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 Humanismo
 Utilização de recursos
matemáticos:
proporcionalidade,
representação do espaço
em três dimensões,
geometria
 Antropocentrismo – o
homem como sendo o
centro do conhecimento
Obra: O homem Vetruviano
Autor: Leonardo da Vinci
Imagem: Homem vitruviano / Leonardo da Vinci (1452 – 1519) /
Disponibilizada por Lviatour / Domínio Público
Antropocentrismo
Racionalismo
Humanismo e individualismo
Do grego anthropos “humano” e
kentro “centro”, ou seja, o
Homem no centro das atenções.
individualismo em oposição ao
teocentrismo e às concepções da
filosofia escolástica.
Esta nova concepção expressou-se
nas Artes Plásticas e na Literatura e
fez desenvolver o estudo da
Medicina, da Física, entre outras
Esta doutrina afirma que existe
uma causa inteligível em tudo,
mesmo que não possa ser
demonstrada de fato, como a
origem do Universo.
 Marco da transição da cultura medieval para a cultura
moderna
 Movimento intelectual – artístico, filosófico, científico
e literário
 Desenvolveu-se a partir do final do século XIV, na
Península Itálica, mas teve seu auge durante o século
XVI
 O Classicismo é um movimento cultural que valoriza e
resgata elementos artísticos da cultura clássica
(grecoromana). Nas artes plásticas, teatro e literatura, o
classicismo ocorreu no período do Renascimento Cultural
(séculos XIV ao XVI)
O fascínio pela vida das cidades e o desejo de desfrutar os
prazeres que o dinheiro podia proporcionar levaram a
sociedade renascentista a cultivar cada vez mais os valores
terrenos.
O Classicismo irá perdurar até 1580 com a unificação da
Península Ibérica sob o domínio Espanhol.
Apogeu da Nação Portuguesa;
Grandes Descobertas Ultramarinas;
Lisboa se transforma em uma grande metrópole.
Vasco da Gama descobriu o caminho às Índias em 1489.
Descobrimento do Brasil em 1500.
CONTEXTO HISTÓRICO
. Crise da Igreja.
. Expansão marítima.
. Mercantilismo: desenvolvimento do
comércio.
. Absolutismo monárquico.
. Reforma protestante.
. Antropocentrismo.
. Formação cultural da burguesia.
Desenvolvimento científico:
. Copérnico: heliocentrismo
(o Sol como centro do sistema solar)
. Galileu Galilei: sistema astronômico.
 O Teocentrismo medieval cede lugar ao Antropocentrismo
- o homem adquire consciência de sua capacidade
realizadora: conquista, inventa, cria, descobre, produz.
 A preocupação passa a ser com a vida terrena, deixando
em segundo plano as questões referentes à eternidade, à
salvação e à redenção da alma.
A cultura vira um bem precioso para os novos ricos, porque,
patrocinando artistas e poetas, eles justificam sua aceitação pela
nobreza. Essa troca de interesses entre burgueses e artistas faz aparecer
a figura dos mecenas (termo que significa patrocínio ou incentivo à arte).
O enriquecimento dos
mercadores e comerciantes
amplia o público dos textos
literários e filosóficos,
incluindo agora a burguesia
em ascensão.
Francisco de Sá Miranda
A volta do poeta, em 1526, é
considerado o momento
inicial do Classicismo em
Portugal ;
Utilizou em suas obras a medida
nova e a velha.
Inspirado no mestre italiano,
Petrarca, entrou em contato com a
visão humanista.
1- Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antiguidade:
Homero, Virgílio, Ovídio, etc...
2- Uso da mitologia: Os deuses e as musas, inspiradoras dos clássicos
gregos e latinos
aparecem também nos clássicos renascentistas: Os Lusíadas: (Vênus) = a
deusa do amor; Marte (o deus da guerra), protegem os portugueses em
suas conquistas marítimas.
 O homem do Renascimento identifica na
cultura greco-latina os valores da época e
passa a cultuá-la. Integra seu universo artístico
os deuses da mitologia grega.
• Busca do rigor e da perfeição formal.
• Separação rigorosa dos gêneros literários
 (lírico, épico e dramático).
3- Predomínio da razão sobre os sentimentos: A
linguagem clássica não é subjetiva nem impregnada de
sentimentalismos e de figuras, porque procura coar,
através da razão, todas os dados fornecidos pela
natureza e, desta forma expressou verdades universais.
4- Uso de uma linguagem sóbria, simples, SEM
excesso de figuras literárias.
5- Idealismo: O classicismo aborda o homem
ideal, liberto de suas necessidades diárias,
comuns. Os personagens centrais das
epopéias(grandes poemas sobre grandes feitos e
heróicos) nos são apresentados como seres
superiores, verdadeiros semi-deuses, sem
defeitos. Ex.: Vasco da Gama em os Lusíadas: é
um ser dotados de virtudes extraordinárias,
incapaz de cometer qualquer erro.
6- Amor Platônico: Os poetas
clássicos revivem a ideia de Platão
de que o amor deve ser sublime,
elevado, espiritual, puro, não-
físico.
.
A mulher é vista como um ser superior, sublime,
angelical, perfeita.
Idealização amorosa, amor platônico.
 Na poesia – metrificação rigorosa e preferência
pelo versos decassílabos.
7- Busca da universalidade e impessoalidade: A obra
clássica torna-se a expressão de verdades universais,
eternas e despreza o particular, o individual, aquilo que
é relativo.
Poesia
Preferência pelo
Soneto
As tradicionais
redondilhas
(5 e 7 sílabas)
deram lugar aos
decassílabos
(10 sílabas)
Principal Poeta:
Luiz Vaz de Camões –
Com ele, a tradição
poética
eleva-se a um
nível nunca
alcançado
De/ tu/do ao /meu a/mor /se/rei a/ten/to
1 2 3 4 5 6 7 8
An/tes,/ e/ com/ tal/ ze/lo, e /sem/pre, e/ tan/to
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Que/ mes/mo em /fa/ce /do /mai/or /en/can/to
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
De/le /se en/can/te /mais /meu /pen/sa/men/to.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Que/ro /vi/vê-/lo em /ca/da /vão /mo/men/to
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E em /seu /lou/vor/ hei /de es/pa/lhar/ meu/ can/to
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E/rir /meu/ ri/so e /der/ra/mar /meu /pran/to
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ao /seu /pe/sar/ ou/ seu/ con/ten/ta/men/to
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Luís Vaz de Camões
Maior poeta da Língua Portuguesa
Neoplatonismo
Imortalizou as glórias de seu povo.
Registrou de forma sublime os
sofrimentos amorosos.
Os Lusíadas
Indagou sobre as inconstâncias e
incertezas da vida.
Desconcerto do mundo
 É considerado o maior
poeta da Língua
Portuguesa.
 Principal obra: Os
Lusíadas: são 8.816
versos decassílabos.
 Narra a glória do povo
português no período
das grandes
navegações.
“Os Lusíadas” – Características da estrutura.
Canto I –
- Concílio dos deuses
- Acidentes atribuídos a Baco/ intervenções
salvadoras de Vênus
- Chegada a Mombaça.
Canto II
-Traição do rei de Mombaça,
-Intervenção de Vênus,
-Profecia de Júpiter,
-Em Melinde:
-O rei de Melinde pede a Vasco
da Gama que lhe conte a
História de Portugal.
Canto III
-História dos reis de Portugal –
D. Henrique a D. Fernando
- Batalha do Salado (episódio)
“Inês de Castro”(episódio)
Canto IV
-Hist. dos reis de Portugal: D. João I
a D. Manuel,
- Sonho profético de D. Manuel
- “O velho do Restelo” (episódio)
A lírica camoniana
O amor – a lírica amorosa camoniana está ligada a uma concepção
neoplatônica do amor. Isso quer dizer, o Amor é um ideal superior, único
e perfeito. Mas, seres decaídos e imperfeitos, somos incapazes de atingir
esse ideal.
O desconcerto do mundo – a vida humana não está condicionada a essas
imperfeições, mas o espírito anseia por outros horizontes. Disso resulta
uma visão extremamente pessimista da vida.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões
Os Lusíadas
Os Lusíadas (1572)
O poema se organiza tradicionalmente em cinco partes:
1. Proposição (Canto I, Estrofes 1 a 3)
Apresentação da matéria a ser cantada: os feitos dos navegadores portugueses,
em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português.
2. Invocação (Canto I, Estrofes 4 e 5)
O poeta invoca o auxílio das musas do rio Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na
composição da obra.
3. Dedicatória (Canto I, Estrofes 6 a 18)
O poema é dedicado ao rei Dom Sebastião, visto como a esperança de
propagação da fé católica e continuação das grandes conquistas portuguesas por
todo o mundo.
4. Narração (Canto I, Estrofe 19 a Canto X, Estrofe 144)
A matéria do poema em si. A viagem de Vasco da Gama e as glórias da história
heróica portuguesa.
5. Epílogo (Canto X, Estrofes 145 a 156)
Grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua “voz rouca” não ser ouvida
com mais atenção.
A armada de Vasco da Gama partiu do Restelo no dia 8 de Julho de
1497 e chegou a Calecute, na Índia, no dia 20 de Maio de 1498.
Resumo do enredo:
Portugal, como foi visto anteriormente,
passava por um momento de grandiosidade
diante das demais nações europeias. Esse
momento era ainda mais valorizado pelo
espírito de nacionalismo que surgia nos séculos
XV e XVI.
Motivados com a liderança nas grandes
navegações, foram várias as tentativas de fazer
uma epopéia sobre o assunto e, com isso,
registrar para a posteridade esse momento de
glória.
A morte de Inês de Castro
O EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO
Camões, como outros artistas que retrataram a
morte de Inês de Castro, prefere a imagem da
espada encravada no peito, sem dúvida, mais lírica, à
do degolamento:
Tais contra Inês os brutos matadores,
No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que depois a fez rainha,
As espadas banhando e as brancas flores
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, férvidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.
Tu, só tu puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano
Tuas aras banhar em sangue humano.
O lirismo dentro da obra épica
Os Lusíadas é uma obra de caráter épico onde o universo
masculino é o predominante. Assim, todo o episódio de Inês de
Castro entra em perfeito contraste com a restante obra. Neste
episódio a personagem central é feminina e o lirismo presente nos
sonetos camonianos é transposto para estas estâncias. Luís de
Camões consegue estabelecer com o leitor um contacto
inquestionavelmente emotivo. com os versos O desespero que
Camões coloca nas falas de Inês (inventadas por si) faz com que um
universo de terror progrida e “arraste” consigo o próprio leitor.
Existem momentos em que o leitor é levado a sentir compaixão e
levado também a partilhar o sofrimento das personagens da
tragédia, a piedade perante tal destino trágico instala-se dando
assim origem à Catarse.
Gigante Adamastor
GIGANTE ADAMASTOR
O gigante chama os portugueses de ousados e afirma que nunca
repousam e que tem por meta a glória particular, pois chegaram aos
confins do mundo. Repare na ênfase que se dá ao fato de aquelas
águas nunca terem sido navegadas por outros: o gigante diz que
aquele mar que há tanto ele guarda nunca foi conhecido por outros.
E disse: "Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar nos longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados d’estranho ou próprio lenho:
Revela o interesse do
Renascimento pelo
homem. Reproduzida
de todas as formas
imagináveis, a magia
dessa figura
“feminina” continua
intacta.
Visão mais humanista
A valorização do ser
humano resultou na
criação de muitas
telas e esculturas que
valorizavam as formas
humanas ou que
retratavam corpos
nus.
Palácio de Carlos V
Alhandra, Granada
Palácio de
Vázquez de
Molina Úbeda,
Jaén
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literatura-classicismo: AULA SOBRE LITERATURA

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.  Humanismo  Utilização de recursos matemáticos: proporcionalidade, representação do espaço em três dimensões, geometria  Antropocentrismo – o homem como sendo o centro do conhecimento Obra: O homem Vetruviano Autor: Leonardo da Vinci
  • 6. Imagem: Homem vitruviano / Leonardo da Vinci (1452 – 1519) / Disponibilizada por Lviatour / Domínio Público Antropocentrismo Racionalismo Humanismo e individualismo Do grego anthropos “humano” e kentro “centro”, ou seja, o Homem no centro das atenções. individualismo em oposição ao teocentrismo e às concepções da filosofia escolástica. Esta nova concepção expressou-se nas Artes Plásticas e na Literatura e fez desenvolver o estudo da Medicina, da Física, entre outras Esta doutrina afirma que existe uma causa inteligível em tudo, mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como a origem do Universo.
  • 7.  Marco da transição da cultura medieval para a cultura moderna  Movimento intelectual – artístico, filosófico, científico e literário  Desenvolveu-se a partir do final do século XIV, na Península Itálica, mas teve seu auge durante o século XVI
  • 8.  O Classicismo é um movimento cultural que valoriza e resgata elementos artísticos da cultura clássica (grecoromana). Nas artes plásticas, teatro e literatura, o classicismo ocorreu no período do Renascimento Cultural (séculos XIV ao XVI)
  • 9. O fascínio pela vida das cidades e o desejo de desfrutar os prazeres que o dinheiro podia proporcionar levaram a sociedade renascentista a cultivar cada vez mais os valores terrenos. O Classicismo irá perdurar até 1580 com a unificação da Península Ibérica sob o domínio Espanhol. Apogeu da Nação Portuguesa; Grandes Descobertas Ultramarinas; Lisboa se transforma em uma grande metrópole. Vasco da Gama descobriu o caminho às Índias em 1489. Descobrimento do Brasil em 1500.
  • 10.
  • 11. CONTEXTO HISTÓRICO . Crise da Igreja. . Expansão marítima. . Mercantilismo: desenvolvimento do comércio. . Absolutismo monárquico. . Reforma protestante. . Antropocentrismo. . Formação cultural da burguesia. Desenvolvimento científico: . Copérnico: heliocentrismo (o Sol como centro do sistema solar) . Galileu Galilei: sistema astronômico.
  • 12.  O Teocentrismo medieval cede lugar ao Antropocentrismo - o homem adquire consciência de sua capacidade realizadora: conquista, inventa, cria, descobre, produz.  A preocupação passa a ser com a vida terrena, deixando em segundo plano as questões referentes à eternidade, à salvação e à redenção da alma.
  • 13. A cultura vira um bem precioso para os novos ricos, porque, patrocinando artistas e poetas, eles justificam sua aceitação pela nobreza. Essa troca de interesses entre burgueses e artistas faz aparecer a figura dos mecenas (termo que significa patrocínio ou incentivo à arte). O enriquecimento dos mercadores e comerciantes amplia o público dos textos literários e filosóficos, incluindo agora a burguesia em ascensão.
  • 14. Francisco de Sá Miranda A volta do poeta, em 1526, é considerado o momento inicial do Classicismo em Portugal ; Utilizou em suas obras a medida nova e a velha. Inspirado no mestre italiano, Petrarca, entrou em contato com a visão humanista.
  • 15. 1- Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antiguidade: Homero, Virgílio, Ovídio, etc... 2- Uso da mitologia: Os deuses e as musas, inspiradoras dos clássicos gregos e latinos aparecem também nos clássicos renascentistas: Os Lusíadas: (Vênus) = a deusa do amor; Marte (o deus da guerra), protegem os portugueses em suas conquistas marítimas.
  • 16.  O homem do Renascimento identifica na cultura greco-latina os valores da época e passa a cultuá-la. Integra seu universo artístico os deuses da mitologia grega. • Busca do rigor e da perfeição formal. • Separação rigorosa dos gêneros literários  (lírico, épico e dramático).
  • 17. 3- Predomínio da razão sobre os sentimentos: A linguagem clássica não é subjetiva nem impregnada de sentimentalismos e de figuras, porque procura coar, através da razão, todas os dados fornecidos pela natureza e, desta forma expressou verdades universais. 4- Uso de uma linguagem sóbria, simples, SEM excesso de figuras literárias.
  • 18. 5- Idealismo: O classicismo aborda o homem ideal, liberto de suas necessidades diárias, comuns. Os personagens centrais das epopéias(grandes poemas sobre grandes feitos e heróicos) nos são apresentados como seres superiores, verdadeiros semi-deuses, sem defeitos. Ex.: Vasco da Gama em os Lusíadas: é um ser dotados de virtudes extraordinárias, incapaz de cometer qualquer erro.
  • 19. 6- Amor Platônico: Os poetas clássicos revivem a ideia de Platão de que o amor deve ser sublime, elevado, espiritual, puro, não- físico. . A mulher é vista como um ser superior, sublime, angelical, perfeita. Idealização amorosa, amor platônico.
  • 20.  Na poesia – metrificação rigorosa e preferência pelo versos decassílabos. 7- Busca da universalidade e impessoalidade: A obra clássica torna-se a expressão de verdades universais, eternas e despreza o particular, o individual, aquilo que é relativo.
  • 21. Poesia Preferência pelo Soneto As tradicionais redondilhas (5 e 7 sílabas) deram lugar aos decassílabos (10 sílabas) Principal Poeta: Luiz Vaz de Camões – Com ele, a tradição poética eleva-se a um nível nunca alcançado
  • 22. De/ tu/do ao /meu a/mor /se/rei a/ten/to 1 2 3 4 5 6 7 8 An/tes,/ e/ com/ tal/ ze/lo, e /sem/pre, e/ tan/to 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Que/ mes/mo em /fa/ce /do /mai/or /en/can/to 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 De/le /se en/can/te /mais /meu /pen/sa/men/to. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
  • 23. Que/ro /vi/vê-/lo em /ca/da /vão /mo/men/to 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E em /seu /lou/vor/ hei /de es/pa/lhar/ meu/ can/to 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E/rir /meu/ ri/so e /der/ra/mar /meu /pran/to 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ao /seu /pe/sar/ ou/ seu/ con/ten/ta/men/to 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
  • 24. Luís Vaz de Camões Maior poeta da Língua Portuguesa Neoplatonismo Imortalizou as glórias de seu povo. Registrou de forma sublime os sofrimentos amorosos. Os Lusíadas Indagou sobre as inconstâncias e incertezas da vida. Desconcerto do mundo
  • 25.  É considerado o maior poeta da Língua Portuguesa.  Principal obra: Os Lusíadas: são 8.816 versos decassílabos.  Narra a glória do povo português no período das grandes navegações.
  • 26. “Os Lusíadas” – Características da estrutura. Canto I – - Concílio dos deuses - Acidentes atribuídos a Baco/ intervenções salvadoras de Vênus - Chegada a Mombaça. Canto II -Traição do rei de Mombaça, -Intervenção de Vênus, -Profecia de Júpiter, -Em Melinde: -O rei de Melinde pede a Vasco da Gama que lhe conte a História de Portugal. Canto III -História dos reis de Portugal – D. Henrique a D. Fernando - Batalha do Salado (episódio) “Inês de Castro”(episódio) Canto IV -Hist. dos reis de Portugal: D. João I a D. Manuel, - Sonho profético de D. Manuel - “O velho do Restelo” (episódio)
  • 27. A lírica camoniana O amor – a lírica amorosa camoniana está ligada a uma concepção neoplatônica do amor. Isso quer dizer, o Amor é um ideal superior, único e perfeito. Mas, seres decaídos e imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. O desconcerto do mundo – a vida humana não está condicionada a essas imperfeições, mas o espírito anseia por outros horizontes. Disso resulta uma visão extremamente pessimista da vida.
  • 28. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade É servir a quem vence o vencedor, É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade; Se tão contrário a si é o mesmo amor? Luís de Camões
  • 30. Os Lusíadas (1572) O poema se organiza tradicionalmente em cinco partes: 1. Proposição (Canto I, Estrofes 1 a 3) Apresentação da matéria a ser cantada: os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português. 2. Invocação (Canto I, Estrofes 4 e 5) O poeta invoca o auxílio das musas do rio Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na composição da obra. 3. Dedicatória (Canto I, Estrofes 6 a 18) O poema é dedicado ao rei Dom Sebastião, visto como a esperança de propagação da fé católica e continuação das grandes conquistas portuguesas por todo o mundo. 4. Narração (Canto I, Estrofe 19 a Canto X, Estrofe 144) A matéria do poema em si. A viagem de Vasco da Gama e as glórias da história heróica portuguesa. 5. Epílogo (Canto X, Estrofes 145 a 156) Grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua “voz rouca” não ser ouvida com mais atenção.
  • 31. A armada de Vasco da Gama partiu do Restelo no dia 8 de Julho de 1497 e chegou a Calecute, na Índia, no dia 20 de Maio de 1498.
  • 32. Resumo do enredo: Portugal, como foi visto anteriormente, passava por um momento de grandiosidade diante das demais nações europeias. Esse momento era ainda mais valorizado pelo espírito de nacionalismo que surgia nos séculos XV e XVI. Motivados com a liderança nas grandes navegações, foram várias as tentativas de fazer uma epopéia sobre o assunto e, com isso, registrar para a posteridade esse momento de glória.
  • 33. A morte de Inês de Castro
  • 34. O EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO Camões, como outros artistas que retrataram a morte de Inês de Castro, prefere a imagem da espada encravada no peito, sem dúvida, mais lírica, à do degolamento: Tais contra Inês os brutos matadores, No colo de alabastro, que sustinha As obras com que Amor matou de amores Aquele que depois a fez rainha, As espadas banhando e as brancas flores Que ela dos olhos seus regadas tinha, Se encarniçavam, férvidos e irosos, No futuro castigo não cuidosos.
  • 35. Tu, só tu puro Amor, com força crua, Que os corações humanos tanto obriga Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano Tuas aras banhar em sangue humano.
  • 36.
  • 37. O lirismo dentro da obra épica Os Lusíadas é uma obra de caráter épico onde o universo masculino é o predominante. Assim, todo o episódio de Inês de Castro entra em perfeito contraste com a restante obra. Neste episódio a personagem central é feminina e o lirismo presente nos sonetos camonianos é transposto para estas estâncias. Luís de Camões consegue estabelecer com o leitor um contacto inquestionavelmente emotivo. com os versos O desespero que Camões coloca nas falas de Inês (inventadas por si) faz com que um universo de terror progrida e “arraste” consigo o próprio leitor. Existem momentos em que o leitor é levado a sentir compaixão e levado também a partilhar o sofrimento das personagens da tragédia, a piedade perante tal destino trágico instala-se dando assim origem à Catarse.
  • 39. GIGANTE ADAMASTOR O gigante chama os portugueses de ousados e afirma que nunca repousam e que tem por meta a glória particular, pois chegaram aos confins do mundo. Repare na ênfase que se dá ao fato de aquelas águas nunca terem sido navegadas por outros: o gigante diz que aquele mar que há tanto ele guarda nunca foi conhecido por outros. E disse: "Ó gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vãos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar nos longos mares ousas, Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Nunca arados d’estranho ou próprio lenho:
  • 40. Revela o interesse do Renascimento pelo homem. Reproduzida de todas as formas imagináveis, a magia dessa figura “feminina” continua intacta.
  • 42. A valorização do ser humano resultou na criação de muitas telas e esculturas que valorizavam as formas humanas ou que retratavam corpos nus.
  • 43. Palácio de Carlos V Alhandra, Granada Palácio de Vázquez de Molina Úbeda, Jaén