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Música clássica
1. A importância da música clássica
Na atualidade, a maioria das crianças e dos adolescentes da minha geração estão
reticentes à audição de música clássica, descrevendo-a como aborrecida e
desinteressante.
Como estudante de música decidi escrever este artigo para mostrar aos restantes
alunos desta escola que este tipo de música para além de ser útil para adormecer
crianças e para relaxar tem inúmeras finalidades que descreverei posteriormente.
Primeiramente, é importante salientar que quando nos referimos a música clássica
estamos a referir-nos a toda a música erudita compreendida entre o século IX até à
atualidade, que abrange uma série de estilos musicais. Deste modo, podemos dividir a
música clássica em três grandes períodos: o período da música antiga, que inclui a
música medieval (séc.IX – séc. XV) e a música renascentista (séc.XV – séc. XVII); o
período da prática comum, que inclui a música dos períodos Barroco (1600-1750), do
período Clássico (1730-1820) e do período Romântico (1815-1910) e os períodos
moderno e contemporâneo, que inclui a música clássica do séc. XX até à atualidade.
Para além disto, é importante mencionar que as datas anteriores são generalizações, já
que os períodos frequentemente se sobrepõem e que cada um destes períodos tem as
suas especificidades e características, ou seja, cada um destes momentos da história
da música é único e especial. Por esta razão, abordarei algumas características de cada
um destes.
No Período Antigo dominou, até cerca de o ano de 1100, o canto monofónico (a uma
voz) ou canto gregoriano, que era desenvolvido
nos mosteiros. A música polifónica (com
múltiplas vozes) desenvolveu-se apenas na
segunda metade da Idade Média e ao longo do
Renascimento. Foi também no Renascimento
que se começou a utilizar os instrumentos
musicais em maior escala.
Ainda neste período, desenvolveu-se a notação
musical, ou seja, começou-se a anotar músicas
numa pauta (Fig.1), bem como a notação rítmica
(a utilização de novos ritmos). Este facto,
permitiu que a música fosse transmitida, tal qual,
como o compositor a compôs, pois até esta
altura a música era transmitida oralmente, havendo nitidamente mudanças aquando
Fig.1 Partitura da Idade Média
2. da sua retransmissão. Claramente que o desenvolvimento da imprensa por
Gutemberg, no séc. XIV, contribui para a conservação e transmissão da música
elaborada, a partir deste período. Além disto, começam a ser utilizadas as escalas
maiores e menores em detrimento dos modos gregorianos. No período antigo
destacam-se vários compositores como: G.Machaut, Palestrina, Ph. De Vitry, Josquin
des Prez, entre outros.
Segue-se a este período o período da prática
comum, como mencionado anteriormente.
A música do período Barroco caracteriza-se pelo
uso de complexos contrapontos tonais (técnica
de composição que consiste em sobrepor uma
ou mais linhas melódicas a uma melodia
principal, segundo determinadas regras) e pelo
uso de uma linha de baixo contínuo (técnica de
composição e de interpretação que consiste
numa linha melódica no baixo (voz mais grave)
sobre a qual se executam os acordes
(sobreposição de notas) convenientes). É ainda nesta época que se desenvolve a ópera
(uma forma de drama musical com encenação, geralmente com temáticas históricas e
mitológicas) (Fig.2). Também nesta mesma altura são desenvolvidos vários géneros
musicais como o concerto (para solistas acompanhados com orquestra), as sonatas, as
tocatas, as fugas, … Destacam-se neste período diversos compositores como: Lully,
Monteverdi, J.S.Bach, Vivaldi,Carlos Seixas, entre outros.
No período Clássico o piano torna-se no principal instrumento de tecla, havendo o
detrimento dos outros instrumentos de tecla como o órgão e o cravo. A ópera séria
(aquela que tem as temáticas mitológicas e históricas), bem como a ópera buffa (a
ópera cómica, cuja temática é relativamente ao quotidiano) e as serenatas (semi-
óperas, sem encenação) são desenvolvidas e aperfeiçoadas neste século.
Ainda no Classicismo, a sinfonia surgiu como um grande género musical e concerto foi
desenvolvido até se tornar um veículo para os instrumentistas demonstrarem o seu
virtuosismo técnico. Este momento da história foi marcada pela utilização da simetria,
do equilíbrio e da clareza nas diferentes formas de arte, tendo coincidindo com o
Iluminismo, que é uma corrente marcada pela utilização da lógica e da razão.
Compositores como Mozart, Hayden, José Lobos de Mesquita, Beethoven, Schubert,
entre outros, marcaram este fabuloso período.
A música no período Romântico caracterizou-se por ser constituída por extensas linhas
melódicas que continham vários elementos expressivos e emotivos, paralelamente às
outras formas de arte. Para além disto, a música tornou-se mais cromática (utilização
de cromatismos, que são distâncias de meio tom entre as notas, por exemplo, Dó-
Dó#), mais dissonante com tonalidades mais coloridas, havendo, deste modo, um
aumento da tensão musical. Neste período surgem peças em forma livre como os
noturnos, fantasias e prelúdios.
Fig.2 Casa de Ópera Barroca
3. Nesta mesma altura, as instituições musicais tornaram-se independentes dos patronos
ricos, ou seja, os compositores e músicos, pela
primeira vez, construíram as suas vidas musicas não
dependendo das classes mais ricas, como a nobreza,
havendo, deste modo, um maior interesse pela
música por parte das classes médias por toda a
Europa Ocidental, e consequente criação de
organizações dedicadas ao ensino, performance e
preservação da música. Surge aí as primeiras
orquestras sinfónicas (Fig.3), cuja disposição e
constituição ainda é mantida nos nossos dias.
No final deste período, houve um aumento das
ideias nacionalistas na música (influenciadas pelos sentimentos políticos da época), por
parte de alguns compositores, como Dvórak e Tchaikovsky, que utilizavam a música
tradicional das suas pátrias nas suas composições. Para além deste compositor outros
assumiram uma grande importância como: Chopin, Wagner, Liszt, Brahms, entre
outros.
A música clássica do século XX engloba uma variedade de estilos pós-românticos,
como o impressionismo, caracterizado pela utilização de escalas pentatónicas (5
tons/notas), fraseados longos e ondulantes e ritmos livres, destacando-se como Claude
Debussy e Ravel, o expressionismo, o modernismo e o pós-modernismo.
O modernismo (1905-1985) foi também caracterizado pela rejeição de valores e
práticas dos períodos anteriores, tais como a tonalidade, a melodia, a instrumentação
e as estruturas tradicionais. Destacam-se neste período compositores como
Shostakovich, Heitor VIlla-Lobos, Stravinsky, Bártok, Gershwin, entre outros .
O termo «Música Contemporânea» costuma ser utilizado para descrever toda a música
composta no final do século XX até aos dias de hoje, incluindo a música eletrónica, a
música eletroacústiaca, … Existem vários compositores contemporâneos, como, por
exemplo, Philip Glass e Steve Reich.
Neste século XXI, verifica-se uma tendência de retorno à tonalidade. Além disto, na
atualidade, há a emancipação de compositoras femininas como Missy Mazzali e Alma
Deutscher, que é uma menina-prodígio que nasceu no anho de 2005.
Esta descrição pormenorizada de cada um dos diferentes períodos permite-nos
concluir que as composições musicais, tal como as outras artes, é nitidamente
influenciada pelas características sociais, políticas e económicas dos países e das
épocas em que os compositores viveram e compuseram as suas obras.
Fig.3 Orquestra Sinfónica
4. Seguidamente, é importante consciencializarem-se que a aprendizagem e audição de
música clássica traz-nos inúmeras vantagens.
Por um lado, este género tem o poder de nos divertir, de nos relaxar, de nos tornar
mais saudáveis, e tal como os outros géneros musicais, tem o poder de criar uma
atmosfera envolvente, capaz de trazer à tona vários sentimentos.
Por outro lado, a música clássica, tal como outras artes, permite o desenvolvimento
intelectual, cognitivo e emocional das crianças, ajudando nos vários processos de
aprendizagem e na memorização, bem como o aumento da criatividade. Esta forma de
arte permite também o desenvolvimento da inteligência espacial (por exemplo, maior
facilidade na realização de quebra-cabeças)e emocional, e contribui para uma melhor
perceção das relações matemáticas e linguísticas.
Para corroborar os efeitos benéficos deste género para a saúde, divulgarei as
conclusões do estudo efetuado por cientistas da Universidade de Helsínquia, na
Finlândia, que concluíram que a audição de música clássica com frequência ativa os
genes associados à função cerebral e ajuda a
prevenir as doenças neurodegenerativas, como
o Parkinson, Alzheimer, demências, ou seja,
quanto mais vezes escutarmos música clássica
aumentamos a atividade dos genes envolvidos
na secreção de uma hormona, a dopamina,
contribuindo para uma melhor aprendizagem e
memorização. Para além disto, este tipo de
música contribui para tornar menos ativos os
genes envolvidos na degeneração do cérebro e
do sistema imunológico (imunitário), o que
reduzir o risco de contrair doenças
neurodegenerativas, como mencionado anteriormente.
Fig.4 Montagem de grandes compositores d
Montagem de grandes compositores de música
clássica. Da esquerda para a direita: Topo - Antonio
Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus
Mozart, Ludwig van Beethoven; segunda fila - Franz
Schubert, Frédéric Chopin, Richard Wagner, Pyotr
Ilyich Tchaikovsky; terceira fila - Johannes
Brahms, Antonín Dvořák, Igor Stravinsky, Dimitri
Shostakovich; Última fila - Béla Bartók, George
Gershwin, Heitor Villa-Lobos, Krzysztof Penderecki
Fig.5 Influência da Música Clássica na Saúde
5. Em suma, a música clássica é bastante benéfica e permite que possamos viver de uma
forma mais equilibrada e com maior qualidade de vida. Assim, se nos dermos ao
trabalho de descobrir este género musical, podemos descobrir um novo mundo cheio
de magia.
Trabalho Realizado por:
Cristiano Marques, 12ºA, Nº9