2. Humanismo
Humanismo é human ( faz referência ao ser humano).
Antropocentrismo é antropo (também faz referência ao ser
humano).
= “homem”
Human é radical latino
Antropo é radical grego
• Essas palavras significam no plano mais amplo da ciência e
da cultura do fim da Idade Média, um afastamento em
relação ao âmbito da religião (Teocentrismo) e um
envolvimento com o homem e com a vida concreta.
3. Humanismo
Idade Média x Renascimento
Política, Economia e Sociedade
• Feudalismo x Mercantilismo
• Nobreza x Burguesia
• Cavalaria x Marinha
Vida Cultural
• Religião x Ciência
• Espiritualismo x Materialismo
• Teocentrismo x Antropocentrismo
4. Contexto Histórico
• Século XV
• Fim da Idade Média
• Teocentrismo ⇨ Antropocentrismo
• Dualidade: Fé e Razão
• Feudalismo ⇨ Absolutismo (Poder Real)
• Mecenato
• Consolidação do Estado Nacional Português
• Transição da Idade Média para o Renascimento
5. Contexto Histórico
Transformações na Europa:
Aperfeiçoamento da imprensa,;
Expansão marítima,;
Invenção da bússola;
Desenvolvimento do comércio (mercantilismo).
A economia baseada na agricultura perde em importância para
outras atividades.
Surgimento da burguesia, nova classe social, composta por
mercadores e comerciantes.
O espírito medieval, baseado na hierarquia nobreza-clero-povo
começa a desestruturar-se.
O homem preso ao feudo e ao senhor feudal adquire nova
consciência – percebe sua força criadora podendo descobrir,
conquistar e transformar o Universo.
6. Os humanistas
• O homem valoriza o saber: consome mais livros,
difunde novas ideias e volta sua atenção para a
cultura de antigos gregos e latinos, porque identifica
o espírito da época.
• Os humanistas:
– Difundiam a ideia de que os valores e direitos de cada
indivíduo deviam sobrepor-se à sociedade.
– Viviam de muita reflexão e muito estudo (da vida).
– Buscaram manuscritos e papiros e divulgaram os grandes
pensadores gregos e romanos.
7. Os humanistas
• Os humanistas foram homens de grande emoção e
capacidade de se indignar.
Martinho Lutero – não foi apenas o sábio que fez a
primeira tradução completa da Bíblia, nem foi o só
o homem que mudou a paisagem religiosa da Era
Moderna, mais do que tudo ele era um humanista
apaixonado, capaz de morrer por sua fé. No
entanto, era muito corajoso, muito
verdadeiro, muito sincero, por isso mesmo mais
“humanista”.
8. Humanismo – Movimento Cultural
• Caráter inaugural – rompeu com a tradição da
Idade Média e trouxe à luz a sabedoria da
Antiguidade, por meio de trabalhos de erudição e
pesquisa.
• Movimento cultural, praticou um ato de fé pela
natureza humana. Fez do homem o objeto do
conhecimento, reivindicando para ele uma
posição de importância no Universo, sem negar o
valor supremo de Deus.
9. Humanismo Literário (1434-1527)
Humanismo: manifestações literárias
• Poesia palaciana – compilada em 1516, por
Garcia de Resende – está registrada no
Cancioneiro Geral;
• Prosa historiográfica (Crônicas), de Fernão
Lopes;
• Teatro medieval e popular de Gil Vicente.
10. Humanismo Literário (1434-1527)
• Poesia Palaciana:
– a tradição escrita (a medida velha)
• Crônica Histórica:
– historiografia e literatura
• Teatro Popular:
– sátira e moralização
11. Poesia Palaciana
• Ao contrário da poesia trovadoresca, que estava
associada à musica e era cantada ou bailada (dançada) a
poesia palaciana foi elaborada para ser lida e recitada nas
cortes. Além disso havia maior diversidade de temas.
• Trata-se de uma poesia mais moderna.
• Por deixar de receber acompanhamento musical exige
mais do poeta (tirar “som” da palavras).
• Vários autores: Garcia de Resende, João Ruiz de Castelo
Branco, Nuno Pereira, Fernão Pereira, Conde Vimioso,
Aires Teles, Diogo Brandão, Gil Vicente, Sá de Miranda.
12. Poesia Palaciana
• Separação entre poesia e música;
• Versos redondilhos (medida velha); 5 ou 7 sílabas métricas
• Presença de um mote (tema, motivo) a ser desenvolvido na glosa
(Obs.: cada estrofe da glosa corresponde a uma volta e deve
retomar um ou mais versos do mote);
• Gosto pelo Paradoxo e pela Antítese;
• Lirismo amoroso: amor cortês, súplica mortal, coita;
• A mulher é carnal, adquire graças físicas e sensoriais, contrariando
a maioria dos trovadores medievais.
• “Cousas de folgar e gentilezas”: composições frívolas, poesias de
circunstâncias e exercícios de virtuosismo poético;
• Poemas satíricos (às vezes pornográficos).
13. Prosa do Humanismo
• Fernão Lopes – cronista - historiador tanto dos
reis quanto dos movimentos populares.
• Investigação e pesquisa para documentar-se,
aponta a interferência dos fatos econômicos no
destino dos homens, a importância do povo como
agente da História.
14. Prosa do Humanismo
Gil Vicente
• Teatro: gênero dramático
• Expressa sua fé, mas não esquece a razão:
– Em nome da religiosidade,faz a crítica moral dos costumes e a sátira
aos pecadores.
• Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas
personagens, extraídas do cotidiano.
• Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico.
Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé
cristã.
• Medievalismo e Classicismo; ambivalência
• Figuras cristãs e pagãs;
• Anjos, demônios e homens, mulheres reais;
• Linguagem culta da elite e linguagem dos camponeses e de pessoas
desbocadas das ruas;
15. Prosa do Humanismo
Gil Vicente
• Personagens:
A) Tipos: são generalizações ou estereótipos, que representam
uma classe social ou uma categoria profissional;elas não levam ao palco
problemas pessoais, mas questões comuns à coletividade.
B) Personagens Alegóricas: são personificações de idéias ou
intuições. No Auto da Lusitânia temos Todo o Mundo e Ninguém
• As personagens não se sobressaem como indivíduos;
• São tipos que ilustram a sociedade da época com suas
aspirações, seus vícios e seus dramas;
• Quase sempre, são designados pela ocupação que exercem ou por
algum outro traço social;
• Reis, fidalgos, parvos, beberrões e
alcoviteiras, judeus, ciganos, mouros, comerciantes, artesãos;
16. Prosa do Humanismo
Gil Vicente
• Personagens:
• A cada tipo de personagem, uma característica única:
• Fidalgo : orgulhoso
• Padre : sodomita
• Camponês : parvo
• Judeu : agiota
– Crítica ao capitalismo comercial crescente
• Caracterização social: conservadorismo
17. Prosa do Humanismo
Gil Vicente
Auto da Barca do Inferno:
• Personagens:
• Diabo, Anjo
• Fidalgo, Onzeneiro, Sapateiro, Frade, Brízida Vaz, Corregedor,
Procurador, Enforcado
• Judeu
• Joane, o Parvo
• Cavaleiros : salvos pelo merecimento pessoal: luta da cristandade
contra o “infiel”
• Caracterização social: conservadorismo: valorização de ideais da
Idade Média
18. O Teatro Popular de Gil
Vicente
Arte: Transição e Contradição
- Conteúdo
- Personagem
- Forma
19. Conteúdo: ridendo castiga mores (a
rir se corrigem os costumes)
• Medieval • Humanista
• Religioso • Pagão
• Moralista • Crítico e Caricatural
• Catequista • Satírico
• Místico • Cotidiano
• Sagrado • Profano
20. Os Sete Pecados Capitais
• Avareza
• Ira
• Gula
• Luxúria
• Preguiça
• Soberba
• Vaidade
23. Personagens: moralizar e
satirizar
• Alegóricos • Tipificados
- Símbolos Morais - Tipos sociais
- Universo Sagrado - Universo Cotidiano
- Bem x Mal - Caricaturas Sociais
- Moralização - Crítica Social
24. Forma: Pobreza e Riqueza
• Pobreza Cenográfica • Riqueza Textual
- Ausência de Orientação - Recursos Poéticos:
de Cenas (Didascálias) Drama em Versos
- Paralelismo entre Cenas - Discursos Tipificados:
(Repetição Estrutural) Personagem x Fala
- Problemas de Seqüência - Variedade Lingüística:
Línguas
25. Auto de Fé, 1490 – Pedro Berruguete
• Auto: peça de teatro
curta
• Origem medieval
• Origem religiosa
• Escrita em medida
velha
• Propósito Moralizante
26. Auto da Barca do Inferno: O
Juízo Final
• 01 Cena Introdutória
• 10 Cenas simétricas (cenas de mesma
estrutura)
- Entrada da personagem
- Interlocução: Tipo Social x Diabo
- Interlocução: Tipo Social x Anjo
- Sentença Final: Anjo
- Embarque do Tipo Social: Salvação ou Punição
27. O Diabo e seu Companheiro
• O Preparo da Barca
• Propagandeia-se a Barca
• O clima é de feira
28. O Fidalgo Dom Henrique
• Vem com sua cadeira e com um pajem
• Presunçoso e Orgulhoso
• Confia, todavia, nas Orações
• Condenado
29. O Onzeneiro
• Banqueiro
• Novo tipo social: Burguês
• Faz parte da revolução mercantilista
• Traz um bolsão de dinheiro (“vazio”)
• Avarento e usurário
• Condenado
30. O Parvo Joane
• Humilde e mendicante
• Pobre e ingênuo
• Carece de tudo
• Não tem malícia
• Nada traz
• Salvo
• Converte-se em ajudante do anjo
31. O Sapateiro
• Artesão e comerciante
• Larápio, roubava com a profissão
• Trazia formas, sapatos e objetos da profissão
• Morreu confessado
• Condenado
32. O Frade e sua Amada Florência
• Hipócrita
• Condena-se no que reprova
• Amante e Esporte Violento como vícios
• Traz a Amante e uma Roupa de Gladiador por
debaixo do hábito religioso
• Não lhe vale o hábito
• Condenado
33. Brízida Vaz, a Alcoviteira
• Alcoviteira
• Cafetina
• Prostituta
• Vende feitiços, enganos, poções, mentiras,
sexo
• Traz o Baú de Virgos: luxúria
• Condenada
34. O Judeu e seu Bode Expiatório
• O Judeu traz o Bode Expiatório
• Não faz parte da lógica do julgamento
• Não pode ser condenado: vale-se do Bode
• Não pode ser salvo: não crê no Cristo
• Condenado: vai amarrado atrás da Barca do
Inferno
• Notar: preconceito
35. O Corregedor e o Juiz
• Representantes da lei
• Trazem os papéis, os processos mal julgados
• Injustiça
• Condenados
36. O Enforcado
• Suicida
• Traz a forca ainda no pescoço
• Cuidava adiantar a salvação e a vida eterna
com o suicídio
• Alega ter sido enganado
• Condenado
37. Os Quatro Cavaleiros
• Justificados pelo heroísmo e pela moral
• Morreram pelo cristianismo: mártires
• Não se atêm ao Diabo
• Trazem a Cruz como trunfo
• Salvos
39. Exercícios:
1- Aponte pelo menos duas diferenças entre a Poesia Palaciana e o
Trovadorismo.
2-Pode-se dizer que o teatro de Gil Vicente comporta uma
ambivalência de valores ideológicos. Explique em quê consiste
essa ambivalência.
3-Como a salvação dos cavaleiros cruzados no final do Auto da
Barca do Inferno pode dar indicações sobre o modelo de
pensamento de Gil Vicente?