou tomado emprestado a outro poeta.
                 glosa: desenvolvimento do tema fornecido no mote.
DESCALÇA VAI PARA A FONTE
                          mote e glosa
                       Descalça vai para a fonte
                         Lianor pela verdura;
                      Vai fermosa, e não segura.
   Leva na cabeça o pote,                  Descobre a touca a garganta,
 O testo nas mãos de prata,                 Cabelos de ouro entrançado
   Cinta de fina escarlata,                  Fita de cor de encarnado,
   Sainho de chamelote;                   Tão linda que o mundo espanta.
 Traz a vasquinha de cote,                     Chove nela graça tanta,
Mais branca que a neve pura.                 Que dá graça à fermosura.
 Vai fermosa e não segura.                   Vai fermosa e não segura.
VERDES SÃO OS CAMPOS
                       mote e glosa
                      Verdes são os campos,
                         De cor de limão:
                        Assim são os olhos
                         Do meu coração.
Campo, que te estendes                       Gados que pasceis
   Com verdura bela;                        Com contentamento,
   Ovelhas, que nela                         Vosso mantimento
  Vosso pasto tendes,                       Não no entendereis;
De ervas vos mantendes                        Isso que comeis
   Que traz o Verão,                         Não são ervas, não:
 E eu das lembranças                        São graças dos olhos
    Do meu coração.                           Do meu coração.
A LÍRICA CAMONIANA
         o classicismo
    o desconcerto do mundo;
    as mudanças constantes;
     o sofrimento amoroso;
os mistérios da condição humana;
a presença do homem no mundo.
A LÍRICA CAMONIANA
                               o classicismo
                       amor e neoplatonismo
para Camões, o Amor [com A maiúsculo – personificação] é ideal por que aspiramos:

        único              perfeito             idéia             superior

 não se fala da posse física, mas apenas das concepções que o autor tem de Amor.
A LÍRICA CAMONIANA
                     o classicismo
         o tratamento dado à mulher
a mulher aparece dotada da mesma perfeição conferida ao Amor:

      ser perfeito      imagem ideal       espiritualizada
A LÍRICA CAMONIANA
                                         o classicismo
                      influências da poesia de Camões
               AMOR CORTÊS                                      ASPECTOS MEDIEVAIS

 influência de Petrarca e da Poesia Provençal               influência das Cantigas Medievais

regras/procedimentos para homenagear a dona                elogio da natureza e mágoa de amor

          presença da coita de amor                  descrição naturalista da dona [olhos, talhe, etc.]

relação entre adorar e ser e entre sofrer e amar   soidade [ausência de um presente q poderia ter sido]
AO DESCONCERTO DO MUNDO
                             Luís Vaz de Camões
                                 Os bons vi sempre passar
                               no mundo graves tormentos;
                                 e, para mais m'espantar,
                                 os maus vi sempre nadar
                               em mar de contentamentos.
                                 Cuidando alcançar assim
                                 o bem tão mal ordenado,
                                fui mau, mas fui castigado.
                                  Assim que, só para mim
                                anda o mundo concertado.
        lirismo filosófico: o locutor constata que o mundo está mudado [para pior];
tema: o discurso poético articula-se como tentativa de compreensão do ser-estar no mundo.
                         forma: décima com versos heptassílabos.
ENDECHAS A BÁRBARA ESCRAVA
                         Luís Vaz de Camões
    Aquela cativa           Nem no campo flores,             Uma graça viva,
 Que me tem cativo,          Nem no céu estrelas           Que neles lhe mora,
   Porque nela vivo           Me parecem belas              Pera ser senhora
Já não quer que viva.       Como os meus amores.            De quem é cativa.
   Eu nunca vi rosa             Rosto singular,             Pretos os cabelos,
 Em suaves molhos,            Olhos sossegados,              Onde o povo vão
Que pera meus olhos           Pretos e cansados,              Perde opinião
 Fosse mais fermosa.          Mas não de matar.           Que os louros são belos.
                Pretidão de Amor,             Presença serena
                Tão doce a figura,        Que a tormenta amansa;
               Que a neve lhe jura         Nela, enfim, descansa
                Que trocara a cor.          Toda a minha pena.
                 Leda mansidão,                Esta é a cativa
              Que o siso acompanha;         Que me tem cativo;
              Bem parece estranha,           E. pois nela vivo,
                Mas bárbara não.              É força que viva.
     lirismo amoroso: elogio ao corpo da amada: olhos, cabelo, cor da amada;
  nela descansa toda minha pena [ambiguidade]: metalinguagem e sensualidade
  metalinguagem: ela inspira a escrita; sensualidade: ela apazigua o sofrimento.
AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER
                              Luís Vaz de Camões
                              Amor é fogo que arde sem se ver;
                               É ferida que dói e não se sente;
                             É um contentamento descontente;
                                É dor que desatina sem doer;
                          É um não querer mais que bem querer;
                           É um solitário andar por entre a gente;
                             É nunca contentar-se de contente;
                          É um cuidar que se ganha em se perder;
                              É querer estar preso por vontade;
                             É servir a quem vence, o vencedor;
                             É ter com quem nos mata lealdade.
                              Mas como causar pode seu favor
                              Nos corações humanos amizade,
                           Se tão contrário a si é o mesmo Amor.
  lirismo amoroso: como, sendo tão paradoxal, pode o amor causar amizade nos corações;
            três primeiras estrofes: efeitos paradoxais do amor no ser humano;
            quarta estrofe: perplexidade do locutor encenada na pergunta final;
                     estrofe 01: efeitos corporais: sensibilidade à dor;
estrofe 02: dimensão romântica: caráter de entrega; estrofe 03: dilema moral do apaixonado.
MUDAM-SE OS TEMPOS
                             Luís Vaz de Camões
                     Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
                          muda-se o ser, muda-se a confiança;
                        todo o mundo é composto de mudança,
                           tomando sempre novas qualidades.
                            Continuamente vemos novidades,
                            diferentes em tudo da esperança;
                         do mal ficam as mágoas na lembrança,
                        e do bem (se algum houve), as saudades.
                         O tempo cobre o chão de verde manto,
                             que já coberto foi de neve fria,
                      e, em mim, converte em choro o doce canto.
                             E, afora este mudar-se cada dia,
                          outra mudança faz, de mor espanto,
                              que não se muda já como soía.
lirismo filosófico: triste constatação de que tudo muda; postura desencantada do eu lírico;
ALMA MINHA GENTIL...
                     Luís Vaz de Camões
                   Alma minha gentil, que te partiste
                    tão cedo desta vida descontente,
                     repousa lá no Céu eternamente
                   e viva eu cá na terra sempre triste.
                Se lá no assento etéreo, onde subiste,
                    memória desta vida se consente,
                não te esqueças daquele amor ardente
                 que já nos olhos meus tão puro viste.
                     E se vires que pode merecer-te
                    alguma cousa a dor que me ficou
                da mágoa, sem remédio, de perder-te,
                 roga a Deus, que teus anos encurtou,
                  que tão cedo de cá me leve a ver-te,
                   quão cedo de meus olhos te levou
 lirismo amoroso: para o locutor, o amor envolve sofrimento, perda e dor;
tema: morte da amada; a tristeza é tamanha que o eu lírico deseja a morte;
                               platonismo
SETE ANOS DE PASTOR...
                       Luís Vaz de Camões
                      Sete anos de pastor Jacó servia
                    Labão, pai de Raquel, serrana bela;
                    Mas não servia ao pai, servia a ela,
                    Que a ela só por prêmio pretendia.
                    Os dias, na esperança de um só dia,
                    Passava, contentando-se com vê-la:
                     Porém o pai, ousando de cautela,
                      Em lugar de Raquel lhe dava Lia
                  Vendo o triste pastor que com enganos
                   Lhe fora assim negada a sua pastora
                      Come se a não tivera merecida,
                   Começa por servir outros sete anos,
                    Dizendo: – Mais servira, se não fora
                   Para tão longo amor tão curta a vida!
    lirismo amoroso: celebração do caráter sublime e sagrado do amor;
matrizes intertextuais: Petrarca [Por Rachel ho servito e non por Lia] e Bíblia;
                 platonismo: o sujeito poético ama o amor.

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O classicismo em Portugal: marcos históricos e literários

  • 1. historiografia da literatura O CLASSICISMO EM PORTUGAL Manoel Neves
  • 2. CRONOLOGIA DO CLASSICISMO marcos históricos 1427 1580 Sá de Miranda Luís Vaz de Camões volta da Itália, trazendo novas formas literárias ano em que morre o maior poeta português
  • 3. ASPECTOS GERAIS classicismo
  • 4. DEFINIÇÃO o que é o classicismo? continuação dos ideais do Humanismo; desdobramento do Renascimento na literatura; revitalização da tradição clássica; afirmação da superioridade humana [antropocentrismo]; valorização das proporções, do equilíbrio e da harmonia; idealização da realidade.
  • 5. O homem vitruviano, de Da Vinci, sintetiza o Ideal Renascentista.
  • 6. SONETO Petrarca Se amor não é qual é este sentimento? Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal? Se boa por que tem ação mortal? Se má por que é tão doce o seu tormento? Se eu ardo por querer por que o lamento Se sem querer o lamentar que vai? Ó viva morte, ó deleitoso mal, Tanto podes sem meu consentimento? E se eu consinto sem razão pranteio. A tão contrário vento em frágil barca, Eu vou por alto-mar e sem governo. É tão grave de error, de ciência é parca Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio E tremo em pleno estio e ardo no inverno. lirismo amoroso: o sujeito poético tenta explicar/definir o amor por intermédio da razão trabalho linguístico: tom angustiado e tenso expresso por interrogações, antíteses e paradoxos.
  • 7. SONETO William Shakespeare Quando a hora dobra em triste e tardo toque E em noite horrenda vejo escoar-se o dia, Quando vejo esvair-se a violeta, ou que A prata a preta têmpora assedia; Quando vejo sem folha o tronco antigo Que ao rebanho estendia sombra franca E em feixe atado agora o verde trigo Seguir o carro, a barba hirsuta e branca; Sobre tua beleza então questiono Que há de sofrer do Tempo a dura prova, Pois as graças do mundo em abandono Morrem ao ver nascendo a graça nova. Contra a foice do Tempo é vão combate, Salvo a prole, que o enfrenta se te abate. lirismo filosófico/amoroso: inexorabilidade da passagem do tempo; lirismo amoroso/filosófico: o eu lírico vê o amor como arma para se vencer o tempo e a morte.
  • 8. Trecho do filme O homem que copiava, de Jorge Furtado. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=tOqpWG59AbI
  • 9. CONTEXTO HISTÓRICO EM PORTUGAL o classicismo grandes navegações; prosperidade econômica; conquista no Norte da África; caminho marítimo para as Índias; era dos descobrimentos.
  • 10. O teatro do globo terrestre, de Abraham Ortelius, considerado primeiro atlas moderno.
  • 11. O PROJETO LITERÁRIO o classicismo retomada dos ideais da Antiguidade Clássica; a razão é o parâmetro de observação e análise da realidade; antropocentrismo: afirmação da superioridade humana; volta do uso das formas clássicas: ode e elegia; linguagem sóbria: sem excesso de figuras; predomínio da razão sobre os sentimentos; busca da universalidade e da impessoalidade; substituição da medida velha pela medida nova.
  • 12. FRANCISCO DE SÁ DE MIRANDA classicismo
  • 13. Poema de Sá de Miranda em azulejos na Casa do Barreiro, Gemieira, Ponte de Lima.
  • 14. FRANCISCO DE SÁ DE MIRANDA o classicismo na Itália, entra em contato com as inovações literárias; usa tanto a medida velha quanto a medida nova; elogio da vida rústica e defesa da liberdade individual; crítica dos costumes e da ambição provocada pelo ouro.
  • 15. LUÍS VAZ DE CAMÕES classicismo
  • 16. Retrato de Camões, feito por Fernão Gomes. Considerando o mais autêntico retrato do poeta.
  • 17. LUÍS VAZ DE CAMÕES classicismo o Camões épico Os lusíadas são uma epopeia de imitação; seguem modelo estabelecido na Antiguidade por Homero; celebra as glórias portuguesas.
  • 18. Capa da primeira edição de Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões
  • 19. LUIZ VAZ DE CAMÕES classicismo estrutura de Os lusíadas dez cantos; 1.102 versos em oitava rima [ABABABCC]; 8.816 versos decassílabos; TEMA: glória do povo navegador português TEMA: memória dos reis que dilataram a Fé e o Império; O HERÓI: o navegador Vasco da Gama e o povo português
  • 20. OS LUSÍADAS Luís Vaz de Camões As armas e os barões assinalados Que, da ocidental praia lusitana, Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo reino, que tanto sublimaram. CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto I.
  • 21. CARNEIRO, António: Camões lendo Os lusíadas.
  • 22. OS CANTOS DE OS LUSIADAS Luís Vaz de Camões proposição Trata-se da apresentação do poema, com a identificação do tema e do herói [três primeiras estrofes do Canto I].
  • 23. OS CANTOS DE OS LUSÍADAS Luís Vaz de Camões Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antígua canta, Que outro valor mais alto se alevanta. CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto I.
  • 24. Monumento aos descobrimentos portugueses em Belém, Lisboa, Portugal.
  • 25. OS CANTOS DE OS LUSIADAS Luís Vaz de Camões invocação O poeta pede às musas que lhe deem um engenho ardente e um som alto e sublimado [estrofes 4 e 5 do Canto I]; no caso de Camões, as musas escolhidas são as Tágides, ninfas do Rio Tejo, que corta a cidade de Lisboa.
  • 26. OS CANTOS DE OS LUSÍADAS Luís Vaz de Camões E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloquo e corrente, Porque de vossas águas, Febo ordene Que não tenham inveja às de Hipocrene. Dai-me uma fúria grande e sonorosa, E não de agreste avena ou frauta ruda, Mas de tuba canora e belicosa, Que o peito acende e a cor ao gesto muda; Dai-me igual canto aos feitos da famosa Gente vossa, que a Marte tanto ajuda; Que se espalhe e se cante no universo, Se tão sublime preço cabe em verso. CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto I.
  • 27. As tágides camonianas são uma versão portuguesa das nereidas [ninfas gregas associadas à água].
  • 28. OS CANTOS DE OS LUSIADAS Luís Vaz de Camões dedicatória Camões dedica o poema a Dom Sebastião, rei de Portugal [estrofes 6 a 18 do Canto I].
  • 29. El-Rei Dom Sebastião, monarca a quem Camões dedicou Os lusíadas.
  • 30. OS CANTOS DE OS LUSIADAS Luís Vaz de Camões narração Desenvolvimento do tema, com o relato dos episódios da viagem de Vasco da Gama e com a reconstituição da história passada dos reis portugueses [inicia na estrofe 19 do canto I e termina na estrofe 144 do canto X].
  • 31. Representação de Vasco da Gama, chegando às Índias.
  • 32. OS CANTOS DE OS LUSIADAS Luís Vaz de Camões epílogo Encerramento do poema; o poeta pede às musas que calem a voz de sua lira, pois se encontra desiludido com uma pátria que não merece ter suas glórias louvadas [estrofes 145 e 156 do Canto X].
  • 33. OS CANTOS DE OS LUSÍADAS Luís Vaz de Camões Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho Destemperada e a voz enrouquecida, E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas, Canto X.
  • 34. Caminho percorrido pela expedição de Vasco da Gama, em preto.
  • 35. LUÍS VAZ DE CAMÕES classicismo o Camões lírico usa tanto a medida velha como a medida nova; as redondilhas [medida velha] eram compostas geralmente de um mote e glosas [voltas]; mote: motivo inicial fornecido por alguém ou tomado emprestado a outro poeta. glosa: desenvolvimento do tema fornecido no mote.
  • 36. DESCALÇA VAI PARA A FONTE mote e glosa Descalça vai para a fonte Lianor pela verdura; Vai fermosa, e não segura. Leva na cabeça o pote, Descobre a touca a garganta, O testo nas mãos de prata, Cabelos de ouro entrançado Cinta de fina escarlata, Fita de cor de encarnado, Sainho de chamelote; Tão linda que o mundo espanta. Traz a vasquinha de cote, Chove nela graça tanta, Mais branca que a neve pura. Que dá graça à fermosura. Vai fermosa e não segura. Vai fermosa e não segura.
  • 37. VERDES SÃO OS CAMPOS mote e glosa Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração. Campo, que te estendes Gados que pasceis Com verdura bela; Com contentamento, Ovelhas, que nela Vosso mantimento Vosso pasto tendes, Não no entendereis; De ervas vos mantendes Isso que comeis Que traz o Verão, Não são ervas, não: E eu das lembranças São graças dos olhos Do meu coração. Do meu coração.
  • 38. A LÍRICA CAMONIANA o classicismo o desconcerto do mundo; as mudanças constantes; o sofrimento amoroso; os mistérios da condição humana; a presença do homem no mundo.
  • 39. A LÍRICA CAMONIANA o classicismo amor e neoplatonismo para Camões, o Amor [com A maiúsculo – personificação] é ideal por que aspiramos: único perfeito idéia superior não se fala da posse física, mas apenas das concepções que o autor tem de Amor.
  • 40. A LÍRICA CAMONIANA o classicismo o tratamento dado à mulher a mulher aparece dotada da mesma perfeição conferida ao Amor: ser perfeito imagem ideal espiritualizada
  • 41. A LÍRICA CAMONIANA o classicismo influências da poesia de Camões AMOR CORTÊS ASPECTOS MEDIEVAIS influência de Petrarca e da Poesia Provençal influência das Cantigas Medievais regras/procedimentos para homenagear a dona elogio da natureza e mágoa de amor presença da coita de amor descrição naturalista da dona [olhos, talhe, etc.] relação entre adorar e ser e entre sofrer e amar soidade [ausência de um presente q poderia ter sido]
  • 42. AO DESCONCERTO DO MUNDO Luís Vaz de Camões Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e, para mais m'espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau, mas fui castigado. Assim que, só para mim anda o mundo concertado. lirismo filosófico: o locutor constata que o mundo está mudado [para pior]; tema: o discurso poético articula-se como tentativa de compreensão do ser-estar no mundo. forma: décima com versos heptassílabos.
  • 43. ENDECHAS A BÁRBARA ESCRAVA Luís Vaz de Camões Aquela cativa Nem no campo flores, Uma graça viva, Que me tem cativo, Nem no céu estrelas Que neles lhe mora, Porque nela vivo Me parecem belas Pera ser senhora Já não quer que viva. Como os meus amores. De quem é cativa. Eu nunca vi rosa Rosto singular, Pretos os cabelos, Em suaves molhos, Olhos sossegados, Onde o povo vão Que pera meus olhos Pretos e cansados, Perde opinião Fosse mais fermosa. Mas não de matar. Que os louros são belos. Pretidão de Amor, Presença serena Tão doce a figura, Que a tormenta amansa; Que a neve lhe jura Nela, enfim, descansa Que trocara a cor. Toda a minha pena. Leda mansidão, Esta é a cativa Que o siso acompanha; Que me tem cativo; Bem parece estranha, E. pois nela vivo, Mas bárbara não. É força que viva. lirismo amoroso: elogio ao corpo da amada: olhos, cabelo, cor da amada; nela descansa toda minha pena [ambiguidade]: metalinguagem e sensualidade metalinguagem: ela inspira a escrita; sensualidade: ela apazigua o sofrimento.
  • 44. AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER Luís Vaz de Camões Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É um solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor. lirismo amoroso: como, sendo tão paradoxal, pode o amor causar amizade nos corações; três primeiras estrofes: efeitos paradoxais do amor no ser humano; quarta estrofe: perplexidade do locutor encenada na pergunta final; estrofe 01: efeitos corporais: sensibilidade à dor; estrofe 02: dimensão romântica: caráter de entrega; estrofe 03: dilema moral do apaixonado.
  • 45. MUDAM-SE OS TEMPOS Luís Vaz de Camões Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, em mim, converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz, de mor espanto, que não se muda já como soía. lirismo filosófico: triste constatação de que tudo muda; postura desencantada do eu lírico;
  • 46. ALMA MINHA GENTIL... Luís Vaz de Camões Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente e viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te alguma cousa a dor que me ficou da mágoa, sem remédio, de perder-te, roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou lirismo amoroso: para o locutor, o amor envolve sofrimento, perda e dor; tema: morte da amada; a tristeza é tamanha que o eu lírico deseja a morte; platonismo
  • 47. SETE ANOS DE PASTOR... Luís Vaz de Camões Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, Que a ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, Passava, contentando-se com vê-la: Porém o pai, ousando de cautela, Em lugar de Raquel lhe dava Lia Vendo o triste pastor que com enganos Lhe fora assim negada a sua pastora Come se a não tivera merecida, Começa por servir outros sete anos, Dizendo: – Mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta a vida! lirismo amoroso: celebração do caráter sublime e sagrado do amor; matrizes intertextuais: Petrarca [Por Rachel ho servito e non por Lia] e Bíblia; platonismo: o sujeito poético ama o amor.